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    “Heh! Grande coisa, alguém de nível três? Nossa equipe é composta inteiramente por membros de nível três.” Um homem alto e negro, da equipe de Josh Norton, disse com alguma hostilidade. “Quanto ao Atributo de Magia nível sete… Tsc. De que adianta isso se a Compatibilidade é tão lixo? Hahahahahah!”

    O homem estava bem orgulhoso e animado de vir a um mundo diferente e ser tratado tão bem. Os Executivos do Salão haviam bajulado ele e os demais na cerimônia, alimentando muito seu ego. Então, quando viu que não só ele e sua equipe não eram o centro das atenções ali, como um cara magricelo estava recebendo mais holofotes que ele, isso o deixou frustrado.

    “Marcus, de que adianta falar com esses lixos? Apenas os ignore e deixe que pensem que são algo.” Outro homem, caucasiano, da equipe de Norton, disse sarcasticamente.

    “Você tem razão, Karl. Erro meu.” O sujeito negro respondeu enquanto ambos riam arrogantemente.

    Josh Norton e o outro homem da Equipe 1 não deram a mínima para rivalidade que os outros dois estavam causando, agindo como se não tivessem nada a ver com isso.

    “Qual é a desses caras?” Ronald questionou com uma carranca. Eles estavam na deles conversando e esses caras começaram a menosprezá-los do nada.

    “O quê? Você tem algum problema com o que eu disse?” Marcus indagou, ameaçadoramente, enquanto estufava seus músculos. Seu braço era grosso feito um tronco de árvore.

    Apesar de não ser um covarde, Ronald sentiu algum receio perante um gigante desses. Nesse momento, Karol interveio.

    “Que tal você ficar na sua, grandão? Ninguém aqui tem medo de você para engolir seus insultos quieto.”

    “Mulher, é melhor tomar cuidado com o que fala. Não pense que, por ser uma garota, eu vou pegar leve com você!” Marcus ameaçou de forma arrogante, enquanto caminhava em direção ao grupo de oito pessoas. Karl estava logo atrás dele, apesar de não ser tão musculoso, o sujeito exalava uma pressão semelhante à do seu companheiro e era tão alto quanto.

    O grupo imediatamente se sentiu acuado, apesar de estarem em maior número, mesmo Karol e Ronald não responderam dessa vez, temendo piorar a situação. 

    Emily olhou em direção aos Instrutores em busca de ajuda, mas para sua surpresa, eles apenas olhavam casualmente sem se importar muito, mostrando que não tinham intenção de intervir.

    O coração da ruiva e dos outros afundou, enfrentar dois monstros de academia como esses, era algo assustador, e para piorar todos no recinto tinham armas! A chance de alguém sair gravemente ferido era grande.

    “Amigos, vamos nos acalmar, somos todos adultos civilizados aqui. Não é porque viemos para outro mundo que devemos perder nossos modos. Vamos começar de novo, meu nome é Noah, sou da Equipe Quatro.” O rapaz loiro argumentou nervosamente, se apresentando e tentando apaziguar a situação.

    “Calado, lixo! Não estou interessado no seu nome de merda.” Marcus disse enquanto avançava arrogantemente, ele parecia ter a intenção de socar o rosto de Noah.

    Nesse momento, um dos membros da equipe de Noah, percebendo as intenções do sujeito, correu para à frente, era um homem com o cabelo castanho curto. Seu nome era Lance, ele e o rapaz loiro se davam muito bem, por isso, não podia permitir ter um conhecido seu sendo agredido bem na sua frente. Sem pensar duas vezes, socou o rosto de Marcus.

    Pofft!

    O ataque atingiu em cheio a bochecha esquerda do sujeito negro, porém, para a surpresa de Lance, o homem não se mexeu no mínimo, em vez disso, um sorriso brutal e ameaçador se formou em seu rosto.

    “Que murro de mocinha.” Marcus disse, quando se moveu subitamente, lançando um soco em direção ao estômago de Lance.

    Graaahhh!

    O golpe atingiu o rapaz na parte inferior do estômago. Foi tão forte que ele vomitou tudo que tinha comido naquela manhã. Enquanto Lance agonizava de joelhos segurando a barriga fortemente, Marcus levantou sua perna com um forte impulso, chutando-o na área do peito. 

    Paah!

    O sujeito já estava fora de combate e não conseguiu reagir no mínimo, sendo enviado voando por mais de um metro, rolando no chão.

    Tudo aconteceu tão rápido que ninguém conseguiu reagir a tempo. Quando todos se deram conta, Lance já estava inconsciente a poucos metros.

    Vendo seu companheiro de equipe ser agredido tão brutalmente, Noah ficou irritado, mas ele sabia que não conseguiria enfrentar um monstro desse sozinho.

    “Thom, precisamos ajudar o Lance!” O rapaz loiro exclamou em direção ao seu companheiro de equipe, mas para sua surpresa, o outro homem imediatamente se encolheu e recuou dois passos ao ser chamado. 

    Noah estava desamparado, o sujeito estava com tanto medo que nem se atreveu a responder.

    “Muhahahah! Isso é tudo que vocês têm? Não deu nem para aquecer. Quem é o próximo?” Marcus disse enquanto estalava as juntas dos dedos. 

    Vendo a brutalidade do gigante à sua frente, ninguém se atreveu a encará-lo.

    Fernando estava nervoso com a situação, contudo, não era pelo fato do homem ter sido nocauteado, ele já teve sua cota de enfrentar valentões e apanhar na sua juventude. Apesar dos encrenqueiros sempre se cansarem dele eventualmente, isso não impedia que apanhasse às vezes, por isso estava acostumado a esse tipo de cena. O que o irritou foi outra coisa.

    Porra! Por que isso tinha que acontecer logo agora? Eu estava aproveitando um momento tão bom aqui!! Malditos trogloditas!! Fernando gritou mentalmente ao ver que Karol tinha se afastado dele devido à situação.

    “Que tal resolvermos isso de outro jeito? Não é necessário esse tipo de violência! Por favor, vamos nos acalmar!” Noah propôs novamente, exasperado. Ele não gostava do homem à sua frente, mas também sabia que não havia como enfrentá-lo. 

    Das oito pessoas ali, três eram mulheres e um estava com tanto medo que com certeza não ajudaria numa luta, além disso, Lance estava fora de combate. Então só restava ele mesmo, o homem chamado Ronald e o jovem chamado Fernando. Mas ao ver a aparência deste último, sendo tão pálido e magro, não estava muito otimista sobre suas chances, e isso levando em conta que apenas o cara negro chamado Marcus tinha agido, o caucasiano Karl sequer havia feito um movimento, apenas observando com uma expressão de deboche.

    “Me acalmar? Eu apenas senti vontade de surrar alguns otários, então não adianta implorar.” O sujeito negro sorriu em direção ao grupo amedrontado.

    “Tudo bem, acho que podemos resolver isso de outro jeito.” De repente, o homem chamado Karl, que não havia agido, falou.

    Isso surpreendeu as pessoas, inclusive Marcus que fez uma careta. O que esse cara estava fazendo ao tentar interferir na sua diversão?

    “Que tal isso? Podemos parar por aqui, mas vocês ofenderam meu amigo Marcus, isso não pode sair barato, vocês sabem. Então vamos fazer assim, se nos derem quarenta moedas de prata e essas três mulheres concordarem em fazer uma visita a mim e ao meu amigo para ‘conversar’ hoje à noite, podemos deixar o assunto morrer aqui, o que acham?” O caucasiano propôs em direção ao grupo. Seus olhos, cheios de luxúria, percorriam o corpo de Emily, Karol e Kelly, enquanto lambia suavemente seus lábios.

    A proposta chocou o grupo, não só ele estava exigindo 40 moedas de prata, que representava metade do dinheiro que as duas equipes iriam receber do Salão, como suas intenções em relação às garotas eram claras!

    Marcus sorriu lascivamente quando ouviu a sugestão do sujeito. Inicialmente ele só queria lhes dar uma surra e se impor, mas agora, seu colega surgiu com uma ideia muito melhor. Não só eles fariam algum dinheiro extra como poderiam dormir com algumas garotas. Ele olhou na direção de Karl e o mesmo imediatamente retribuiu assentindo, ambos concordaram em seguir com essa ideia.

    “Nós podemos lhes dar as moedas de prata para esquecermos tudo, mas apenas isso.” Noah propôs, tremendo internamente por ser humilhado dessa forma.

    “Corta a porcaria do papo, ou é do meu jeito, ou vamos resolver isso da forma difícil!” Karl falou, com uma expressão brutal finalmente aparecendo em seu rosto.

    Os rostos dos membros das duas equipes estavam cheias de pavor e medo. Outro membro do grupo, um sujeito com cabelo castanhos escuros que caia na altura dos olhos, da equipe de Noah, olhou em direção a Kelly e disse:

    “Kelly! Foram seus comentários e os dessa garota que irritaram esses caras, vocês precisam resolver isso! Não nos arraste para os seus problemas! Além disso, não é como se vocês fossem morrer por ‘conversar’ com eles por uma noite, por favor!” 

    “Thom! Você…” A garota chamada Kelly ficou chocado ao ouvir isso e, ao mesmo tempo, se sentiu enojada com o companheiro de sua própria equipe. Ele basicamente queria que ela e as outras duas meninas agradassem esses caras para que eles pudessem escapar de uma surra.

    “Seu lixo! Que tipo de homem você é?!” Emily esbravejou furiosamente em direção ao rapaz amedrontado.

    Noah também queria amaldiçoá-lo por ser tão covarde, mas realmente não conseguiu culpá-lo nesse tipo de situação, isso só pioraria tudo, então suspirou baixinho e pensou. 

    Esse novo mundo será bem brutal…

    “Covarde de merda… Fernando. Eu, você e Noah vamos para cima desses caras! Mesmo que a gente apanhe um bocado, não podemos deixar isso ficar assim!” Ronald cochichou em direção ao grupo.

    As pessoas olharam instintivamente para o jovem pálido. Apesar de sua aptidão não ser boa, pelo menos seus Atributos eram equivalentes ao nível 3, talvez eles pudessem fazer algo caso se unissem.

    Ronald estava ansioso, pronto para brigar a qualquer momento, no entanto, ao não receber resposta alguma, se voltou para Fernando apenas para perceber seu olhar apático. O rapaz parecia estar paralisado em choque!

    Isso baixou o moral de todo mundo, entretanto, ao pensarem com cuidado, era algo normal. Fernando era o mais jovem do grupo, além disso, ele era levemente magro e seu maior Atributo era Inteligência, sendo provavelmente apenas um garoto nerd na Terra. Esperar que alguém assim consiga lutar contra esses armários era algo totalmente irracional.

    Karol suspirou tristemente, no final foi o comentário dela que iniciou o conflito. Eles não estavam mais na Terra, nesse mundo as regras eram outras, não existia polícia para intervir e os Instrutores pareciam apenas estar gostando de assistir de lado. Ela estava arrependida de causar isso.

    “Tudo bem, eu vou com vocês depois, apenas deixe as outras garotas e os rapazes em paz!” pediu de forma firme, mas, no fundo, estava magoada e com medo. Apesar disso, tinha que se submeter a esses caras para proteger os outros, afinal, tudo isso havia sido sua culpa. Ela estremeceu só de pensar nas terríveis coisas que teria que passar essa noite.

    “Heh, acho que fui bem claro, eu disse as três. Como podemos ter uma boa ‘conversa’ com apenas você?” Karl sorriu maliciosamente.

    “Eu disse que eu vou! Se insistirem, então vocês não terão nada!” Karol ameaçou de forma determinada.

    Karl olhou para Marcus, ele estava em dúvida se aceitava ou não.

    “Que seja, cara, melhor um pássaro na mão do que três voando hahaha! Ela é suficiente para nós dois.” O sujeito negro disse sem se importar em mascarar suas intenções.

    Quando todos estavam desanimados em ter que suportar essa humilhação, uma voz estridente interveio.

    “Fale isso de novo, seu monte de merda! Eu vou acabar com vocês dois!”

    A fala enraivecida surpreendeu a todos. O grupo olhou em volta e viu a fonte, era Fernando! 

    A expressão apática de antes havia sumido, tudo que podia ser visto era um rosto calmo. Em seu olhar sereno um fragmento de ódio queimava profundamente.

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