Capítulo 304.1 — Coragem de negar
Antes de recuperar seu braço.
Zuri se perguntou.
Será que valia a pena? Será… que sua vida teve algum significado? Até ali…
Não se tornou o que queria…
Nem foi como gostaria.
Centrada, focada, fria.
A gênio… que todos queriam seguir por ser o exato modelo perfeito de exorcista.
Mas era só fachada…
Por dentro, só havia cacos.
No final, sempre esteve só. Pois todos amavam quem nunca foi. O ideal. A imagem. Não a mulher que sangrava por dentro.
E naquele instante, quando sentiu o breu tocar seu corpo, algo se rompeu.
Se perguntou: quem era ela?
Quem era aquele demônio?
Talvez fossem espelhos de uma mesma dor.
Ao menos coragem ele tinha — de dizer o que não era.
E ela? Vivia negando o vazio.
O vazio que nunca pôde assumir.
E de lá… uma luz…
O fim?
Não… racional seria abandonar tudo.
Aceitar a derrota. Se conformar com um fim mais digno.
Mas não conseguia. Não com aquela sensação de que havia se quebrado muito antes.
Desde aquele outro combate…
Desde que sobreviveu, mas perdeu algo mais importante que um braço — sua fé em si.
Fazer por fazer…
A limitação que carregava não era física. Era um eco mental. Uma prisão invisível forjada pela culpa.
Mas então… naquele instante…
Não usou selos.
Não usou fala.
Apenas vontade.
A chama crua e feroz de alguém que perdeu tudo — menos a centelha que recusava morrer.
A mente se apagou quase por completo. Só restou o impulso.
De tentar… novamente.
Essa era sua garra.
O que deixaria no mundo, mesmo que… não fosse quem todos pensavam.
Mesmo que não soubesse mais quem era.
Ainda assim, escolheu lutar.
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