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    À medida que a noite cai, as sombras das montanhas ao longe dão lugar a uma colcha de luzes celestes enquanto Nox se eleva lentamente sobre os céus, espalhando um brilho prateado por todo o horizonte. É uma noite digna de eventos importantes e, no centro de tudo, Amai sai finalmente de seu quarto. Cada passo que ela dá parece ecoar pela imponente residência do clã Shirasaki, onde as paredes refletem o brilho da entidade luminescente em seus vitrais.

    Ela traja um vestido deslumbrante, cuja fenda lateral revela uma elegância digna de uma deidade, enquanto o decote profundo em “U” abraça seus ombros de maneira impecável. O tecido parece quase flutuar ao seu redor, adornado por correntes metálicas que reluzem à luz das lâmpadas suaves do corredor. 

    Ao descer as escadas de mármore, ela encontra os olhos de seus pais e irmão fixos nela.

    O silêncio é breve, mas carregado de admiração.

    — Então, essa é a herdeira do clã Shirasaki… — comenta Rimuru, com um sorriso tímido e orgulhoso, virando o olhar para Lylian, sua esposa, igualmente deslumbrante. — Ela é você…

    As palavras dele arrancam uma risada suave da mulher, que, ainda mais radiante, aperta a mão do marido e suspira, os olhos cheios de amor.

    — A mais linda, sem dúvidas! — acrescenta a mulher, e a expressão de Amai se ilumina.

    Seu irmão, Naoto, visivelmente sem jeito, não consegue encontrar as palavras certas.

    — Não vai dizer nada? Hein? — ela provoca, com um sorriso confiante, enquanto desce com passos leves e seguros.

    Ele desvia o olhar e sorri de lado, tentando manter a compostura.

    — Chata, você… tá bonita, OK? — ele murmura, incapaz de esconder um leve rubor.

    Amai arqueia as sobrancelhas, divertida.

    — Você também está bonito. Você e o papai… Ternos são a arma secreta dos homens do nosso clã! — Ela aponta para os dois, com uma leveza que parece dissipar qualquer formalidade. Mesmo em momentos como esse, Amai Shirasaki permanece fiel a si mesma. — Bem, vamos ao jantar, família?

    — Isso mesmo, amor — confirma Lylian, sorrindo.

    E com isso, os quatro saem de casa, caminhando em direção ao veículo estacionado à frente da sede do clã, passando pelos jardins de flores vermelhas como os cabelos das damas e monumentos marcantes como os rapazes.

    O blindado 4×4, com vidros fumê e uma pintura Black piano, brilha sob as luzes da entrada. É o xodó de Rimuru, que, com a empolgação de uma criança, entra no carro e se ajeita no banco do motorista.

    — Homens… seu pai parece uma criança quando entra nesse carro… — comenta Lylian, sentando-se ao lado da filha no banco traseiro.

    — Como não, amor? — retruca ao ouvir a provocação, ela singela, relembrando o quão jovem o amor deles ainda é eterno, independente da fase ou idade. — Usar meu próprio carro é completamente diferente de dirigir aquele cedido pela ordem. Você não entenderia…

    — Mulher não entende essas coisas, pai! — Naoto brinca do banco da frente.

    — E você entende, mano? — provoca Amai, cruzando os braços.

    — Mais do que você… naturalmente… — responde, dando partida no veículo, enquanto solta uma risada cúmplice com a irmã.

    — Idiota… desse jeito, você nunca vai arrumar uma garota. Acabará ficando para a titia! — Amai replica, enquanto observa as luzes vibrantes da cidade ao longe. A noite parece mágica, a felicidade que borbulha dentro dela dá um tom especial àquele passeio, transformando a paisagem urbana, normalmente sombria, em algo quase encantador.

    — Nossa, essa foi longe, Amai! — Naoto ri, balançando a cabeça.

    — É da minha época… — comenta Rimuru, virando o volante para entrar na avenida principal que os conduz ao primeiro distrito, onde o restaurante Sakurai no Hana está, o local favorito da família desde que os filhos eram pequenos. — Vocês dois me lembram eu e meu irmão… a gente adorava provocar mutualmente, mas havia algo mágico nisso…

    — Verdade… vocês faziam isso até mesmo após nós casarmos! — confirma Lylian, sua voz tranquila como sempre.

    Por um instante, Amai nota o brilho de nostalgia nos olhos da mãe, e também uma verdade inegável: ela sempre foi a razão mais forte entre os dois e muito observadora, um vislumbre de admiração que tenta disfarçar ao pegar a mão de Lylian e apertá-la levemente.

    — Se a mãe falou, é verdade! — Amai, diz, rindo.

    — Ah? Então, quer dizer que vocês não acreditam no pai de vocês? — Rimuru provoca, o que arranca risadas de todos. — Mas enfim, estou feliz de ter um dia de folga…

    — Três folgas no ano, hein? O emprego dos sonhos, hein, pai! — zomba Naoto, quebrando qualquer melancolia que pudesse surgir após o suspiro do pai.

    — Não fale assim, que nós dois seremos os próximos! — Amai ri, dando um leve tapa no ombro do irmão. — A mamãe sempre diz que, quando era advogada, ela trabalhava dia e noite! — ela se senta, percebendo o olhar cerrado de sua mãe.

    — É verdade, a justiça não dorme! — Lylian responde, com um sorriso sereno. — Tiveram anos em que eu sequer tive um dia de folga. Vocês têm pais f…

    — F… o quê? — Amai interrompe, brincando ao ver o pai tentando ser descolado.

    — Fodas! — completa Rimuru com um sorriso travesso, batendo a mão no volante. — Somos os pais mais fodas que um jovem pode ter!

    Amai solta uma gargalhada, surpresa com a audácia do pai. — Ah, não, pai e mãe usando gíria? Perdi tudo! — ela ri, inclinando-se para frente. — Podemos registrar esse momento, não?

    Sem perder tempo, ela tira o smartphone do bolso, os olhos brilhando de excitação enquanto já prepara a câmera. Seu braço estica-se à frente de todos, e Naoto, sempre rápido nas brincadeiras, pega a deixa.

    — Menos o pai! Todo mundo olha para a câmera e diz “x”! — grita ele, segurando para firmar o ângulo.

    No instante seguinte, o flash da câmera estoura, iluminando o interior do carro blindado por um breve segundo. A luz ricocheteia pelas superfícies escuras e lustrosas do veículo, capturando o sorriso espontâneo de Lylian e a expressão divertida de Naoto. Rimuru, tentando se concentrar na direção, deixa escapar um sorriso meio torto, quase como se fosse parte de um retrato descontraído de uma família que, entre tantas obrigações, encontra alegria nas pequenas brechas.

    Para alguns, especialmente Amai, a felicidade irradia naquele momento simples, quase como uma faísca em meio à escuridão que eles deixam para trás.

    — Pronto! — Amai diz, satisfeita, olhando para a tela com um sorriso. — Momento registrado para a história!

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