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    O celeste, de olhos arregalados, move-se em um passo rápido para a esquerda, sentindo o calor abrasador de um feixe negro que corta o ar a milímetros de sua face. Foi como uma lâmina de fogo passando rente, tão quente que, antes mesmo de ouvir o assobio mortal do disparo, o impacto do rastro já ressoava em seus sentidos.

    O ar ao redor distorcia-se em ondas ardentes, enquanto o solo, incapaz de suportar a energia, desfazia-se em poeira e chamas que se espalhavam como um turbilhão de destruição.

    Ele mal teve tempo de processar o perigo. Aquele simples disparo, que zuniu como uma sentença de morte, poderia desintegrar qualquer coisa ao menor toque. Era o poder absoluto da aniquilação concentrada.

    Mas o que veio depois foi muito mais devastador…

    Ela surgiu como um borrão, cortando o espaço entre eles em frações de milissegundo. E, antes que ele pudesse reagir, uma sequência de golpes esmagadores o atingiu. Cada ataque, para desmontar qualquer defesa: um gancho devastador à lateral, uma cotovelada direta ao abdômen e, finalmente, um soco que colidiu com seu peito como se um meteoro tivesse batido nele!

    O impacto foi cataclísmico. Ele sentiu suas costelas cederem, cada fibra de seus músculos gritando em agonia enquanto o golpe o lançava para frente, como um boneco de pano…

    Sangue voou de seus lábios, um traço vermelho cortando o ar em meio ao caos, que se desintegrava em meio ao calor. O mundo girava em um borrão, a gravidade se perdendo em meio à dor que consumia sua consciência.

    “Caralho… que mão pesada!”

    Pensou… E então, no último instante, algo inesperado: uma força surge contra suas costas. Não era o chão destrutivo que ele esperava, mas uma superfície elástica. O “pula-pula” o impulsionou de volta, lançando-o novamente ao confronto, seu corpo ricocheteando como se o destino o recusasse à queda.

    Aquele instante, seu corpo já realiza feitiços mesmo com o portador inconsciente… mas a quantidade de energia gasta cobrará seu preço mais tarde.

    Por ora, tudo está bem. Seus pés tocam o chão em um tropeço instável.

    “Mmm… devo afastá-lo… mas esse rato me surpreende até mesmo nisso! Quão magníficos são os humanos, não?”

    Ela emana imediatamente um impulso negro que serve como proteção, pisando com tanta firmeza que o terremoto causado espalha ondas negras, capazes de anular o ataque e praticamente freá-lo. Mas, assim que o impacto se aproxima de seus pés, a barreira é rompida por uma língua falsa que raspa perigosamente em seu rosto. Por pouco, a entidade abaixa-se para desviar.

    — Ago…

    Antes que diga algo, percebe que está sob um grandioso lago de refrigerante de laranja, servido em um copo plástico. A seus pés, o líquido gelado e borbulhante.

    Mas o líquido escapa voando para cima, fugindo das explosões de gás que evaporam tudo o que tocam.

    Lá está o exorcista, emergindo do fundo, com os olhos bem atentos.

    — Voa, barata!

    Ele se diverte… mas então, a feição e o movimento da besta lhe trazem um arrepio.

    Erguendo a mão, ela sorri.

    — Não haverá escapatória!

    Suas unhas, feitas de sangue, conjuram raios acima de sua cabeça. Não são raios comuns, mas forças que rasgam a pele ou desnorteiam a mente.

    — Fulmen Atrum Supremum!

    Ela invoca o maior dos raios, maior que o grandioso Domus Dei. Aos olhos do exorcista, o ataque atinge o copo, fazendo a eletricidade correr pelo líquido e pulverizar o recipiente, transformando-o em uma gosma plástica.

    Tudo vaza para a cidade… E tudo o que a toca vira vapor diante do calor.

    Ao mesmo tempo, ela pousa em cima de uma parede, flutuando. As ondas laranja ao redor fazem-na expressar certo tédio. Mas, quando está prestes a se vangloriar, uma explosão de ar irrompe, forçando-a a proteger o rosto.

    “Ele está vivo?”

    — Então você resistiu ao show principal? — arfou, como um charlatão. — Não esperava menos!

    Ele está completamente nu. Mas como o exorcista anulou os raios? De dentro de uma bola de borracha de praia. A borracha mágica conteve a eletricidade maldita.

    — Não? — ela inclina o corpo para trás, observando o mar tingido esvaziar. Um sorriso maligno surge em seus lábios. — Você é engraçado, admito. Mas agora, vou te mostrar o verdadeiro terror de enfrentar uma princesa do inferno!

    Com as garras, ela arranca Lilith de seu pescoço e a joga ao chão. Seus dentes se afiam, e ele sente a aura sombria que emana do pequeno dragão.

    Rapidamente, Lilith cresce, alcançando a altura de um homem. Maior ainda, com o comprimento de uma píton e asas tão imponentes quanto as de uma harpia! O rugido da criatura ecoa, preenchendo o ar com puro terror.

    — Se você conseguir sobreviver por cinco minutos, eu tatuarei a inicial do seu nome em meu rosto! Este embate não será apenas um fragmento de minha aura; será algo que levarei para a eternidade!

    — Gr… — ele ergue os punhos com um sorriso atrevido. — E eu vou imprimir você em 3D e te colocar na minha estante!

    É o último tiro. Ambos avançam… ou melhor, os três!

    À esquerda, ele segura a criatura com uma rede de vôlei, enquanto o demônio tenta atingi-lo com suas garras. Mas não é nada fácil. Lilith está além dos demônios comuns; o impacto de suas garras no ar o acerta como se fossem golpes diretos.

    Mesmo ao se esquivar, as asas dracônicas dela raspam em seu abdômen. Suas unhas, capazes de cortar diamantes, funcionam como um sexto membro mortal.

    O sangue do homem respinga como tinta.

    — Não consegue, palhaço?

    Ao dizer isso, ela não percebe que seus pulsos estão presos com uma corda e um laço de escoteiro. Uma chuva de origamis a atinge, e ela tenta se defender com as asas, que são perfuradas como se o papel fosse aço.

    Mas…

    — Mas nada! — me interrompe, enquanto Lilith rasga a rede e lança uma baforada de chamas negras. Com um espelho de mão surgindo, ele reflete o ataque contra a própria dona da criatura. Ela só tem tempo de se proteger com as asas, que são praticamente destruídas… — Morcego frito? Mmmm… melhor empanado! — zomba, tirando uma toalha molhada das costas. Esticando-a, lança vários ataques que raspam como chicotes.

    “Ele está… tentando me matar com um pano? Sério?”

    Ela desvia numa dança, e quando a serva se aproxima, leva um golpe quase desmaiando, com o focinho do lobo enrolado na toalha…

    — Apela menos, demônio!

    Ela recua, rindo.

    “Não sei por quê… mas isso é divertido, apesar de ser doloroso!”

    Então, ela lança o mesmo golpe que Lilith tentou com as mãos, se jogando para trás enquanto seu corpo se regenera dos ataques. Suas chamas são intensas demais, mas ele as bloqueia com apenas um braço…

    Negligência ou confiança demais?

    O embate atinge um nível visceral. Para escapar da rabadada do dragão que vem logo em seguida, ele se joga para trás, rolando pelo chão.

    — Você é maluco…

    Ele sorri com a conclusão, mas… sente-se mais lento. Seu braço está em carne viva, exalando uma fumaça pútrida que queima o ar ao redor.

    Sua visão até chega a turvar. Ele se nega a gemer de dor, mas seu corpo não é tão forte quanto sua mente… os impulsos chegam involuntariamente.

    — O SHOW ESTÁ…

    Por um instante, sua mente vacila novamente, a energia chegando à reserva… No entanto, é justamente no infortúnio que os inabaláveis se mostram verdadeiramente inatingíveis ao acaso.

    E ele é, inabalável…

    — Não chegou ao seu limite, não é? — ela provoca, sua voz cortando o som do caos ao redor e invadindo seu interior. — Exorcista… concentre-se em mim, em você… no seu fluxo!

    As palavras dela fazem algo despertar dentro dele. E, numa explosão de aura, ele cerra o punho, enquanto seu sangue espirra. Seu ideal brilha como uma chama renovada, e, de repente, a preocupação em sua expressão se transforma… em alegria!

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