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    Esse velho…

    Admira o Aijiano com uma intensidade quase mística. Enquanto o Shamarano observa a figura refletir em seus olhos, ele dispara em uma corrida frenética, como se cada batida de seu coração fosse um timer, ditando o ritmo das suas ações.

    Ele acerta um gancho certeiro no ser, lançando-o para o alto com uma força brutal. Claro, o inimigo não se deixa dominar tão facilmente. Tentáculos grotescos surgem das costas da criatura, tentando se fixar no chão, mas é em vão… o ataque não falha!

    Outro golpe vem em sequência, e uma parte do corpo do ser se desfaz diante do impacto. Seu abdômen dissolve-se como água, mas, como se tivesse uma mente própria, rapidamente se regenera e reorganiza, tomando a forma de uma liga sólida e resiliente.

    “Será necessário um único golpe!”

    Pensa, com uma determinação que nunca esgota, esse ser precisa ser completamente aniquilado. Não pode restar um único pedaço, ou ele se regenerará e retornará, mais forte!

    E Kyotaka não pode deixar isso acontecer.

    Mas…

    No mesmo instante, o ser se vinga. Os tentáculos cruéis dilaceram os braços dele, arrancando pedaços de sua carne com uma brutalidade implacável. Ele sente a dor, mas não desiste. Sente a força da besta, agora, em sua forma final, com a transformação completa diante dele.

    Um sorriso insano surge no rosto dela, seus dentes afiados como lâminas, uma expressão humanizada que parece um convite à loucura, uma máscara de um demônio mais desumano que qualquer coisa já vista!

    E de sua boca, apenas uma risada baixa e perturbadora ecoa, enquanto o bafo quente da besta, carregado de um odor nauseante, tenta devorar vidas e sonhos com uma fome insaciável!

    A risada cessa abruptamente quando o velho, num contra-ataque desesperado, aplica um soco direto na face da criatura. O impacto é tão feroz que faz a besta girar, seus dentes se desfazendo no ar, como se nunca tivessem existido.

    “Esse é meu máximo!”

    A aura dele, agora envolta por uma chama infernal, começa a queimar sua própria vida, aumentando exponencialmente todos os seus atributos de forma insanamente rápida e poderosa. Ele sente a morte em seu encalço, mas, naquele momento, se torna algo além de humano, algo impossível de conter.

    “Esse demônio é tão chato de se lidar!”

    Shirasaki pensa, enquanto observa das costas, percebendo que não resta mais nada dos outros demônios. Ao mirar os céus, ele entende o motivo: nem a carcaça deles havia escapado das garras ambiciosas da criatura.

    Uma nuvem negra paira entre Kyotaka e o demônio, começando a se juntar lentamente. Parece que a entidade está convertendo-a em um mega ataque, como uma força orquestrada prestes a se lançar!

    — Mahmoud!? O céu! — avisa, os olhos fixos no que se forma acima.

    E Mahmoud, que estava apenas observando, pronto para intervir, como sempre, também volta seu olhar para o céu.

    — Caramba, que merda é essa?

    — Deve ser uma emboscada. Ele deve estar apanhando para pegar o velho de costas! Temos que impedir! — responde, impulsionando-se para cima com um salto, pousando ao lado de Mahmoud no terraço de um prédio.

    Seus sapatos se desfazem em poeira, assim como as bocas das calças, que em questão de segundos, são consumidas pela energia que ele usa como motor, rápido como um raio!

    — O que acha de explodir no ar com feitiço de luz?

    — Genial! — Mahmoud responde, seu olhar encontrando o do exorcista. Ambos, sem hesitar, elevam suas auras, uma conexão entre os dois, enquanto o velho, abaixo deles, desvia de um raio negro lançado pela entidade. Que devora tudo em seu caminho, arrastando ruas e carros, derretendo e convertendo-os em nada.

    “Que carga de poder! Qual será o seu limite?”

    Ele sente os ombros queimando, mas ignora. As feridas nos braços e o buraco no peito não o detêm. 

    Enquanto o foco dos rapazes está em impedir que o ataque se concretize, ciente de que o tempo está se esgotando e que a entidade se prepara para um golpe mortal.

    E em um instante, um bater de coração percebe a ironia. Será que ele é o escolhido para estar ali?

    “Será destino?”

    É nesse mesmo momento que vê a brecha, bem diante de seus olhos, como o brilho de uma lâmina refletindo os céus.

    Como o clarear da mente em meio a um súbito de fé, quando a dúvida se dissipa e a verdade se revela com uma clareza abrasadora.

    “É agora!”

    Com um movimento rápido, ele joga o punho para trás, concentrando cada fagulha de energia em seu corpo. É o saque do espadachim! Deve ser perfeito, fatal!

    “Apenas um ataque…”

    Ao mesmo tempo, a grandiosa esfera negra surge no céu, crescendo a uma velocidade impressionante, tão imensa quanto um carro, tão quente quanto um vulcão. Ali está o poder para destruir o mundo!

    — Extensio energiae: Vis amplificata, millies!

    Ele conjura, é seu último feitiço inato. Sabe que, após isso, sua energia estará no limite.

    Enquanto libera mais essa extensão, a maior que consegue, toda a maestria de sua técnica inata se manifesta! Um soco imensurável, de força incalculável, mais que infinito!

    Também…

    — Transmutatio materiae et status…

    Em uníssono, ambos os exorcistas disparam contra a esfera prestes a cair, sob o comando dos olhos do demônio. Espadas de luz surgem lançadas como foguetes, absorvidas pela escuridão. O estrondo que interrompe a luta entre Miyazaki e Ethan ecoa pelos céus.

    Um vendaval de luz e escuridão!

    A criatura, crente de que venceu, encara um clarão cegante… e dele, seu fim. Não pela explosão que varre os céus e o topo dos prédios, mas pelo golpe do velho, que possui o poder de anular a matéria com seu impacto. O ataque atinge com tal força que a criatura é reduzida ao nada, apagada do mundo.

    E assim, ela se desintegra, desaparecendo no esquecimento, enquanto a poeira se ergue, obscurecendo a cratera formada no meio da cidade. Uma segunda, onde a destruição deixa uma marca permanente no coração da cidade que ainda sobrevive por aparelhos!

    Após o ataque, a escuridão voa pelas brisas da tempestade de energia… e Shirasaki e Mahmoud se erguem, cercados por pedaços cristalinos de uma barreira…

    Que se erguem às pressas para tentar sobreviver!

    — Cacete… — Suspira o Aijiano, só enxergando por um único olho, seu braço fraco e sua roupa inteiramente rasgada, com o amigo ferido a seu lado. — KYOTAKA?

    Eles estáo no segundo andar, o que restou do local, e de lá tem uma vista apocalíptica: um metro de poeira erguido como um mar, cobrindo quilômetros de cidade.

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