Capítulo 28 – Companheiros de curso
Enquanto se encaminhava para se sentar na mesa de Aruni, Akemi aproveitava a oportunidade para dar uma boa olhada ao redor e procurar rostos familiares. “Tem mais gente da nossa turma por perto.”
À sua extrema esquerda, ele avistava Hikaru, Kinyoku e Aya, todos sentados juntos em uma mesa, mas de um jeito tão discreto e silencioso que causava calafrios em quem olhava.
“06, 09 e 11… O clima deles combina tanto, mas nem devem se conhecer… Sinistro.”
Mais adiante, em outra mesa ligeiramente mais distante, Kentaro e Minoru engajavam-se em uma conversa aparentemente cheia de autoconfiança. Porém, entre eles, uma presença chamava a atenção.
“03 e 10… Parecem bem amigos… Mas pera aí! Aquele é o…”
Nihara, cujo também participava do diálogo egocêntrico, mostrava ser a cabeça do trio. Mas apesar da distância maior, os olhos do garoto ígneo encontraram Akemi novamente, e como resposta, outro olhar raivoso e desdenhoso foi jogado.
“Caramba, que desconforto! Vamos ficar nessa até quanto?! Ele vai me encarar assim toda vez…?! Bem, motivos ele tem…”
Finalmente, Akemi sentou-se entre Aruni e Miya, esforçando-se para ignorar o olhar fulminante que sentia por perto.
— Olha, gente — chamou Nikko, com seu tom sempre animado — aquelas instruções na sala já me deixaram bastante tempo sentada, então vou ficar de pé pertinho de vocês!
O ambiente tornou-se um pouco mais acolhedor, mas algo ainda incomodava Akemi. “Hmmm, Sho não deveria estar aqui? Não imaginava que ele deixaria a irmã sozinha.” Ele espiou à direita e viu Aruni de olhos fixos na mesa, praticamente segurando o coração, claramente preocupada.
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— … Puxa! Fico contente de conseguir reunir mais gente — comentou Nikko, com um sorriso caloroso. Em seguida, ela foi até a garota tímida, apoiando as mãos em seus ombros. — Arunizinha, onde está o seu irmãozão? Ele estava aqui há poucos minutos antes de eu sair.
Sem levantar o olhar, Aruni enrolava as pontas de seu castanho-claro cabelo chanel. — Ele foi ao banheiro. E sabe… não acho que tenha um muito perto do refeitório, então pode demorar um pouco. Espero que ele não tenha se perdido.
— Relaxe, ficará tudo bem — Nikko acariciava a cabeça da aflita, em um gesto afetuoso — ele só tem que tomar cuidado com o fato dos banheiros serem unissex- — algo parou seu raciocínio — ué?
Uma garota baixa, com um karê-pan1 em uma bandeja preta, sentou-se ao lado de Miya, atraindo a atenção de todos.
A nova presença completamente albina mantinha-se em silêncio, mas embora apenas sua cabeça estivesse visível por cima da mesa, seu olhar deslocava o conforto de Aruni e Akemi.
— Estão olhando o quê?! Perderam alguma coisa na minha cara?! — indagou ela. Sua voz era tão fina que tornava difícil acreditar que pretendia intimidar alguém.
Os grandes olhos verdes de Nikko brilhavam. — Aawwnnn! — Ela correu para a garota baixinha e a envolveu em um abraço de urso.
— Ôe! Que intimidade é essa?! Me solta! Tá querendo ir dessa pra pior, é?!
Resistir era inútil, a personificação da insistência continuava.
— É tão pequenininha, que gracinha! Dá vontade de apertar pra seeempre! — Nikko afastou-se só o suficiente para passar a mão nos longos fios brancos da garota. — Han! Olha esse cabelo! É tão clarinho e chega até no chão! Como não suja?!
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“De fato, esse cabelo é surreal.”
— Ni, dê um tempo a ela — pediu Miya, preocupada com a garotinha que ainda se debatia. Mesmo assim, Nikko permanecia encantada.
— Awn, eu queria levá-la pra mim. Mal conseguia vê-la do outro lado da sala por causa da altura. Tão bonitinha!
— E-e-EU NÃO SOU BONITINHA!!!
— He hiii! Mas você parece uma criancinha, eu amei!
— Ãhn?!
Mais palavras dolorosas atingiam.
— Nikko! Seja menos! — exclamou Miya, irritada, antes de suavizar o tom para tentar retomar a conversa. — Oi, seu nome é Kyoko, né? Que nome lindo.
— É Shimizu pra você. Não te conheço. Só me sentei aqui porque esta mesa parecia a com menos estranhos da turma, ou pelo menos era o que eu pensava…
O comentário fez uma veia saltar na testa de Miya, que ainda tentava manter o sorriso. A garotinha também era fogo.
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“Não é possível que ela tenha a nossa idade. Preciso descobrir de algum jeito!”
— É… — Akemi interviu — desculpe perguntar, mas seria legal saber a idade de todos aqui. Começa por você, Aruni.
— E-eu?! — A envergonhada encarou o rapaz nos olhos.
— Akemi! Perguntar a idade das garotas não é algo que se faça! — advertiu Miya.
— A-ah… Perdão! Eu só…
— Dezoito…
“Oh! Ela tem a minha idade.”
— E você, Hiromi? — Com um sorriso travesso, Nikko envolveu seus braços na clavícula de Miya, olhando-a pelas costas. — Vai nos esconder a sua idade?
— Não é segredo que nós duas temos dezoito.
— Ah! Já revelou a minha! Pilantra!
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— E você, Akemi, quantos anos tem?
— Eu também tenho dezoito.
— Legal! — exclamou Nikko, cheia de energia — todos temos a mesma idade, correto…?! Ah, espera! Falta uma!
Kyoko, que até então estava concentrada no seu lanche, percebeu que agora era alvo de olhares curiosos e ansiosos. — … Sério mesmo que preciso dizer?
Todos acenaram com a cabeça, a resposta dela era o momento mais esperado.
— Aff… — Kyoko deu uma mordida no karê-pan, saboreando o queijo derretido como uma iguaria dos deuses. Em seguida, fechou os olhos e assumiu um ar de superioridade. — … Vinte…
— VINTE???!!!
— Ei! Não precisam gritar assim!
— Pera, pera, pera, pera! — Akemi estava tão chocado que mal conseguia articular frases — como você tem vinte anos?
— … Vivendo por vinte anos?
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— Mas dá pra entrar na ASA com vinte? E você nem tem a cara dessa idade… Caramba, eu tenho tantas perguntas.
— Calma, Akemi — Miya apaziguava a situação — pode-se entrar na ASA até o sexto mês dos vinte anos, provavelmente ela passou depois de algumas tentativas.
— Eu passei de primeira…! Bem… — Kyoko desviou o olhar, claramente incomodada — tecnicamente foi de primeira…
— Tá, tá, tá! — interrompeu Nikko — mas antes de tudo! Me diga o segredo para ter um rostinho tão jovem.
— Toda vez é isso… Enfim, tudo culpa da minha linhagem. Meu sobrenome, Shimizu, faz parte do clã remanescente da fonte da juventude.
— Vo… v-você é do Clã Mizu?! — Nikko ficou tão perplexa quanto os outros.
— Óbvio! Se meu sobrenome termina com mizu, faz parte do clã Mizu, ora!
— Ah… desculpe… — lamentou Miya — não ouvimos falar desse clã há séculos, achávamos que era extinto. Até suspeitei quando escutei seu nome na chamada, mas não levei a sério.
— Este clã está mais abundante do que você imagina, mas por causa das guerras, decidiram se esconder para omitir informações da fonte.
— Mas essa tal fonte não era um mito? — A mente de Akemi dava voltas.
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— Eu sou a prova viva de que ela existe.
— Você a viu? — Aruni estava mais interessada do que nunca.
— Claro que não, mas meus ancestrais já. Como eles se banharam nas águas cristalinas da vida eterna, as gerações seguintes herdaram parte dessa bênção. Desde então, temos uma aparência dez anos mais jovem comparada com a idade.
— He hiii, então você tem cara de garotinha de dez aninhos? Awn.
— … É… tipo isso aí.
— E como você entrou na ASA? — perguntou Akemi.
— Combate.
“Combate?!”
— Eita! Você participou do teste físico?! Eu também, foi muito divertido!
“Até a Ichikawa?!”
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— Tentei entrar nos últimos dois anos, mas os meus parentes queriam que eu passasse pelo exame escrito. Maldido papel e caneta, eu abomino tudo o que passei naquele infernal Instituto Hoshizora.
“Oh! Ela é de Hoshizora… De personalidade, não combina nada.”
— Você nunca tentou pedir transferência?
— Hoshizora só existe graças à ligação do meu clã com a fonte. Não me deixariam fazer parte de outra instituição, por mais que eu quisesse.
O relato contado deixou Miya pensativa. — Mas… se a fonte da juventude existe, com certeza devem ter pessoas zelando-a. Onde será que algo assim poderia estar?
Sorrateiramente, alguém segurando uma tábua de forma graciosa passava atrás dos alunos sentados. — Essa pergunta nunca teve resposta… — Uma suave e séria voz feminina fez-se ouvir.
“Quem é?”
Com toda graciosidade de uma nobre, Mayumi Sanada se aproximou do assento. Segurando uma tábua cheia de sashimi e acompanhamentos, ela sentou ao lado de Aruni.
— Uuh! A ruivinha bonita! — Nikko animou-se ao ver mais gente na mesa.
— Não adianta tentarem extrair qualquer informação da Kyoko, a fonte da vida eterna tornou-se ainda mais inacessível com o início das guerras asahianas. O ser humano é inteligente, mas a ganância o corrompe.
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— Entendo, a localização da imortalidade nas mãos erradas poderia causar um desastre mundial.
“Miya parece mais tranquila mesmo com essa gente nova… Ela está tendo mais confiança na nossa turma?”
Entretanto, algo chamou a atenção de Mayumi. Com um olhar de cachorro abandonado, Aruni não conseguia tirar os olhos da tábua de sashimi.
— Você quer me ajudar a comer?
— … Hm? A-ah! N-não! Não precisa… É…
— Não estou com fome, pode usar esses hashis se quiser — Mayumi arrastou a tábua para perto da garota claramente faminta.
— O-obrigada… — O sashimi foi aceito.
— Sabe gente — A única em pé virou o centro das atenções novamente — estive pensando sobre o nosso próximo passo. Estão preparados para as instruções a seguir?
— Ouvi dizer que é um shihai altamente graduado. Espero que não tenhamos problemas.
— Ah! Relaxa, menina! — Usando o braço direito, Nikko abraçou Miya pelo pescoço. — Com certeza não será melhor que o seu pai. Aliás, você precisa me passar o telefone dele depois.
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— Ni!
— … Como eu queria um segundo de silêncio — resmungou Kyoko, dando outra mordida no seu karê-pan de queijo.
— Ah, eu também gosto muito de você, Shimizu! — Com a mão esquerda, Nikko aproximou a cabeça da irritada para sua barriga…
E assim, uma bela amizade foi se formando até o próximo estágio daquele dia, às uma hora da tarde.
Curiosidades descobertas durante a conversa:
Nikko Ichikawa:
– Usa uma maquiagem felina porque… bem, gatos são sua vida. “Eu literalmente seria um gatinho preto se pudesse!”
– É apaixonada pela cultura de Seorim.
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– Seus sapatos valem mais que casas de luxo: 2.124.000,74 Ians. Tudo por conta das esmeraldas-topázio2 de oito quilates em cada pé.
Kyoko Shimizu:
– Tem 1,44 de altura. Já é maior que qualquer pinguim, o que é de se parabenizar no mundo dos baixinhos… ou não. “É PRA PARABENIZAR, SIM!”
– Era da mesma turma de Mayumi no Instituto Hoshizora, onde uma vez a compararam a um coelho. Nunca mais olhou para um coelho da mesma forma.
– Seu cabelo é tão longo que se arrasta no chão, mas nunca suja. Como? Poderes áuricos. E já pisaram no seu cabelo uma vez… o que aconteceu depois não foi bonito de se ver.
Mayumi Sanada:
– Tem 18 anos, mas exala a sabedoria de quem viveu 100.
– Mora no Templo de Cerejeiras. “É um lugar bonito, qualquer um pensaria que saiu de um cartão-postal.”
– Diz que sabe cozinhar “um pouquinho”, o que geralmente significa que ela faz o melhor prato que você já comeu ou algo completamente intragável. Não há meio-termo.
Aruni Yamamoto:
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– Estava com tanta vergonha de ir sozinha pegar comida no balcão que poderia jejuar por todo o sempre. Se não fosse por Mayumi, Aruni ainda estaria lá, esperando.
– Venceu um campeonato de conhecimentos científicos pelo Instituto Hoshizora. “Foi a primeira vez em que ganhei algo… fiquei tão feliz.”
– Seu livro favorito é Hana Monogatari, por Yoshi. “A-mm, sobre o que é?! É-ééé… é melhor que você mesmo procure!”
Hiromi Miyazaki:
– Campeã de dominó pelo Instituto Taira. “Ei! Não zoa! Levo isso muito a sério.”
– É uma mestre na arte de fazer chás, capaz de transformar qualquer folha em uma experiência transcendental. “Já provaram o meu chá de jasmim?”
– Desde seu primeiro caso “romântico”, decidiu que o amor não é para ela. Chá é muito mais apreciável.
Akemi Aburaya:
– Intolerante à lactose, um drama para quem adora o queijo que está em seu Oyakodon3, o que escolheu para almoçar. “Relaxem, eu sobrevivo… eu acho.”
– Apesar de ser um desastre ambulante, nunca quebrou uma parte do corpo, um milagre digno de nota.
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– Nunca conheceu o sentimento de ter um amor verdadeiro. Uma condição causada pela timidez ou falta de interesse?
- Um pão de massa empanada e frita, com uma crosta crocante que guardava um recheio misterioso.⤶
- Pedra mais valiosa do mundo, em formato de diamante polido, com cores verdes e reflexos amarelos, raramente encontrada nas montanhas do leste asahiano⤶
- Parece mais um nome de dinossauro, mas é um prato tradicional de arroz coberto com frango, ovo e cebola, que pode ser enriquecido com uma camada de queijo derretido.⤶
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