Índice de Capítulo

    Após abrir a porta, Arthur se senta na cadeira do administrador geral, um senhor vestido com os trajes mais formais possíveis. Ele usa um terno escuro perfeitamente alinhado, uma gravata discreta e óculos de aro fino. Um crachá prateado com o nome “Sr. Brown” pende de seu pescoço.

    O ambiente está meticulosamente organizado, com prateleiras cheias de arquivos e um grande escritório polido.

    Sr. Brown, com um olhar severo, agarra uma xícara de café fumegante com um leve tremor de ansiedade, enquanto seus dedos acariciam a pilha de papéis sobre a mesa. 

    Ele dá uma olhada rápida para Arthur antes de falar.

    — Então, o que deseja? — Sua voz carrega um tom impessoal, quase como se cada palavra fosse um esforço. — Se puder ser breve…

    Arthur, um pouco desconfortável com a formalidade e o ambiente excessivamente limpo, se acomoda na poltrona à frente da mesa.

    O som do relógio antigo no canto da sala, com seu tique-taque incessante, aumenta sua inquietação. Ele se esforça para manter a compostura enquanto começa a falar.

    — Bem… — hesita, o peso da situação visivelmente o incomodando. — Quero os arquivos da morte de Yelena Alekseeva…

    Sr. Brown levanta uma sobrancelha, olhando para ele com uma expressão de ceticismo. Dá um gole no café, tentando disfarçar um sorriso sarcástico.

    — Certo, e por que eu deveria te dar esses documentos, rapaz?

    Arthur tenta se recompor, respirando fundo enquanto observa o ambiente ao redor, que cheira fortemente a desinfectante. Ele balança a cabeça e continua.

    — Eu… era namorado dela… — As palavras saem hesitantes, quase engasgando. — Só quero a análise feita pelo exorcista enviado.

    O Sr. Brown solta uma risada baixa, achando claramente a situação um tanto absurda. Ele cruza os braços e repousa a xícara sobre a mesa, olhando para Arthur com um misto de curiosidade e desdém.

    Com seus anos de experiência na Ordem, ele sabe que situações como essas exigem mais do que um simples funcionário; são procedimentos delicados que demandam uma abordagem cuidadosa e não apenas o cumprimento de protocolos.

    — Entendo, entendo… parente, né? — Inclinando-se um pouco para frente. — Mas lamento dizer que não houve detalhamento. Não posso te dar o documento, mas posso te avisar que quem fez a análise foi o próprio Masaru Jigoku! — Ele parece esperar por uma reação de Arthur, ao menos uma feição de frustração ao saber do fato.

    — Quer dizer que tenho que procurar ele?

    Sr. Brown solta uma gargalhada curta, quase cuspindo o café. Ele balança a cabeça, ainda rindo da inocência ou ignorância do rapaz.

    — Ah! Procurar? Você é engraçado! — Ele continua a rir. — Masaru Jigoku é um animal. Ele não entrega um relatório direito. Você vai se sair melhor se for você mesmo ao lugar!

    Arthur franze a testa, visivelmente frustrado, mas tenta manter a calma.

    — Entendi… — Ele suspira. — Mas, onde exatamente foi isso? Você pode me dar a informação?

    Sr. Brown, com um gesto teatral, pega um mapa detalhado de Nova Tóquio e seus arredores, que estava em sua gaveta. Ele o estica sobre a mesa e aponta para um ponto específico.

    — Posso… Os relatos indicam que foi um ataque planejado, com níveis de trevas elevados por todo o lugar. Estranhamente, estava presente até nas partículas de ar! — Ele aponta para a localização da Rodovia Hisshi, que liga a capital ao aeroporto mais famoso do país. — Rodovia Hisshi. Fica a mais ou menos duas horas da capital!

    Arthur examina o mapa, tentando absorver todas as informações. Ele se volta para o Sr. Brown com uma expressão de dúvida.

    — Tá, e tem como eu… pegar alguns testemunhos? Ao menos, os documentos?

    O velho resmunga, visivelmente irritado com a falta de iniciativa de Arthur.

    — Caramba, vocês jovens não se informam, hein! — Ele coça o nariz e dá um olhar impaciente. — Agora que a ordem faz parte de um domínio público, os relatórios da polícia podem ser acessados sem restrição. Claro, se tiver uma carteirinha de exorcista, tem?

    — Carteirinha? — Ele respira fundo, fechando os olhos por um momento antes de abri-los com uma nova determinação. — Acho que tenho… Foi mal, você foi bem útil, hein! — Ele se levanta, preparando-se para sair.

    Fora breve, como ele havia pedido, e até Arthur estava aliviado, pois a conversa não incluiu perguntas inconvenientes ou desnecessárias.

    — Leve o mapa… parece que você não tem smartphone, não é? — Sr. Brown observa o rapaz com um olhar avaliador e arrasta o mapa para a ponta da mesa. — Aqui…

    Arthur pega o mapa com um agradecimento velado em suas atitudes frias, enrolando-o cuidadosamente.

    — É… não tenho, bem… obrigado — diz ele antes de se dirigir para a porta.

    Após sair do escritório, batendo a porta com um pouco de força, Sr. Brown fica visivelmente irritado e grita:

    — Malditos jovens! — Sua voz ecoa no corredor. Arthur respira fundo e se prepara para a próxima etapa de sua busca.

    Como um foguete que se desgarrara de sua trilha e agora vagava pelo infinito vácuo do espaço, implorando para pousar e encontrar uma resposta, qual seria seu próximo passo?

    Ele não precisa se preocupar com isso…

    O próximo passo é dado pelo líder, Kyotaka, que chega ao prédio da prefeitura exatamente nesse instante. Ele tem uma reunião longa pela frente, e o governador da capital está com uma batata quente nas mãos.

    — Elum está purgando os homens, e é nesta casa que o maldito foi escolhido para fazer isso em seu nome! — desabafa para seu motorista, que assente em silêncio.

    Enquanto sai do carro, o líder está de mãos nuas, encarando a estátua da justiça, Lucis, que segura um bastão de luz em meio à escuridão.

    A justiça, o dever, o poder que devora a escuridão — assim é representada a política, e os três poderes? São as três pontas da coroa da guardiã, esculpida por um dos muitos admiradores da entidade.

    Sem medo, enquanto a admira, o líder sobe a escadaria lentamente. A ventania e a chuva fraca não o amedrontam, e todos que estão ali observam sua aproximação. A figura mais importante entre os nove líderes está ali para mais uma das muitas reuniões com Shinzo.

    E, no salão, não é uma divindade esculpida que domina o piso do ambiente, mas o imperador, aquele cujo mundo está em suas mãos. Ele segura uma espada sagrada, que, segundo os mitos menos entusiásticos, teria ceifado as guerras. Aos seus pés, uma adaga banhada de sangue azul repousa sobre ladrilhos, vazando também de seu peito.

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