Capítulo 221 - Ela é Osso Duro de Roer!
Em um instante, o céu parece se rasgar, a força do choque entre as duas entidades reverberando pelo ar. O dragão, em sua majestosa fúria, entrelaça-se com o pináculo de disciplina da ordem.
Um soco de cada lado se choca, e o espaço ao redor treme como se o próprio tempo hesitasse diante da brutalidade do impacto.
“Ela é forte…”
A besta reflete, em silêncio, seus instintos primitivos em alerta.
Ela até tenta um gancho, um movimento que poderia ser mortal, mas Zuri, com a agilidade de uma predadora, se esquiva com um salto acrobático, lançando um soco direto em seu rosto em contra-ataque. O golpe é como uma explosão, a terra treme sob a força de seus punhos, enquanto as ondas de choque devastam tudo ao redor.
O chão não pode suportar o impacto, rachando como vidro, e os ventos gerados pela colisão arrancam pedaços de concreto. Mesmo a metros de distância, os jovens exorcistas presentes sentem o calor abrasante do confronto, como se estivessem próximos ao epicentro de uma tempestade.
O duelo é colossal, um confronto entre titãs cujos corpos são armas vivas, e a batalha se desenrola com uma intensidade digna das lendas antigas.
Com suas asas poderosas, a criatura se impulsiona para o alto, como um demônio vingador do abismo. Feixes de trevas, afiados como lanças, disparam em todas as direções, criando uma cortina de poeira densa que obscurece a visão.
Ela se aproxima de Zuri na surdina de sua distração, as garras prontas para rasgar sua carne, mas a exorcista não cede. Ao contrário, Jahiel sente o gosto amargo do fracasso no momento exato em que o punho da mulher encontra o seu estômago, lançando-a para trás a uma velocidade estonteante, até ela se espatifar contra um prédio com a força de um impacto de raio.
O som do impacto é como o de um mundo desmoronando.
“Não dá… fisicamente não!”
A marquesa admite, o cansaço tomando conta de seu corpo. Então, a fúria… a vez a recuperar no mesmo instante, instinto, é uma energia praticamente infinita…
Mas a verdadeira batalha continua longe de terminar.
Para ela, e para a exorcista…
Fumaça escapa de seus lábios, o suor escorre por sua testa, e os olhos brilham com a determinação inabalável de quem não está disposta a perder. A faixa em seu braço, o amplificador de sua força física, havia sido sua tábua de salvação, mas agora ela está apenas um passo de ser dilacerada pelo poder da criatura.
Armas espirituais têm limite de uso… isso as torna mais fortes, que armas que não têm!
Com um grito selvagem, a besta se lança novamente, sua habilidade de atacar simultaneamente com socos e asas parece quase impossível de se lidar. Zuri tem que se esquivar a cada milésimo de segundo, cada movimento seu é parte de uma dança arriscada entre a vida e a morte.
O impacto de uma das asas corta sua bochecha, deixando um rastro de sangue que escorre como um rio vermelho em sua pele… Mas não acaba, ela é jogada para o alto, graças a um golpe de joelho da criatura, que a lança como uma marionete sem controle, os ossos de seu corpo estalando com a força da colisão.
O ar é obliterado a cada instante, fazendo a região alcançar mais de sessenta graus.
— Não consegue? Maldita! Não vai nem ao menos me xingar?
A criatura provoca, e a resposta é apenas o som de sua respiração ofegante.
Mas, a besta, em um grito de pura ira, libera o poder do abismo. De sua palma, um dragão negro emerge, crescendo de maneira monstruosa, até o tamanho de uma casa. Quando a criatura atinge Zuri, a explosão é como a detonação de uma bomba atômica, rasgando o ar e apagando tudo em seu caminho.
A exorcista é arrastada pelos destroços, seu corpo enfraquecido pela força do impacto que abre uma cratera no meio daquele distrito, o terceiro. Sua aura, a luz que ainda resta em seus olhos, se desfaz com o peso do golpe, e ela é projetada a meio quilômetro de distância.
Seu corpo bate contra carros, pilares e destroços, até finalmente parar. O sangue escorre de seus lábios, seus dedos da mão esquerda são reduzidos a cacos pulverizados, e sua faixa de amplificação se desfaz em cinzas, levada pelo vento.
“Quanto poder…”
Ela pensa, sentindo o peso da batalha se acumulando sobre seus ombros. A criatura não daria trégua e, como um predador implacável, tenta arrancar sua cabeça com um ataque final de garras afiadas.
O azar está em ela não ser rápida o suficiente. Tendo deslizado com os pés até chegar à exorcista, em terra, ela é mais lenta!
Mas… Jahiel não é um demônio comum, antes que possa reagir, uma descarga de eletricidade negra envolve seu corpo, atingido pela potência do raio abissal.
Se não fosse por sua velocidade, teria sido consumida por completo. Desesperada, ela salta para longe, tentando escapar da fúria da criatura.
Sua aura retorna imediatamente…
Mas seus esforços são em vão. O prédio que ela tenta usar como refúgio vira pó sob seus pés após mais um ataque da criatura, e o caos que se segue é indescritível. Pessoas são esmagadas, destroços caem como uma tempestade de pedra, e a exorcista, mesmo no ar, tenta reagir. Com a mão que ainda resta, dispara um feixe de luz pura, cortando a mão da besta com uma precisão mortal… sua mente é como um livro de guerra, fazendo-a se adaptar a cada situação e reagir.
A dor, a agonia de perder sua mão, faz a criatura gritar, mas o que realmente a irrita não é a dor, mas que ela não pode se recuperar, pois o feixe de luz selou sua capacidade de regeneração.
Zuri, ainda respirando pesadamente, pousou pesadamente no chão. Seus olhos fixam-se na criatura, e o pensamento que se forma em sua mente é claro e implacável.
“Tecnicamente, ela está próxima a mim, ou eu a ela… mas… a pro-eficiência dessa entidade de me encurralar é assustadora… droga, vou ficar sem saídas a não ser encurralar ela em um domínio espacial!”
A mulher cruza os dedos…
E a marquesa, percebendo a estratégia dela, sorri.
Ambas as guerreiras estão a cerca de trezentos metros de distância agora. A mulher sabe o que está em jogo, e a criatura também. Mas Zuri não é uma mulher disposta a ser derrotada!
“Ela vai tentar me pegar em um domínio…”
É uma briga, de leoa contra leoa.
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