Capítulo 12 - Títulos
A poeira acumula-se densamente sobre os destroços, obscurecendo a visão, enquanto o eco ensurdecedor dos ataques ainda reverbera no ar, como o clamor de mil trovões enfurecidos.
A cada respiração, Masaru solta um gemido de dor, mas sua determinação o impulsiona a lutar com ainda mais fúria. Ele recuou alguns passos após se erguer, sua vontade elevando-se como uma muralha inquebrável diante do terrível demônio que enfrenta.
Os efeitos devastadores do uso implacável de energia negra e espiritual permeiam o ambiente, distorcendo a realidade ao seu redor.
O ar está saturado com o pungente odor de enxofre e sangue, enquanto o calor abrasador evapora qualquer vestígio de umidade, deixando o ambiente árido e sufocante.
Seu olhar, brilhando com uma intensidade feroz, reflete não apenas a ferocidade da batalha, mas também uma determinação tão profunda que beira a insanidade.
À sua frente, a sinistra entidade aguarda, e ao redor de sua silhueta, o horizonte ondula e distorce-se como uma miragem distante.
Azaael, com metade do rosto desfigurada pelo seu último golpe, ergue sua lâmina negra com ímpeto selvagem. Seus olhos ardem com uma mistura venenosa de admiração e ódio ao encarar o jovem exorcista, cuja coragem desafia todas as suas expectativas.
— O mais forte? Uma mera alcunha infantil é o que você valoriza acima de seu próprio nome!? Que ironia…
Sua voz, cortante como a lâmina que brande, dilacera o silêncio pesado e tenso que paira sobre eles.
O exorcista, confrontando a provocação com uma determinação que queima como um fogo voraz dentro dele, segura o ombro esquerdo, enquanto uma aura de luz envolve seu corpo, irradiando uma energia vibrante que parece sacudir o próprio ar ao seu redor, como as ondas tumultuadas de um mar tempestuoso.
E conforme a luz penetra em sua pele ferida, no braço, convertendo a essência metafísica em matéria física, deixa para trás cicatrizes profundas como testemunho de sua coragem.
— Nomes são apenas rótulos, impostos sobre nós sem nosso consentimento! Prefiro ser definido pelo que faço e pelo impacto que deixo no mundo, não por um nome que me foi atribuído por outros! E esse apelido infantil foi uma escolha minha! — declara, sua voz ressoando com uma convicção que desafia o próprio inferno.
— Os nomes não deveriam ser uma extensão de nossa identidade? Não são eles que moldam quem somos? — a entidade retruca, determinada a sondar os mistérios que cercam o jovem exorcista, pois para ele, cada embate é uma oportunidade de desvendar os segredos daqueles que considera seus adversários.
— Não! Ouça bem, ser das trevas! Quando partirmos deste mundo, não é o nosso nome que perdura, mas sim o legado que deixamos para trás, as mudanças que promovemos e as vidas que tocamos! A verdadeira identidade é forjada pelo que fazemos, não pelos rótulos que carregamos! Por isso, você me conhecerá como o exorcista mais forte que já enfrentou! E isso basta!
As palavras ecoam, enquanto a luz que o envolve brilha com uma intensidade quase cegante, como uma supernova prestes a explodir.
Era a estrela mais brilhante a habitar os céus!
Nesse momento de clímax, um lampejo de reconhecimento atravessa a mente de Azaael; uma lembrança distante das asas douradas que uma vez enfrentou, agora consumidas por uma luz fulgurante.
Não havia distinção entre o déjà vu e o que ocorria diante de sua vista.
Os olhos de Yamasaki, espelhos da alma, refletem e projetam os pensamentos mais profundos, uma consequência indesejada de sua possessão, rejeitada pelo pacto que selaram.
Uma verdade incontestável no mundo espiritual.
— Você me lembra um louco, que um dia ousou chamar-se meu irmão… Mas siga em frente, mostre-me a força por trás dessas palavras vazias! — desafia.
Com as duas auras atingindo o ápice de sua potência, a tensão entre os dois combatentes atinge um ponto de ruptura, enquanto o demônio avança implacavelmente. Sua espada gira com uma velocidade sobrenatural que desafia a própria percepção, cortando o ar com uma ferocidade que deixa fendas no chão, marcadas por sua passagem.
Os passos pesados da entidade ecoam como trovões, rachando o solo sob seus pés, enquanto pequenas brasas negras se desprendem de sua lâmina, evaporando-se no ar como sombras fugazes.
— Que assim seja! — sussurra o jovem exorcista, sua voz um eco de determinação inabalável.
Masaru se lança na dança mortal, movendo-se com uma agilidade sobrenatural que desafia as leis do mundo, esquivando-se da lâmina que corta o ar com a proximidade ameaçadora de uma serpente venenosa.
Ele sente o calor abrasador das trevas que emanam da espada, uma lembrança constante da morte iminente que espreita em cada movimento do inimigo.
Num instante de pura audácia, ele se joga para o lado, sua perna direita se erguendo em um arco grácil enquanto seu corpo se contorce num jogo de corpo, desferindo um chute poderoso que atinge em cheio o peito da entidade, afastando-a da lâmina que brande.
É o ápice de sua habilidade física, cada fibra de seu ser vibrando com uma energia que rivaliza com a própria essência das trevas que enfrenta.
Sem a necessidade de recorrer a feitiços de fortificação como anteriormente, a criatura quase vacila diante do impacto de seu golpe, seus pés arrastando-se no solo enquanto seu braço direito se ergue e o esquerdo agarra sua face contorcida pela dor.
De suas garras estendidas, Azaael desencadeia uma tempestade de raios negros que irrompe com fúria titânica, dilacerando o chão com sua violência desmedida, abrindo fissuras que parecem devorar a própria terra enquanto se expandem rapidamente em sua direção.
O jovem exorcista escapa por um triz do impacto devastador dos raios, impulsionando o chão com força que cria uma cratera profunda em seu rastro.
Seus movimentos, ágeis e devastadores, perturbam os raios que o cercam, lançando ondas de energia que reverberam no ar, causando vibrações.
Sua figura, erguendo-se acima da criatura, parece uma miragem fugaz em meio ao turbilhão de caos e destruição que se desdobra ao seu redor.
Cada gesto, cada movimento, é uma dança frenética entre a vida e a morte.
Enquanto os raios negros se intensificam e engolfam a lâmina cravada no solo, ela se desfaz lentamente sob seu poder avassalador, consumida por uma voracidade insaciável que poderia devorar até os ossos, deixando apenas o calor abrasador de sua propagação para trás, como uma cicatriz ardente na superfície da realidade.
Ele está a cada instante mais e mais forte!
Nesse momento, Azaael tem uma epifania assombrosa, percebendo finalmente com quem estava lidando: alguém cuja presença o compeliria a desencadear as profundezas mais sombrias de suas habilidades.
Era o exorcista mais forte!
— Transmutatio materiae et status! — recita Masaru, sua voz ressoando no ar, seus cabelos voando ao redor do rosto, enquanto ondas de poder emanam dele, fazendo o próprio ar tremer com sua presença imponente.
A poucos metros abaixo de seus pés, o demônio se ergue, seus olhos faiscando de raiva enquanto ele range os dentes, uma fúria incontrolável crescendo dentro dele à medida que o garoto prepara seu próximo movimento.
As palmas de suas mãos irradiam uma energia imensa, uma aura que distorce o próprio tecido da realidade, tecendo os fios do destino em uma dança vertiginosa de ventos furiosos e chamas ardentes.
Ele conjura dois feitiços com um único recito, enquanto um dragão negro, como as chamas que porta, emerge das sombras de Azaael e envolve o corpo do demônio, serpenteando por sua perna esquerda, rodeando suas costas até alcançar a palma de sua mão direita.
Vamos elevar o nível desse embate…
É um ato de conjuração maldita, que só pode ser executado pelos demônios mais poderosos que caminham sobre Crea. A partir desse ponto, o demônio estaria lado a lado com o mais perigoso de seus servos, uma entidade mitológica completamente sob seu comando.
— Está pronto para ser exorcizado, humano!?
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