Capítulo 96 de 30 - Se prepare para ser humilhado!
Após acalmar-se, percebeu algo peculiar. Embora ainda não soubesse qual era o corpo verdadeiro do adversário, notou uma diferença sutil entre eles, algo que apenas sua habilidade mais poderosa lhe permitia sentir.
Durante o instante em que conseguia paralisar completamente o oponente, a fúria o impediu de perceber esse detalhe. Porém, ao refletir sobre a batalha, concluiu que havia algo que distinguia o original das cópias. Não se tratava apenas de aparência ou gestos, mas de algo mais interior.
Centenas de cópias surgiam incessantemente a cada ataque, como se o processo fosse infinito. A verdadeira identidade do inimigo permanecia oculta, mas isso já não tinha importância.
— Intenção assassina! Super Speed Brute Force Cure Iz!
Todos no local foram paralisados mais uma vez, e Izumi tinha apenas um segundo para identificar o corpo real antes que seu próprio vigor começasse a se esvair pelo esforço de manter uma habilidade que excedia os limites de seu corpo.
— Te achei! — exclamou, um sorriso triunfante iluminou seu rosto.
O demônio percebeu o olhar direto em sua direção. Seu corpo estremeceu mais intensamente do que o habitual, e o coração disparou. Naquele instante, Izumi teve ainda mais certeza de que aquele era o corpo original.
Como ele descobriu? pensou o demônio em êxtase.
Izumi, empunhando suas duas espadas antigas, comuns à primeira vista, ele sentiu um leve receio de que elas não suportassem a intensidade de sua energia negativa. Virou-se de costas para o inimigo e guardou a espada que segurava com a mão direita.
As cópias ao redor hesitaram e, observou com desconfiança, sem atacar. Enquanto isso, Izumi segurava firmemente a outra espada, com a mão direita apoiando o braço oposto e, permitiu que a energia negativa se concentrasse, pouco a pouco, na lâmina.
— Sen… To… Ichi… Voador!
A energia negra que envolvia a espada, agora altamente concentrada, impulsionou o corpo dele com velocidade devastadora em direção ao adversário. Antes que o destemido pudesse reagir, sua cabeça foi decepada em um único golpe. Com um leve sorriso, finalizou sua técnica.
— Cortante!!!
O demônio, em total incredulidade, questionou: — Como, como sabias?
— Seu imbecil! Em minha forma mais poderosa, sou capaz de ouvir seu coração pulsar com mais intensidade do que qualquer outro mesmo que seja sutilmente — respondeu, fazendo um gesto provocativo com os dedos.
Destemido sorriu de forma enigmática e disse: — Não era exatamente o que eu esperava, mas serve.
Aaron desativou a dimensão, e Izumi, ainda envolto pelas faíscas de seu ataque, balançou a espada contra o chão, elevando-se no ar por um instante e evitou a queda brusca. Assim que seus pés tocaram o solo, ele não perdeu tempo e desferiu sua técnica “Cem Cortes” contra o inimigo.
— No fim, você foi humilhado por mim!
Logo após, se dirigiu a Castiel, que estava no chão, à beira da morte, incapaz de respirar adequadamente. Ao observar a situação, ele disse:
— Pare de fingir.
— Obrigado… foi um…
— Silêncio! Não fale como se fosse seu último suspiro — interrompeu, com tom de reprovação.
— Prazer… em te criar… meu filho.
— Eu não sou seu filho… — respondeu, enquanto tomava sua cabeça em mãos, e algumas memórias começaram a emergir.
Eram memórias dos momentos felizes com sua mãe. Todos os dias, aquele homem visitava a casa, colocava as mãos sobre sua cabeça e o acariciava. Ele gostava disso e acreditava que aquele homem era especial.
— Meu filho… — murmurou Castiel.
O líder presumia que a criança não poderia ouvir, pois suas palavras eram baixas demais para qualquer um escutá-las. No entanto, Izumi ouvia tudo, mas nunca revelou isso. Guardou as palavras para si, como uma memória preciosa.
Ele sabia que aquele homem não era seu parente, mas, entre todos na cidade, ele era o único que se importava com sua mãe e o chamava de filho, ainda que em segredo.
No fundo, ele acreditava que aquele homem era seu pai. Contudo, essas memórias, como tantas outras, haviam sido bloqueadas até aquele momento, quando ele ouviu Castiel murmurando as mesmas palavras.
Lágrimas começaram a escorrer pelos olhos dele, enquanto observava o líder, consumido pela dor, no chão. E, sem querer, perguntou:
— Pai? — perguntou, a voz cheia de incredulidade.
— Sim… meu… filho — respondeu.
Izumi, ao voltar a si, questionou por um momento o motivo de suas lágrimas, embora soubesse muito bem a razão. Limpou os olhos rapidamente, se aproximou dele e disse:
— Eu não vou deixar você morrer!
Segurou o braço do seu pai e ativou sua habilidade mais poderosa. No entanto, ele logo percebeu que essa habilidade não tinha efeito de cura sobre os outros.
Após um segundo, desativou-a e, desesperado, tentou novamente poucos segundos depois. Mas não havia efeito. Foi quando Izumi se deu conta de algo: sua preocupação não estava mais restrita a Ui e Max, mas também àquela pessoa.
Ele percebeu que usar sua habilidade por apenas um segundo talvez não fosse o suficiente para despertar o efeito de cura sobre os outros. Mesmo que seu corpo começasse a enfraquecer, ele não se importava. Naquele momento, seu pai era a pessoa mais importante para ele.
— Intenção assassina! Super Speed Brute Force Cure Iz!
Continuou, e, após um segundo, várias veias começaram a surgir por todo o seu corpo, enquanto a dor se intensificava ainda mais. Castiel, ao ver o sofrimento de seu filho, murmurava para ele parar.
Dez segundos se passaram, e o corpo dele estava quase irreconhecível, coberto de veias. A dor era diabólica, mas ele não parava. O líder, em meio à angústia, sentia as lágrimas escorrerem de seus próprios olhos, mas era incapaz de fazer qualquer coisa para ajudar.
Depois de quinze segundos de sofrimento, o corpo de Castiel começou a se curar rapidamente. Em cinco segundos, ele estava completamente restaurado, enquanto Izumi, sem forças, desmaiava no chão.
Momentos depois, começou a abrir os olhos. As veias que antes tomavam conta de seu corpo começaram a desaparecer, até que seu corpo voltasse ao normal. No entanto, ele permanecia imóvel.
— Finalmente acordou, belo adormecido — disse Castiel, visivelmente aliviado.
Ao perceber que sua cabeça repousava sobre as pernas de seu suposto pai, soltou um suspiro fraco e murmurou: — Me deixe em paz.
Enquanto seus pensamentos tomavam o rumo de sempre, ele acreditava que aquela seria a oportunidade perfeita para ser descartado, e então fechou os olhos, aguardando por isso. No entanto, ele sentiu algo tocando suavemente sua cabeça e, fazia movimentos leves.
— Meu filho — murmurou.
Izumi ouviu novamente a voz dele, aquele que ele acreditava ser seu verdadeiro pai, e lágrimas começaram a se acumular em seus olhos. Ele não conseguia controlá-las, e, mesmo que quisesse, não podia esconder o rosto. Com os olhos fechados, as lágrimas desceram pelo seu rosto, enquanto ele murmurava, baixinho:
— Obrigado, pai.
Logo depois, uma mulher apareceu e olhou para o líder, como se fosse em um gesto de concordância. Ela se aproximou e tocou Izumi. Ele sentiu algo quente em sua pele e uma aura acolhedora penetrou seu corpo, trazendo uma sensação de alívio.
Izumi abriu os olhos e viu Nita curando-o. Ele levantou a costela e, observou-a com um olhar curioso, como se algo o intrigasse. Em seguida, pegou sua mão. Nita, surpresa, começou a gemer de dor, pois Izumi começava a sugar sua aura. Castiel, vendo isso, rapidamente interrompeu.
Izumi se levantou, olhou para suas mãos com um semblante de dúvida. Sentiu que a energia que havia absorvido dela o recuperou parcialmente. Ele então olhou para seu pai e disse:
— Me deixe sugar sua aura.
Castiel, surpreso, olhou para Nita por alguns instantes, pensou um pouco e, finalmente, concordou.
Ele então colocou as mãos nos ombros do líder e começou a sugar sua aura de forma mais lenta do que antes. Podia sentir sua energia fluindo para fora, mas, surpreendentemente, dessa vez não sentia dor.
Izumi parou abruptamente e declarou: — Já é o bastante, me sinto renovado.
— Então vá! — ordenou, fitando-o diretamente nos olhos.
Sem perder tempo, acionou o “Speed Iz” e seguiu seu destino. No entanto, antes de chegar ao local, sentiu que Ui estava em perigo e rapidamente correu até ela. Ao chegar, viu-a completamente exausta, com alguns ferimentos, enquanto o demônio ainda parecia ter alguma energia.
Ui estava prestes a cair, mas foi rapidamente pega. Ao perceber quem a segurava, ela sorriu e murmurou:
— Izumi…
O demônio, incrédulo diante da velocidade sobre-humana daquele oponente, perguntou:
— Quem… quem é você?
Izumi lançou-lhe um olhar gélido e repleto de desprezo antes de responder:
— Super Speed Iz.
O demônio só ouviu o som da espada sendo recolocada na bainha, sem perceber em nenhum momento o instante em que a lâmina fora sacada. Pouco depois, o demônio notou seu corpo começando a se desfazer, pedaço por pedaço, até cair no chão em cem cortes.
Izumi, sem perder tempo, correu até o local da principal batalha. Ao chegar, viu que Idalme estava prestes a ser morta pelo destemido. Ele poderia salvá-la, mas, ao observar a cena, percebeu que não precisava. Após o ataque de Miguel, ele apareceu na frente do demônio.
Colocou Ui no chão para que Idalme a curasse e, sem dizer uma palavra, se preparou. Enquanto isso, Max exclamava:
— Agora é a sua vez, Izumi!
Ele avançou em direção ao demônio, um sorriso confiante triunfava seu rosto, enquanto proclamava:
— Se prepare para ser humilhado!
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