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    “Senhor Raul?!” O jovem Tenente exclamou surpreso.

    O que ele está fazendo aqui? perguntou-se, sem entender como o Urso Tirânico havia chegado ali. Pelo que sabia, ele teria ido para outra cidade.

    O homem moreno, com armadura negra, tinha um largo sorriso, enquanto apertava o pescoço do assassino.

    Tsk!

    “Quem diria que você iria apanhar tanto para uma criança qualquer. E eu nutria tantas expectativas em você, moleque…” zombou, estalando a língua.

    Q-quem?! Lincon gritou mentalmente, rapidamente usando sua magia para distribuir uma grande descarga elétrica em seu captor.

    Tziii!

    Eletricidade fluiu por seu corpo, correndo em direção ao braço do sujeito, mas, ao contrário do que esperava, nada ocorreu, enquanto a mão que apertava sua nuca mantinha-se tão firme quanto uma garra de aço.

    “Heh, isso até que faz cócegas.” Raul disse, de forma arrogante, sua mão apertando-se aos poucos.

    Crack! Crack!

    “AH!” Lincon berrou, enquanto se debatia, tentando soltar-se.

    Ao ver essa cena, Fernando, que ainda estava atônito, voltou a si ao perceber o que estava prestes a acontecer.

    “Não mate ele, senhor Raul!” pediu, caminhando em direção até o sujeito com alguma dificuldade.

    O sorriso do homem moreno encolheu-se levemente ao ouvir isso.

    “Quê? Não o matar? Sabe, eu não sou muito fã em fazer prisioneiros.” queixou-se, com uma expressão de desgosto. “Se bem me lembro, da última vez que nos vimos eu te disse que você precisava saber se virar e matar faz parte disso.” Ao dizer isso, apertou com mais força o pescoço de Lincon, enquanto continuava olhando fixamente para o rapaz. O assassino continuou se debatendo, numa vã tentativa de libertar-se.

    O jovem Tenente tinha uma expressão complicada, principalmente ao ver que o humor do homem, que havia acabado de o salvar, estava diminuindo.

    “Não é como se eu estivesse com receio de matar, mas preciso de informações.” esclareceu, de forma humilde, mas assertiva. “Então, se o senhor puder deixá-lo vivo, eu agradeceria.”

    Raul ficou em silêncio por um instante, quando sorriu novamente.

    “Tudo bem, se é você pedindo acho que não tem problema. Afinal, o presente que você me deu na cama naquele dia foi realmente muito bom.” disse, lambendo os lábios.

    O rosto de Fernando escureceu ao ouvir isso, ele com certeza estava falando assim de propósito para irritá-lo! Se alguém de fora o ouvisse, com certeza entenderia isso errado!

    Esse maluco! pensou, irritado, mas, ao mesmo tempo, não pôde deixar de sentir alguma nostalgia ao rever seu antigo mentor na sua frente.

    Enquanto Fernando e Raul conversavam, Lincon, ao saber que não tinha formas de escapar, tinha um rosto desesperado.

    “Diana! Diana!” gritou, repetidamente, suplicando por ajuda. 

    Quando o jovem Tenente ouviu isso, lembrou-se imediatamente de algo.

    “Cuidado, tem um arqueiro em algum lugar!” alertou, olhando ao redor, sua visão varrendo novamente os prédios.

    “Arqueiro? Ah, tá falando disso?” perguntou, movendo a mão direita. Logo uma cabeça decepada de uma mulher apareceu em sua palma, sendo segurada pelos cabelos. Sua face era de pavor e choque, mostrando que morreu sem sequer entender o que aconteceu. “Eu encontrei isto no caminho, então achei melhor pegar.” Ao dizer isso, jogou-a no chão, com desdém.

    A expressão de Lincon era de choque total.

    Ela era uma das melhores do time de execução, já assassinou até mesmo um Capitão no passado e ainda assim foi morta tão facilmente? questionou-se, apavorado. Ainda que ele próprio fosse o líder dessa operação, a arqueira era seu trunfo na manga, sendo a responsável por cuidar do perímetro, silenciando guardas que se aproximassem, mesmo se a operação falhasse, ela deveria ser capaz de sair em segurança para reportar tudo que ocorreu aos superiores.

    Até Fernando ficou sem palavras ao ver isso. Ele não via Raul desde que o mesmo havia partido de Belai por conta própria e agora não só o encontrou assim, de forma repentina, como o sujeito havia até mesmo capturado um dos assassinos que estava atrás da sua vida e matado o outro, resolvendo seus problemas.

    Sabendo que a operação havia falhado completamente e ao ver a cabeça da arqueira, que era sua última esperança, Lincon moveu rapidamente o pulso, tirando uma pequena faca. Entretanto, não era para atacar Raul ou Fernando, na realidade ele levou-a em direção a própria garganta!

    Não vão arrancar nada de mim, não vão me pegar com vida!

    Crack!

    Assim que o assassino pensou nisso, ouviu um estalo, quando perdeu as forças em todo seu corpo num instante, fazendo seus braços caírem. Com uma expressão confusa, só então entendeu que o homem que lhe segurava havia feito algo com seu corpo. 

    “O que você fez?! Ah!!”

    “Se eu não posso, você também não pode.” Raul disse, gargalhando, após ter dado um soco nas costas do sujeito, o Capitão o jogou no chão e então, sem qualquer hesitação, lhe deu um chute no queixo.

    Crack!

    O som de algo se rachando pode ser ouvido, enquanto sangue e fragmentos dos dentes do assassino se espalharam pelo chão.

    “Senhor Raul!” Fernando exclamou, o rapaz já estava espantado quando viu o sujeito caindo no chão como uma maria mole e ao ver Raul se desferindo um chute sentiu que precisava intervir. Se o assassino viesse a morrer, seria difícil conseguir informações sobre seus inimigos.

    “Quê? Eu não tô matando… É só para prevenir que ele não vai fugir ou tentar se matar de novo, só para ‘garantir’, sabe?” disse, rindo. “Golpeei a coluna cervical, um pouco acima da sexta vértebra, lesionando essa área ele não vai mexer nada abaixo do pescoço, embora ainda possa usar magia, mesmo que a medula espinhal seja curada não se moverá até alguém colocar manualmente a vértebra no seu devido lugar, e o chute foi só para ele tirar um cochilo.” falou, como se não fosse nada de mais e estivesse acostumado a fazer coisas do tipo, deixando Fernando um pouco receoso sobre que tipo de coisas o sujeito fazia no passado e como adquiriu esse tipo de conhecimento específico.

    Apesar de dizer que era apenas por ‘garantia’, o jovem Tenente tinha certeza de que o mesmo apenas estava se divertindo com isso. Todavia, não pode deixar de ficar impressionado com a diferença entre ele próprio e o Urso Tirânico. Enquanto ele teve que arriscar a vida contra esse assassino, Raul estava tratando-o como uma verdadeira criança. O jovem Tenente estava até desconfiado de que sua força, que já era alta, havia aumentado ainda mais!

    “Então, me diz, quem tu irritou dessa vez, moleque?” perguntou, de forma brincalhona.

    Fernando tinha uma expressão complicada em seu rosto, não querendo admitir, mas ele realmente fazia inimigos com muita facilidade, fazendo-o perguntar-se se era um talento natural de sua parte.

    “É complicado… Explico depois.” disse, cansado. Balançando a cabeça, olhou ao redor, o mar de chamas das Lanças de Fogo estava começando a diminuir, foi então que se lembrou que Kelly ainda estava lutando.

    Apenas olhando para o rapaz, Raul soube que ele estava prestes a usar os Passos Tirânicos, então moveu seu braço para frente, impedindo-o.

    “Relaxa, garoto, o pai tá aqui.” declarou com confiança e um pouco de arrogância. “Do lado de lá também já acabou.” disse, tirando seu Cubo Comunicador, indicando que havia recebido noticias.

    Sssss!!

    Quando essas palavras foram ditas, um barulho alto foi ouvido, então as chamas ardentes, que já estavam enfraquecendo, começaram a se apagar, enquanto alguns Magos que dominam a Magia de Água apareceram, lançando suas magias ao redor.

    Não só isso, como várias tropas começaram a surgir por todos os lados, dentre elas, viu Kelly e não muito longe, vários Guardas estavam arrastando a assassina contra a qual a Oficial estava envolvida em um embate anteriormente. No céu, Capitães e Tenentes apareceram, atraídos pelo barulho de explosões, flutuações de mana, assim como a fumaça que subia ao céu e toda a comoção.

    A guarda da cidade chegou?! Fernando perguntou-se, com algum alívio, mas logo notou algo, havia um rosto familiar entre as pessoas que chegaram!

    “Tudo resolvido desse lado, Capitão!” Uma voz imponente soou, quando um homem alto e robusto caminhava, destacando-se e muitos dos demais.

    “Sargento Túlio?” O rapaz perguntou, com alguma surpresa.

    “Tenente Fernando!” Túlio disse, igualmente surpreso. “Imaginei que algo estranho estava acontecendo assim que o Capitão nos mandou correr para cá embora mal tivéssemos chegado na cidade, mas não imaginei que você também estivesse envolvido.” disse, caminhando com um leve sorriso, como se tivesse revisto um bom amigo do passado, mas enquanto andava, desviando dos corpos, sua expressão mudou um pouco. “Que bagunça esse lugar ficou…”

    Olhando para os cadáveres, o jovem Tenente também tinha uma expressão complicada, lembrando-se de quando adentraram em Garância pela primeira vez. 

    Inicialmente ele achou que eram todos assassinos, mas pelo pouco que havia visto da luta de Kelly, a maioria dessas pessoas eram apenas gente comum, sem qualquer treinamento. Ele não entendia porque essa gente agiu daquela forma, atacando militares como eles a troco da própria vida.

    Além disso, também notou a armadura dos dois homens do Batalhão Zero em meio aos corpos carbonizados, fazendo-o suspirar em arrependimento. Não só ele havia permitido que dois de seus Soldados morressem, como sequer conseguiu manter seus corpos intactos devido à ferocidade da batalha.

    Apesar da tristeza das perdas, o rapaz olhou para Túlio com algum ânimo, era algo bom ver outras pessoas de Vento Amarelo, principalmente da Décima Terceira.

    “Há quanto tempo, Sargento.” Fernando disse, estendendo a mão. 

    “Igualmente.” O homem alto disse, apertando-a de volta. “E por sinal, não sou mais apenas um Sargento.” falou, apontando a insígnia em seu peito com algum orgulho, indicando que agora ele era um Subtenente.

    “Olha só, parabéns pela promoção.” O jovem pálido disse, com uma genuína felicidade pelo crescimento de um antigo companheiro de batalha.

    “Ei, que tal parar com o namorico e começar a trabalhar?” Raul falou, chutando o assassino no chão em direção a Túlio, assustando o pobre homem. “Leve-o para ser interrogado, diga a Nina para ir amaciando, mas não deixa ele morrer!”

    “S-sim, senhor!” disse, saindo para falar com a guarda da cidade, enquanto arrastava o preso. Antes de sair, lançou um olhar de desculpas para Fernando.

    Quando o Subtenente partiu, Kelly aproximou-se.

    “Líder! Você está bem?!” perguntou, cheia de preocupação. Como a Oficial responsável pela segurança do Tenente, ela ficou envergonhada por permitir que uma emboscada acontecesse.

    Fernando ficou aliviado ao ver que a garota não tinha ferimentos graves. Mesmo que sentisse que era tendencioso e cruel de sua parte, preferia perder alguns dos Soldados que ele mal conhecia do que um dos membros centrais do Batalhão Zero que o acompanharam por tanto tempo.

    “Eu tô bem, apenas um pouco… tonto.” disse, ao recordar-se da flecha. “Acho que fui envenenado.” afirmou, ao olhar para sua mão que tremia sem parar.

    “Envenenado?” Raul perguntou, descrente. “Você é a porra de um Usuário de Habilidades e tá choramingando por um veneninho? Moleque, tô vendo que você ficou ainda mais molenga do que imaginei.”

    Fernando revirou os olhos para as palavras do seu antigo mentor. Mesmo que fosse um Usuário de Habilidades, isso não significava necessariamente que seria imune a veneno. Ele até tinha ouvido falar que existiam Habilidades que aumentavam resistência, interrompiam a circulação do sangue e do mana na área envenenada ou até que conferiam imunidade a vários tipos de veneno, mas não havia nenhuma dessas descritas no Livro de Habilidades Básicas que comprou na loja de Papi.

    Olhando para Fernando, que tremia feito uma maria mole, mal se mantendo de pé, Raul ficou impaciente.

    “Vamos, temos muito a conversar, donzela.” disse, puxando o rapaz pelo braço e levantando-o como um saco de batatas, jogando-o no ombro.

    “E-ei!” O jovem Tenente exclamou, em protesto, mas devido aos ferimentos e ao veneno se espalhando em seu corpo, não conseguia fazer muito a respeito.

    “S-solte o Líder!” Kelly disse, hesitante. Ela sabia perfeitamente quem era o homem e o quão terrível e forte ele era, mas mesmo assim se colocou a frente dele. 

    “Olha só, que subordinada boazinha você tem.” disse, rindo, “Mas relaxa, mulher, só vou levá-lo para dar uma volta. Como nos velhos tempos, certo garoto?”

    “Velhos tempos uma ova, me solt-”

    BOOM!

    Antes que Fernando conseguisse terminar a frase, Raul desapareceu, deixando uma pós-imagem, enquanto todo o chão ao redor rachava-se, restando apenas uma Kelly perplexa no local.

    “Como vou explicar isso para a Subtenente?” perguntou-se, sem saber o que fazer.

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