Índice de Capítulo

    “Doutor… Acredito que ferir esse homem não seja o objetivo do Tenente.” disse Alfie, ao lado.

    Ouvindo o apelo de seu aluno e de seu Assistente, Wedsnagauer respirou fundo, acalmando-se. Então sua torção afrouxou-se, quando Zado finalmente pôde se mover um pouco.

    Depois que o Mestre de Runas soltou Zado, Alfie olhou mais de perto para a Matriz do Contrato de Vassalo que ele estava segurando e percebeu que ela era estranha.

    Analisando-a, estava claro que não havia sido produzida há muito tempo. Além disso, era possível notar que havia sido feita de forma grosseira. No entanto, mesmo sendo um trabalho ruim e simplório, ele sabia que Fernando ainda não era capaz de criar algo assim, já que mal havia aprendido os fundamentos das Runas, quanto mais fabricar Matrizes por si próprio.

    O jovem Tenente notou o olhar peculiar do homem em direção ao portal negro e moveu o dedo, fechando-o rapidamente.

    Dimitri, que estava vendo tudo isso, estava estarrecido. Ele já tinha visto Wedsnagauer antes, na batalha de retomada e, na época, ele não parecia nada além de um velho gagá, mas por trás daquela face inofensiva e demente, o sujeito era, na verdade, alguém monstruoso!

    O que diabos está acontecendo? Dimitri pensou, sem entender nada. Ele já achava impressionante que Fernando tivesse um Especialista Intermediário como seu subordinado, mas também havia um Mestre de Runas o apoiando?! Não importa o quanto ele pensasse nisso, não conseguia entender como um rapaz que veio do nada como ele há pouco mais de um ano, conseguiu o apoio de um velho monstro como esse.

    Vendo Wedsnagauer se conter, o jovem pálido suspirou, aliviado. Então caminhou em direção a Zado.

    “General, por favor, acalme-se.” disse, com uma voz indiferente, então voltou-se para os demais, especialmente Ilgner e Lenny, que pareciam descontentes com a situação. “Vocês também. Como eu disse, isso não é exatamente um Contrato de Vassalo.”

    Nesse momento, Alfie, que estava atrás da bancada, deu alguns passos à frente, analisando a Matriz em sua palma.

    “Assim como o Tenente disse. Essa não é uma Matriz de Contrato Vassalo.” O sujeito disse, analisando-a. “Normalmente, um Contrato de Vassalo possui uma relação de Mestre e Vassalo bem definida, mas essa Matriz apenas indica uma relação condicionada. O lado ‘Vassalo’ não precisa ser subordinado ao lado ‘Mestre’, a única definição clara é que nenhum segredo importante do lado superior do contrato pode ser revelado. Então seria mais preciso chamar isso de um tipo de Contrato de Sigilo. No entanto, a penalidade de morte pela quebra ainda existe. Se tentar revelar algo, a Matriz irá destruí-lo por dentro.”

    Muitos dos que conheciam Alfie Caiman e sabiam que ele era a pessoa que havia modificado as Balistas Explosivas, sabiam que ele era um ‘Especialista em Runas de nível Intermediário’, então, certamente sabia sobre o que estava falando.

    “Você espera que eu acredite nisso?” Zado falou, levantando-se, quando as correntes ilusórias soltaram-no de seu aperto. “Você é subordinado ao garoto, claramente pode estar mentindo.”

    Nesse momento, Fernando interviu.

    “É por isso que não planejo obrigar ninguém a nada. Aqueles que se sentirem insatisfeitos ou não confiarem em mim a esse ponto, podem sair.” O rapaz pálido disse, apontando sutilmente para a porta. “Se alguém não pode confiar em mim quanto a isso, não vejo por que eu deveria fazer o mesmo. Apenas peço que não comentem sobre o que viram ou ouviram nesse lugar quando saírem.”

    Muitas das pessoas na sala, incluindo Ilgner e Lenny, que ficaram intimidados ao ouvirem sobre um Contrato de Vassalo, acalmaram-se quando ouviram a explicação a respeito. Ao pararem para pensar, deduziram que as palavras dele faziam sentido, afinal Fernando não era do tipo de pessoa que escravizaria seus subordinados a seu bel-prazer.

    Mesmo que o bárbaro loiro soubesse do caso peculiar de Argos e Bianco, essa era uma exceção devido à situação particular deles na época.

    Dimitri, Lerona e Zado tinham expressões complicadas em seus rostos, o General de cabelos espetados logo sentiu o olhar de Fernando cair sobre ele. Era como se essas palavras fossem direcionadas a ele próprio, já que o mesmo havia dado um ultimato ao garoto, exigindo comprometimento por parte dele.

    Essa parecia ser sua forma de respondê-lo, da mesma forma que ele exigia que Fernando confiasse nele, o jovem Tenente parecia estar lhe pedindo o mesmo.

    “Tudo bem, eu entendi.” Dimitri falou, quando olhou para o cristal, que projetava a Matriz do contrato e sem hesitar, inseriu seu Mana nela. Assim que o fez, o pequeno cristal quebrou-se em fragmentos, quando inúmeras Runas luminosas se espalharam a partir de sua palma, percorrendo seu corpo e afundando-se em sua pele.

    O Contrato de Sigilo havia sido selado, não havia mais formas de voltar atrás, mesmo um Mestre de Matrizes teria dificuldade em cancelar ou remover esse tipo de Matriz.

    “General?” Lerona exclamou, sem palavras. Ela nunca imaginou que Dimitri realmente se submeteria a isso tudo devido a um simples Tenente.

    “Está tudo bem, essa é a minha decisão. Você não precisa fazer isso se não quiser, Capitã Lerona.” O velho homem falou, com assertividade.

    Vendo aquilo, muitos dos membros do núcleo do Batalhão Zero se sentiram envergonhados. Dimitri, alguém que era um General e superior de Fernando, havia assinado sem pestanejar, enquanto eles estavam hesitando.

    Logo, Theodora e Karol fizeram o mesmo, para elas não havia muito o que pensar sobre, então seus próprios cristais se quebraram em partículas. O processo logo se repetiu nas mãos de Thom, Ronald, Kelly e muitos outros.

    Vendo as inúmeras Matrizes de Contrato explodindo e ligando-se a cada um deles, Wedsnagauer, que estava analisando toda aquela situação, ficou surpreso. Ele sabia que as pessoas em torno de seu aluno eram leais, mas ainda assim, não era fácil confiar toda sua vida a alguém de forma tão leviana.

    “Caiman…” O Mestre de Runas falou.

    “Sim, Doutor, eu sei.”

    Logo os dois homens também assinaram o contrato. Mesmo que sentissem que a Matriz era extremamente rústica e mal feita, sabiam que isso não iria afetá-los em nada, afinal eles nunca planejaram contar quaisquer segredos de Fernando para outras pessoas.

    O próprio Fernando ficou surpreso ao ver todos fazendo isso, já que ele esperava uma rejeição muito maior.

    Até mesmo Ilgner, após um momento de hesitação, acabou inserindo seu Mana na Matriz.

    Logo, com exceção de Lerona e Zado, todos os presentes haviam aceitado as condições.

    “Humph! Por que eu, um General, precisaria fazer algo assim? Se vocês não têm intenções de entrar em conflito com os Leões Dourados, me deixem sair.” O sujeito exigiu, com uma voz irritada.

    Fernando tinha um rosto inexpressivo, enquanto olhava para o General.

    Ele já tinha cogitado a possibilidade disso acontecer, mas não podia desistir tão facilmente. Após ter armado uma Matriz feita especialmente para contê-lo, o rapaz sabia que se permitisse que Zado saísse dessa forma, o General não só nunca mais o veria com bons olhos, como poderia até mesmo vê-lo como um inimigo.

    “Se é o que você quer, senhor, isso pode ser feito. No entanto, antes de tomar sua decisão, gostaria que visse algo.” Ao dizer até aí, Fernando moveu o pulso, então uma Bola de Fogo de tamanho razoável apareceu em sua palma. “Todos que podem usar magia, façam isso.” ordenou.

    Quando o jovem Tenente disse isso, muitos se entreolharam, sem entender. Mas os membros originais do Esquadrão Zero, sabiam muito bem o que ele queria dizer.

    Logo Emily, Kelly, Theodora, Karol, Noah, Lina, Cintia, Thom, Lance, Ronald, Ilgner, Ugo, Leo e mesmo Bianco e Argos, ergueram suas palmas, quando criaram suas próprias Bolas de Fogo.

    A visão de tantas pessoas usando magia ao mesmo tempo, fez com que Zado, Dimitri, Lerona, Wedsnagauer, Alfie e mesmo os outros membros do Batalhão Zero ficassem chocados.

    Mesmo que fosse normal alguns Batalhões terem um número considerável de Magos, ter tantas pessoas assim era algo simplesmente absurdo!

    Apesar de muitas pessoas eventualmente conseguirem usar Magia, incluindo aqueles menos talentosos, esse era um processo que levava anos, mas a maioria das pessoas naquela sala eram jovens que ainda tinham um longo caminho pela frente!

    “O que diabos…” Zado exclamou, intrigado, estando totalmente absorto na cena à sua frente.

    Embora alguns menos talentosos, como Ronald ou Ugo, tivessem Bolas de Fogo medianas, a maioria dos membros tinha magias razoáveis, que eram comparáveis ao tamanho de um pequeno melão. Mas os mais impressionantes eram Thom, Theodora, Kelly, Argos, Emily e Fernando, a magia dos seis era quase do tamanho de uma bola de futebol, irradiando calor.

    Gabriel, que viu tudo isso, ficou chocado. Ele já tinha visto alguns de seus companheiros usarem magia antes, mas não imaginava que tinham um domínio a esse ponto, acreditando que todos eram apenas iniciantes, já que alguns raramente demonstraram suas capacidades em público. Talvez por não confiarem em seu domínio da magia, ou por quererem manter isso como um trunfo secreto.

    Até mesmo Ilgner, que olhava para a palma de sua mão, tinha um olhar profundo em seu rosto.

    E pensar que um dia eu realmente conseguiria usar Magia tão facilmente. O sujeito pensou, intrigado e absorto. Mesmo sabendo o segredo envolvendo as Veias de Mana Expandidas, bem como Aptidão Absoluta, ele nunca conseguia deixar de se surpreender com o quão monstruosas essas coisas eram, transformando um Usuário de Habilidades bruto como ele, em um Mago Aprendiz num curto intervalo de tempo.

    “Há pouco mais de um ano, praticamente nenhuma dessas pessoas poderia usar Magia, mas agora podem. Se você quiser sair, General Zado, não vou impedi-lo. Mas se quiser entender como eu fiz isso, deve ficar.” Fernando propôs, com um olhar sério em seu rosto.

    Ele sabia que estava fazendo uma aposta arriscada, já que caso o velho homem apenas saísse, mesmo que não entendesse como ele havia feito isso nesse momento, não ficaria satisfeito até descobrir o segredo por trás daquilo e certamente usaria toda a sua autoridade e poder para isso.

    Fernando entendia bem disso, mas não tinha escolha, se ele quisesse construir um futuro para ele e os demais nos Leões Dourados, contar apenas com o apoio de Dimitri não seria mais suficiente, não com alguém como Herin o visando.

    Lerona também tinha um olhar peculiar em seu rosto, espantada. Quinze Magos em um único Batalhão! Se todos crescessem e se desenvolvessem, que tipo de futuro o Batalhão Zero teria? Apenas de imaginar isso, a mulher não pôde evitar respirar fundo.

    Tenente Fernando, afinal, quem é você? perguntou-se.

    O olhar de Zado estava fixo na visão dos inúmeros Magos, sua mão tremeu por um instante. Mesmo a raiva que o preenchia, foi apagada como se nunca estivesse ali desde o começo. Tudo que ele conseguia pensar agora era ‘como?’.

    O General olhou de forma peculiar para Fernando, então para o Contrato em sua palma.

    Swish!

    Logo o cristal quebrou-se, quando a Matriz preencheu sua pele, sem dizer uma única palavra, ele havia dado sua resposta.

    Ao lado, a Capitã Lerona fez o mesmo. Depois de verem aquilo, nenhum deles estava disposto a sair sem obter respostas.

    Plaft!

    Juntando as palmas das mãos, Fernando deu um leve sorriso.

    “Já que todos concordaram, então vamos começar. Quem quer ser a primeira cobaia?”

    Todos os que não entendiam do que o rapaz estava falando, tiveram uma mudança em suas expressões, sem entender do que ele estava falando.

    Em outro local, muito distante de Garância, uma estranha figura usando capuz e com uma máscara branca, com linhas azuis tribais, estava de pé, com uma lâmina fina em punho.

    No chão à sua frente, inúmeros corpos de homens usando armaduras estavam empilhados.

    Enquanto não muito distante, vários homens e mulheres, com roupas surradas e sujas, estavam ajoelhados, com suas mãos amarradas nas costas e logo atrás delas, havia Soldados segurando espadas, prontos para finalizar suas vidas.

    “Por favor, nos dê mais tempo, eu imploro. Nossa vila irá pagar os tributos, eu garanto!” Um homem velho e magro, em torno dos sessenta anos, falou, com lágrimas nos olhos. “Nós nunca deixamos de pagar, nunca! A colheita dessa vez foi ruim e só tivemos o suficiente para sobreviver, mas garanto que conseguiremos arrecadar o valor!”

    A figura mascarada parecia indiferente às súplicas, enquanto apenas observava silenciosamente o velho implorando. Atrás dele, as mulheres choravam, enquanto os homens tinham suas cabeças e olhares baixos, evitando contato visual com o mesmo.

    “Vocês não tinham o dinheiro para pagar suas dívidas com a Família Lopes, mas tinham o suficiente para contratar uma Guilda para montar guarda nesse fim de mundo. Um pouco contraditório, não acha?” indagou, com indiferença. “Infelizmente para vocês, não fui contratado para recolher dinheiro… mas vidas.”

    “Não, espere…” O velho homem, que parecia ser o chefe da vila, exclamou, sabendo o que aconteceria a seguir.

    “Desculpe, não é nada pessoal, apenas trabalho.” O mascarado disse, quando moveu sua lâmina fina tão rápido que o sujeito sequer sentiu algo, quando sua cabeça caiu para um lado, enquanto seu corpo para o outro, deixando as demais pessoas amarradas em pânico. “Acabem com o resto deles.”

    Ouvindo aquilo, os vários homens, trajados de armadura, sorriram brutalmente, quando um deles, um sujeito gigante, agarrou uma das mulheres ajoelhadas pelos cabelos, fazendo-a gritar.

    “Tudo bem se nos divertirmos um pouco antes?”

    Ouvindo a pergunta, a figura mascarada voltou sua atenção ao homem. Os demais ‘Soldados’ pareciam ansiosos pela resposta. Vendo isso, o mascarado guardou sua lâmina, quando virou-se de costas, andando para longe.

    “Façam como quiserem, contanto que terminem o trabalho.”

    “N-não!”

    “Pare, por favor!”

    Após receberem a confirmação, os vários homens armados não hesitaram, quando fincaram suas lâminas nos prisioneiros masculinos, degolando-os ou atravessando seus corpos sem a menor piedade. Enquanto outros começaram a arrastar algumas das mulheres para longe, enquanto era possível ouvir seus gritos e súplicas.

    Indo para um local isolado, do lado de fora da pequena vila, uma figura esguia e mascarada sentou-se ao lado de uma grande árvore, enquanto observava o fim do pôr-do-sol.

    A monótona vila, outrora pacífica e silenciosa, logo começou a ser iluminada pelo fogo em pleno anoitecer, que se alastrava de uma ponta a outra, enquanto gritos podiam ser ouvidos por todos os lados, causando uma sinfonia auditiva e visual terrificante.

    “Até quando vai ficar espreitando nas sombras?” perguntou, mesmo estando aparentemente sozinho ali. “Não gosto disso, apareça!”

    “Você parece chateado, algo te aborreceu?” Uma voz estranha soou, quando um homem alto e pálido, sem sobrancelhas, vestido com roupas negras que o faziam parecer uma sombra, surgiu de trás da grande árvore.

    A figura mascarada não reagiu a sua presença, parecendo saber que ele estava ali desde o começo.

    “Esses malditos animais, fazendo toda essa bagunça. Isso não é nada profissional… Por isso odeio usar mercenários como mão de obra.” reclamou, descontente.

    “Hoh, e o que pretende fazer com eles?”

    A figura mascarada não parecia incomodada com a pergunta.

    “Depois desse trabalho, eles não têm mais utilidade…” afirmou, de forma calma, então virou-se para o homem alto e magro. “Por que está aqui? O ponto de encontro não é esse.”

    “Heheh, não leve a mal, estava ansioso para ver a Máscara Branca, Maron, em ação. Você completou tantas missões em tão pouco tempo, que alguns dos superiores pediram que eu ficasse de olho em você. Realmente não tem interesse em se juntar a nossa Família Lopes? Garanto que receberá muito mais dinheiro e mão de obra adequada, sendo um Membro de Núcleo.”

    A pessoa chamada Maron, parecia indiferente a oferta, quando estendeu a mão.

    “Esse foi o último local, o pagamento.” exigiu.

    O homem alto e sem sobrancelhas, diminuiu seu sorriso, ao ver que o mascarado sequer considerou sua proposta.

    “Você sabe, assassinos solitários como você não costumam viver muito. Se quiser chegar à velhice, ter o apoio de uma organização como a nossa é fundamental.”

    Em resposta a insistência do homem, o mascarado agitou a mão com impaciência, pedindo por sua recompensa.

    Vendo isso, o sujeito pálido e magro parou de falar, apenas o encarando em silêncio, então moveu seu pulso, jogando uma Pulseira de Armazenamento em direção a ele.

    Agarrando o item, o mascarado conferiu o interior, então assentiu, guardando-o.

    “A Família Lopes tem mais algum trabalho para mim? Se não, nossos negócios estão encerrados.”

    O homem sem sobrancelhas ficou irritado com o descaso do sujeito em relação a sua ‘Família’. Mas lembrando-se das palavras de seus superiores, ele agiu com cortesia, então moveu novamente o pulso, tirando um Brasão de Armazenamento de Magia, o entregando.

    Normalmente, esse tipo de item era usado para transmitir Magias de uma pessoa a outra, mas também poderia ser usado para guardar certas informações sigilosas codificadas.

    Recebendo o item, o mascarado chamado Maron, não hesitou, quando verificou as informações.

    “Zona Divergente? Isso fica bem longe… A situação por lá também não é das melhores.” comentou, não parecendo ter gostado do conteúdo da missão, mas ao ver o valor a ser pago, seus olhos azuis por trás da máscara branca se arregalaram. “Vocês realmente estão pagando dez moedas de ouro pela morte de um simples Tenente?!”

    “Normalmente não pagaríamos tanto, mas enviamos uma equipe para lidar com isso, com um Membro de Núcleo a liderando, mas perdemos contato. Presumimos que eles falharam e foram mortos…” O sujeito sem sobrancelhas falou, parecendo irritado. “É um alvo que causou danos a nossa Família Lopes por duas vezes, sua eliminação é prioritária, mas devido as Grandes Legiões estarem tão ativas nessa área devido à guerra, é um pouco difícil enviarmos alguém de alto nível para esse lugar distante. E então, acha que pode lidar com isso?”

    A figura de máscara branca ficou em silêncio, mas logo levantou-se.

    “Seu pedido foi aceito.” afirmou, com confiança. “Me encaminharei para o trabalho depois de fazer algumas preparações. Há algum limite de tempo?”

    “Nenhum, mas quanto antes for concluído, melhor, se você conseguir fazer isso dentro do próximo mês, nós pagaremos um bônus adicional.” Após dizer isso, o homem magro e sem sobrancelhas, andou lentamente em direção à parte de trás da árvore. “Espero ansiosamente por boas notícias, Máscara Branca, Maron.” Logo o sujeito desapareceu na escuridão da noite.

    Indiferente a saída do homem, Maron voltou sua atenção em outra direção. Os mercenários que ele havia contratado estavam saindo da vila, vindo em sua direção. 

    “Parece que acabou…” deduziu.

    “Hahahaha! Isso foi ótimo. Por que não pegamos trabalhos fáceis assim com mais frequência?” Um dos homens falou, parecendo orgulhoso e satisfeito.

    “Realmente, tudo isso é graças aquele cara…” falou, olhando para a figura, que estava de pé, frente a grande árvore.

    O enorme sujeito, que havia pedido a autorização do homem, logo andou a frente do grupo.

    “Está feito, senhor Máscara Branca. Nenhum sobrevivente, como você pediu.”

    Em resposta a isso, a figura mascarada fez um sinal de negação.

    “Você está enganado, não fizeram o que pedi.”

    Ouvindo isso, o enorme sujeito ficou confuso, assim como os demais. Eles haviam cumprido à risca todas as ordens, pois sabiam quão meticuloso ele era.

    “Nós matamos todos, como pediu. Checamos várias vezes a vila e os arredores, não resta mais ninguém.”

    “Não exatamente… Eu ordenei sem sobreviventes, mas ainda estou vendo alguns.”

    “Do que você está falando…” O sujeito grande demorou para entender, mas quando percebeu que o mascarado estava, na verdade, se referindo a ele e os demais, sua expressão mudou, ficando cheio de medo e raiva, sacou sua espada o mais rápido que pôde, apontando para ele.

    No entanto, quando estava prestes a atacar, notou a figura à sua frente desfazendo-se, em uma névoa densa.

    Ploft! Ploft!

    Então o homem ouviu algo caindo atrás dele, quando se virou, viu algo que o deixou aterrorizado. Com exceção dele próprio, todos os dez homens que ele havia trazido consigo estavam mortos!

    Quando ele… Suas costas ficaram geladas, ao perceber que todos simplesmente haviam morrido num instante! Seus instintos imediatamente lhe disseram para fugir dali, mas antes que pudesse sequer dar um passo, uma fina espada atravessou seu peito, rasgando-o ao meio.

    Vendo o corpo do homem caindo ao chão, o sujeito mascarado assentiu.

    “Agora, sim, seu trabalho terminou.” falou, de forma irônica. Mas logo ficou pensativo, então moveu o pulso, retirando o item de antes e olhando novamente para as informações do Brasão.

    “Tenente Fernando, Líder do Batalhão Zero, dos Leões Dourados… Não sei o que você fez para provocar essa gente, mas você me fará alguém muito rico.” disse, seu olhar cheio de expectativa e ganância, enquanto caminhava em meio ao chão, cheio de cadáveres.

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