Capítulo 351.1 - O autor morreu
— A-Alum?
A voz ecoou em mim… fraca, dilacerada, como um sopro perdido entre universos.
Eu… ou Bezeel?
Enfim… ele mirou o horizonte.
E naquele instante eu parei de ouvir os pensamentos dele que sempre se derramavam na minha mente.
A transmissão cessou.
A intenção se calou.
Um silêncio anormal.
Proibido.
— Mas posso… matá-lo.
A frase foi dita sem cerimônia, sem declaração, sem teatro… como quem comenta o tempo.
De quem falava? De Elum?
Da ponta de seus dedos, a energia emergia: Negra, crua, absoluta, consumindo o corpo de escuridão de Bezeel como se queimasse um papel antigo.
— Não é nada pessoal… autor.
Meu sangue gelou.
Se é que eu tinha sangue ali.
E… em um único disparo…
A realidade se rasgou.
A casa das ideias estremeceu. O tempo tentou recuar, a ficção engasgou, o caos tentou se recompor.
Passou o mundo Concepção… a Completude…
Mas nada adiantou.
Atravessou a existência como se atravessasse um pensamento inacabado.
E eu… eu…
Morri?
…
Sim! Matei o autor desta obra.

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