Índice de Capítulo

    Arthur e Yami chegam ao distrito fantasma em menos de uma hora, sendo os primeiros a pisar ali desde a batalha de Masaru e Azaael. O calor do embate ainda paira no ar, carregado com uma aura de destruição e morte.

    Arthur sai primeiro, soltando um suspiro ao contemplar o lugar pela segunda vez na vida.

    — Lembro que vim aqui pela primeira vez com a Yelena! — diz, apaixonado. Enquanto isso, Yami sai com as mãos sobre o rosto e óculos escuros, apesar da luz estar bloqueada pelas nuvens sombrias.

    — Vocês dois são bem grudados, né?

    — Ah, é… a gente se ama. E você, cara? Não tem ninguém? — Arthur o encara, com um sorriso convencido no rosto. — A Amai…

    — Eu? Shirasaki? Nada a ver! — Yami solta um suspiro. — Sou um lobo solitário… e não gosto de garotas mandonas! — Ele então avança até os limites da estrada, encarando os destroços no horizonte. Algumas construções ainda restam aos pedaços, e há um abismo no centro, onde o golpe final do exorcista foi desferido.

    — Sei… mas enfim, é questão de tempo, meu amigo! Eu era assim, lobo solitário, até que… caramba… fui atingido no peito… e quando vem… não há frio no coração que pare… 

    Enquanto fala, Yami o deixa jogar as palavras ao vento, deslizando pela inclinação de escombros até estar no fim da lombada.

    — Não vem?

    — Tá… Chato — diz emburrado, fazendo o mesmo e pousando ao seu lado. — Como vamos fazer isso?

    — E eu lá sei, porra? — responde, sincero, e então ri disfarçadamente. — Bora… fazer um ritual de invocação? — Enquanto fala, chuta as pedras, meio emburrado.

    — Ritual? Mas não temos nada para sacrificar…

    — Não, esse… estou falando de uma simpatia para entidade, sabe? — Ainda não está claro até que ele abaixa, pegando um graveto em meio aos escombros e começa a desenhar um círculo. — Acho que chamam de círculo de captura. A razão pela qual aqui ser infestado de entidades é pela quantidade de energia não transformada, sendo constantemente alimentada… vamos reunir tudo em um círculo, conjurar uma vontade e ver no que dá, beleza?

    — Ah… tão simples! — O rapaz ri imediatamente. — Como ninguém nunca pensou nisso?

    — Pensou! — Ele suspira. — Mas ninguém é burro de conjurar uma entidade cuja energia poderia dizimar uma cidade, a não ser…

    — Dois imbecis?

    — É… mas não será difícil… — O rapaz então olha para cima, apontando o graveto. — É dia… a cura do demônio estará comprometida. Somos dois exorcistas de alto grau; diria que em minutos a exorcizamos e… acabamos com o problema daqui!

    — Hm… verdade… — O rapaz bate palmas. — Você não é tão burro quanto pensei, cara!

    — Burro? Não sou burro… só… tenho preguiça! — ele admite, levantando.

    — E o que te fez vencer a preguiça hoje?

    — Não tem séries passando na TV hoje… dia todo com aqueles shows religiosos e novelas de mulher! Um tédio! — O rapaz então une suas mãos, sua aura negra como a dos demônios se ergue. Já não há mais o vinho da aura ao seu redor. — Eu ou você?

    — Vai na frente… tô de boa! — diz Arthur, sua aura dourada o cobrindo, enquanto o rapaz se anima internamente.

    — Certo…. — Yami então se levanta e caminha adiante. O cenário não muda; apenas entulhos se acumulam diante de seus olhos. Em alguns minutos, ele para, unindo suas mãos. — Invoco te, voluntatem meam, utere auram meam ut tuam, circulum fac, malum nutri, da ei nomen, rationem et facultatem ut mecum interagatur! — Suas palavras são pesadas, e dançando como sua aura, o feitiço se manifesta à sua frente. Um círculo negro surge diante de seus olhos. Dele, inúmeros olhos vermelhos surgem como se fossem chamas negras, apagando-se completamente após. Como um útero, uma criatura é expelida dali, humanoide, coberta de negro como se tinta a cobrisse. Apenas um olho vermelho em sua face. Com o baque da sua expelição, espalha pelos destroços resquícios líquidos de suas trevas.

    — Inimigo da beleza! — comenta Arthur, arqueando as costas e erguendo o punho. — Posso?

    — Vá em frente! — diz Yami, suspirando após o feitiço e sentando-se nos escombros. — Vamos revezar… só não mata!

    — Beleza! — Enquanto conversam, a criatura os analisa perdida, sua mente um misto de dor e fúria. E fazendo movimentos ansiosos, como um animal prestes a atacar, é golpeada no rosto por Arthur, que se impulsiona como um míssil. No mesmo instante, o garoto agacha como um lobo, suas mãos esmagam os destroços fazendo desaparecer como poeira e se impulsiona, pegando a criatura no ar e desferindo um soco em seu estômago. A cada golpe, sua aura tremula, aumentando sua força e velocidade.

    A criatura voa aos céus, e o garoto faz uma pausa dramática, empurrando o chão com tanta força que parece decolar, acertando outro soco. Esse golpe faz a entidade ser arremessada no horizonte, enquanto o líquido negro respinga.

    Seus pactos o fortalecem, enquanto o ser sente dor e suas primeiras sensações como um ser vivo. O romper do ar e o estrondo de sua queda são experiências angustiantes, fazendo rasgar a escuridão, improvisar uma boca e soltar um rugido.

    Arthur pousa animado.

    — Boa! Ele resistiu a dois boosts! E parece que está se aprimorando…

    Sua voz ecoa pelo campo de batalha, e Yami, que assiste tudo debaixo de um guarda-chuva que ele mesmo trouxe em seu sobretudo, avisa: — Ele é como um bebê… um feto. Como é um demônio, deve alcançar a consciência primitiva em instantes! — Yami se ergue. — Faça um feitiço! Provavelmente, ele aprenderá!

    — Feitiço? Ah… — Arthur pensa, e no mesmo instante, a criatura corta o ar. Ela parece não ter sofrido danos, tentando acertar com suas garras negras que cortam o ar. Arthur desvia com facilidade, percebendo que a criatura ganha mais e mais velocidade. — Pois bem! — Ele pisa no pé da criatura, dá-lhe um gancho tão forte que ergue uma cortina de poeira, e se joga para trás.

    — Transmutatio materiae et status…

    Imediatamente, em sua mão direita, chamas surgem, e, fechando o punho, ele faz com que fiquem flamejantes. Em seus olhos há esperança, e a entidade, atendendo à sua expectativa, manifesta sua aura das trevas. Em suas garras, chamas negras surgem, oscilando entre o vermelho e o roxo profundo, e logo explodem, arrancando-lhe os próprios membros que se regeneram instantaneamente.

    — Tentou fazer chamas normais?

    Arthur se surpreende no instante em que a criatura avança para golpeá-lo.

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