Índice de Capítulo

    Enquanto Izumi estava lidando facilmente com os demônios que o cercava, o outro grupo não tinha dificuldades em subjugar os restantes. No entanto, Max que no céu atacava, notou algo irregular. 

    Algo negro estava acumulando naquele mesmo local pouco a pouco, e a energia negativa não permanecia no corpo dos abatidos. O chão daquele relvado ficava mais escuro, os capins que antes eram verdes se tornaram pretos. Izumi também tinha notado isso, e logo depois o resto do time. 

    No entanto, isso não os afetava, por isso não deram importância. Os números dos demônios estavam diminuindo, no entanto, o chão ficava mais escuro.

    Max, que antes lutava no solo e no ar, decidiu permanecer acima. De repente, tornou-se alvo de aves demoníacas, velozes como ele. Disparou várias balas explosivas, mas as criaturas desviaram com agilidade e revidaram com golpes de garras afiadas.

    Desviou por pouco, mas ainda sofreu alguns arranhões. Eram falcão e águia maiores que o normal, com o dobro do tamanho habitual. 

    Moviam-se em ataques coordenados: enquanto uma investia com o bico em alta velocidade, a outra tentava cortá-lo com garras afiadas. Mesmo rápido, evitar o primeiro golpe não impedia a dificuldade de se defender do segundo.

    Não teve tempo para se posicionar e analisar os movimentos, pois os ataques ocorriam em sucessão implacável. A cada investida, sofria novos ferimentos, enquanto a ave que atacava com o bico tornava-se cada vez mais rápida.

    Cogitou atacar primeiro, mas sua defesa explosiva não suportaria um golpe tão feroz. Optou por uma nova estratégia, focando no contra-ataque contra o falcão.

    Ao desviar da águia, observou a aproximação do próximo golpe e previu a brecha exata do ataque. Antes que as garras o alcançassem, desestabilizou o falcão com uma bala explosiva. Sem hesitar, desferiu um soco tão forte que a criatura foi arremessada contra o solo.

    A investida da águia o atingiu antes que pudesse reagir e, abriu um corte profundo na cintura. Sangrou, mas cauterizou a ferida com suas explosões. Antes mesmo de se recompor, a criatura já retornava para um novo ataque.

    Sabia que, em seu estado atual, não conseguiria desviar a tempo. Tomou então uma decisão arriscada. Segurou a águia em pleno voo com as próprias mãos, mas foi perfurado na barriga. Ao ignorar a dor, concentrou energia nas palmas e desencadeou uma explosão devastadora, destruindo o demônio enquanto bradava seu grito de guerra.

    No campo de batalha, todos ouviram o estrondo e excepto Izumi, todos viram Max, ferido, com o sangue que escorria enquanto despencava. Idalme, o mais próximo, hesitou em resgatá-lo. Em sua mente, aquele era o momento ideal para deixá-lo se estatelar contra o solo.

    No entanto, foi salvo por Ui, que até então apenas observava a luta de longe. Depositou-o no chão com cuidado, mas a gravidade dos ferimentos era evidente. Sua barriga estava devastada, o sangue jorrava sem cessar e o corpo esfriava rapidamente.

    Ui percebeu resquícios de energia negativa pairando sobre a ferida. Alarmada, chamou Idalme, mas mais uma vez ela hesitou e, fingiu estar ocupado com os demônios ao redor.

    O desespero tomou conta dela. Ver o irmão de seu amado à beira da morte era insuportável. Em um grito sufocado pela angústia, clamou por ajuda:

    — Izumi!!!!

    Izumi, imerso em sua própria batalha, foi despertado pelo grito dela. Seus olhos aguçados rapidamente localizaram o irmão caído, ensanguentado.

    Ao perceber que finalmente havia captado sua atenção, gritou novamente, desta vez chamando por Idalme com ainda mais urgência.

    — Me desculpe, estou ocupada!

    No entanto, ela continuava a fingir estar presa na luta contra os demônios, esquivando-se sem pressa enquanto sorria por dentro. Se Max morresse, não seria por suas mãos, e isso a livraria de qualquer culpa.

    Izumi, porém, compreendeu a situação num instante. Sem hesitar, ativou sua habilidade mais poderosa e avançou em um movimento veloz.

    — Cem cortes!

    Todos os inimigos ao redor foram cortados em um instante, deixando Idalme sem mais desculpas para fingir incapacidade.

    Por dentro, sentiu remorso ao pensar em curar Max, mas não tinha escolha. Izumi a encarava com um olhar severo, e ela suspeitava que, mais uma vez, ele havia percebido suas intenções.

    Sem querer arriscar sua própria vida, correu até o ferido e começou a curá-lo.

    — Idalme, você… — Ui começou a duvidar da sua amiga.

    — Não se preocupe, eu vou curá-lo! — declarou ela, com uma expressão determinada.

    — Sim…

    Izumi não foi o único a perceber o comportamento estranho dela. Dam, que lutava nas proximidades, também suspeitou de sua hesitação em salvar Max.

    A desconfiança se intensificou quando viu o mestiço lançando-lhe um olhar severo na peitos caídos e, com isso, confirmou suas suspeitas.

    Ele prontamente se aproximou de Idalme e sussurrou em seus ouvidos:

    — Se ele morrer, saiba que vou varrer a sua vida, junto com aquele seu clã maldito.

    O corpo dela congelou ao perceber que as palavras de Izumi poderiam ser verdade. Sabia que precisava fazer o máximo para salvar Max, mas, por mais que tentasse, a ferida não cicatrizava. Algo parecia bloquear o processo de cura.

    Enquanto isso, o corpo de Max esfriava rapidamente e ele perdeu a consciência.

    Todos ao redor notaram que a cura estava falhando, e os olhares desconfiados começaram a se voltar para Idalme. Ela sentiu, naquele momento, o peso da solidão, como se fosse ela contra todos.

    Izumi, que estava ao seu lado, guardou suas espadas e, com o olhar fixo nela, disse:

    — Você sabe o que vai acontecer se ele morrer, não é, peitos caídos? — declarou com um sorriso cruel.

    Ele não precisou emitir sua intenção assassina, mas a sensação de opressão voltou a pesar sobre Idalme. Cada fibra de seu corpo tremeu sob a pressão, como se a presença dele fosse suficiente para paralisá-la.

    Sem saber como reagir, gaguejou:

    — Eu não sei o que está acontecendo, alguma coisa está impedindo.

    — Impedindo? — Izumi agachou e a encarou diretamente nos olhos.

    — Sim…

    Idalme começou a transpirar, sentindo a pressão aumentar. Já havia se passado um minuto e não havia sinal de melhoria. Max estava cada vez mais perto de sucumbir. No entanto, Ui, que estava próximo, disse:

    — Isso talvez seja a energia negativa.

    — Hum? O que queres dizer, Ui? — perguntou Izumi, com uma expressão curiosa.

    — Quando o peguei, havia resquícios de energia negativa pairando sobre o ferimento dele. Talvez seja isso que esteja impedindo a cura.

    Idalme, ao ouvir as palavras de Ui, sentiu um alívio momentâneo, agradecendo silenciosamente. Porém, esse alívio durou apenas um instante. Uma sensação gelada percorreu sua espinha quando uma intenção assassina imensa interrompeu a circulação de sua aura. Imediatamente, parou de curar e ficou paralisada, incapaz de se mover.

    Nesse momento, ela teve certeza de que a morte se aproximava, não apenas para ela e Max, mas para seu clã, que seria destruído por aquele mestiço incontrolável. Sua mente revisitou os últimos momentos com sua chefe, mas, como sempre, Max apareceu em seus pensamentos finais.

    Já havia enfrentado a morte antes, mas parecia que suas memórias estavam sendo repetidas, como um feitiço lançado por aquele que um dia considerou amado. No entanto, a morte não chegava, e ela cogitou que talvez já tivesse sido cortada, mas a dor ainda não havia se manifestado.

    No entanto, aquela intenção assassina desapareceu, e Dam, que estava atrás, disse apavorado:

    — O que foi isso? O meu corpo paralisou totalmente…

    — Primeira vez, né? — Ui sorriu, sem esconder a diversão.

    — Agora cure-o novamente — ordenou Izumi, com um tom firme.

    — Hã… quê… sim — Idalme não entendeu de imediato, mas rapidamente se recompôs e voltou a curar.

    Dessa vez, as feridas de Max começaram a se sarar sem problemas. Idalme não conseguia compreender o motivo, mas uma suspeita surgiu em sua mente: talvez Izumi tivesse feito algo para garantir isso. A intenção assassina que sentiu não parecia estar direcionada a ela, o que a fez questionar suas próprias percepções da situação.

    — Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui? — perguntou Dam, ainda surpreso.

    — Isso é uma habilidade do Izumi, incrível, não é? — declarou Ui, com um sorriso de quem se gaba do feito.

    — Incrível? Isso é fora do normal — respondeu, incrédulo.

    — Eu realmente sou — disse Izumi, com um tom de confiança.

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