Capítulo 323.1 - Finalmente apareceu
— Que saco!
Yami se cansou.
Levantou-se num impulso e socou a distorção bem diante dos olhos. Sua mão atravessou… e ardeu.
Ardeu o suficiente para trazê-lo de volta.
— Ehr…
— Garoto…
Olhou para a própria mão, esperando vê-la queimada ou ferida.
Mas no lugar disso — uma boca cheia de dentes se abriu. E a voz soou como a de Azaael.
— Resolveu aparecer, finalmente?
— Eu estou aqui desde sempre…
— Então por que não me respondia?
— Talvez… eu estivesse de luto?
— Ah… ainda?
— Seu filha da puta! Quantos anos você ficou de luto?! — esbravejou, quase rasgando o braço de tanta raiva.
— Tá, tá… foi mal!
— Foi mal… Você é um otário mesmo. Bem mais do que eu!
— Nem vem. Você é um cuzão. Mesmo que sejamos iguais, no fim… somos dois cuzões!
— É… somos. — A admissão saiu amarga — … Somos só dois idiotas atrás de vingança. Será que… ao menos um de nós vai ser feliz?
— Não…
— Por que você é tão negativo, garoto?
— Não é negatividade. É realismo. Meu futuro… eu já sacrifiquei. E você? O que vai fazer quando assumir meu corpo? Os outros não vão aceitar. Você não conseguiria fingir. Não conseguiria manter…
— Verdade… não pensei nisso. Na verdade, fui tão tolo quanto você… — disse, com uma reflexão tão sincera que, de repente, tudo deixou de fazer sentido.
— Tudo termina. Essa vida é uma merda. Uma merda!
— Uma merda… — repetiu a entidade, quase com gosto.
Era amargo.
Não pela palavra em si,
mas pelo eco que deixava dentro deles.
Como se admitir aquilo fosse pior do que viver.
— Enfim… você sabe como a gente escapa disso?
— Não!
— Sério? Wow… Vai dizer só isso?
— Queria o quê? Um “tamo fudido” com firula?
— …Deixa pra lá. Vai ver, a gente nasceu pra isso. Pra terminar conversas no meio…
Encarando aquilo como se fosse ter uma ideia do nada.
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