Índice de Capítulo

    Novamente, horas antes.

    No mesmo instante em que Leviel tomava posse, Mael se sentava à mesa de um senhor — calvo, porém elegante, com ternos bem cortados e relógio caro demais para esconder o quanto era feio.

    — Vejo que tem bom gosto… — disse a entidade.

    Em meio a tantas pessoas, apenas ele podia vê-la.

    O homem cuspiu o que comia. Sua feição mudou — raiva.

    — Que diabos é isso? É um daqueles jovens fazendo cosplay?! — tossiu, bebendo água. Todos ao redor olharam, cochichando. Ele falava com o nada.

    — Não.

    — O que você quer? Se for alguma besteira, já aviso: mando os seguranças te botarem pra fora a pontapés! — arrogante, sem medo, só muito ignorante.

    — Eu? — Se levantou com calma — Vejo que não é um homem de fé. É desagradável… mas fede a dinheiro. E é isso que eu quero. Alguém que já abandonou o Altíssimo para venerar notas imundas… Você. Seu porco gordo e fedorento!

    Mal pôde responder.

    Pois, quando os olhos do demônio brilharam, tudo ficou fácil.

    Aquela alma já aguardava o fim. Estava podre — completamente.

    A posse foi imediata.

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