Índice de Capítulo

    Caos… Não é apenas o termo que descreve a destruição ao redor, mas a essência de tudo que acontece, regido por uma força que transcende o entendimento de qualquer vista humana.

    Quatro horas se passam. O tempo flui sem rumo, perdido entre os suspiros dos que estão envolvidos na batalha. Mas ali, no epicentro do caos, Gallael, Liliel e Rasen permanecem à espera.

    Seus corpos são como âncoras, observadores atemporais de um jogo que já ultrapassou os limites do controlável.

    — Vamos esperar… os outros três irão fazer reconhecimento… Precisamos de todos os celestes presentes… E se estiverem exaustos de lutar, será mais fácil! — fala, a voz carregada de uma autoridade impessoal.

    Liliel dá uma risada baixa, sarcástica.

    — Mas aí, não terá graça… Vamos matá-los com vantagem?

    Ele a encara com um olhar que não expressa emoção alguma, apenas uma frieza indiferente, como se o conceito de diversão fosse irrelevante diante da tarefa.

    E é… afinal, sempre é!

    — Não é para ter graça! — responde, com uma seriedade tão enfadonha que beira o cansaço. — É para ser fácil, rápido e eficiente… se um de nós cair, será um infortúnio, não?

    — Será? — brinca. — Há tantos demônios próximos às nossas capacidades…

    Ele mantém os olhos fixos, sem sequer vacilar, e a resposta vem com uma convicção que só quem conhece a essência dele pode entender.

    — A você? Duvido…

    O tom de sua voz faz com que ela apenas sorria, um sorriso que fala de um triunfo silencioso.

    — Hm…

    As palavras trocadas parecem flutuar no ar, pesadas e, ao mesmo tempo leves, como se nada realmente importasse, exceto a próxima jogada, a próxima morte, o próximo movimento que trará mais uma peça ao tabuleiro.

    Assim todos devem pensar…

    Enquanto, em meio ao caos, Gabriel está longe de sua zona de conforto.

    Ele cruza os dedos, canalizando toda a sua energia latente. Seu olhar está fixo no caminho à frente, e sua mente, decidida a limpar o terreno das entidades demoníacas, não vê mais sentido em esperar. Se há algo que compreende bem, é a necessidade de agir antes que o custo da inação se torne irreversível.

    Sem hesitar, ele libera sua energia. A atmosfera ao redor se distorce, como se o próprio espaço respondesse à magnitude do poder que ele está prestes a liberar.

    Essa é a força de sua aura.

    — Você…

    — Vou! — A resposta vem firme, sem espaço para dúvidas.

    Passo a passo, ele desce a escadaria, atraindo a atenção de todos os seres escondidos no breu.

    E é nesse momento, enquanto sua presença parece fundir-se com a penumbra sufocante do túnel, que seus olhos capturam a cena com uma clareza inquietante: Satoshi, ajoelhado, o corpo encostado à parede de concreto áspero, respira em arquejos fracos, enquanto o sangue escorre de feridas abertas, formando pequenas poças sob si.

    Sua resistência foi completamente esmagada, desmantelada pela fúria implacável de três entidades sombrias, cujas auras abissais são agressivas e viscerais.

    Elas não deixam espaço para misericórdia, nem qualquer sinal de hesitação; a morte é o único destino reservado a ele.

    A cabeça de Satoshi está prestes a ser engolida por uma técnica infernal, uma guilhotina demoníaca, cujas correntes negras pulsavam como serpentes, enrolando-se ao redor de seu pescoço, apertando-o com crueldade.

    “Que diabos… há uma selvageria emanando dessas bestas… será essa a natureza antiga dos demônios?”

    — Mestre… G-gabriel… — tenta dizer, mas seu pescoço sente o aperto que toma o ar.

    Enquanto as outras duas criaturas o seguram, suas garras afiadas penetrando a carne como lâminas, os sorrisos sádicos em seus rostos denunciam o prazer mórbido.

    — Olha só, o herói finalmente apareceu… — zombam, a voz carregada de sarcasmo e um leve tremor que trai o nervosismo escondido sob o tom debochado. Seus olhos, como dois orbes de malícia, dançam com curiosidade e desprezo enquanto analisam o recém-chegado. — Que figurinha peculiar… Mas aposto que não passa de mais um cão que ladra, mas não morde!

    O cheiro de enxofre e sangue saturava o ar, enquanto a criatura, com sua pele escarlate reluzente, irradia uma presença maligna. A figura parece sair diretamente das ilustrações profanas encontradas nos manuscritos da igreja de Elum, seu corpo uma caricatura grotesca da ideia de um demônio: chifres sinuosos, garras afiadas e um sorriso de dentes serrilhados que exala uma ameaça perversa.

    E Gabriel, ainda parado à beira da escadaria, parece alheio à zombaria. Sua aura cresce a cada segundo, um halo de energia abrasadora. As faíscas dela contrastam com as sombras que rastejam pelo chão, como serpentes famintas, em direção a eles.

    — Herói? — ele repete, e um sorriso irônico e frio curva seus lábios. — Você não sabe o que está dizendo!

    As duas sombras avançam, largando as garras do rapaz, violentas e imprevisíveis, como um maremoto de trevas. Elas sobem a escadaria, rasgando os degraus, famintas por devorar, mas o celeste não se move. Com uma voz que soa como um trovão ecoando em um templo, ele pronuncia as palavras:

    — Expandere energiam, Regnum phantasiae, ubi somnia vera fiunt!

    A atmosfera muda instantaneamente. É como se o próprio tecido da realidade fosse rasgado, engolido por um furacão. A força liberada é esmagadora, e as sombras, aquelas entidades odiosas, não têm sequer tempo de gritar. Desfazem-se como cinzas ao vento, arrancadas de qualquer existência que ousassem reivindicar. A entidade demoníaca, paralisada pelo horror, observa impotente enquanto seus asseclas são sugados para um limbo eterno, onde nem mesmo o tempo ousa pisar… e de repente, ele e o rapaz também são levados.

    — Não sou herói — murmura. — Sou o fim da sua fantasia!

    Sua presença irradia como a aurora no horizonte, tingindo tudo com uma luminosidade, mas carregada de um presságio a seus inimigos… que ele nunca demonstrou a ninguém.

    O jovem tenta resistir ao turbilhão, mas sua mente é arrancada para longe. Tudo gira ao seu redor, até que ele se vê emergindo em um rio límpido, cercado por uma floresta verdejante, onde o ar é doce e vibra com uma serenidade etérea. O cenário parece retirado de um conto de fadas!

    “Ah… onde estou?”

    Sua mente, ainda confusa, tenta se orientar.

    — Morri?

    Diante de seus olhos, está a técnica inata do exorcista celeste mais experiente desta era. Pela primeira vez em anos, alguém pode presenciar uma das técnicas não herdadas mais fortes, sem ser uma vítima dela.

    ÚLTIMO CAPÍTULO ESCRITO AQUI!

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (1 votos)

    Nota