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    Halyna estava completamente atordoada, tentando desvendar a sombria proposta de Romero. Seus olhos fixaram-se nele, ansiando encontrar alguma lógica no meio da confusão.

    — Massacre? Espera aí, por quê? De graça? — Halyna estava incrédula, olhando para Romero com perplexidade.

    — Não é bem assim… e, ao mesmo tempo, é exatamente isso. Nós vamos mudar o mundo, mas a questão é: como faremos isso? — respondeu Romero, capturando a atenção de todos ao seu redor, cada um com um nível diferente de interesse. — Vamos sacudir o mundo, derrubar os peões do tabuleiro e, das cinzas, construir um novo mundo! — decretou com firmeza.

    O líder do caos, manipulando as cordas de seus seguidores, sua mente fervilhando de planos.

    — Mas não é só isso. Primeiro, nós sete vamos invadir. Eu criarei uma barreira de energia ao redor do prédio, disfarçando a quantidade de fontes de energia espiritual, mostrando apenas um grande aglomerado. Depois, Milk e eu subiremos aos últimos andares; dois ficarão nos andares centrais, e dois no primeiro. Ninguém pode estar vivo quando tomarmos nossas posições. Milk, poderia explicar para eles? — instruiu Romero.

    — Certo… Eu expandirei minha energia e, com um pacto imposto, aprisionarei todos que não estejam no primeiro, quinto e décimo andar. Nesse momento, vocês precisarão suprimir suas auras. Esperamos que os celestes entrem, e graças a Kwawe, criaremos uma distração para prendê-los como ratos… — explicou Milk, com o plano já arraigado em sua mente há semanas.

    — Mas como esse massacre ajuda em alguma coisa? Ou faz sentido? — questionou a garota, ainda mais confusa.

    Nesse momento, o loiro se sentiu à vontade para fazer um comentário sarcástico: — Talvez, para manchar ainda mais a reputação da Ordem? Afinal, ela já está mais manchada que a bunda do imperador!

    Isso arrancou uma risada de Rasen, mas Romero ignorou o sarcasmo e continuou:

    — Como eu estava dizendo, nossa ideia é invadir o prédio, certo? Mas por quê? Esse prédio é o mais distante, o que significa que leva mais tempo para ser alcançado pelos exorcistas. E tempo é necessário, já que nossa jogada será um Ritual, realizado dentro desse edifício. Planejo sacrificar a vida de todos ali em troca de um feitiço que eu e Rasen estamos elaborando há muito tempo. Esse feitiço abrirá uma fenda em Nova Tóquio e levará a maioria dos ressuscitados com ele! Será uma grande explosão, e dela o futuro nascerá, sem os hipócritas dos exorcistas, ou a maioria deles! — explicou Romero, suas palavras soando como uma sentença ao futuro, onde apenas a morte estava em seus anseios. — Esse é apenas o primeiro passo, mas antes há muito a fazer, então peço que ouçam! — Ele olhou diretamente para Halyna, com a intensidade de um lobo alfa.

    Mas ela não se intimidou. Diferente dos outros, ou de Milk, que não sentia aquelas palavras descerem suaves em sua garganta, ela o encarava sem depositar fé ou razão no que dizia.

    — Sacrificar todos eles por uma possibilidade? E se não funcionar? Teremos ceifado várias vidas em vão? E esse feitiço? Como vamos sobreviver? — ela rebateu, sua voz repleta de preocupação.

    — O único que terá que lidar com os danos é o próprio Romero! Já que o ritual não será com sua energia, mas com a energia da entidade… — respondeu Milk, havia uma tristeza pensando em sua voz. — Já nós, podemos nos proteger com uma expansão de energia!

    — Exatamente, e se houver sobreviventes, eles podem comprometer o feitiço. Qualquer imprevisto pode causar um problema. Pense: basta um deles entrar em pânico para que todos entrem em desespero! — Romero olhou para Kwawe. — Depois que forem capturados, finalizarei o ritual. A partir daí, só o futuro!

    — Então, será com mortes que mudaremos tudo. E depois? O que vem nesse futuro? — perguntou Halyna, ainda relutante.

    — Depois, é comigo! — respondeu Rasen. — A energia negativa resultante causará um acúmulo suficiente para tornar o simulacro real, criando uma espiral que pode reiniciar tudo!

    — Simulacro… — murmurou, reconhecendo a referência como amante de livros e história, especialmente a infame obra de Schattenstein e de sua conversa com Milk. A ideia a incomodava.

    — Tem uma ideia melhor? — desafiou o Messias.

    — Não… — Halyna abaixou os ombros, talvez decepcionada. Ela era idealista demais para se render à insanidade que via nos olhos deles.

    — A técnica de Rasen permite que ele fragmente e desfragmente energia. A energia negra gerada por um ato ou sentimento é maior que a neutra. Ele poderá consumir tudo e, ao consumir energia… é autoexplicativo… — disse o maestro da discussão.

    — E criaria uma espiral que atingiria todo o mundo? — Halyna interrompeu.

    — Exatamente! — O loiro disse, com um suspiro que sugeria que ele levava a discussão a sério, apesar de ser um palhaço. De todos ali, ele era o mais experiente, tendo sido professor na academia dos exorcistas.

    — Que loucura… — ela murmurou novamente.

    — Não apenas isso. Com a energia negra de todo o mundo, ele poderia governar um novo mundo com mãos de ferro, um mundo livre do pecado e dos homens! — finalizou Romero, com um brilho de convicção nos olhos. — Pense! O mundo nunca vai dar certo enquanto a faca estiver nas mãos dos desesperados! Precisamos de alguém, não como Elum, ou como Alum, mas alguém que nos livre de nosso mal! Alguém que seja nosso imperador inteiramente, um deus não nascido, mas feito pela vontade e determinação! Alguém que entenda nós, humanos, e nosso sofrimento!

    — Deixar tudo nas mãos de um cara? Caramba, isso é meio insano, mas enfim, eu estou dentro! Sabe, eu estou meio cansado de como o mundo está! — disse o loiro, dando um sorriso convencido.

    — Eu… também… não ligo se tiver que sujar minhas mãos de sangue. Já estive no inferno! Não há mal em revisitar! — disse Jarves, com olhos que pareciam os de uma fera sedenta por sangue.

    Milk observava. O cerco estava se fechando, e a única que questionava, sentia o frio do vazio ao seu redor. Seria ela a única?

    — Por mim, já disse e reafirmo, as terras de Shamo, minhas terras, nossas terras, já se cansaram de uma paz baseada na fé! Onde você estiver, eu estou, Romero! — declarou Kwawe.

    Naquele momento, parecia que a garota estava imersa em uma conversa entre loucos.

    — Tá com medinho, é? — provocou Rasen. A tirando daquele instante de torpor, palavras ditas ao vento eram uma coisa, mas ali era seu instante de dizer, sim ou não.

    — Diz isso de novo, que eu esmago suas bolas, baixinho! — retrucou Halyna, indo em direção à porta, o loiro recuando sem jeito. — Eu… estou dentro… onde fica o banheiro?

    — Nem parece que ela matou um homem… — comentou Rasen, enquanto encarava Romero, a fazendo segurar sua irritação. Ela queria espancar ele.

    — O banheiro… — ele olhava para suas costas, lá estava a porta que levava ao banheiro. — Enfim, alguém mais tem algo a dizer?

    Quando ele perguntou, ninguém disse nada. E naquele instante, o velho Antônio saiu do banheiro após a descarga, meio sem jeito, encarando os olhares de todos.

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