Índice de Capítulo

    Após alguns instantes após entrar no portal, Rasen está em um tempo em que Halyna, ainda viva, enfrenta Masaru…

    — Que merda está acontecendo? — exclama, com a voz reverberando pelo hall do palácio infernal. O chão, imenso e brilhante como ouro polido, reflete a luz sinistra que emana das sombras. À sua frente, Luciel ocupa seu trono de morte, um assento que parece absorver toda a escuridão ao redor. O sorriso de satisfação no rosto do imperador das trevas é tão perturbador quanto o ambiente em que se encontram.

    À esquerda de Luciel, Mael está imerso em uma expressão de inquietação, enquanto à direita estão Gallael e Asmael, com seus olhares paranoicos fixos em Rasen. A tensão no ar é congelante, e a sensação de estar sendo observado por entidades além da compreensão humana é esmagadora.

    — Você foi salvo, ora, e não é a primeira vez que fazemos isso por vocês! — a voz de Luciel ressoa com um tom gélido e autoritário. Ele se levanta lentamente do trono, sua presença imponente cresce junto às suas asas angelicais nas costas. — Nós sempre estivemos a ditar as linhas do tempo e do destino! E você, Rasen, será a última peça humana que moveremos! Sabe, essa caixa aí… — Faz um gesto desdenhoso em direção ao objeto nas mãos de Rasen. — Ela será crucial para o que está por vir! — Seus olhos, profundos e implacáveis, se erguem e ele se levanta com uma precisão quase sobrenatural, como se a própria estrutura do espaço-tempo o obedecesse.

    — Como assim!? — a pergunta dele sai quase como um grito desesperado, seu olhar fixo em Luciel, esperando uma explicação para o que está acontecendo.

    O demônio, então, encara seus aliados, e o de cabelos escarlates dá um passo adiante.

    — Seu amigo Romero teria perecido contra o assassino se não fosse por minha intervenção. No deserto de Shamo e em outros momentos, ele não teria sobrevivido sem a minha ajuda! — Asmael intervém, sua voz carregada com um tom de frieza implacável. Ele se adianta e inclina a cabeça em respeito e deferência. — Posso explicar mais, senhor?

    — Pode, sim — Luciel concede, seu olhar cortante fixo no rapaz. — Ao contrário de Romero, Rasen é mais útil se estiver ciente dos nossos planos. Sua presença e conhecimento serão essenciais para o que está por vir!

    — O grande caos que será gerado será suficiente para precipitar o apocalipse! Quando você liberar o conteúdo desta caixa, o abismo se unirá ao mundo material. Esses serão os vislumbres do anúncio derradeiro do fim! — A voz de Asmael reverbera com uma intensidade que parece rasgar o próprio tecido da realidade.

    Rasen, ouvindo essas palavras, pega firme no cubo com uma determinação fria. Seus olhos passam sobre as figuras imponentes diante dele com uma indiferença calculada. Não há medo em seu olhar, apenas a expressão de quem está ali, completamente imerso na situação.

    — E por que eu? — sua voz soa desafiadora e intrigada. — Por que não vocês? Aposto que um mero humano não consegue fazer o que entidades como vocês são capazes, não é mesmo? — determina.

    — Sim e não! — responde Luciel, com uma entonação que mistura firmeza e enigma. — Escute, Rasen… O Apocalipse é uma profecia literal. Um demônio não pode orquestrar o fim, pois ele só pode ser determinado por um coração humano, mas findado! — Seu olhar carregado de um conhecimento sombrio e profundo.

    Ele sabe, pois o fracasso o acompanha até aquele momento. Precisou de vários mundos e eras de derrotas para entender que o mundo foi regido com propósito. O fim da esperança não pode ser desencadeado por ninguém menos do que aquele que a ameaçou desde sua gênese.

    — Para tudo há uma ordem. Quando Elum criou o mundo, ele afastou as garras da desordem! Nada é tão simples quanto parece; fazer não é uma questão de querer, e o fim é um botão nas mãos dos HOMENS! — completa, com uma ênfase que faz a declaração parecer uma revelação inevitável.

    Rasen, com a mente girando em torno das novas informações, faz a pergunta que o atormenta:

    — Então, só eu posso desencadear?

    — Exatamente. E você se questiona por que faria isso? Simples: além de permitir que você viva, faremos de você um rei sobre a terra que pisar. Você levará nosso evangelho de caos! — Luciel afirma, com um brilho maligno nos olhos.

    Ele sabe o que deseja. A psicopatia é a raiz que preenche o homem, como uma lua fria e distante no firmamento da mente, cuja luz não reflete os sentimentos, mas apenas a sombra de um vazio. É a arte de dançar entre as estrelas sem nunca tocar o Criador, uma sinfonia sem compaixão, onde cada nota é uma ilusão de normalidade. No coração do psicopata, a empatia é uma lenda perdida, e o espelho da alma reflete apenas um mar de cristal, incapaz de espelhar os sentimentos que os outros experimentam. É um teatro onde a máscara é perfeita, mas o ator nunca realmente entra no papel. No entanto, ele oferece um papel inteiramente, e ele será quem sempre desejou.

    — E… então eu seria um servo de vocês? E Romero… os outros… — questiona.

    — Se importa? Vi você tratar seus amigos como meras escadas. Eles serão os sete selos da profecia, sete vidas oferecidas em sacrifício! — Luciel declara com firmeza.

    — Sete selos? Sete… vidas ressuscitadas… — Rasen murmura, enquanto a gravidade das palavras começa a se firmar em sua mente.

    Segundo o livro maldito, escrito por Ioannes Paulus, sete almas que viveram duas vidas seriam sacrificadas, após visores de um fim encarnado no viver de cada ser em Crea. Após sete dias de trovões como trombetas no firmamento, sete anjos negros emergiriam e trariam as trevas ao mundo, os sete reis do inferno. Então, uma batalha feroz e decisiva definiria um novo paraíso e firmamento, ditado pela ordem final da vida.

    — Exatamente, tudo planejado. Quando escolhi Romero como o primeiro cavaleiro, sabia que ele seria um cavaleiro atormentado… — Luciel esclarece, com uma expressão de satisfação crescente. — Ele nos levaria ao hoje, com sete almas como sacrifício: Milk, Kwawe, Antônio, Jarves, Alexander, Halyna e ele mesmo! — Um sorriso se abre no rosto dele, revelando um prazer cruel. — Irônico, não? Razão e livre arbítrio podem ser maculados por um pacto inconsciente. Em outras palavras, oferecer vida a um morto me garante um controle abismal sobre ele e sua consciência! — conclui, com uma frieza que parece envolver todo o ambiente.

    — Entendi… então, vocês estavam por trás disso tudo… — Finalmente, Rasen se vê livre de suas amarras. Em um ato nefasto, ele se ajoelha não por gratidão, dever ou qualquer concordância com os ideais deles, mas porque está livre das amarras humanas que o faziam lamentar sua existência. Ele abraça o mal totalmente, e nas palavras e promessas de Luciel, encontra seu destino e seu sonho.

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