Capítulo 151 de 02 – Me desculpe por não ter notado a sua dor
Max encontrava-se no topo da fortaleza, em uma área onde o barro permanecia úmido. Ao seguir o outro, percebeu que o solo tornava-se cada vez mais encharcado. Detiveram-se diante de uma parede imponente, com quase três metros de altura.
— Um beco sem saída?
— Não — disse, pousando a mão sobre a porta de metal.
A área tocada aqueceu e ganhou um tom avermelhado e espalhou-se por todo o portão. Em seguida, as chamas tomaram conta da superfície, consumindo-a lentamente até que restasse uma abertura suficiente para a passagem de um corpo humano.
— Vamos? — disse Loi, já cruzando a entrada.
— Sim… — respondeu, com hesitação na voz.
Já no interior do local, Max notou a expressão distante dela, que fitava a própria mão — a mesma que havia derretido o metal. Um leve sorriso surgiu no canto de seus lábios, satisfeita.
— Vamos? — disse Loi, já cruzando a entrada.
— Sim… — respondeu ela, com hesitação na voz.
O metal derretido começou a se regenerar lentamente. A luz que penetrou no interior gradualmente se dissipava. Loi seguiu adiante, e Max, ao lado, ainda não conseguia distinguir o que havia à frente.
Ergueu a mão até a altura do peito; um brilho suave iluminou parte do caminho. Ao notar o gesto, Loi se surpreendeu e perguntou:
— És do clã Zura?
— Não, não pertenço a nenhum clã… mas agora que falaste, essa habilidade corre no meu sangue… será que…
— Max?
— Foi mal, viajei aqui, pensei numa coisa nada a ver — respondeu, abanando a cabeça.
— Ok.
Avançaram em silêncio até que a luz emitida pelo braço de Max revelou algo adiante. Até então, caminhavam sobre um piso metálico, mas, ao tocar uma superfície distinta, ele estacou, surpreso com a mudança sob os pés.
— Isso?
— Sim, estamos dentro da tartaruga.
— Não faz sentido… estamos no topo dela!
— Sim, mas esta área é uma extensão do corpo dela. O coração!
— Inacreditável…
Loi prosseguiu pelo interior da tartaruga, cujas paredes pulsavam em ritmo constante. Max a acompanhou sem hesitar.
— Aqui está bom.
Ela, em um gesto contínuo, tocou o corpo da tartaruga. Um brilho avermelhado envolvia sua mão, e o corpo pulsante sob seus dedos passou a absorver lentamente aquela energia.
— Quando usamos nossa aura aqui, tocando o interior da tartaruga, ela absorve.
— Interessante… posso tentar?
— Não recomendo. Um tipo diferente de aura pode provocar alguma reação.
— Entendo.
Permaneceu transmitindo sua aura por cerca de uma hora. Quando a energia começou a escassear, o corpo cedeu à exaustão, e ela desabou no chão.
— Loi?
— Não se preocupe, eu exagerei — disse, ao erguer-se com esforço. — Vamos embora.
— Sim.
Enquanto caminhava ao lado dele, Loi continuou:
— Com a aura que partilhei, a fortaleza vai começar a se reconstruir. Devagar, mas vai.
— Sério?
— Sim, embora leve talvez um ano até tudo voltar ao normal. Mas o mais importante agora… é que temos água.
— Água? De onde?
— Desculpa, esqueci que vocês não são daqui. Na minha época, isso era senso comum. Vou explicar.
Ela fez uma pausa e prosseguiu:
— Notou uns círculos estranhos espalhados pela fortaleza? Com o símbolo do nosso clã, mas com um buraco no centro?
— Agora que você falou isso, sim… vi alguns lugares assim.
— Pois bem. É ali que podemos extrair água.
— Queres dizer que… vai sair água pelas paredes?
— Sim. Toda esta fortaleza faz parte do corpo da tartaruga. Não sei como funciona, mas quando usamos a aura de um membro do clã, conseguimos extrair água desses pontos.
— Interessante — respondeu, com um sorriso curioso nos lábios.
Antes que o metal se regenerasse por completo, ambos conseguiram escapar. Continuaram a avançar até que Loi, tomada por fraqueza, desabou. Max, ao seu lado, tentou segurá-la, mas acabou escorregando. O corpo volumoso caiu sobre ele, e, naquele instante, um pensamento invadiu sua mente:
Puta merda, que gostosa!
— Huuummm…
— Estás bem? — perguntou Max, preocupado.
— Sim… desculpa.
Eles se levantaram, e ela pediu desculpas mais uma vez, apontando para Idalme, que os observava logo atrás com expressão contrariada. Ao vê-la se afastar em disparada, Max pediu desculpas a Loi e correu atrás de sua amada.
Após o momento de êxtase e ao notar a reação de Idalme, Max inicialmente pensou em pedir desculpas por forçar a situação. Contudo, antes que pudesse falar, percebeu que o olhar dela não carregava raiva, mas sim uma profunda preocupação.
Será que…
As coisas começaram a se tornar mais claras para ele; compreendeu finalmente o motivo da indiferença dela durante essa segunda jornada.
Eu sou um idiota… como deixei passar isso…
Levantou a mão ao queixo e, imerso em pensamentos, rememorou o instante em que ela provavelmente descobriu aquilo.
Será que foi a mestra dela? Não… a Kata conhece bem os efeitos. Então, quem? Alguém próximo, com certeza… Mas quem? Droga, não consigo descobrir…
— Max, desculpa… da próxima engulo — disse Idalme, a culpa pesando na voz.
Ele a olhou nos olhos e pensou:
Não tem como, vou ter que perguntar, mas como proceder?
— Max?… Estás irritado?
— Idalme, não queria perguntar, mas… o que sabes sobre a minha família?
— Não entendi… Você ficou bravo, não é? Prometo que não vou deixar cair nada — disse ela, tocando no seu Dinamite com cuidado.
— Não queria ser tão direto, mas… — ele se levantou, a voz firme — o que sabes sobre o esperma da minha família?
Falou enquanto a observava de cima. Idalme, com o Dinamite junto ao rosto, ergueu o olhar e, acariciando-o delicadamente, respondeu enquanto mantinha o olhar fixo em seu amado:
— O que queres dizer? Não sei do que estás falando.
Max, ainda nu, começou a se vestir. Ao seu lado, Peitos Caídos observava a situação tomada por um misto de desespero e incerteza, sem saber como agir diante da situação.
— Eu… eu…
Max, ainda nu, começou a se vestir. Ao seu lado, Idalme observava a situação tomada por um misto de desespero e incerteza, sem saber como agir diante da circunstância.
— Você me odeia?
Max a fitou, o desespero dela estampado no rosto, e sorriu com suavidade:
— Idiota, és a mulher que mais amo e desejo neste mundo.
— Então por que estás vestido?! — ela gritou.
— Não dá pra seguir se um de nós não for honesto — respondeu ele, firme.
— Honesto? — disse, enquanto ajeitava o vestido. — Você não tem direito de falar isso!
— Diz pra mim, Idalme, onde fui desonesto? — perguntou, a voz séria.
— Cala a boca! Você sabe! Não me faça dizer!
— Já imaginei… é sobre o tal esperma da minha família, não é? Alguém falou que isso mexe com o desejo humano, mas não é verdade.
— Cala a boca! Cala a boca! Eu não quero ouvir! — gritou, agachando-se e tampando os ouvidos. — Por favor… vamos esquecer isso…
Ele se aproximou dela, agachou a segurou pelos queixos e a fitou nos olhos.
— Olhe nos meus olhos.
— Não, não quero…
— Olhe nos meus olhos, Idalme — repetiu.
— Eu…
— Tudo bem, vou explicar do mesmo jeito. Recentemente, o meu pai descobriu um efeito novo do nosso esperma. Quando armazenado por muito tempo num frasco, como se fosse vinho envelhecendo, ele se tornava mais potente. E quando uma mulher consome ou toca nesse esperma, acaba se sentindo excitada pelo homem a quem ele pertence.
Como assim? Não era o que tinham me dito…
— Então não precisa se preocupar se usar um que saiu fresquinho. No máximo, só aumentaria a excitação por mim naquele momento de euforia.
Então… o que sinto… não é…
— Entendeu?
Idalme, cada vez mais convicta e confiante no amor que sentia, fixou o olhar naquele que sorria para ela com ternura.
— Meu sentimento não é falso?
— Sim.
— Então é verdadeiro?
— Sim, é.
Lágrimas acumuladas no rosto deslizaram lentamente, até que Idalme cedeu ao pranto. Max não hesitou e a envolveu em um abraço, enquanto ela chorava como uma criança, entregue à emoção.
— Me desculpe por não ter notado a sua dor.
Idalme, que chorava, aceitou suas desculpas e, com as mãos entrelaçadas, ambos se abraçaram forte, como se quisessem quebrar reciprocamente. E naquela noite, aquela cama fez muito renk, renk. Mais uma vez, Izumi foi incomodado por aqueles gemidos.
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