Capítulo 41 - Malditos Orcs
“Você! O que você fez? Você acabou de matar a todos nós!” Edmund disse frenético.
A flecha que Kelly lançou atravessou o espaço entre as árvores cortando o ar com ímpeto. Devido a posição elevada a flecha ganhou ainda mais poder enquanto descia em direção ao seu alvo.
E o alvo que ela visava, era o Orc debruçado sobre a garota. Devido ao ato, o Orc estava com o peito nu, a pele grossa de animal que ele usava estava jogada no chão. O Orc estava completamente distraído segurando a garota que tentava resistir, então algo o atingiu.
Perfura
A flecha perfurou suas costas na região do coração.
Os outros Orcs que observavam o ato perceberam a flecha que atingiu seu companheiro, eles estavam um pouco surpresos, mas estranhamente eles não se alarmaram, nem tomaram posições de combate, eles apenas continuaram olhando para o Orc atingido.
O Orc atingido nas costas parou de se mover, então ele soltou a garota que estava segurando, a mesma desesperadamente se arrastou de baixo do monstro gigante, cravando suas unhas na terra e usando todas suas forças para ir o mais longe possível dessa aberração, mesmo aparentemente machucada e exausta, ela não parou de se arrastar.
“Ela conseguiu! Kelly matou um deles!! A garota está salva!” Emily disse contente.
“Tsk, ignorante! Preparem-se para lutar! Provavelmente a maioria de nós irá morrer hoje, talvez todos nós na verdade. Vou contatar o QG antes que isso aconteça, eles tem que saber o que houve aqui.” Edmund disse como se fosse o sua última missão em vida.
Antes de pegar o aparelho de comunicação Edmund pensou em algo e olhou para Fernando.
“Fernando, com aquele item mágico que você tem é possível que você tenha uma chance de escapar, vá agora, pelo menos você tem que sobreviver!” Edmund disse como se Fernando carregasse as últimas fagulhas de sua esperança.
As palavras de Edmund atordoaram Fernando, ele não sabia como responder, o homem estava lhe dizendo basicamente para fugir e deixar todos para trás.
Depois de uma breve ponderação, Fernando respondeu.
“Isso.. eu agradeço a consideração senhor Edmund, mas independente do que aconteça hoje, eu Fernando, não serei um covarde que abandona seus amigos.” Fernando respondeu com uma expressão firme e resoluta.
As palavras de Fernando desapontaram Edmund.
Se pelo menos ele escapasse.. ah que seja, se ele fugisse sozinho, então talvez ele não fosse tão bom quanto eu pensava, afinal. O fato dele ficar só me faz querer fazer esse pivete sobreviver ainda mais..
Vendo como Edmund estava sério e falava como se realmente estivesse prestes a morrer, todos finalmente notaram que a situação era pior do que esperavam.
Kelly tinha um coração pesado por ter arrastado seus companheiros, mas ela não se arrependeu, ela não conseguiria lidar consigo mesma depois de hoje, se não tivesse feito isso.
Enquanto Edmund se comunicava com o QG os outros se preparam para lutar, vendo que o Orc no chão não se moveu mais, Kelly e Emilly resolveram alvejar os outros Orcs.
Ambas lançaram saraivadas de flechas com tudo que tinham.
As flechas choveram enlouquecidamente. Um Orc que estava mais a frente dos outros foi o alvo principal, 3 flechas o atingiram, uma no ombro, uma na barriga e uma na perna.
Mesmo sendo atingido pelas flechas o Orc parecia não se importar muito. Ele olhou para a flecha presa em seu ombro, levantou a mão e simplesmente puxou a flecha como se estivesse arrancando uma farpa do dedo. Após isso ele olhou na direção geral de onde a flecha foi atirada e sorriu largamente. Como se estivesse contente e ao mesmo tempo zombando dos autores dos tiros de flechas.
Ao ver isso o coração de Fernando e de todos os outros tremeu. Essas coisas definitivamente não poderiam ser comparadas com os goblins!
Enquanto todos estavam abismados perceberam algo, o outro Orc que estava deitado no chão levantou lentamente. Ele pegou seu martelo e bateu com ele na flecha presa em suas costas esmagando-a. Depois de fazer isso ele bocejou como se estivesse com sono.
“Impossível, aquela flecha deveria ter acertado seu coração!” Kelly disse nervosamente.
Todos finalmente começaram a entender a gravidade da situação. Se mesmo as flechas que eram sua principal força de ataque mal arranhavam essas coisas como eles poderiam vencer? Isso não seria impossível?
“Não há tempo a perder. Já notifiquei o QG. Agora a melhor chance de sobrevivermos é atacar! Devemos atacar e cortar as cordas dos recrutas presos. Depois disso faremos com que todos se dispersem e fujam em direções diferentes, se alguém for sortudo talvez escape!” Edmund disse.
“Não seria melhor simplesmente fugirmos agora?!” Tom que sempre estava quieto perguntou em pânico.
“Fugir? Apenas nós? Hahaha, Orcs Marauders são fortes, velozes e o principal, são ótimos caçadores-rastreadores, uma vez no faro de um Marauder é impossível escapar dele. Temos que libertar os outros recrutas e fugirmos em direções separadas, se dermos sorte eles não conseguirao caçar a todos.” Edmund disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Quando os outros ouviram isso, seus corações cairam. Eles olharam para os rostos uns dos outros. Eles teriam que usar a vida de seus amigos para tentar fugir?
O mais afetado foi Fernando, desde que se aproximou desse lugar ele sentiu que algo estava errado, se ele tivesse ouvido seus instintos e feito todos recuarem… ou se ele tivesse impedido Kelly de atirar aquela flecha.. ele contou mentalmente seus erros de liderança que os levaram a essa situação mortal.
“Não há tempo a perder, avancem! As arqueiras atirem neles mirando suas cabeças, mesmo que não possam matar, será suficiente atrapalha-los! Quando os recrutas estiverem livres, apenas fujam!” Edmund liderou o ataque saltando das folhagens, Simon estava logo atrás. Ambos pareciam resolutos.
Sem terem escolha os outros seguiram atrás deslizando pela terra e descendo o barranco em direção aos 6 Orcs.
Vendo um grupo de humanos vindo em sua direção os Orcs não entraram em pânico, eles apenas riram.
“Huhuhuhuhuhu”
“Ma shara.” (Mais humanos.) Um dos orcs disse.
“Lavor ayh uorkormajal!.” (As mulheres são minhas!) O Orc sem camisa gritou.
“Olt drepa shapit.” (Não os mate muito rápido.)
Vendo os Orcs rindo e conversando deixou todos furiosos, parece que essas coisas nem os consideravam uma ameaça.
Logo eles se aproximaram dos Orcs, mas não foram diretamente em sua direção, mas avançaram pelo lado em direção aos recrutas, ignorando os Orcs.
Os Orcs perceberam que os humanos que apareceram do nada não tinham intenção de lutar, isso os deixou irritados, Marauders amam lutar, serem ignorados por esses humanos fracos insultou seus egos.
Fernando estava observando pelo canto dos olhos os Orcs a todo momento, então ele viu os Orcs correndo atrás deles.
Isso não foi surpreendente, era o esperado, mas o que o surpreendeu foi a velocidade absurda dessas coisas, a um momento eles estavam tão longe e em poucos segundos já estavam próximos e logo os alcançariam! Ele ficou abismado, como algo tão grande e pesado poderia correr tão rápido? Impossível!
Edmund e os outros também notaram os Orcs quase os alcançando, essas coisas já eram fortes, lutar com eles agora que estavam com impulso enquanto eles estavam no lado ruim sendo perseguidos era o mesmo que pedir para ser esmagados. Sem pensar duas vezes Edmund tirou um objeto circular de sua pulseira espacial e jogou para trás sem sequer parar para checar.
Boom
Uma pequena explosão atingiu o solo logo atrás deles, pegando os Orcs em cheio. Mas essa explosão apenas os fez parar por alguns segundos e logo eles voltaram a perseguir.
Nesse ponto Fernando e os outros chegaram até os recrutas ajolheados. Sem pensar duas vezes Fernando cortou com sua espada em direção as cordas que amarravam seus pulsos e tornozelos. Os outros fizeram o mesmo.
Ao contrário de suas expectativas os recrutas libertados não comemoraram ou ficaram felizes, pelo contrário, apenas horror estava estampado em seus rostos.
“Não!!! Não traga essas coisas até mim!” Uma das mulheres gritou em pavor.
“Vocês! Por que estão trazendo a luta até nós?! Maldição!”
Vendo os recrutas chingando e outros perdidos em medo deixou todos do grupo surpresos, o que essas pessoas passaram que nem se atreviam a resistir?
“Calados seus vermes! Agora é tarde para reclamar, se querem viver fujam! Fujam em direções diferentes! Eles não podem pegar a todos!” Edmund exclamou. Apesar de dizer isso nem ele mesmo acreditava, com a velocidade medíocre dos recrutas, não era impossível para os Orcs alcançá-los um por um.
Como se acendesse um interruptor em suas mentes os recrutas ajoelhados se levantaram e começaram a correr desordenadamente, eles fugiram em qualquer direção que não fosse a que os Orcs estavam vindo! Mesmo aqueles feridos não eram excessão, ninguém queria ser mais lento que a pessoa ao lado.
Depois de testemunharem sua violência, ao terem colegas mortos e destroçados, nenhum deles se atrevia a ficar esperando a chegada daquelas coisas e torcer por sua boa vontade em não mata-los.
“Vamos, temos que ir também!” Edmund disse enquanto corria em direção a floresta com os outros a reboque.
Nesse momento os 6 Orcs chegaram, eles pareciam trens atropelando tudo pela frente, ao verem seus ‘animais de estimação’ tentando fugir, os deixou irados. Eles se espalharam perseguindo os recrutas.
Um jovem com a perna ferida estava correndo, mesmo mancando ele tentava correr o máximo que podia, mas de repente sentiu algo agarrar sua cabeça e puxa-lo para trás.
“Nãooo!! Não me mate!” O jovem gritou desesperado.
O Orc levantou o jovem pela cabeça como se fosse uma galinha e olhou nos olhos dele com um sorriso de zombaria.
“Egor shara.” (Humano estúpido.)
Após dizer isso o Orc apertou sua mão em torno da cabeça do rapaz.
“Ahhhhh! Não! Me solta! Eu não vou fugir de novo! Por favor! Por fa-“
Plock!
Antes que o jovem pudesse continuar seus pedidos de socorro sua cabeça foi explodida pela mão nua do orc. Pedaços do crânio e muco cerebral vazaram para todo lado cobrindo a palma do orc.
O Orc sorriu ferozmente e levou sua palma até próxima de seu rosto, sentindo o aroma impregnado em sua mão como se fosse o melhor odor do mundo e então a lambeu com satisfação.
Fernando e os outros ouviram o grito do rapaz e seus gritos miseráveis antes de morrer. Ao ouvirem isso tanto Fernando e seu grupo quanto os recrutas dispersos correram ainda mais rápido.
Logo sucessivos gritos soaram ao longe, os recrutas mais fracos e feridos foram os primeiros a serem pegos, assim como o primeiro todos tiveram fins dolorosos.
Fernando havia visto pelo canto dos olhos a forma como o primeiro recruta morreu, isso o deixou aflito. A sensação de impotência, de ter de ver pessoas inocentes morrendo sem poder fazer nada. Seu coração palpitava feito louco, numa mistura de medo, raiva e arrependimento.
Enquanto corriam Edmund falou.
“O que vocês estão fazendo me seguindo? Que porcaria! Dispersem! Se continuarmos juntos logo eles nos pegarão!” Edmund disse irritado.
Assim que ele disse isso, todos puderam ouvir um som alto.
Thum thum thum
Sons de passos pesados podiam ser ouvidos não muito atrás deles.
Um dos orcs estava em seus encalços e logo os alcançaria.
“Eles está nos alcançando!” Noah gritou nervosamente.
“Que merda! Eu avisei vocês para se dispersarem! Vocês são idiotas por acaso?” Edmund gritou furiosamente, esses recrutas continuamente faziam burrices que os colocava um passo mais próximo da cova a cada vez.
A verdade é que apesar do plano definido, no final ninguém conseguiu se separar do grupo, seja por medo de fugir sozinho ou receio de abandonar seus amigos para a morte.
“Droga! Não tem jeito! Vamos tentar para-lo por um instante e depois cada um corre em direções diferentes! Quem puder sobreviver agradeça aos céus!” Edmund disse cerrando os dentes.
Assim que ele disse isso todos pararam subitamente e avançaram em direção ao orc.
O Orc que estava cheio de manchas de sangue parecia entendiado, era o Orc sem camisa. No entanto quando viu os humanos a sua frente pararem e percebeu que havia uma fêmea entre eles, seus olhos brilharam de alegria e brutalidade.
O Orc diminuiu sua velocidade, e teve sua visão focada em Karol, a única mulher do grupo. Para ele os homens eram como ar, ele nem lhes prestou a mínima atenção.
Vendo o Orc lhe olhando cruelmente enquanto babava, um arrepio se espalhou pela espinha de Karol, principalmente ao lembrar do destino daquela garota que ninguém sabia se conseguira fugir ou não. Levando em conta seus machucados era improvável que ela pudesse..
Ao perceber o orc com seus olhos fixados em Karol, o sangue de Fernando ferveu de raiva.
“Maldito! Atreva-se!” Fernando disse com raiva enquanto avançava em direção ao orc.
Vendo Fernando avançando os outros seguiram atrás se espalhando para atacar o Orc de todas direções.
Karol apesar de assustada também correu com sua lança em mãos, porém a cada passo ela sentia o medo aumentar, pois quanto mais se aproximava, mais a babá nojenta do orc escorria de sua boca enquanto ele lhe dava aquele olhar penetrante e horrendo.
Nesse ponto Fernando finalmente chegou até o Orc, ele balançou sua espada mirando as costelas do mesmo.
Finalmente o Orc desviou a atenção de Karol e olhou para o humano que tentava lhe atacar, ele simplesmente balançou seu martelo em direção a Fernando.
Percebendo o ataque vindo Fernando pensou em recuar, mas se o fizesse eles perderiam o ímpeto! Ele deveria suportar esse ataque!
Sem pensar duas vezes Fernando ativou seu Anel Domus focando toda sua mana em incremento de força.
Nome: Fernando Nobrega
Idade: 18 anos
Status: Recruta, Noviço 2 Estrelas, Mago Aprendiz
Nível: 3
Atributos:
Físico: 9(+3)(60 segundos restantes)
Inteligência: 10
Agilidade: 8
Magia: 7 (mana 10/70)
Mana até o próximo Nivel: 3007/4000
Compatibilidade: nível 5
Com 3 pontos extras de força, Fernando se sentiu mais confiante, ele continuou mirando sua espada na lateral direita do corpo do orc enquanto levantava seu pequeno escudo numa tentativa de defender ou desviar o golpe do orc. E então, finalmente os ataques de ambos se chocaram contra seus alvos.
Corta
Bang
O pequeno escudo de braço de Fernando foi imediatamente estilhaçado, o pesado martelo continuou em frente e atirou-o para mais de 3 metros de distância.
Vendo Fernando sendo arremessado como uma boneca de pano todos estavam em choque, mas logo um sentimento de raiva inundou suas mentes e eles avançaram sem medo. Mesmo Edmund que queria apenas criar uma distração e voltar a correr se encheu de ira.
Fernando apesar de ser quieto e calmo sempre passava um sentimento de confiança a seus companheiros, ele trazia uma estranha harmonia ao grupo que inspirava o grupo a continuar em frente.
Ver ele sendo atingindo brutalmente fez com que todos tivessem um lapso de pura raiva.
Edmund foi o segundo a chegar até o Orc, devido ao balanço do último ataque a guarda do orc estava completamente aberta do lado esquerdo e foi lá onde Edmund mirou seu ataque de espada.
O Orc viu o ataque vindo e apenas bufou friamente, ele decisivamente abandonou o martelo e defendeu o ataque entrando com as mão nuas.
Edmund ficou aterrorizado ao ver as mãos enormes do orc tentando agarrar seus braços. Então ele recuou levemente e mudou a trajetória do ataque para atingir seu braço esquerdo.
Como se esperasse isso o Orc simplesmente deixou o ataque acertar seu braço. A espada perfurou com nitidez atravessando a carne do Orc, mas o mesmo ignorou isso e simplesmente puxou o braço se desvinculando da espada cravada. Na verdade seu alvo real não era Edmund, mas Lance!
Lance pensou que o Orc estava distraído com Edmund, então focou sua espada longa na região do pescoço da criatura, mas para sua surpresa pouco antes do ataque atingir, o Orc se voltou para ele! Antes que ele pudesse reagir o Orc desviou do ataque chegando e agarrou firmemente seu braço esquerdo na região do cotovelo.
Um sorriso brutal se formou em seu rosto.
Crack
O som de ossos e carne se rompendo pôde ser ouvido com nitidez. O Orc apertou e torceu o braço de Lance até desmembrá-lo completamente.
“Ahhhhhhh.” Lance gritou a plenos pulmões.
“Nãooo!!!” Ronald que estava próximo gritou furioso avançando com sua espada num ataque quase suicida.
O Orc zombou disso enquanto jogava o braço desmembrado de lado e já estava planejando pegar a cabeça desse lixo que corria em sua direção, mas de repente sentiu uma dor excruciante na barriga. Ao olhar para baixo viu a região que o primeiro humano que ele enviou voando havia atingido, um longo corte que ia do umbigo até as costelas podia ser visto, sangue e vísceras vazavam da abertura.
“Nuooohhhhh.” O Orc gritou assustado.
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