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    Em um campo que mais parecia uma cicatriz na pele da terra, ao longe, um corpo jazia no solo, vibrando como se ainda lutasse enquanto seu sangue escorria pelo chão. O corpo parecia sofrer de alguma compulsão, como se não tivesse domínio sobre sua própria existência.

    O que está acontecendo?

    Os estragos pareciam recusar-se a se reparar e o seu corpo reagia de forma distinta do habitual, como se estivesse a rejeitar. A energia negativa iniciou seu fluxo para o exterior.

    Cada vez mais, o demônio perdia o controle sobre aquele corpo. A compulsão persistia, liberando cada vez mais energia negativa para o exterior. O demônio buscava regenerar o corpo, porém parecia existir algo que o impedia.

    Inicialmente, ele considerou a possibilidade de serem os ataques daquele ser, porém, ao compreender a maneira como sua regeneração não ocorria, o demônio finalmente compreendeu.

    Então é você… Léo… morra de uma vez!

    Com grande parte do seu corpo liberando energia negativa, o braço de Léo começava a se mover. Ele apontou para a energia adversa que se movia à sua frente e disparou uma rajada de fogo.

    Seu idiota… isso não funciona!

    Ao perceber que não tinha mais controle sobre o corpo, o demônio decidiu sair de livre e espontânea vontade.

    Ao perceber que o expulsou, esboçou um sorriso de canto de boca enquanto acelerava sua recuperação. O demônio, que se movia como fumaça pelo local, começou a tomar a forma de um ser humano.

    Ao vê-lo, Léo notou algumas semelhanças com o seu corpo, porém não demonstrou preocupação. Em sua mente, ele seria capaz de se evadir do oponente. Ele somente necessitava de pelo menos um instante para se restabelecer.

    A forma do demônio voltou a se contorcer e assumiu outra vez o aspecto da arma que tantas vezes usou para subjugar adversários. Léo, ainda frágil, sentiu o peso da preocupação crescer no peito, ansiando por recuperar as forças com rapidez. 

    Não houve tempo. A foice, erguida com ferocidade, desceu implacável e atravessou-lhe a cabeça.

    Gotas rubras deslizavam pela sua fronte, fazendo um caminho escorregadio que se unia ao seu corpo antes de se despedirem no chão. A sua percepção começava a escapar como areia entre os dedos, enquanto em seus pensamentos, ele se desculpava com a irmã por ter tropeçado na vida.

    Adeus, Loi…

    O demônio retornou ao corpo, dominando-o completamente. A regeneração prosseguia conforme o previsto, e a energia negativa a acelerava mais ainda. Ele se levantou e afirmou:

    — Foi uma boa tentativa, perdedor!

    Rapidamente, o demônio considerou que a ligação havia se debilitado quando ele foi expulso do seu corpo pelo Izumi, contudo, a ligação retornou ao estado normal. A conexão não poderia se enfraquecer novamente devido a danos desse porte.

    Ele convocou as suas asas negras e alçou voo até as alturas. Ele observou ao redor e encontrou Max.

    — Não me diga… Era você?!

    Num piscar de olhos, lançou-se sobre seu alvo com fúria desenfreada e, vendo que suas investidas surtia efeito, começou a pensar que aquela sua versão superpoderosa havia sumido. Contudo, ele não iria dar a Max a alegria de um contra-ataque, então optou por desferir uma chuva de combinações explosivas.

    Com sua foice, ele prosseguia para derrotar. Ao se aproximar, ele balançou a foice para decepar a cabeça do adversário. No entanto, o corpo começou a resplandecer e o demônio, familiarizado com essa capacidade, começou a se afastar.

    A explosão galante o atingiu. Ao mesmo tempo, Max se levantava como se nada tivesse acontecido, a fumaça resultante da explosão começou a se dissipar. Ambos começaram a identificar a figura um do outro e se posicionaram para prosseguir com a batalha.

    Léo, apesar de ter sido o alvo do ataque, saiu sem sofrer danos significativos. Max esboçou um sorriso ao avistar a figura de seu adversário e refletiu:

    — Estou mais forte, não estou? Esperava que usasse o fogo universal para conter minha explosão… mas não imaginei que fosse além. Essas cicatrizes no seu corpo provam a minha evolução.

    — Vamos ver se é verdade.

    O demônio, que normalmente se diverte em cada batalha, neste instante estava bastante sério e com receio daquele ser ressurgir. Sentia a necessidade de encerrar esse embate rapidamente. Convocou sua foice novamente e partiu para o ataque.

    Max se esquivou e, com um meio sorriso, perguntou:

    — Mudou o estilo de luta?

    Sacudiu a mão e provocou uma explosão que deixou o local com a visibilidade diminuída. Sem demora, ele deu um passo atrás e chutou o ar, criando um vácuo que disparava continuamente.

    Rapidamente, ele levantou voo e lançou diversas balas explosivas. Sem demora, retirou suas luvas dos bolsos e as vestiu rapidamente. Ele se colocou no auge do voo e acumulava uma explosão potente com as duas mãos.

    O capeta afastou a fumaça, contemplou o céu e dirigiu-se rumo ao inimigo: todavia, antes que conseguisse alcançar seu objetivo. Max, que havia encoberto suas mãos, desviou-se da foice e lançou uma gigantesca explosão em direção ao abdômen do adversário, propelindo-o para longe e causou uma explosão.

    — Droga… — rosnou, apertando a barriga ensanguentada.

    Por outro lado, Max se aproximava rapidamente enquanto lançava diversos vácuos explosivos pelo trajeto, reduzindo as rotas de fuga inimiga. Além disso, ele disparava várias balas explosivas à medida que se aproximava.

    Léo se protegia com sua foice, porém precisava se recuperar. Ele acumulou enormes chamas no seu corpo e as liberou na forma de esfera. Ao perceber o enorme ataque vindo em sua direção, Max se distanciou rapidamente.

    Ao notar o adversário se reerguendo dentro daquela imensa bola de chamas, ele percebeu que não tinha o direito de vacilar naquele instante, mesmo que a condução de suas explosões parecesse mais afinada.

    Então, ele se lançou com toda a velocidade na fogueira, batalhando para se chegar mais perto. O problema é que a tarefa se mostrou mais complicada do que desenhar com o pé, já que Léo começou a direcionar suas labaredas em direção ao inimigo. 

    Ao perceber que não conseguiria mais, Max reuniu as palmas das mãos e iniciou a concentração de sua explosão, enquanto entoava seu grito de guerra.

    O diabo sorriu, cada vez mais ateava fogo ao adversário, concentrando-se mais na concentração do fogo que consumia seu inimigo do que na sua própria recuperação. Cada vez mais, aquela esfera se comprimia, como um cilindro, e provocava sua queima cada vez mais intensa.

    Entretanto, Max continuava a manter sua explosão sob controle enquanto se aproximava gradualmente. Em seguida, como um jorro de explosão, o ataque se assemelhou a um golpe de espada direcionado a Leo; no entanto, ele desviou, embora tenha sofrido uma leve lesão em seu pescoço.

    Max, por sua vez, não desperdiçou tempo; com suas últimas energias naquele recinto, moveu a mão para o lado e decapitou o adversário.

    — Não pode ser…

    Os dois se esborracharam no chão, estafados após uma luta que, apesar de rápida, foi intensa. Max, porém, mantinha seu charme inabalável e começou a se arrastar com dificuldade em direção ao adversário.

    Ele deu uma vacilada nos cacos de pedra espalhados pelo chão, mas seguiu firme. Ao alcançar seu oponente, agarrou sua cabeça e esboçou um sorriso. 

    — E se eu esmagar a sua cabeça, o que acontece?

    O demônio começou a suar de maneira intensa e sua cabeça estava encharcada de suor. O fluxo sanguíneo que deveria escoar abundantemente de seu pescoço foi interrompido em decorrência da queimadura gerada pela explosão de Max. E, naquela ocasião, foi determinado o término do combate.

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