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    “Hah!!!” A Sexta e Sétima Brigadas avançaram de um lado, enquanto do outro, uma gigantesca e furiosa horda de Orcs, com mais de 10.000 Dobats. Vendo essa cena, Dimitri sentiu-se tonto.

    A partir do Sul, a Oitava Brigada estava segurando 5.000 Orcs, com apenas 2.000 homens. E agora, a Sexta e Sétima, com apenas 4.000, teriam que enfrentar mais 10.000 vindos do leste. Ou seja, eles estariam em uma desvantagem de um homem para mais de dois Orcs. Não importa como se olhasse a situação, era desesperadora!

    Normalmente, os Humanos usavam seus números e estratégias superiores para enfrentar os Orcs, sempre os combatendo com pelo menos o dobro de soldados, mas agora o cenário era inverso, os Humanos, que já eram naturalmente mais fracos, estavam em menor número!

    Dimitri olhou para trás, onde a Nona Brigada estava. Ele ainda tinha 2.000 homens, com quatro Batalhões na reserva. O problema é que essas tropas eram destinadas à proteção das Balistas Explosivas.

    Além disso, mesmo que ele usasse uma parte, ou mesmo todas as tropas da Nona Brigada, seria como tentar preencher um balde furado, isso não mudaria o quadro geral do campo de batalha, apenas iria amenizar o problema.

    “G-general, se não agirmos agora…” Um Capitão combatente disse, com medo em seus olhos.

    Nesse ponto, mesmo as tropas comuns, compostas majoritariamente de Soldados, começaram a entrar em pânico ao perceberem o problema em que estavam. A situação, que já não estava boa, havia piorado muito!

    Franzindo a testa e colocando a mão no queixo, Dimitri começou a pensar em contra-medidas. Mesmo que ele próprio fosse ao combate, liderando um dos lados, não seria de grande utilidade. Até um General poderia acabar sucumbindo pelos números, quanto mais ele que tinha a força de um Major, apenas Grandes Magos e Cavaleiros tinham o poder necessário para, sozinhos, influenciarem todo um campo de batalha.

    Após pensar por um curto período de tempo, o velho homem decidiu-se.

    “Contacte o QG, solicite reforços!”

    “Sim, senhor!” O Capitão respondeu, apressadamente.

    Dimitri estava relutante em pedir apoio, já que um dos alicerces do plano era que tanto a Quinta, quanto a Primeira Divisões, fossem capazes de garantir terreno por algum tempo. Entretanto, ele logo chegou a conclusão que todos os planos seriam inúteis, se, por algum motivo, os inimigos conseguissem perfurar suas fileiras e destruir as armas de guerra.

    Poucos segundos depois, a resposta chegou, fazendo o Capitão ficar pálido.

    “S-senhor, o QG respondeu nosso pedido de apoio. Segundo eles, não há mão de obra disponível no momento. A Segunda e Quarta Divisões acabaram de entrar em combate com o exército central Orc e a Primeira Divisão solicitou reforços antes, então eles estão na frente em ordem de prioridade. Ordenaram que mantivéssemos terreno até a ajuda estar à disposição.”

    A expressão do General afundou ao ouvir isso.

    “Tem certeza disso, senhor? Se a Quinta Divisão ruir, nós teremos inimigos vindos pelo flanco direito.” Um Major disse, olhando para Herin.

    Wayne havia optado por uma formação de linha expandida, onde havia o flanco direito, composto pela Quinta Divisão, o flanco esquerdo, composto pela Primeira Divisão, as forças centrais, formadas pela Segunda Divisão de Cavalarias e a Quarta de Infantaria e por fim, as tropas reservas, com a Terceira Divisão. Era uma típica formação militar padrão, mas apesar de ser comum, era extremamente versátil, podendo moldar sua atuação tanto ofensiva, quanto defensivamente.

    Entretanto, havia um problema na atual estratégia adotada pelo exército de Wayne. Normalmente, nesse tipo de ocasião, se adotaria flancos poderosos, com um exército central propositalmente fraco, para atrair um ataque em pinça do inimigo. Mas atualmente, a situação era inversa, os flancos estavam com o mínimo de tropas, enquanto as forças centrais estavam extremamente reforçadas.

    Isso acontecia por um único motivo. O QG planejava usar a superioridade das forças centrais para fazer um ataque poderoso e impactante, ao mesmo tempo que dividia o exército inimigo, que seria atraído pelas Balistas, diminuindo ainda mais as forças do meio.

    Ou seja, seria uma batalha de velocidade! Ou os Orcs destruiriam os flancos, ou os Humanos destruiriam o exército central inimigo. Aquele que tivesse êxito primeiro, seria o vencedor!

    Apesar do questionamento, Herin parecia imperturbável com as palavras do sujeito, como se já estivesse ciente disso.

    “Se eles não puderem aguentar, então são inúteis. Temos problemas maiores agora.” falou, olhando para o campo de batalha ao longe, onde as cavalarias e a Infantaria da Quarta Divisão se chocavam contra os inimigos.

    Apesar de, até o momento, a maioria dos planos estarem seguindo conforme o planejado, havia uma variante poderosa, que estava os atrapalhando. E esta era o Orc Lorde Soberano!

    Como General Assistente de Wayne, Herin sabia que se o pedido de apoio chegasse ao Comandante, seria acatado, e ele não poderia permitir isso! Reduzir as forças centrais nesse momento desvirtuaria todos os planos! 

    Mesmo correndo o risco de perder cinco das dez Balistas, esse era um risco que ele estava disposto a correr.

    Me desculpe Dimitri, mas mesmo que você morra, é melhor levar o máximo deles com você!

    “Andem com isso, suas lesmas, não temos o dia todo! Carreguem, carreguem, ou seremos todos comida de Orcs!” Jack gritou, de um lado ao outro, enquanto supervisionava o reabastecimento das Balistas. Acima dos céus, alguns Capitães combatentes protegiam o espaço aéreo ao redor das armas, impedindo os ataques dos Ogros de atingi-las.

    “Major Jack, com exceção do Batalhão Zero, escolha dois Batalhões e os envie para o Sul, para apoiar as tropas de Oliver, também foque duas das Balistas em alvejar os inimigos do Leste, não permita que eles se aproximem demais.” Dimitri ordenou.

    Ouvindo os comandos, Jack Vigari franziu a testa, cheio de desgosto.

    “Ceder metade da porra da defesa? O que esse maldito está pensando?!” O velho caolho resmungou, fora da comunicação. “Leila, Hélio, peguem seus Batalhões e vão ajudar na linha do sul, o restante de vocês fiquem em prontidão!”

    Após dizer isso, o homem olhou para o jovem Tenente do Batalhão Zero, perguntando-se se o rapaz era o filho bastardo de Dimitri, já que ele sempre enfatizava sobre mantê-lo longe das linhas de frente.

    Os Tenentes Hélio e Leila, apesar de surpresos com a ordem repentina, rapidamente começaram a mover suas tropas, levando consigo 1.000 das 2.000 tropas da Nona Brigada. Restando apenas o Batalhão Zero, de Fernando e o Batalhão de Bemir.

    Essa situação deixou Jack extremamente descontente, proteger cinco enormes Balistas com pouco mais de dois Batalhões seria um grande desafio. Se não fossem os Capitães combatentes, que mantinham o espaço aéreo seguro, ele não estaria confiante em mantê-las a salvo.

    Na área do quartel provisório da Quinta Divisão, Dimitri estava com uma expressão séria. Ele entendia perfeitamente as intenções do QG, por isso não insistiu no reforço.

    Pelo contrário, decidiu segurar-se o máximo possível. Primeiro ele iria reforçar a Oitava Brigada, liderada pelo Major Oliver. Atualmente, o homem era a maior força naquela Divisão, se houvesse a possibilidade de uma virada nessa batalha, sentiu que definitivamente viria de lá.

    Por outro lado, também sabia que o QG queria um bombardeio incessante nas forças centrais, para reduzir seus números, mas mesmo sabendo disso, havia destacado duas das cinco Balistas para bombardear os 10.000 Orcs que vinham do Leste, caso contrário, a Sexta e Sétima Brigadas seriam aniquiladas muito rapidamente e os próximos alvos seriam obviamente as armas de guerra!

    Enquanto observava as movimentações das tropas e os combates que começavam de ambos os lados, Fernando sentiu-se cada vez mais incomodado.

    Algo não está certo…

    Mesmo que ele fosse inexperiente e leigo em estratégias militares, era experto o suficiente para saber que se Dimitri havia movido dois Batalhões, mesmo sabendo da importância das Balistas, significava que a situação estava pior do que ele havia imaginado.

    Enquanto pensava nisso, olhou para Theodora, que estava ao seu lado. A Medusa tinha olhos fixos no céu, enquanto parecia confusa.

    “O que houve Theodora?” perguntou, com curiosidade.

    “Nada de mais líder, apenas estou sentindo um cheiro de… chuva? Talvez.” falou, com incerteza.

    “Chuva?” Fernando perguntou, olhando para o céu claro acima de suas cabeças.

    Respirando fundo, o jovem rapaz não conseguia sentir qualquer cheiro que não fosse de terra, suor, metal e sangue.

    Apesar disso, não achou que a mulher estivesse enganada. Como uma meia-Elfa Negra, ela tinha sentidos muito mais apurados que Humanos.

    De repente, ele pensou em algo.

    “Use seus olhos Theodora, olhe para o céu.” Fernando disse.

    A Subtenente parou por um momento, em dúvida. Ela entendeu o que seu líder quis dizer com “seus olhos”, ele estava insinuando que ela usasse sua visão apurada de Medusa.

    “Ilgner.” O rapaz chamou.

    O Bárbaro loiro, que estava não muito longe, ouvindo a conversa, imediatamente soube do que ele estava falando. Ambos, Fernando e Ilgner, aproximaram-se da mulher, usando seus corpos e armaduras para cobri-la.

    “Hhm, isso é um pouco excitante…” Ela disse, ao olhar os dois se aproximando, um de cada lado.

    Ouvindo isso, Fernando revirou os olhos, com alguma irritação.

    “Apresse-se.” 

    A Medusa deu um leve sorriso travesso, enquanto levantava seu rosto para o alto. Logo seus olhos brilharam rapidamente com uma cor prateada.

    Foi apenas rapidamente e por um instante e como a maioria das pessoas estava focada nas batalhas que aconteciam, assim como na segurança das Balistas, ninguém percebeu o estranho fato.

    “Líder… Tem algo vindo.” Theodora falou, sua expressão ficando séria.

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