Índice de Capítulo

    Max encontrava-se no topo da fortaleza, em uma área onde o barro permanecia úmido. Ao seguir o outro, percebeu que o solo tornava-se cada vez mais encharcado. Detiveram-se diante de uma parede imponente, com quase três metros de altura.

    — Um beco sem saída?

    — Não — disse, pousando a mão sobre a porta de metal.

    A área tocada aqueceu e ganhou um tom avermelhado e espalhou-se por todo o portão. Em seguida, as chamas tomaram conta da superfície, consumindo-a lentamente até que restasse uma abertura suficiente para a passagem de um corpo humano.

    — Vamos? — disse Loi, já cruzando a entrada.

    — Sim… — respondeu, com hesitação na voz.

    Já no interior do local, Max notou a expressão distante dela, que fitava a própria mão — a mesma que havia derretido o metal. Um leve sorriso surgiu no canto de seus lábios, satisfeita.

    — Vamos? — disse Loi, já cruzando a entrada.

    — Sim… — respondeu ela, com hesitação na voz.

    O metal derretido começou a se regenerar lentamente. A luz que penetrou no interior gradualmente se dissipava. Loi seguiu adiante, e Max, ao lado, ainda não conseguia distinguir o que havia à frente.

    Ergueu a mão até a altura do peito; um brilho suave iluminou parte do caminho. Ao notar o gesto, Loi se surpreendeu e perguntou:

    — És do clã Zura?

    — Não, não pertenço a nenhum clã… mas agora que falaste, essa habilidade corre no meu sangue… será que…

    — Max?

    — Foi mal, viajei aqui, pensei numa coisa nada a ver — respondeu, abanando a cabeça.

    — Ok.

    Avançaram em silêncio até que a luz emitida pelo braço de Max revelou algo adiante. Até então, caminhavam sobre um piso metálico, mas, ao tocar uma superfície distinta, ele estacou, surpreso com a mudança sob os pés.

    — Isso?

    — Sim, estamos dentro da tartaruga.

    — Não faz sentido… estamos no topo dela!

    — Sim, mas esta área é uma extensão do corpo dela. O coração!

    — Inacreditável…

    Loi prosseguiu pelo interior da tartaruga, cujas paredes pulsavam em ritmo constante. Max a acompanhou sem hesitar.

    — Aqui está bom.

    Ela, em um gesto contínuo, tocou o corpo da tartaruga. Um brilho avermelhado envolvia sua mão, e o corpo pulsante sob seus dedos passou a absorver lentamente aquela energia.

    — Quando usamos nossa aura aqui, tocando o interior da tartaruga, ela absorve.

    — Interessante… posso tentar?

    — Não recomendo. Um tipo diferente de aura pode provocar alguma reação.

    — Entendo.

    Permaneceu transmitindo sua aura por cerca de uma hora. Quando a energia começou a escassear, o corpo cedeu à exaustão, e ela desabou no chão.

    — Loi?

    — Não se preocupe, eu exagerei — disse, ao erguer-se com esforço. — Vamos embora.

    — Sim.

    Enquanto caminhava ao lado dele, Loi continuou:

    — Com a aura que partilhei, a fortaleza vai começar a se reconstruir. Devagar, mas vai.

    — Sério?

    — Sim, embora leve talvez um ano até tudo voltar ao normal. Mas o mais importante agora… é que temos água.

    — Água? De onde?

    — Desculpa, esqueci que vocês não são daqui. Na minha época, isso era senso comum. Vou explicar.

    Ela fez uma pausa e prosseguiu:

    — Notou uns círculos estranhos espalhados pela fortaleza? Com o símbolo do nosso clã, mas com um buraco no centro?

    — Agora que você falou isso, sim… vi alguns lugares assim.

    — Pois bem. É ali que podemos extrair água.

    — Queres dizer que… vai sair água pelas paredes?

    — Sim. Toda esta fortaleza faz parte do corpo da tartaruga. Não sei como funciona, mas quando usamos a aura de um membro do clã, conseguimos extrair água desses pontos.

    — Interessante — respondeu, com um sorriso curioso nos lábios.

    Antes que o metal se regenerasse por completo, ambos conseguiram escapar. Continuaram a avançar até que Loi, tomada por fraqueza, desabou. Max, ao seu lado, tentou segurá-la, mas acabou escorregando. O corpo volumoso caiu sobre ele, e, naquele instante, um pensamento invadiu sua mente:

    Puta merda, que gostosa!

    — Huuummm…

    — Estás bem? — perguntou Max, preocupado.

    — Sim… desculpa.

    Eles se levantaram, e ela pediu desculpas mais uma vez, apontando para Idalme, que os observava logo atrás com expressão contrariada. Ao vê-la se afastar em disparada, Max pediu desculpas a Loi e correu atrás de sua amada.


    Após o momento de êxtase e ao notar a reação de Idalme, Max inicialmente pensou em pedir desculpas por forçar a situação. Contudo, antes que pudesse falar, percebeu que o olhar dela não carregava raiva, mas sim uma profunda preocupação.

    Será que…

    As coisas começaram a se tornar mais claras para ele; compreendeu finalmente o motivo da indiferença dela durante essa segunda jornada.

    Eu sou um idiota… como deixei passar isso…

    Levantou a mão ao queixo e, imerso em pensamentos, rememorou o instante em que ela provavelmente descobriu aquilo.

    Será que foi a mestra dela? Não… a Kata conhece bem os efeitos. Então, quem? Alguém próximo, com certeza… Mas quem? Droga, não consigo descobrir…

    — Max, desculpa… da próxima engulo — disse Idalme, a culpa pesando na voz.

    Ele a olhou nos olhos e pensou:

    Não tem como, vou ter que perguntar, mas como proceder?

    — Max?… Estás irritado?

    — Idalme, não queria perguntar, mas… o que sabes sobre a minha família?

    — Não entendi… Você ficou bravo, não é? Prometo que não vou deixar cair nada — disse ela, tocando no seu Dinamite com cuidado.

    — Não queria ser tão direto, mas… — ele se levantou, a voz firme — o que sabes sobre o esperma da minha família?

    Falou enquanto a observava de cima. Idalme, com o Dinamite junto ao rosto, ergueu o olhar e, acariciando-o delicadamente, respondeu enquanto mantinha o olhar fixo em seu amado:

    — O que queres dizer? Não sei do que estás falando.

    Max, ainda nu, começou a se vestir. Ao seu lado, Peitos Caídos observava a situação tomada por um misto de desespero e incerteza, sem saber como agir diante da situação.

    — Eu… eu…

    Max, ainda nu, começou a se vestir. Ao seu lado, Idalme observava a situação tomada por um misto de desespero e incerteza, sem saber como agir diante da circunstância.

    — Você me odeia?

    Max a fitou, o desespero dela estampado no rosto, e sorriu com suavidade:

    — Idiota, és a mulher que mais amo e desejo neste mundo.

    — Então por que estás vestido?! — ela gritou.

    — Não dá pra seguir se um de nós não for honesto — respondeu ele, firme.

    — Honesto? — disse, enquanto ajeitava o vestido. — Você não tem direito de falar isso!

    — Diz pra mim, Idalme, onde fui desonesto? — perguntou, a voz séria.

    — Cala a boca! Você sabe! Não me faça dizer!

    — Já imaginei… é sobre o tal esperma da minha família, não é? Alguém falou que isso mexe com o desejo humano, mas não é verdade.

    — Cala a boca! Cala a boca! Eu não quero ouvir! — gritou, agachando-se e tampando os ouvidos. — Por favor… vamos esquecer isso…

    Ele se aproximou dela, agachou a segurou pelos queixos e a fitou nos olhos.

    — Olhe nos meus olhos.

    — Não, não quero…

    — Olhe nos meus olhos, Idalme — repetiu.

    — Eu…

    — Tudo bem, vou explicar do mesmo jeito. Recentemente, o meu pai descobriu um efeito novo do nosso esperma. Quando armazenado por muito tempo num frasco, como se fosse vinho envelhecendo, ele se tornava mais potente. E quando uma mulher consome ou toca nesse esperma, acaba se sentindo excitada pelo homem a quem ele pertence.

    Como assim? Não era o que tinham me dito…

    — Então não precisa se preocupar se usar um que saiu fresquinho. No máximo, só aumentaria a excitação por mim naquele momento de euforia.

    Então… o que sinto… não é…

    — Entendeu?

    Idalme, cada vez mais convicta e confiante no amor que sentia, fixou o olhar naquele que sorria para ela com ternura.

    — Meu sentimento não é falso?

    — Sim.

    — Então é verdadeiro?

    — Sim, é.

    Lágrimas acumuladas no rosto deslizaram lentamente, até que Idalme cedeu ao pranto. Max não hesitou e a envolveu em um abraço, enquanto ela chorava como uma criança, entregue à emoção.

    — Me desculpe por não ter notado a sua dor.

    Idalme, que chorava, aceitou suas desculpas e, com as mãos entrelaçadas, ambos se abraçaram forte, como se quisessem quebrar reciprocamente. E naquela noite, aquela cama fez muito renk, renk. Mais uma vez, Izumi foi incomodado por aqueles gemidos.

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