Capítulo 26 – Segunda Visita ao Mercado
por Maga『 Tradutora: Maga | Revisor: Metal_Oppa 』
Como o Mestre Bentham e o Cavaleiro Marechal tinham negócios para discutir juntos, Harry tinha deixado uma carruagem à disposição de Abel, para que ele voltasse ao castelo depois de duas horas. Entretanto, Abel sentou-se na carruagem e dirigiu-se ao Mercado Edmond.
Quando Abel entrou, Yvette não estava lá, então Abel foi até o balcão e perguntou ao assistente masculino: — Estou procurando a Sra. Yvette, você a viu? Como Mestre Bentham acabara de deixar Abel na cidade vindo diretamente da ferraria, Abel ainda usava macacão cinza de algodão. Estava manchado com vestígios de tecido queimado e faíscas do exame de mestre ferreiro. Juntamente com a pouca idade de Abel, parecia ser apenas mais um civil normal.
Surpreendentemente, o vendedor masculino não discriminou Abel, pois viu que ele havia chegado em uma carruagem. Não importava a aparência dele ou quem fosse, o balconista sabia que qualquer pessoa que chegasse em uma carruagem provavelmente era alguém que não podia ofender, do contrário, poderia correr o risco de perder o emprego.
Por isso, o balconista educadamente auxiliou Abel a esperar nas cadeiras do saguão de recepção. Antes que o vendedor saísse, deu uma xícara de café a Abel e logo subiu as escadas para encontrar Yvette. De repente, uma voz estridente veio de algum lugar.
— Quem você pensa que é? Como um camponês como você pode se sentar aqui? Você queria receber café grátis, é isso?
Abel olhou em volta por alguns momentos, hesitante, antes de descobrir que era ele mesmo quem estava sendo chamado de camponês. Abel já estava acostumado com sua identidade neste mundo. Desde que chegou, ninguém jamais o havia insultado de tal maneira. Ele olhou para o homem com uma carranca no rosto e falou diretamente com o homem.
— Você está falando de mim? — Abel interrogou o homem inexpressivamente em tom pouco insatisfeito.
O homem que chamava Abel de camponês era magro e aparentava ter por volta dos trinta anos, com o rosto seco como o deserto. Vestia um traje preto fazendo-o se parecer com uma vara seca e com uma postura similar a de camarão dobrado.
— Boa tentativa, fingindo ser alguém que você nunca será. — O homem o olhou. E então riu ao ver a medalha de Ferreiro que ele, nem uma vez, tinha visto em toda a sua vida.
— Se você vai trazer uma medalha de ferreiro. Pelo menos traga um que pareça real, não algumas peças falsas absurdas como essas! Guardas, tirem esse garoto daqui. — O homem disse com um tom zombeteiro.
— Senhor, por favor, saia da loja. — Disseram os dois guardas ao se aproximarem de Abel.
— Se o Mercado Edmund não me der o que estou procurando, encaminharei este assunto à Corte Judicial para que meus direitos e autoridade sejam atendidos. — Disse Abel enquanto tirava um brasão de unicórnio branco de um dos bolsos. Ele imediatamente o exibiu na frente dos guardas. Quando os dois guardas viram o brasão da mão de Abel, fugiram freneticamente em pânico. O homem que duvidava de Abel de repente ficou pálido e chocado.
Ninguém neste mundo se atreveu a falsificar um brasão da nobreza. Isso porque era um crime que poderia até levar a pena de morte. Além disso, o brasão representava o status de um nobre. Apenas o nobre e seus sucessores teriam os direitos e a elegibilidade para usar o brasão de sua família.
A Nobre Corte Judicial foi construída para proteger os direitos dos nobres. Quando a dignidade do nobre era violada, a Corte Judicial iria intervir e defender os direitos legítimos dos nobres. Parece algo civilizado de se fazer, mas a Nobre Corte Judicial e seu curso de ação eram extremamente cruéis.
De acordo com eventos passados, cada vez que a Nobre Corte Judicial era acionada, por alguém violar e insultar a dignidade desses nobres de alta classe, esse alguém era obrigado a ser queimado até a morte.
— Qual é o problema? — Yvette desceu as escadas a passos rápidos e viu toda a confusão. Quando dois guardas a viram, recuaram lentamente com o corpo encolhido.
Yvette olhou rapidamente e viu as roupas de Abel. Rapidamente percebeu a situação e falou se desculpando: — Olá, peço desculpas em nome do Mercado Edmond por todo o inconveniente causado a você.
No mesmo momento, os olhos de Yvette congelaram ao testemunhar a medalha no peito de Abel. — Você é um Mestre, Abel? O 36º ferreiro a passar na classificação de mestre de ferreiro? — Disse Yvette com um tom espantado e chocado.
— Hehe. Yvette, você está certa, sou eu. Não sabia que as notícias iriam circular tão rápido. — Abel lamentou a rapidez com que a notícia se espalhou. Os rumores eram tão difundidos quanto na Terra.
— Mestre Abel, acabamos de receber a notícia do quartel-general que você passou na avaliação da Guilda dos Ferreiros da Cidade da Colheita. A sede solicitou especificamente que nossa divisão seguisse você de perto. — Yvette então rapidamente olhou para o homem que duvidava de Abel e seguiu com um pedido de desculpas a Abel.
— Nosso Mercado relatará essa injustiça aos superiores. — Quando o homem alto e magro ouviu o que Yvette disse, de repente ficou paralisado no chão. Essas palavras de Yvette selaram seu destino. Mas, ao mesmo tempo, sabia o quão insignificante seu destino era aos olhos dos outros, Abel tinha uma intenção especial quando usou sua medalha de mestre ferreiro no Mercado Edmond.
Ele queria leiloar sua espada de cem forjas, e também uma versão deluxe da Espada Mágica de Fogo de cem forjas no Leilão do Mercado Edmond usando essa identidade. Ao fazer isso, não apenas ficaria mais fácil vender as espadas, mas também poderia atrair mais publicidade para este leilão. Portanto, maximizando o valor dessas armas.
— Yvette, trouxe algumas das armas forjadas que fiz e gostaria que o Mercado Edmond me ajudasse a colocá-las em leilão.
Quando Yvette ouviu o que Abel disse, seus olhos brilharam. Esta foi uma oportunidade maravilhosa para ela colocar as armas do recém-intitulado Mestre Ferreiro à venda na casa de leilões Edmond. Como Yvette estava encarregada desse assunto, isso poderia ser uma imensa conquista para ela e impulsiona tremendamente sua futura carreira e promoção.
— Obrigado por sua confiança, venderemos seu trabalho nos mais altos padrões em nosso leilão. — Disse Yvette animada.
Abel fez uma proposta:— Com apenas uma condição, essas armas não serão leiloadas na Cidade da Colheita.
A princípio, Yvette ficou confusa com proposta de Abel, mas logo entendeu seus raciocínios. Isso porque havia uma nova loja de armas chamada ‘Armamentos Harry’ na mesma cidade, e o sobrenome de Abel era Harry também. Portanto, Abel não deveria querer que as pessoas entendessem mal que todas as armas daquela loja também eram de sua família.
— Sem problemas, Mestre Abel. — Para Yvette, não importava onde ela vendesse as armas, contanto que fosse a responsável pelas vendas, poderia receber todos os créditos independentemente. Enquanto isso, os guardas descarregavam algumas das armas da carruagem de Abel na porta da frente.
Abel apontou para as sete espadas de cem forjas e disse — Estas são apenas as armas que fiz durante meu treinamento, são apenas armas comuns de cem forjas. Ele então apontou para a versão de luxo da espada mágica de fogo e disse: — Esta variante foi feita com o uso de tecnologia anã, depois de algumas decorações, eu a chamei de ‘Versão de Luxo da Espada Mágica de Fogo de Cem Forjas’.
— Espere, isso é uma arma mágica? Claro, Yvette já tinha ouvido falar de armas mágicas antes. Dito isto, porém, elas foram classificadas como armas extremamente raras e de ponta. Mesmo a sede do Mercado Edmond raramente podiam ver uma.
Curiosamente, Yvette tirou a grande espada da bainha, mas a espada era pesada demais para uma dama. Então ela segurou a grande espada com as duas mãos e tentou colocá-la no balcão para uma inspeção mais detalhada.
De repente o coração de Abel pulou uma batida quando viu o que Yvette estava prestes a fazer, ele rapidamente gritou:
— Tome cuidado! Mas era tarde demais, a espada mágica de fogo havia escorregado da mão de Yvette. No momento em que o corpo da espada tocou o chão, uma luz vermelha brilhou do corpo da lâmina.
*Dong! A espada atingiu o chão. Naquela fração de segundo, a área onde a espada tocou ficou totalmente enegrecida, e a atmosfera do Mercado estava cheia de um cheiro de queimado. Abel rapidamente pegou a espada do chão e a colocou de volta na bainha, Yvette estava em completo choque e assustada com o que acabara de acontecer.
A espada teria feito um enorme buraco no balcão se fosse colocada diretamente ali. Muito menos pensando nas consequências de queimar um balcão tão caro, Yvette não pôde deixar de dar um tapinha no peito. Ao mesmo tempo, agora realmente experimentou o quão aterrorizante era o poder mágico de fogo desta espada. Ela não podia imaginar qual seria a consequência se esta espada fosse usada para atacar pessoas.
— Mestre Abel, vou cobrar apenas uma comissão de dois por cento do valor total de suas armas. — Esta foi a comissão mais baixa que Yvette poderia ter oferecido a alguém, e ofereceu a Abel por agradecê-lo mais cedo por seu aviso.
— Obrigado, Sra. Yvette. — Abel havia entendido todos os detalhes e procedimentos do leilão, e ficou agradecido pelas boas intenções de Yvette
Então, Yvette assinou um contrato com Abel. Portanto, as 7 espadas de cem forjas e a Versão de Luxo da Espada Mágica de Fogo de Cem Forjas foram deixadas no Mercado Edmond para o leilão.
Depois, Abel foi até a loja Armamentos Harry e entregou mais 2 espadas de cem forjas para o gerente. O gerente não fez perguntas, pois era um empresário experiente. Vendo que as duas horas já haviam se esgotado, Abel chamou o motorista e voltou à ferraria para pegar Mestre Bentham e voltar ao castelo.