Capítulo 131 de 26 – Droga, essa doeu!
Os irmãos avançaram com fugacidade. Léo, com sua força imensa, lançava socos intensos de várias direções, cada um visava um ponto vulnerável de sua oponente. Loi, por sua vez, usava seus pés, desferindo chutes certeiros que cortavam o ar e buscava uma abertura na defesa inimiga.
Ui, com sua habilidade de reação aguçada, mantinha-se na defensiva. Ela se esquivava com agilidade, saltando e rolava para evitar os golpes da destemida, ao mesmo tempo, em que defendia com maestria os socos rápidos do Léo.
Léo, embora soubesse que os ataques de Ui eram rápidos, não conseguia antecipar onde ela golpearia. Foi nesse momento de distração que ele foi atingido, a dor cortou através de seu corpo, antes de conseguir reagir.
Loi, ao perceber a brecha deixada, se preparou para atacar. Com um movimento, ele tentou martelar as costelas da adversária. No entanto, antes que o impacto se concretizasse, Ui desapareceu de sua visão.
Não somente a mestiça desapareceu, mas, para a surpresa de Loi, Léo também havia sumido junto, como se ambos tivessem se dissolvido na mesma fração de segundo. O silêncio se instalou por um instante, até que, vindo de uma direção à frente, um gemido de dor cortou o ar.
O som era do seu irmão, e o eco de seu corpo batia contra a parede, parecia reverberar por toda a sala. Ela ouviu os impactos incessantes de golpes acertando-o.
O desespero tomou conta de Loi, e ela rapidamente se recompôs e moveu-se com agilidade para socorrer. Seus passos eram rápidos, mas antes que pudesse reagir, uma vez mais Ui desapareceu de seu campo de visão.
Era como se a adversária jogasse com a incerteza e criava uma cortina de confusão que dificultava qualquer tentativa de defesa ou ataque. A destemida parou, sentindo o peso da situação, enquanto procurava, em vão, por um ponto onde sua inimiga ressurgiria.
Onde ela está?
— Aqui! — declarou Ui, sua voz vibrava com provocação.
Loi ao virar a cabeça, a mestiça já havia reunido uma série de socos rápidos, acertando com precisão. No entanto, apesar da força dos ataques, Loi conseguiu manter sua defesa firme, e os golpes não ultrapassaram a barreira formada por sua habilidade.
Determinada a não ceder, Ui começou a acumular força nas pernas e preparou-se para um chute devastador.
A destemida, com seu instinto aguçado, percebeu o movimento e rapidamente identificou qual pé Ui usaria para o ataque. Ela, então, ajustou sua postura, virando o corpo para o lado e fez o vento em torno de seu movimento mudar de direção, tentando desviar a trajetória do chute.
No entanto, antes que pudesse completar a manobra, Ui sorriu, um sorriso quase desdenhoso. Enquanto caía, sua outra perna já estava pronta, acumulando uma força que Loi não conseguiria antecipar.
Com um movimento rápido e preciso, a mestiça redirecionou o chute, atingindo o corpo da inimiga no sentido oposto ao vento que ela havia gerado, surpreendendo-a completamente. O chute de Ui acertou precisamente o rosto de Loi e enviou uma onda de dor que a fez vacilar por um instante.
A mestiça, que iria ser jogada para longe, cravou a mão no chão, impedindo a queda completa e, com uma rapidez impressionante, se levantou, já voltando ao ataque. Seus punhos se moviam como uma metralhadora, rápidos e implacáveis. Enquanto isso, a destemida utilizava seu escudo de vento para se proteger.
Ui observava atentamente e analisava o movimento inimigo. Ela logo percebeu algo curioso: quanto mais forte atacava, mais fraca ficava a barreira. A defesa da destemida começava a ceder, até que, com um último soco, a barreira estava prestes a ruir por completo.
No entanto, Loi, reverteu rapidamente a barreira de vento, criando um movimento que fez seu alvo escorregar. Mas, em um relance, Ui usou a técnica inimiga contra ela mesma.
Com prontidão, ela aproveitou com um chute preciso, a atingiu em cheio, derrubando-a no chão. A força do impacto fez a destemida cair, mas não sem antes sentir o gosto amargo da derrota iminente.
— Ah, agora faz sentido… Após entender sua técnica, fica fácil. — Ui sorriu novamente, a arrogância estampada no rosto.
Léo se aproximava a passos largos e, sem hesitar, falou:
— Não se preocupe, irmã. Tenho um plano.
Loi se levantou, seu corpo ainda dolorido, mas sua mente focada. Ela caminhou até o lado do seu irmão, que a observou com um olhar sério. Sem rodeios, ele disse, em tom firme: “Lute normalmente.”
As palavras dele não faziam sentido naquele momento. Ela não compreendia o plano que ele arquitetava, mas confiava o suficiente para seguir suas instruções.
Léo, então, se afastou um pouco, posicionando-se ao lado de Loi. Juntos, eles formaram uma linha de defesa, prontos para a próxima etapa do confronto.
Eu sei sobre os mestiços, a audição deles são aguçadas, por isso, minha irmã, perceba a minha intenção.
A destemida, apesar de não compreender completamente o plano, decidiu seguir seu instinto e lutar como sempre fazia contra oponentes fortes. Ui, ao observar com atenção, pensou consigo mesma:
Se eu entrar naquela brecha entre eles e atacar, aquela mulher iria contra-atacar no momento e o seu irmão iria auxiliar rapidamente. Um plano interessante, mas não sou tola pra cair nessa. Atacarei o lado oposto!
Ui, convencida de sua vitória, atacou com velocidade extrema, mirando no lado ausente de Léo. Seu movimento foi rápido, quase como um raio, e ela sabia que, em seguida, Loi tentaria inverter a direção de sua barreira de vento. Era uma estratégia previsível. Com isso, a mestiça planejava aproveitar a brecha na defesa de Loi e causar um dano significativo.
Porém, quando se preparava para contra-atacar, algo fez seu instinto congelar. Ela percebeu o erro quase que imediatamente. O demônio, em um movimento calculado, havia invertido seu corpo para a direita, justamente onde Léo estava posicionado e aguardava o momento perfeito para atacar.
Ui, na velocidade com que se movia, sabia que não teria tempo de se esquivar. Sua perna ainda estava fora do chão, impossibilitando uma rápida reação.
Bingo irmã!
Léo, com um sorriso de confiança no rosto, observava o movimento de Ui, sabendo que a armadilha havia se fechado. Ele estava pronto para qualquer reação, mas sabia que o tempo de agir havia chegado.
Enquanto a mestiça tentava desesperadamente encontrar uma maneira de esquivar-se, sua mente passava rapidamente por várias opções, todas infrutíferas. Nenhuma parecia eficaz o suficiente para evitar o cerco dos irmãos.
Desesperada, Ui decidiu apostar tudo em um último movimento. Com a perna que havia acumulado para contra-atacar Loi, ela a direcionou rapidamente para Léo, esperando ao menos atingi-lo e criar uma brecha para sua fuga.
Porém, o destemido, com destreza, desviou do chute com naturalidade, e, no mesmo movimento, aproveitou a abertura para desferir um contra-ataque fulminante.
— Destruidor de Rivais!
Loi, inicialmente tomada pela euforia ao ver o ataque de seu irmão acertando precisamente, não pôde conter um sorriso de vitória. Ela acreditava que a batalha estava finalmente decidida.
Entretanto, ao olhar com mais atenção, percebeu algo alarmante: Léo, havia desaparecido. O vazio onde ele estava momentos antes só aumentava a sensação de desconforto.
Foi então que seu olhar se fixou em Ui, que agora estava no chão, sangrando dos braços.
— O que você fez…? — perguntou incrédula.
— Droga, essa doeu! — resmungou a mestiça.
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