Índice de Capítulo

    Formando a equipe B, Zuri Mukanda e o grupo recém-promovido ao grau V, Ethan, Myazaki e Natalie, estão a todo vapor.

    Com a cidade em caos, o ritmo frenético não dá trégua. A estação 762, uma das mais importantes e movimentadas da cidade, é o cenário perfeito para um dia mais pesado do que o habitual… para os demônios, claro!

    E para lá, são mandados! No centro do segundo distrito… Sim, o caos chegou até lá… mas está apenas começando, e eles serão a barreira que não deixará vazar mais!

    Diariamente, milhões de pessoas circulam ali, a caminho de suas rotinas, seja para lazer ou trabalho, mas naquela manhã, a tensão está no ar… e muitos deles não retornarão.

    Ali, onde as ocorrências são mais graves, e considerando o histórico disciplinado da Celeste, ela é a mais indicada, ainda mais para evitar que qualquer dano do ofício se alastre. Seu semblante impassível, apesar do peso da missão, reflete seu preparo.

    — Cadê o Myazaki? — Zuri pergunta, a voz baixa, mas firme, enquanto desce a escadaria metálica ao lado dos outros dois. Acima, já limparam a área, exorcizando mais de vinte entidades, um feito considerável, mas nada além do esperado. Seus rostos estão banhados em suor, e os rasgos nos uniformes, agora tingidos de sangue, são testemunhas do que enfrentaram.

    — Aquele imbecil? — Ethan menciona o rapaz com uma ponta de exasperação. As duas confirmam com um sorriso de lado, a cumplicidade entre eles é evidente. — Deve estar alimentando aquela mente doentia…

    — Como sempre… — Natalie diz, os olhos lançando um olhar cínico ao longe.

    Ela já chegou ao final da escada, os pés firmes contra o chão enquanto observa o breu diante de si. Ali, há duas plataformas, uma de cada lado, separadas por dois metros de concreto, com os trilhos seguindo paralelos.

    — Da última vez… ele quase quebrou o braço do irmão mandando ele segurar um feitiço… idiota demais! — Natalie continua, a frustração em sua voz sendo acompanhada de um riso irônico.

    A imagem dela, uma jovem de beleza serena, mas marcada pela força que carrega, destaca-se com seus cabelos ruivos, como a chama de um incêndio recente, e os olhos verdes, como se refletissem as profundezas de uma selva profunda. E ao lado dela, Ethan, com seus cabelos castanhos claros e olhos caramelizados, observa, ainda tentando manter a calma e o bom humor em meio ao caos que os rodeia.

    — Vazio… — Zuri analisa, os olhos fixos na paisagem, um ar de estranheza envolvendo sua expressão. De repente, ela se volta para os outros, a incredulidade misturada com uma leve indignação. — E o Seiji não faz nada? Ele simplesmente deixa essa peste fazer o que bem entende?

    — Ah, o Seiji… — Ethan solta uma risada sarcástica, seu olhar se tornando desdenhoso enquanto pega uma pedra e a arremessa sem muita força para o outro lado, observando-a cair com um som abafado. A cena que o cerca, no entanto, é incomum: não há sangue, corpos ou qualquer vestígio de atividade recente. — Ele deve apoiar isso, não? O Seiji é o religioso mais hipócrita que já conheci!

    A celeste franze o cenho, a tensão se acumulando em seus ombros. A voz dela fica mais grave, mas ainda assim controlada…

    — Ethan… — sussurra, o olhar fixo nele tentando manter a pose. — Você está disposto a ganhar a inimizade do próximo líder? Sabe que, se Kyotaka partir, será ele, não é?

    Ele estala a língua, a expressão mudando de imediato para uma mistura de surpresa e frustração.

    — Sério? Que… droga! — Praticamente grita, as palavras saindo quase como um desabafo, fazendo as meninas ao redor soltarem risadas baixas. Ele balança a cabeça, visivelmente incomodado, antes de olhar em volta, buscando um motivo para mudar de assunto. — Mas enfim, não tem nada aqui! Vamos voltar?

    Zuri não responde de imediato. Ela se agacha, os dedos tocando o chão com uma sensação cautelosa, seu corpo ligeiramente inclinado enquanto examina o que parece ser um solo inusitadamente quente. Ela aperta os lábios, a mente trabalhando rápido.

    — Espera! — Exclama, levantando-se e olhando com mais atenção para o terreno sob seus pés. — Hm… Que estranho… Está quente, mas… somos os primeiros exorcistas a estarmos aqui. Quantos graus, Sra. romano?

    Sem hesitar, a ruiva retira rapidamente seu smartphone, os olhos focados na tela enquanto observa as informações com precisão.

    — Está fazendo 18 graus, com sensação térmica de 19… — Ela para, o olhar se tornando mais penetrante, como se estivesse tentando encaixar uma peça que não se ajustava. Quando termina de falar, um silêncio paira sobre o grupo. Todos sabem que algo está errado, algo fora do lugar, e aquele pequeno dado térmico está apenas apontando a ponta do iceberg. — Será…?

    — Uma aterrorização! — suspira o rapaz, matando a charada — merda… como não pensamos nisso? Com tantos demônios por aí, criar um domínio de caça é a melhor opção, não há sensor… nem uma percepção da divisão existencial… — ele olha para trás, não há mais escada, o que o faz rir amargamente.

    Mas não precisariam jogar mais… a entidade se revela como uma espiral de escuridão, materializando sua forma diante deles…

    — Então eu peguei três peixinhos? — diz, em meio a risos, uma voz incômoda até demais. É uma entidade demoníaca corcunda, com braços sequinhos e retorcidos, grandes como gravetos de uma árvore, assim como os pés. Ele tem pelos nas costas e quatro chifres, olhos de um predador, mas diante deles, é só um peixe pequeno.

    — Três peixinhos? Feioso… tu tá brisando é? Do meu lado temos uma fodendo exorcista celeste… e dois exorcistas de grau cinco, e do seu? Um demônio corcunda, normalmente chefão de um exorcista lá pelo nível 2… — zomba, enquanto Zuri ignora a besta. Mesmo estando mais perto, ela sabe que sua equipe é ótima. 

    Então, quando ele recua um passo, percebendo que está ferrado…

    Sua cabeça está na mão de Natalie, sendo arrancada com a leveza de um filé fatiado por uma faca quente e afiada. O sangue púrpura voa ao ar com um atraso, e ela faz isso com uma das mãos no bolso do sobretudo.

    Só pode ver aquele cabelo ruivo bater no rosto da garota, tranquila.

    — O Ethan é tão mal… você não é feio, só… nasceu todo fudido! — A leveza de suas palavras, tal como a crueldade, só perde para o que se segue…

    De repente, a besta se torna pó em meio a gemidos tão desprezíveis quanto sua existência, revelando o derradeiro cenário ao cair de seu domínio: vários corpos humanos e de demônios, em pedaços, amontoados em sangue, onde pisam, e se estende até onde não dá mais para ver a luz…

    — Famale Fatal! — brinca o rapaz, notando esse fato estranho, a risada parando até seu tom ficar sério. — Eles… se matam?

    — Normal… isso acontece quando há um grande número de predadores e nenhuma vítima… chegamos tarde! — Zuri suspira, decepcionada com o cair das cortinas. — Os demônios nascidos aqui têm esse comportamento meio animalesco, diferente dos originais, que obedecem a uma hierarquia para tomar ações… Enfim, vamos caminhar? Com sorte, damos de cara com o grupo do Gabriel!

    “Caramba…”

    Até mesmo Natalie fica sem graça com a frieza da exorcista, e Ethan, meio sem jeito, pula nos trilhos, evitando os corpos.

    Mortes… para alguns, são chocantes; para outros, são tão naturais…

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