Índice de Capítulo

    Masaru tenta de todas as formas. Seus feitiços não alcançam o grandão com a força necessária para detê-lo. Ele é uma fúria da natureza em carne viva, liberando seu ódio em cada golpe devastador. Nem as brasas, ventanias furiosas, ou jatos d’água impetuosos conseguem pará-lo. E o exorcista? Não se rende! Pelo contrário. Ele sorri, com a expressão de desafio persistindo em sua face.

    Kwawe, com a pele marcada por cortes profundos e queimaduras, sente cada ferida. Mas nenhuma dessas dores é tão lancinante quanto a avalanche de emoções em seu coração. É tudo ou nada. E Masaru, com seu sorriso implacável e olhos determinados, é o único obstáculo entre ele e seu objetivo.

    O chão está rachado e a cada golpe, o romper do mundo ao redor se torna mais devastador, um vestígio de uma batalha que será lembrada pela escala titânica. Móveis transformam-se em destroços espalhados pelo andar, e as pilastras cedem, ameaçando desmoronar a estrutura ao redor deles. Perto do elevador, em um momento de descuido, Masaru é finalmente pego de surpresa, encurralado.

    Nesse instante, Jarves abre a porta, os lábios ainda sujos de sangue, encarando o exorcista com uma determinação que jamais pensou possuir. Os olhares se cruzam, e enquanto ele se ocupa com os golpes impiedosos de seu adversário, o iluminado tem segundos para seu movimento.

    — Extende energiam, fac me unum cum eo, fac me capacem in eius mentem intrare et lapsum causare!

    Ele profere as palavras em um tom abafado. Aproveitando a brecha, tão aguardada, troca de corpo. É um instante, mas suficiente para Masaru perder o controle. Nesse momento de vulnerabilidade, Kwawe desferem um golpe devastador. O impacto é tão forte que sangue e saliva voam. A visão de Masaru turva, e o gigante continua seu ataque implacável.

    Pisando em seu pé, Kwawe freia a queda de Masaru e desfere um golpe devastador em seu estômago, fazendo-o balançar como um boneco de posto. Em seguida, um soco violento na face com a esquerda e um impacto destruidor no peito com a direita lançam-no para dentro do elevador com força. As portas se torcem como papel, e ele fica fincado no metal como uma mosca esmagada.

    — Maldito!

    No mesmo instante, Jarves cai. O baque é mais lento que os golpes e o impacto, mas imediatamente sente sua consciência retornar. No entanto, ele se vê envolto em um breu absoluto, sem conseguir enxergar nada à sua frente.

    O vórtice de sangue escorre dos lábios dele, uma fraqueza que quase não o deixa se erguer do chão.

    — Que diabos…

    Ele reclama, enquanto o grandão se recupera. Desta vez, ele não vai até o limite, mas seu corpo já mostra sinais claros de desgaste. Sua aura, debilitada, não é mais capaz de curar nem produzir luz; ele liberou tanta energia que seus estoques estão exauridos.

    — Oh, grandão? Matou ele? — pergunta, agachado e se aproximando do corpo. O elevador range sob seu peso, mas antes que levante o rosto com os dedos em seu queixo, Masaru salta para trás, ferido, mas com aquele maldito sorriso em sua face.

    — Esse demônio não morre! — indaga Kwawe, soltando um suspiro profundo. — Você deveria ter morrido com o impacto que dei! O corpo humano, mesmo envolto em aura, não aguentaria o peso dos meus golpes! — Ele exclama, a incredulidade e a fúria misturando-se em sua voz.

    — É… não aguentaria se não estivesse sendo alimentado com uma quantidade assustadora de energia espiritual, não é? — diz Masaru, seu sorriso persistente iluminando o rosto, apesar das feridas e do sangue.

    — Ah, maldito! Mas como? Eu… levei anos para desenvolver isso! — indaga Kwawe, suas mãos levantadas em posição de luta, enquanto um medo desconhecido começa a tomar conta de sua expressão.

    — Anos? Meh, eu levo minutos para me adaptar. Na real, nem entendo como funciono. Minha mente faz por mim, ou eu faço? Caramba… Neurociência é muito chato! — responde, enquanto o sangue e as feridas começam a se curar levemente pela luz que emana de sua mão. — Bem, já fiz teoria e teste de todos os elementos. Vamos ver se você é resistente à luz! — indaga, com uma voz carregada de sarcasmo.

    “Caramba…”, pensa Jarves, se segurando nas paredes e seguindo as vozes deles. “Eu usei demais minha extensão… mas… que droga!” Ele soca a parede com frustração, enquanto o breu à sua frente não parece se dissipar.

    Ele ouve apenas os passos, seguidos de um choque que o faz arrepiar dos pés à cabeça. O breu ao seu redor é angustiante, mas os gemidos finais que se seguem são ainda mais aterradores.

    — Você lutou bem! He! He! Você e a garota, caramba, achei que fossem durar bem menos! Me fez… quebrar a promessa de aniquilar em um só hit! — diz Masaru, com o braço atravessando o peito adversário, de punho fechado. — Agora… — ele larga o corpo, se jogando para trás com dificuldade, quase não conseguindo se afastar. Seu braço está imundo, coberto de sangue e tripas, que jorram dos corpos caídos ao seu redor.

    — M-mal… di… to…

    Murmura, caindo com tanta força que tudo estremece, e Jarves aperta bem os lábios até sentir alguém apertar seu ombro.

    — E aí, cegueta! — Masaru caçoa, e o garoto sente uma mistura de raiva e temor. Sua visão começa a se recuperar, revelando ser a luz da aura de Masaru que está restaurando sua visão. — Você só… sabe possuir? Sério, que poder… meio… merda! Não teria graça ter um embate com você assim. Então, que tal a gente fazer uma disputa de feitiços? — suas palavras são tão irracionais quanto a morte que personifica no corpo do grandão, sem vida. Halyna e os mais corajosos caíram como nada diante do exorcista.

    — Que caralhos… de doente você é?

    Responde, e a insanidade começa a consumi-lo. Ele acha que havia visto o abismo, mas agora encara o vazio nos olhos do exorcista.

    Mas antes que ele possa dizer qualquer coisa, uma escuridão impenetrável cobre tudo ao seu redor. Ela consome cada pedaço do ambiente e, diante de seus olhos, Masaru percebe que está preso em um domínio dimensional com Jarves. Mas de quem seria essa habilidade?

    Era o último tiro dos três. Havia inúmeras possibilidades, todas com um fracasso iminente, mas não havia muito a ser feito. O tempo estava passando e não aparecia nenhum sinal…

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