Capítulo 298.5 - Não se intrometa!
Quando o estrondo ocorreu, foi como se o próprio mundo tivesse prendido a respiração por um segundo. O chão tremeu sob os pés, e uma onda de energia reverberou pelo ar, fazendo as árvores próximas dobrarem-se como se reverenciasse algo muito além da compreensão mortal.
E lá estava…
Cansado, o corpo ainda encharcado de suor e poeira, despertando de seu estado de exaustão com uma feição intrigada — Megumi. Seus olhos semicerrados buscavam, naquele estrondoso trovão anormal, um lampejo de consciência voltando ao seu semblante.
— Que…
Via novamente o terreno, a clareira de sua aura marcada por cicatrizes de treino, seu mestre ao lado e, de longe, uma silhueta. Um ser adiante, inalcançável, mas visível — sua visão, aprimorada ao ponto de exceder em cem vezes a de um humano, permitia-lhe enxergar até mesmo o brilho deturpado ao redor daquela presença.
Astael.
Flutuando, cercado por um halo púrpuro de pura malevolência, a deidade demoníaca observava.
— Foque em seu treino! — a voz cortou como aço, firme.
Já havia passado da pedra… e agora, enfim, a arma.
Uma katana. Não qualquer, mas uma relíquia entre os enfeites do velho bar — um item que, à primeira vista, parecia mero adorno, decorativo, vazio. Mas agora, ali, em suas mãos, serviria de instrumento divino.
— O que…
— Nada! — interrompeu, virando-se bruscamente. Um pensamento, quase um instinto, e uma densa camada de escuridão começou a se erguer ao redor deles, como uma membrana viva, negra e pulsante. Sua dádiva do abismo, que se alastrava, envolvendo ambos como um casulo, ocultando de seus olhares e anseios o caos que agora se desenrolava além daquele véu sombrio. — Foque em fazer essa sua lâmina utilizável!
— Mas… — os olhos dele não estavam mais ali. Seus joelhos tocaram o solo, os punhos cerrados, e, mesmo assim, sua mente tentava escapar para o que conseguiu discernir. — E lá… o que está havendo?
— Só será da nossa conta após você conseguir dominar. Ouviu? — foi ríspido, a voz soterrando dúvidas com a mesma força de uma ordem final. Ele não apenas estava impedindo-o de presenciar aquele embate… estava protegendo-o de ser consumido por ele.
Ao menos por agora…
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