Capítulo 236 - Forma Final da Princesa e A Festa de Aniversário

A luta começa!
— Não, ela já terminou assim que eu entrei nesse combate! — brada o exorcista, interrompendo até o narrador, pobre de mim, que tento criar o clima.
Liliel, com um olhar capaz de fazer o mais valente correr para o abraço da mãe, avança com fúria. Sua energia negra faz o ar vibrar e o chão rachar. Embora não esteja em seu ápice, ela já é suficiente para transformar qualquer um em pó da própria existência.
Com um grito feroz, lança a mão em direção ao peito do exorcista, pronta para arrancar seu coração e encerrar a batalha ali mesmo.
Sua fama como ótima assassina precede, tornando-a conhecida como a inimiga da enrolação.
Mas então… algo estranho acontece!
CLINK!
Sua mão atravessa o corpo, mas, ao invés de vísceras e sangue, encontra… balas de goma? Isso mesmo, milhares de balas de goma saem do “corpo” dele como se fosse uma piñata.
— O quê?! — exclama, chocada.
“Cai em uma ilusão?”
Não…
— Olha para cima! — grita o exorcista com um sorriso que só um completo maluco teria naquela situação.
Quando ela levanta a cabeça, já é tarde demais… Um gigantesco pirulito de morango vem em sua direção como um meteoro açucarado, atingindo sua face com tanta força que não só faz seus dentes voarem como racha o chão onde ela está.
“QUE PORRA É ESSA?!”
Ruge em seus pensamentos, pois os dentes vão demorar para regenerar, cuspindo um pedaço de molar e um bocado de dignidade.
Furiosa, ela prepara um contra-ataque no mesmo instante, reunindo uma torrente de trevas em suas mãos. Lança uma sequência de mísseis sombrios na direção do exorcista, tão velozes que não há escapatória.
— Te peguei, seu maldito!
Mas o exorcista não parece abalado. Ele, com toda a calma do mundo, tira do nada uma raquete de tênis decorada com fitas coloridas, enquanto estava no ar, e rebate cada um dos ataques como se estivesse num torneio.
Os mísseis se transformam em bolinhas de tênis que ricocheteiam pelo campo, causando explosões de glitter.
Ela olha para ele, incrédula, enquanto os céus são tingidos de arco-íris.
— Filho da puta! Que merda você está fazendo?!
Foi então que algo ainda mais estranho acontece. A raquete em sua mão se transforma em uma lata de refrigerante reluzente. Ele a sacode vigorosamente, joga no chão e…
BOOOOM!
Uma explosão de vapor envolve tudo ao redor, fazendo a aura sombria dela tremer como uma vela na ventania.
— Você foi obliterada pela técnica inata mais forte… — declara o exorcista, com a expressão mais absurda de superioridade. — A FESTA INFANTIL!
Liliel fica em silêncio por um momento, tentando processar o que acabou de ouvir.
Até agora, os ataques não causam danos significativos…
Mas… Se continuar em sua forma básica, estará em maus lençóis!
— O quê? — é tudo o que consegue dizer.
— A FESTA INFANTIL! — repete, com uma energia exagerada exalando de seu corpo, apontando para o chão.
Seu fluxo, por mais irregular, não parece ceder. A energia que ele deve ter é imensa!
Agora, o espaço está coberto por uma explosão de confetes multicoloridos e serpentinas, que parecem flutuar no ar. No centro, um bolo monumental de seis andares, adornado com muletas de caramelo e delicados confeitos de glacê, acompanhado por uma vela flamejante que parece desafiar o ambiente caótico.
— Um bolo?
— O que mais seria? Uma festa não pode faltar!
Qual é a técnica que usa? Seu segredo? A criatura faminta por destruição e adrenalina pensa.
Então o tal bolo, imponente e doce como um castelo, é completamente destruído por uma onda de trevas que irrompe de seu corpo, como as ondas de impacto de uma bomba. Ela, a princesa demônio, tenta, em vão, limpar o cenário devastado.
“Como pode haver uma aberração dessa?”
Ela está frente a frente com o maior exorcista em domínio da própria técnica. A uma distância de quinze metros de seu corpo, ele possui o poder de distorcer a realidade, obedecendo única e exclusivamente à temática de uma festa de aniversário.
— Quer mais? — pergunta, com um sorriso malicioso.
Sem dar tempo para reação, ele retira uma bexiga d’água do bolso e a lança contra o chão, criando um pequeno terremoto. O impacto gera um tsunami que imediatamente é evaporado pela princesa, que, com um movimento gracioso, invoca uma labareda de chamas negras novamente, consumindo o cenário e tomando a área inteira.
A pobre exorcista que observa, alheia ao espetáculo, é forçada a buscar abrigo nas ruínas de um prédio em queda, tentando escapar…
“Quase morri…”
Ela se segura nas pilastras do segundo andar; cede apenas metade, por sua sorte…
— Lide com isso!
A demônio grita, consumida pela frustração e pela raiva, e avança mais uma vez, mas agora a resposta ao caos que cria é ainda mais inimaginável.
Uma nuvem de algodão-doce resistente como borracha se forma no ar e, ao atingir a criatura, a envolve completamente, fazendo-a lutar para respirar.
— Você quer brincar? — ele provoca, sua voz cheia de diversão.
Mas ela rapidamente escapa…
Em suas mãos, esferas densas de trevas se acumulam, distorcendo o ar em torno de si. A camada açucarada é dilacerada, e no centro de sua mão, começa a se transformar em um vácuo absoluto. Essa é sua dádiva do abismo: a sucção de vácuo demoníaco, capaz de engolir qualquer coisa, até mesmo as tempestades cósmicas que devoravam mundos inteiros.
— Quero, mas você vai me atacar com doces? — ele zomba. — Se for… desça do playground!
Enquanto fala, ele pousa à frente dela e, com um movimento de suas mãos, converte seus ataques em brigadeiros. Ele tem de impor, através de um movimento, a transmutação lunática, que exige mais passos para lidar com mais força energética, forçando a princesa a esmagar o chocolate com uma expressão de ódio profundo em seu rosto.
“Quer mais, seu otário? Depois não reclame!”
Mas a graça da situação está prestes a terminar. Ou pelo menos, ela acha que sim!
— Tenta de novo, com mais esforço! — diz, dando dois passos para trás, observando o que virá a seguir. — Eu… estou tranquilo!
A transformação dela é como uma tempestade que se forma no horizonte. Suas asas crescem, imponentes, em suas costas, enquanto garras afiadas surgem em suas mãos e pés. Um olho, um terceiro olho, se materializa em sua testa. Essa é sua forma final, a manifestação do verdadeiro poder que ela possui. Mas…
“Vamos ver se vai ficar com graça…”
De suas costas, um pequeno dragão serpente aparece, enrolando-se em seu pescoço como uma juba. Ela liberou toda a sua força… até sua conjuração, maldita que aprendeu em seu exílio… Liliel, em seu passado, era associada à adorada entidade demoníaca Lilith, entre os povos pagãos que viviam nas terras áridas de Shamo, a tal serpente com asas.
Ela leva o combate para o próximo nível!
O que o anima a tal ponto que lança seu chapéu para o alto, revelando seus cabelos castanho-escuros e seu olhar psicótico, repleto de confiança.
— Já que você vai lutar com tudo… — Ele cruza os dedos com uma expressão insana no rosto. — Expansio Territorii! — Assim, seu corpo se enche de veias, duplicando a área de efeito de sua técnica, mas sua energia vital começará a se esvair, já que sua loucura afetará ainda mais o mundo ao redor.
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