Capítulo 267 - Resistindo
Todos olharam para o Major Dimitri com olhares cheios de significado. Com a força dele e seu domínio do voo, o mesmo poderia facilmente escapar do cerco, mas escolheu lutar ao lado deles.
Deve-se saber, que independente de quão forte alguém seja, contra números absolutos apenas a morte o aguardava. Ao ficar ao lado deles contra milhares de Orcs, o Major estava arriscando sua vida.
Fernando, Nina, Túlio, Ilgner e todos os outros que vieram com eles levantaram suas armas, prontos para lutar até o fim.
Ao longe, a horda de cerca de quase 3.000 Orcs avançava a passos largos. Quando se aproximaram, muitos Orcs viram o corpo de Barai no chão, morto. Rugidos e gritos furiosos soaram sem parar, era como se os soldados Orcs estivessem esbravejando.
Normalmente, quando seu líder era morto o normal seria as tropas debandarem, mas vendo tão poucos humanos cercados, não hesitaram em avançar.
Nesse momento Fernando levantou ambas as mãos, duas Lanças de Fogo surgiram acima de suas palmas.
Swish! BOOM! BOOM!
Não parando ai, continuou a lançar Lanças de Fogo sem parar, atirando aleatoriamente em diversas partes da linha de frente inimiga.
Quanto mana esse moleque tem?? Dimitri perguntou-se, cheio de espanto ao ver o jovem que parecia uma metralhadora de magias.
Não só ele, mesmo Raul tinha um olhar profundo, a quantidade de mana que Fernando usou desde o início da batalha era simplesmente absurda demais. Qualquer mago normal já estaria seco depois de lançar algumas magias. Como alguém que sabia da compatibilidade pobre do jovem, ficou ainda mais intrigado.
Mesmo que ele fosse um gênio sem igual, é simplesmente impossível ter tanto mana dessa forma… Raul pensou consigo mesmo.
Apesar do leve espanto, Dimitri deixou o assunto de lado, mesmo que fosse algo impressionante, não era mais importante do que sobreviver. Levantando sua alabarda, arcos elétricos surgiram sem parar.
Buzzztttt!
Os raios elétricos cobriram um raio de mais de 30 metros.
Bang!
Quando o primeiro dos Orcs chocou-se contra o perímetro, foi lançado longe, seu corpo completamente carbonizado.
Bang! Bang! Bang!
Como mariposas indo em direção a luz, os Orcs avançaram sem parar, morrendo aos montes.
Logo pilhas de corpos carbonizados acumularam-se no perímetro da magia de Dimitri, todos ficaram impressionados com isso.
Apesar disso, quando centenas de Orcs morreram, o rosto do Major franziu-se, então os arcos elétricos começaram a lentamente diminuir.
“Preparem-se para o combate, não vou conseguir segurá-los por muito tempo!”
Ouvindo essas palavras, enquanto olhavam para seu entorno, todos tinham rostos sombrios, não importa para qual lado olhassem, multidões de inimigos estavam aglomerando-se ao redor.
Depois de ouvir isso, Fernando, que estava encharcado de suor, parou de lançar magias, mesmo que ele tivesse abatido algumas dezenas de inimigos fazendo isso, parecia ser inútil diante do número absurdo que chegava sem parar. Então correu em direção a Raul, que mal estava se aguentando de pé.
Se eu quiser aumentar nossas chances, preciso curar o Tenente Raul. Fernando pensou.
Ao chegar ao lado do homem, viu os diversos ferimentos espalhados por seu corpo, não só ele estava encharcado do próprio sangue, como havia fraturas expostas aqui e ali.
Ao notar as intenções de Fernando, Raul deu um sorriso de desdém.
“É inútil moleque, eu to ferrado demais. Logo a barreira do Major vai cair, é melhor poupar energia.” disse, com dificuldade.
Fernando fez ouvidos surdos à declaração do mesmo e colocou sua mão na região da costela esquerda. Sob a armadura de metal, a marca de uma palma podia ser vista.
Mesmo com um golpe aleatório, o Orc Lord conseguiu ferir o Tenente Raul até esse ponto… pensando nisso, não conseguiu evitar de imaginar o que teria acontecido se tivesse usado sua arma, um arrepio percorreu sua espinha ao lembrar-se da criatura levantando seu grande machado contra si.
Túlio que viu a cena do Tenente mal se mantendo em pé tinha um certo pesar em seu rosto, caminhando até o corpo do Orc Lord puxou a espada cravada em seu corpo e foi em direção a ele.
Vendo o Sargento segurando sua espada com as duas mãos à sua frente, Raul tinha um rosto calmo. Então pegou-a.
BOOM!
Nesse momento a magia de Dimitri caiu, lançando arcos elétricos para todas as direções.
“Armas em punho!!” gritou Dimitri, levantando sua alabarda.
“Shapag!” (Vingança!) Um Orc gritou, levantando seu machado.
Centenas de outros rugiram em seguida, gritando “Shapag”, enquanto avançavam sem medo.
Todos se prepararam para enfrentar os inimigos que se aproximavam.
“De costas um para o outro, de costas!” Dimitri gritou.
Todos entenderam e rapidamente fizeram um círculo com suas costas voltadas para o centro. Os inimigos vinham de todas as direções, então era a única forma de defenderem-se, confiando que os companheiros atrás e ao lado defenderiam sua retaguarda.
Swish! Bang!
Os primeiros Orcs entraram em contato. Com um balanço poderoso e veloz, Dimitri cortou para a frente, um rastro de luz seguiu sua alabarda, cortando mais de dez Orcs no caminho. Não parando por aí, continuou a atacar, com cada balanço, algumas dúzias caiam.
Intimidados com a força absoluta desse humano, os Orcs começaram a dar a volta, tentando atacar dos outros lados.
Bang! Ting!
Fernando defendeu-se com suas duas espadas, atacando sempre que via uma oportunidade. Três, quatro, cinco Orcs caíram em sucessão.
Ao seu lado, Raul manteve uma posição defensiva e passível, mal conseguindo defender-se dos Orcs comuns, o completo oposto do poderoso Tenente que criava pilhas de corpos por onde passava.
Vendo a fraqueza do humano, os Orcs se aglomeraram em direção a ele, como cães farejando sua presa. Se não fosse o fato de a área que podiam ocupar era ínfima, teriam inundado-os com seus números.
Os ataques estavam intensos, logo um golpe de raspão pousou no ombro de Raul, fazendo-o ajoelhar-se. Um Orc, com um rosto brutal e cruel, levantou seu machado à sua frente. Raul levantou o rosto, mal conseguindo respirar devido ao ferimento em seu torso.
Bang!
Com um chute, Fernando enviou Raul voando para trás, escapando por pouco do machado do Orc, que rugiu, cheio de raiva ao perder seu alvo.
Raul caiu no centro do círculo defensivo, levantando o rosto, olhou na direção do jovem.
“Esses moleques de hoje em dia, não tem respeito pelos mais velhos.” Raul disse, meio rindo, meio tossindo.
Swish! Bang! Swish! Bang! Swish! Bang!
Como se fosse um tornado, Ilgner varreu os inimigos, a cada balanço de seus machados, corpos e membros voavam para todos os lados. Seus cabelos loiros soltos contrastavam com seu rosto cheio de sangue.
Túlio, que estava ao lado, tinha olhos arregalados.
Esse cara não está longe do nível de um Tenente!
Em grande parte, graças aos ataques cheios de magia elétrica de Dimitri, todos conseguiram se manter, mas estavam chegando ao limite. Logo dois soldados comuns caíram, obrigando-os a apertar o círculo defensivo.
Nesse momento, do grupo de antes, apenas dez restavam, os primeiros a cair foram os soldados, que não tinham força ou resistência para suportar a batalha frenética.
Nina, Túlio, Fernando, Ilgner e Dimitri eram os principais lutadores, enquanto Raul estava no meio do círculo defensivo, além deles havia mais quatro soldados, todos tinham rostos cheios de agonia e dor, era claro para todos que eles não resistiriam por muito mais tempo. Mesmo Nina e Túlio sentiam que estavam chegando ao limite.
Matando os humanos cercados aos poucos, os Orcs lançavam gritos de guerra, cheios de euforia.
Thud! Tum!
Nesse momento, sons de cornetas tocando foram ouvidos. O grupo tentou buscar de onde vinha o som, mas tudo que conseguiam ver era um mar de orcs furiosos, até que hastes foram levantadas ao alto, bandeiras com um Leão Dourado tremulavam ao vento.
“Huh, finalmente, quanto tempo eles planejavam me fazer esperar?” Dimitri disse, com um rosto cheio de desagrado.
Baque! Bang!
“HOOOHH!” Gritos podiam ser ouvidos ao longe, aproximando-se cada vez mais.
Os Orcs que estavam tentando matar os humanos de repente ficaram assustados, logo muitos começaram a correr para todas as direções. Como uma manada, os Orcs fugiram, muitos largando suas armas, enquanto outros pisoteavam os mais lentos.
Logo o Capitão Boris, liderando a Cavalaria Tarky surgiu, esmagando os Orcs que fugiam.
Fernando e os demais exalaram suspiros de alívio, caindo no chão, completamente exaustos.
Dimitri tinha uma respiração pesada, mas manteve-se de pé, mesmo que estivesse cansado, como um Major, tinha que manter uma imagem respeitável, se não fosse isso, talvez ele estivesse esparramado no chão junto aos outros. Depois de lutar contra um Orc Lord e sobreviver ao cerco de uma horda, não restava um pingo de mana em seu corpo. Há algum tempo ele vinha lutando apenas com seu corpo, sem magia, se o reforço não tivesse chegado, mesmo ele duvidava que resistiria por mais tempo.
Parte da Cavalaria de Lagartos Tarky destacou-se, dando a volta e circulando o grupo de Dimitri, então parou.
“Major.” Boris disse, ajoelhando-se e cumprimentando Dimitri com uma saudação.
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