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    Léo, sufocado, se perguntava mais uma vez como um mestiço poderia ser tão forte. Olhava fixamente para o inimigo à sua frente e para sua irmã, que se debatia em agonia. Quando a energia negativa se desprendeu do corpo de Loi, o destemido se alarmou ainda mais. Estendeu a mão à frente, sua mente acelerada.

    Venha!

    A enorme onda de energia negativa se dirigiu com rapidez ao corpo dele e invadiu-o sem piedade. Izumi, surpreso, apertou ainda mais o pescoço de seu inimigo.

    Quando tudo aquilo se concentrou no corpo de Léo, este cedeu de maneira abrupta, como se estivesse morto. Sua mão caiu pesadamente, deixando-o completamente vulnerável. Mas, em um movimento repentino, ele abriu os olhos e sorriu de canto de boca.

    O destemido juntou as palmas das mãos, posicionando-as perto da barriga do seu alvo. A energia negativa se acumulou em suas mãos e tingiu-as de negro. 

    Um feixe de luz negra disparou em direção ao adversário. O mestiço, rápido e perspicaz, esquivou-se, vendo a luz dissipar-se gradualmente até desaparecer por completo. Com um sorriso enigmático, ergueu ambas as mãos para o alto e declarou:

    — Eu desisto!

    Izumi, ao lado, manteve a calma, sem demonstrar surpresa. O restante do grupo, que ouviu a declaração, o fitou com atenção. Até mesmo Loi, que antes havia perguntado sobre um tal de Ham. Lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, e, com um sorriso radiante, ela perguntou:

    — Léo, é você?

    Exceto por Izumi e Léo, todos estavam visivelmente confusos. O demônio, que agora carregava a energia negativa de sua irmã, refletiu:

    Agora é tarde, na minha situação atual, seria difícil vencer contra todos eles.

    Loi se aproximou, seus olhos cheios de incerteza, e novamente perguntou se ele realmente era seu irmão. No entanto, seu ele a ignorou completamente.

    — Ham? Por que ela te chamou assim? — Ui não conseguiu esconder a curiosidade.

    — Eu… não faço a menor ideia — Dam respondeu, dando de ombros.

    Mesmo sendo ignorada, se aproximou dele e o abraçou, sem ter certeza se aquela pessoa era, de fato, seu irmão. Léo, com um sorriso discreto no canto da boca, pensou consigo mesmo.

    Se eu matá-la agora, não haverá questionamentos que eu não possa responder!

    Afastou Loi com um movimento brusco, pegando-a pelo pescoço e queimou sua cabeça com fogo impiedoso. No entanto, Max, gritou para que seu irmão o parasse. Mas, na mente de Léo, já era tarde demais. Sua mão, quente como fogo, já perfurava o coração da sua irmã.

    — Quê?!

    O destemido, enquanto matava sua presa, perdeu o braço, e, mesmo mais forte, não conseguiu perceber o movimento inimigo. O mestiço estava ali, parado e segurava um braço que escorria sangue, no mesmo local onde esteve antes. 

    No entanto, ele sabia que não podia perder tempo. Em um reflexo rápido, atacou com a outra mão, mas, mais uma vez, ele foi cortado. Izumi, impassível, continuava no mesmo lugar onde esteve, imutável.

    Todavia, o demônio não desistiu. Ele precisava silenciar aquela mulher. Abriu a boca, pronto para disparar seu ataque de fogo, mas, mais uma vez… 

    Sua boca foi cortada, interrompendo seu movimento. Parado, depois de ser alvo de um inimigo que não parecia ter se movido, Léo perguntou, com uma expressão de incredulidade:

    — Quem diabos é você?!

    A ferida se curava lentamente, mas sua visão foi obscurecida. Desta vez, conseguiu perceber o ataque vindo, mas seu corpo estava paralisado, sem reação. O solo do sapato acertou seu rosto com força e esmagou no chão. A figura sombria, com dentes serrilhados e sem esboçar nenhum sorriso, respondeu com uma voz fria:

    — Eu sou mira, porra!

    Max se aproximou rapidamente, agarrou Loi antes que ela caísse no chão. Gritou pelo nome de Idalme, e ela, pronta para agir, correu até ele. Com urgência, começou a curá-la, gravemente ferida no coração.

    — Ela vai sobreviver?

    — Vai sim, não se preocupe — Idalme respondeu, mas uma sombra de dúvida ainda pairava em seu olhar. — Mas… o que está acontecendo? Ela não deveria ser uma destemida?

    — Eu também pensei nisso, mas, naquele momento, ela parecia… outra pessoa. E se for verdade o que os destemidos disseram… talvez ela seja a verdadeira destemida.

    — Entendo.

    Enquanto Loi era curada, o inimigo começou a rir de maneira frenética. Izumi o observava, confuso, sem entender o que acontecia com ele naquele momento. Subitamente, o riso cessou, e Léo ficou em silêncio, perdido em seus próprios pensamentos.

    Ahh! Realmente fudeu, agora eles vão saber a verdade.

    Ui e Dam se aproximaram de Max, observando Idalme enquanto curava Loi. O rosto dela começava a voltar ao normal, e a ferida no coração se curava. Não demorou muito para que ela começasse a abrir os olhos novamente, olhando ao redor, confusa, e perguntou com voz fraca:

    — Ham… não é você?

    Hesitou, antes de responder:

    — Eu sou Dam.

    — Dam? Como assim… você é igualzinho ao Ham. — Ela olhou em volta, inquieta. — Cadê o Léo?

    — Léo… Aquela pessoa é um demônio, assim como você — avisou Max.

    — Demônio? Como assim? Eu sou uma destemida encarregada de proteger a lei dos gêmeos! — disse enquanto a incredibilidade tomava conta do seu rosto.

    Max a observou com intensidade.

    — Me diga… de qual geração você é?

    Ela hesitou por um momento, como se tentando se lembrar:

    — Geração… Acho que 6ª geração.

    A expressão dele se tornou ainda mais séria.

    — Isso significa que você deve ter sido selada por volta de 300 ou 400 anos atrás… mas estamos em uma era onde já se passaram mais de mil anos.

    Ela se levantou com um esforço, sua voz tremendo:

    — Não pode ser… Isso é impossível. Como eu ainda posso estar viva?

    Max olhou para Dam, um misto de dúvida e percepção em seus olhos.

    — Talvez eu esteja errado, mas… baseado nos últimos acontecimentos, ela pode ser a Germa que você tanto menciona, Dam.

    — Não seja louco… Ela é de centenas de anos atrás. Não pode ser ela — respondeu enquanto balançava a cabeça, o ceticismo em seu olhar.

    — Então o que explica o seu desaparecimento por 27 anos? Ou quem sabe, você foi possuído por um demônio?

    — Max, se for para continuar com essas suposições, pare agora.

    Ele levantou as mãos, em um gesto de desculpas.

    — Ok, me desculpe.

    Loi olhou de um para o outro, ainda confusa:

    — Ham… Do que estão falando? Alguém me explica, por favor?

    Max, agora com um olhar mais direto, perguntou:

    — Qual o seu nome?

    — Loi.

    — Loi? O mesmo nome que o demônio.

    Ela franziu a testa.

    — Demônio?

    — Sim, o demônio que usava seu corpo por todos esses séculos. Se o que disseram for verdade, então todos os destemidos foram dominados durante esse tempo todo.

    — Não pode ser…

    Logo depois, Max começou a explicar a história por trás dos destemidos, detalhando como se tornaram inimigos da humanidade. Ele falou sobre as lutas incessantes que ocorriam ao longo dos séculos, a constante batalha pela sobrevivência e como a guerra se intensificava com o tempo.

    — Não posso acreditar… Tudo o que acreditávamos, todo o esforço para manter o fragmento selado… acabou assim, tão facilmente?

    — Infelizmente, sim.

    Ela parecia absorver as palavras com dificuldade, seus pensamentos bagunçados.

    — Agora, Loi. Enquanto meu irmão mantém aquele destemido ocupado, me conte mais sobre você. Sobre o seu passado.

    — O meu irmão… ele foi possuído também? — perguntou esperançosa.

    — Sim. E ele continua possuído.

    O olhar dela se tornou vazio, como se o peso da verdade a esmagasse.

    — Não há nada que possamos fazer para salvá-lo?

    — Não sabemos como — respondeu Max — Você conseguiu se livrar da possessão, expulsando toda a energia negativa de dentro de si… Mas não sabemos o método.

    Loi ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre toda a situação. Sua mente tentava encontrar uma forma de superar o caos, mas as lembranças ainda estavam emaranhadas, confusas. No entanto, à medida que ela tentava focar, suas memórias começaram a voltar lentamente. 

    Olhou para as pessoas presentes ao seu redor, e, com a voz ainda carregada de incerteza, disse:

    — Tudo bem, vou contar.

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