Índice de Capítulo

    Rasen, agora em uma forma ainda mais poderosa, sente sua essência sendo amplificada: seus golpes, resistência e velocidade elevam-se a níveis incomparáveis, obrigando seu desafiante a recuar, calculando cada movimento com precisão cirúrgica.

    A superioridade que antes era sua começa a se desfazer, como uma miragem, à medida que a transformação do traidor o torna capaz de competir em igualdade.

    A escuridão penetra seus músculos, veias e aura.

    No entanto, sente uma falha, uma frustração invisível, como se sua nova forma não fosse suficiente para alcançar a força que almejava.

    Ele urra internamente.

    “Minha geração de energia não aumentou…”

    Sua voz rouca, em seus pensamentos, se mistura ao som das batidas de seus punhos, e um golpe flamejante, uma explosão de aura, raspa perigosamente ao lado de sua face. O calor do impacto é arrepiante, mas sua reação é mais rápida que o exorcista antecipava.

    O soco chegou com a velocidade da luz!

    Sem pensar, avança, em um movimento quase letárgico, mas com precisão, tentando esmagar o pé do exorcista.

    — Bons reflexos! Mas…

    As palavras mal saem de sua boca quando, movido pela agilidade, o exorcista desvia no último segundo, mas não está preparado para o que se segue.

    Surpreendido pela investida, se vê sendo arremessado para trás, movido por instinto imediato.

    Então, não se deixando dominar pela frustração, faz o inesperado: com uma explosão de trevas entre seus dedos, gera um impulso que lança seu adversário ainda mais para frente… uma onda de energia conhecida como liberação, mas forjada nas trevas. É quando ele eleva sua aura, mas não consegue controlá-la, forçando-a a explodir de dentro para fora, como uma bomba caseira.

    É agora…

    Aproveitando o momento em que o desarma, Rasen dobra os joelhos, cruza os dedos, e sua mão esquerda aponta para ele, como uma flecha prestes a disparar.

    — Extensio Energiae, disrumpe!

    A técnica deveria ter sido instantânea, mas algo se rompe. A energia não se expande como antes. Sua conexão com a habilidade inata falha, como se algo profundo e perturbador o tivesse mudado.

    E sua energia, outrora potente, agora vacila.

    Mas é tempo suficiente para o exorcista conjurar um escudo diante de si, que se desintegra no exato momento.

    “O que…?”

    — Tá com ping alto, né, pai? — O exorcista se fixa, os pés firmemente plantados, em uma coluna — ou o que restou dela —, atenuando o impacto com a leveza de sua aura.

    — Acha engraçado, é? — rosna, seus olhos congelados na raiva.

    Ele sempre foi frio, mas a irritação causada por ele o faz tremer até os fios de cabelo. E, depois da última luta, não há como se dar ao luxo de ser debochado sem perder terreno.

    Canalizando sua energia com a precisão de um predador, Rasen salta para trás, já iniciando a reversão de sua técnica com a determinação de um último golpe.

    “Que assim seja!”

    — Reversio incantationis: Disrumpe!

    No instante seguinte, explode uma espiral de energia negra massiva, girando de fora para dentro. A força do ataque fere seus dedos, mas ele avança, detonando com uma violência que causa uma explosão no meio do caminho.

    O impacto causa surpresa em ambos.

    E o híbrido recua, braços levantados para se proteger o máximo possível, mas a dor é intensa. Sua pele queima enquanto uma fenda se abre entre eles, como um abismo em chamas negras.

    “Merda… sem estabilidade… alcance…”

    Seus olhos sangram, adaptando-se à exposição. Não, é algo que o leve à morte, mas um efeito sutil que será tratado enquanto sua natureza transita para algo além de um mero humano.

    — Esqueceu de treinar?

    Ele suspira pesadamente, a euforia tomando conta. Deixa a fumaça de sua pele se dissipar no ar, empurrando o chão com força, avançando novamente.

    O salto corta o espaço, e ele desfere uma rasteira com a velocidade de um raio. Mas o movimento é esquivado, contornado com destreza.

    O traidor coloca as mãos no chão… e então, BOOM!

    O impacto faz o chão tremer sob seus dedos. Uma isca, e, inevitavelmente, o exorcista morde.

    Ele cai na vala, sua face transformada na psicótica que todos temem.

    “Quem vai rir agora?”

    Sem uma palavra, sem uma entonação, ele mira na fenda e dispara uma espiral. A onda de energia ergue uma cortina de poeira, ocultando tudo à sua frente.

    Como uma granada de fumaça explodindo em pleno campo de batalha, a tensão atinge o ápice.

    — Deveria desistir! — vocifera o homem à frente, seu tom ácido ecoando como um trovão no peito do exorcista. — Kryntt, minha técnica inata é mais versátil! Além disso, agora meu corpo… — ele abre os braços, como se exibisse um prêmio — … é mais resistente. — Seus lábios se torcem em algo entre um sorriso e um espasmo animal, enquanto a saliva escorre como uma cascata. — Se se render… talvez eu não te coma vivo. Pelos velhos tempos!

    O exorcista cambaleia para trás, ofegante, os pulmões incapazes de acompanhar o ritmo frenético do coração. A dor irradia por cada nervo do corpo, uma tortura incessante que pulsa no ritmo do sangue que jorra de seus ferimentos.

    Sua mão direita já não responde—porque não existe mais.

    Ela cai ao chão a partir do coto de seu pulso; o antebraço é agora apenas um membro inútil e ensanguentado…

    Seus olhos, turvos pela perda de sangue, descem lentamente até o abdômen. O lado esquerdo está destroçado, obliterado, como se tivesse sido devorado por um predador das profundezas.

    Pedaços de carne e ossos estão expostos, enquanto o sangue forma poças ao redor de seus pés vacilantes.

    “Merda… esse bosta é um maldito trapaceiro…”

    Pensa, enquanto seus dentes trincam e o suor se mistura ao sangue que escorre pelo rosto pálido.

    O solo abaixo de si parece um abismo. Sua mão restante busca um apoio que não vem, enquanto a visão fraqueja. Mas o que queimava dentro dele não era apenas a dor, era o ódio. Uma chama, pequena e bruxuleante, ainda resiste. Ele sabe que está à beira do colapso, mas a ideia de desistir… de ceder… é uma traição que seu orgulho jamais permitiria.

    “Uma ferida dessas… caramba, se eu me curar, estarei trabalhando a metade da capacidade… mas, se eu não me curar, estarei mais lento. Se eu ignorar a dor, compensando com calor… merda, merda!”

    Ele pega sua mão com dificuldade e, encarando a poeira, a lança imbuída de energia. Passagem de energia espiritual: um método ruim para energizar objetos temporariamente, já que exige mais energia e o efeito é curto.

    Mas, ao distrair os sentidos inimigos, a mão voa aos céus.

    “Hm… uma distração?”

    Ele pensa que outro movimento, um ataque, virá e cruza os dedos, mas…

    — Extensio energiae: Filorum marionettae!

    O ar ao redor se agita como se fosse cortado por lâminas.

    A antecipação é grande!

    Mas… a energia que emana da mão do exorcista, agora imbuída, toma forma e Rasen, por um instante, é capturado por um instante angustiante sem poder reagir.

    É um toque simples em seu membro arrancado, e agora ele está completamente à mercê de sua técnica inata. Antes que seu inimigo consiga sequer processar o que está acontecendo, a mão se lança contra ele com uma força brutal, explodindo seu sangue por todo o corpo, como se fosse uma bomba de carne… Não é um ataque físico, mas uma distração, uma manipulação sutil em sua percepção aguçada que o desorienta completamente.

    — Ehr… — A reação é tardia, uma tentativa desesperada de entender o que está acontecendo, mas…

    A boca do garoto, ainda distante, é como uma lâmina afiada para açoitar sua ambição, cortando através de seus pensamentos, capaz de destruir os mais loucos sonhos dele.

    Cada palavra é uma sentença, cada som uma maldição.

    — Expansio Energiae, Campus Divinus Marionettarii Faceti!

    Essas falas vibram no ar, e tudo à sua volta começa a distorcer. Ele sente o espaço se torcer como uma tela de teatro sendo moldada por fios invisíveis. Preso, ele cai de joelhos, sentindo o chão rugir sob seu corpo. Ele está agora em um domínio completamente diferente, uma prisão etérea do marionetista, onde o palco se torna o seu cárcere. Seus braços, agora conectados a fios invisíveis, se esticam e se tensionam, forçando-o a se mover como uma marionete.

    À sua frente, uma figura ameaçadora surge das sombras — uma entidade com corpo e cabeça de madeira, seus olhos pintados como bocas, cada detalhe de sua vestimenta a tinta. No entanto, o mais aterrador está aos pés do dono da dimensão: uma mão gigantesca, maior que todo o palco, surge das trevas, enquanto à direita da tal criatura o segura, sustentando o palco através do boneco.

    — O-o que você fez? — Sai trêmula, seus olhos refletindo uma mistura de incredulidade e certo pavor.

    Ele não consegue entender como foi possível.

    O exorcista perdeu um membro, um golpe que deveria ter sido mortal. Seu abdômen está cauterizado, a carne ainda falta, mas não sangra mais… Como ele expandiu e se curou tão rapidamente, com um estoque de energia tão pífio, sem nem mesmo perceber como isso aconteceu?

    — Trapaceei!

    A resposta chega como um sussurro, repleta de uma verdade amarga que se insinua nas palavras. O feito, por trás de sua aparente simplicidade, esconde o jogo sujo, a trapaça de um poder com riscos além do entendimento.

    Ele não apenas jogou o jogo — ele alterou as regras.

    ÚLTIMO CAPÍTULO ESCRITO AQUI!

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (1 votos)

    Nota