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    Loi saltou na direção da oponente, preparando um chute rápido. No entanto, a adversária esquivou-se, todavia, era uma finta e a destemida girou o corpo e desferiu uma benção girada com o pé direito. Ui, cautelosa, recuou para o lado, antecipando o movimento.

    Ao prever a esquiva, não hesitou e impulsionou a outra perna para lançar um chute martelo no ar. Mais uma vez, Ui reagiu a tempo e abaixou-se para evitar o impacto. 

    Sem interromper o fluxo de seus ataques, aproveitou a rotação e, com um movimento fluido, desceu uma meia-lua com a perna direita. O golpe atingiu o chão com força, rachando a superfície sob seus pés.

    — Esquivou de novo. Tá com medinho?

    Ui, que havia pulado para trás, respondeu, visivelmente incomodada:

    — Será… — disse, tentando disfarçar a irritação.

    A mestiça concentrou força nas pernas e desapareceu em um instante, surgindo logo atrás da adversária. Sem hesitar, lançou uma voadora potente, mas o vento que envolvia Loi girou contra o impacto e desviou o golpe com brutalidade. A investida de Ui foi repelida com tanta força que a lançou direto contra a parede e reduzindo-a a escombros.

    Ao emergir dos destroços com um sorriso nos lábios, Ui declarou:

    — Sério? Nem com isso?

    Loi, que logo voltou a gingar, olhou para ela com um sorriso desafiador e disse:

    — Agora, me diga, quem é a presa agora?

    Ui, ao ouvir a pergunta, sorriu, mostrando todos os seus dentes brancos, e respondeu com confiança:

    — Essa luta já está ganha!

    Loi avançou sem hesitação, focada em seu alvo. Ui firmou os pés no chão, os olhos atentos a cada movimento da adversária. Assim que a distância diminuiu, a destemida saltou, girando o corpo no ar com agilidade. A mestiça ergueu o rosto e captou o brilho desafiador no sorriso da oponente antes que o ataque viesse.

    O primeiro chute rasgou o ar em sua direção, veloz e preciso. Ao antecipar o golpe, Ui desviou para o lado, mas um instante depois percebeu o engano. O ataque não passava de uma finta. 

    Sem perder tempo, aproveitou a abertura e disparou um segundo chute com a outra perna. Ui, porém, não se deixou apanhar. Com reflexos aguçados, inclinou o corpo e se esquivou novamente e sentiu o vento cortante do golpe passar rente a ela.

    Como? Como ela está prevendo meus ataques? A nossa velocidade não é tão diferente assim.

    Ela mantinha a ginga, os movimentos calculados, mas a dúvida começava a se infiltrar em sua mente. Algo não estava certo. Do outro lado, Ui permanecia imóvel, o sorriso tranquilo nos lábios, como se a vitória já estivesse garantida.

    Quero ver escapar dessa! declarou a destemida.

    Loi se aproximou, ficando frente a frente com a mestiça, e iniciou uma sequência de golpes rápidos. No entanto, cada ataque encontrou apenas o vazio, pois a adversária desviava com facilidade. A cada esquiva, começava a perceber algo inquietante — sua oponente parecia estar ficando cada vez mais rápida.

    Ao buscar romper aquela defesa, ela lançou uma armada, girando com força no ar. Ui, porém, inclinou levemente o corpo e permitiu que o golpe passasse rente acima de sua cabeça. Sem interromper o fluxo dos movimentos, Loi aproveitou o giro e tentou surpreendê-la com uma rasteira, mas novamente seu alvo se esquivou pulando.

    Ainda em rotação, o demônio manteve a ofensiva e desferiu uma meia-lua. O ataque quase a acertou, mas, em um reflexo ágil, ela afastou com a mão no último instante e evitou o impacto por uma fração de segundo.

    Agora!

    A destemida refletia enquanto pressionava a mão contra o chão. No mesmo instante, um demônio invocado emergiu. Sem perder o ritmo, girou o corpo e preparou mais um golpe em meia-lua.

    Ui reagiu sem hesitação. Com um movimento veloz, desferiu um golpe certeiro na criatura recém-invocada, extinguindo-a antes que pudesse agir. No entanto, antes que pudesse respirar, o chute giratório de Loi já vinha novamente em sua direção. Ao observar o ataque se aproximar, a mestiça formulou um pensamento.

    Esquivei, idiota! pensou, ao esquivar a meia-lua.

    A destemida sorriu com uma confiança maliciosa, e Ui, que havia relaxado por um momento, não percebeu o perigo iminente. A meia-lua que estava vindo não era uma simples variação do golpe anterior. Era a “meia-lua reversão”. Quando a outra perna dela, até então apoiada no chão, se levantou, o seu alvo já estava em sua linha de mira.

    Antes que pudesse reagir, atingiu com precisão o queixo de Ui com o movimento, e em seguida o seu corpo girou como um mortal para trás.

    A mestiça cambaleou, ao sentir o impacto doloroso. O golpe tinha sido mais forte do que ela esperava. Loi, já de volta à sua postura de gingado, olhou para ela com um sorriso travesso.

    — Machucou não é?

    Ui, por sua vez, não parecia se importar com o golpe. Com calma, ela tocou seu queixo e ajeitou-o como se estivesse somente consertando algo simples. Com um sorriso tranquilo, ela disse:

    — Se for só isso, nunca vais me vencer.

    — Não cante vitória antes de matar o seu oponente.

    — Desculpa, mas você já foi derrotada!

    Loi, irritada pela tranquilidade de sua adversária, não hesitou em voltar à ofensiva. Ela lançou uma sequência furiosa de ataques, cada um mais rápido que o anterior. Às vezes, um ou outro golpe atingia seu alvo, mas a maioria era esquivada com precisão.

    Ui, no entanto, parecia alheia aos poucos danos que sofria. Sua expressão permanecia serena, como se cada golpe desviado fosse somente parte do jogo, e ela continuava se movendo com a mesma calma, sem demonstrar preocupação.

    Ela está ficando mais rápida… Como?

    A destemida intensificou seus ataques, mas a cada movimento, a frustração aumentava. Seus golpes, que antes tinham alguma chance de acertar, agora falhavam completamente. 

    Ui, com uma calma impressionante, desvia de todos os ataques de Loi, como se fossem movimentos lentos e previsíveis, como se estivesse lutando contra uma criança.

    A sensação de impotência se agravou, e, em meio à luta, percebeu o que acontecia. Seus ataques, antes rápidos e certeiros, haviam se tornado tão lentos que ela mesma notou a mudança.

    — Como… Como estou tão lenta?

    — Finalmente notou, sua idiota! — disse Ui, deixando transbordar seu sorriso vitorioso.

    — O que você fez…? — perguntou, incrédula.

    — Eu sou invencível! — respondeu, com uma confiança.

    — Diga o que você fez?! — gritou, furiosa, sem conseguir controlar a raiva.

    Ui começou a rir alto, o som de sua risada ecoando pelo campo de batalha, enquanto seu sorriso se alargava. A cada gargalhada, a frustração da destemida aumentava. A raiva queimava dentro dela, mas sua mente estava cada vez mais bloqueada. Ela tentava entender desesperadamente o que sua inimiga havia feito, mas nada parecia surgir em sua cabeça.

    Ui, ao perceber a crescente irritação de sua oponente, diminuiu a intensidade de seus risos. Com um sorriso mais calmo, ela olhou diretamente para Loi e disse:

    — Como você mesma disse antes? Há, sim. Eu joguei sujo.

    — Quê? Como assim? Quando foi isso?

    — Desde o início — respondeu Ui, com uma calma que contrastava com a tensão crescente.

    — Desde o início? Não entendo. Exijo uma explicação! — Estava ficando sem paciência, e sua cabeça começava a doer.

    — Vou explicar — disse, agora mais séria. — O meu amigo Ziro tem a habilidade de veneno. Qualquer pessoa que for pega por ele, fica mais lenta. Entendeu?

    — Isso não faz sentido, eu sou um demônio. Um veneno desse nível não funcionária comigo.

    — Sim, eu sei. Mas e se esse veneno estivesse mais forte?

    — Mais forte? Não me diga… — O rosto de Loi começou a mostrar compreensão.

    — Sim. Como eu me fundi com Ziro, as minhas habilidades e as dele evoluíram a um nível maior. E depois daquela surra que tomaste, coloquei tanto veneno em você que fiquei surpresa por não ter efeito imediato.

    — Isso… isso é jogo sujo! — gritou com raiva.

    — Jogo sujo? Não seja uma criança. Isso é uma luta de vida e morte. Não empurre seus princípios em mim.

    — Não! Eu não perdi! Você jogou sujo! — gritou, apontando o dedo para Ui, claramente furiosa.

    — Não seja uma má perdedora.

    Com a raiva que tomava conta, Loi correu em direção a sua oponente para atacar, mas seus movimentos estavam tão lentos que, antes mesmo de ela alcançar sua oponente, Ui já estava parada e aguardava o golpe. 

    Quando o ataque finalmente chegou, foi tão sem força que mal fez efeito. Loi, sentiu-se uma lesma diante da destreza de Ui, percebeu a imensa diferença entre suas velocidades.

    A realidade começou a se fazer presente, e quando a destemida notou que não conseguiria vencer, um pavor inesperado tomou conta dela. Seus olhos se fixaram nos de Ui, e lá, ela viu o sorriso arrogante e tranquilo da adversária, como se a vitória já fosse garantida.

    Não, eu não posso perder para alguém assim… uma pessoa que joga sujo… não merece a vitória.

    A destemida ficou parada, sua mente fervilhava, tentando encontrar uma solução, mas quanto mais pensava, mais impotente se sentia. Não havia mais o que fazer. A frustração a consumia.

    Então, Ui, com calma e sem pressa, se afastou, como se tivesse acabado de concluir a batalha. Loi, incapaz de aceitar a derrota, observou a distância se abrindo entre elas e, sem conseguir conter a raiva, gritou, a voz cheia de frustração e indignação:

    — Eu não vou perder aqui!

    Ui não respondeu à gritaria. Em vez disso, ela acumulou forças nas pernas, sua postura se tornava ainda mais firme. Em um movimento explosivo, desapareceu da vista de Loi, movendo-se com uma velocidade letal. 

    Ao reapareceu, já estava sobre ela e desferiu um chute tão forte que a destemida foi lançada e se chocou contra os destroços ao redor.

    Com a perna ainda levantada, Ui observou-a com um sorriso tranquilo.

    — Como pensei, afeta o metabolismo.

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