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    Quando Max entoou o primeiro verso da sua música, algo que antes recusava com firmeza, mas percebeu que não tinha outra opção. A urgência da situação o forçava a agir contra seus próprios sentimentos. Cantar lhe concedia força, um poder necessário para proteger quem lhe era precioso, mas a vergonha ainda pesava. 

    — O que foi? Não pense que cantar vai impedir a minha investida! — proclamou Léo, avançando.

    Max, com um sorriso confiante, abraçou as mãos e cantou com intensidade:

     — 🎵Se prepare, porque aí vem a explosão!🎵

    Com movimentos rápidos, bloqueou os Japs e diretos do Destemido. Cada movimento era calculado, os golpes vinham de todas as direções e exigia precisão para não ser atingido. 

    No instante em que Max encontrou uma brecha e lançou seu contra-ataque, o adversário se abaixou com rapidez surpreendente, esquivando-se no último segundo. Os músculos do destemido tensionaram-se, e, com postura firme, preparou-se para desferir um golpe certeiro.

    — 🎵Nenene! Neneneneeeee!🎵

    Antes que o uppercut, vindo de baixo para cima, atingisse seu queixo, ele cantou. Sua energia explodiu com ainda mais intensidade e aumentava sua velocidade. Cada fibra de seu corpo vibrava com a melodia.

    Com um ágil mortal, esquivou-se no último instante e, em seguida, desferiu um chute preciso no queixo do demônio e lançou-o pelos ares. Ao pousar com firmeza no chão, abriu um sorriso, já planejando algo ainda mais constrangedor para aquele momento.

    Saltou em direção a Léo, movendo-se com destreza. Antes mesmo de completar a sequência de giros acrobáticos, declarou em alto e bom som:

    — 🎵Idalme, eu te amo de um milhão!🎵

    Enquanto as palavras ecoavam no ar, ele acertou precisamente a cabeça de Léo.

    Idalme, ainda no chão, ouviu claramente cada palavra e não conseguiu conter a reação. Seu rosto incendiou-se em um tom tão vermelho que rivalizava com um tomate. Jamais imaginou que ele teria a ousadia de declarar seus sentimentos diante de todos.

    Sem conseguir resistir, ela murmurou, tentando esconder o embaraço:

    — Seu idiota…

    Max, sem perder o ritmo, gritou enquanto voava em direção a Léo, que ainda estava impactado no chão:

    — 🎵Nenene! Neneneneeeee! Te amar é uma explosão!🎵

    Com um soco poderoso, cuja força vinha sendo acumulada antes mesmo de saltar, ele atingiu em cheio o abdômen do Destemido. O impacto reverberou pelo corpo do oponente e arrancou-lhe o ar em um único golpe. No auge de sua determinação, Max bradou com intensidade:

    — Soco dinamite!

    O impacto foi tão avassalador que o piso se estilhaçou, desmoronando sob seus pés. A queda os levou através do andar inferior e rompeu cada camada até atingirem a pele da gigantesca tartaruga abaixo. O colosso se remexeu, claramente incomodado com a súbita perturbação.

    Ao afastar-se do corpo do demônio, Max, tomado pela adrenalina, ergueu a voz mais uma vez e gritou fechando a mão:

    — Explosivo!

    O impacto que atingiu o corpo de Léo foi tão devastador que a explosão reverberou com tal força que até a tartaruga, imensa e imperturbável, sentiu a dor e rugiu em agonia. O local ao redor estava envolto em uma escuridão quase total, mas a intensidade do brilho de Max permitia-lhe perceber claramente o que acontecia.

    Aquele ambiente apertado, localizado nas costas da tartaruga, não oferecia muito espaço para se mover. As paredes, sólidas como o teto, pareciam formar uma prisão de muro. A fumaça da explosão, aos poucos, dissipava-se, revelando a figura do Destemido. 

    Ele sorria, apesar do sangue escorrer de suas feridas, e, embora sua barriga tivesse sido severamente danificada, a cura gradual da ferida começava a ser visível.

    — Excitante, muito excitante! 

    O demônio declarou empolgado, enquanto marcas de cicatrizes de fogo começaram a surgir em sua pele, semelhantes às de Idalme, mas com uma diferença notável. As cicatrizes do Destemido eram de um tom vermelho intenso, como se estivessem vivas, pulsando com a força de veias contraídas sob sua carne. 

    Léo ergueu os olhos para o céu, como se buscasse algo nas sombras acima. Então, com um olhar fixo em Max, disse:

    — Continuemos lá em cima.

    Com um movimento rápido, ele saltou até o topo.

    Max, sem hesitar, aproximou-se do buraco e cantou com virilidade:

    — 🎵Nenene! Neneneneeeee! Te alcançar e explodir será galante!🎵

    Léo, que já havia saltado, percebeu que seu adversário estava prestes a alcançá-lo antes mesmo de atingir o topo. Num movimento repentino, interrompeu sua ascensão. 

    Com um foco intenso, acumulou uma carga de energia em sua mão direita, onde várias cicatrizes começaram a se agrupar, criando uma aura concentrada. Ele cerrava os punhos com força, e, com um grito primal, liberou toda a energia acumulada, direcionando-a para o alvo.

    — Soco destruidor de rivais! 

    Um ataque de fogo devastador, com um alcance impressionante, atingiu Max em cheio. O calor intenso e a força do impacto pareciam garantir que o golpe tivesse sido fatal. 

    Ao ver o sucesso de sua investida, Léo esboçou um sorriso de satisfação, convencido de sua vitória. No entanto, antes que pudesse se orgulhar por completo, uma surpresa inesperada ecoou em seus ouvidos, algo que fez seu sorriso vacilar e seu olhar se desconcentrar.

    — 🎵Nenene! Neneneneeeee!🎵

    — Quê? Você está de brincadeira… — disse, incrédulo, sem acreditar.

    Mesmo sendo atingido pelo poderoso ataque do demônio, Max não parou. Enquanto o fogo consumia seu corpo, ele continuou avançando, sua voz ecoando no ar e ainda cantava com força.

    — Cometa explosivo!

    Max, com um movimento rápido e preciso, acertou em cheio a barriga do Destemido com seus punhos, fazendo-o ser lançado para trás e alcançar o topo rapidamente. Mas ele não se deteve ali. 

    Com raça, ele continuou subindo, sem perder o ritmo. Enquanto Léo caía do teto, já sem forças para se manter firme, Max se aproximou e, num movimento ágil, desferiu um chute poderoso. Com o impacto, ele gritou, sua voz carregada de desafio e intensidade:

    — Voadora explosiva! 🎵Nenene! Neneneneeeee!🎵

    Apesar da dor que lhe consumia, Léo sorriu, seus olhos brilhava com uma satisfação cruel. O demônio não deu tempo para que ele reagisse, segurou rapidamente o pé do rival enquanto ainda estava no ar, começando a girá-lo com força. A cada rotação, gritava com intensidade e balançou seu inimigo de um lado a outro até, finalmente, atirá-lo contra a parede.

    Max atravessou a primeira parede, depois a segunda, e logo a terceira, até finalmente sair da fortaleza. O ataque foi brutal, danificando-o gravemente. Por um momento, ele ficou completamente imobilizado e caiu pesadamente no chão, incapaz de se erguer. 

    O impacto havia deixado marcas profundas em seu corpo, mas, mesmo ali, continuava a cantar. Entre tosses e cuspindo sangue, sua voz persistia e ecoava nas ruínas ao seu redor.

    — 🎵Nenene! Neneneneeeee!🎵

    Com grande esforço, ele se levantou, se posicionou e, cantou:

    — 🎵Me matar está fora de cogitação!🎵

    Ainda sangrando, avançou rapidamente em direção à fortaleza. Ele atravessou as ruínas que havia destruído pouco antes, seus olhos fixos no destino à sua frente. Lá estava Léo, sorrindo, completamente recuperado, como se a batalha anterior não tivesse feito efeito algum.

    Com rapidez, acumulou uma bola de energia explosiva em sua mão e lançou em direção ao Destemido. Porém, antes mesmo de atingir seu alvo, a bola explodiu.

    Sem perder tempo, Max já havia visualizado a posição exata de Léo. Ele se movia com agilidade, atravessando a fumaça, e em um movimento preciso, agarrou a cabeça do demônio e torceu-a rapidamente para o lado.

    Enquanto aterrissava com firmeza no chão, cantou mais uma vez, sua voz carregada de poder. Então, com um sorriso no rosto, apontou o dedo para Idalme, como se estivesse cumprindo uma promessa.

    — 🎵Nenene! Neneneneeeee! O meu amor não é uma Ilusão!🎵

    O coração dela disparou, batendo com uma intensidade que ela nunca havia sentido antes. Sua mente estava em turbilhão, pensamentos se atropelando enquanto tentava processar o que acontecia ao seu redor. No entanto, naquele exato momento, uma clareza invadiu sua mente. 

    Ela sabia, com uma certeza absoluta, o que aquele gesto significava. E foi ali, diante daquela cena, que Idalme percebeu, sem dúvida alguma, o que realmente sentia.

    Ele me ama demais!!!

    A missão, a raiva, toda a razão que havia impulsionado Idalme até aquele momento se dissipou como poeira ao vento. No instante em que seus olhos se encontraram com Max, tudo o que restou foi um turbilhão de sentimentos, e uma vergonha imensa a tomou por completo. 

    A figura da guerreira se desfez, e em seu lugar ficou uma donzela, vulnerável e envergonhada, incapaz de encarar a pessoa que ela mais amava.

    Enquanto isso, o corpo do Destemido tombou pesadamente no chão, e Max, tomado pela empolgação, sentiu uma onda de felicidade atravessar seu peito. Ele percebeu que, ao demonstrar seus sentimentos daquela forma, algo havia mudado. Sentiu que, por mais desconfortável que fosse, revelar-se não era tão ruim.

    Embora ela tentasse esconder o rosto, Max conseguiu ver claramente o quanto ela estava constrangida. Seu sorriso cresceu, mas uma expressão intrigada surgiu em seu rosto.

    Eu poderia ficar mais forte se cantasse a outra parte, mas não…

    Ele olhou brevemente para Izumi e balançou a cabeça em negação. A fumaça explosiva começou a dissipar-se lentamente, revelando o destemido ainda no chão, mas com um sorriso distorcido em seu rosto. 

    Ele começou a rir alto, uma risada que parecia recheada de prazer, como se estivesse realmente satisfeito com a batalha.

    Logo após, o destemido se ergueu, sorrindo selvagemente, e declarou, com sangue que escorria de sua boca:

    — Eu amo batalhar!!!

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