Capítulo 138 de 33 – É você, Ham?
A lâmina atravessou a esfera, mas não a dividiu. Ela prosseguiu em sua trajetória. Com o segundo golpe, tentou novamente cortá-la, sem sucesso. Tentou se esquivar em seguida, porém não foi rápido o bastante. A esfera penetrou-lhe o corpo.
Paralisado, sentiu a aura sendo drenada com rapidez. Ao recorrer ao “Dark Purge”, esperava neutralizá-la, mas o feitiço falhou. A aura continuava a esvair-se, indiferente ao esforço. A inquietação tomou conta dele, e um grito escapou de seus lábios:
— Zero Field!
Todos ali permaneceram paralisados enquanto Izumi lutava para conter a energia intensa que consumia seu corpo — em vão. Tentou de tudo, mas nenhuma tentativa surtiu efeito.
Sem opções, rendeu-se. Admitiu, enfim, que não conseguiria vencer aquela força. No instante em que desistiu, a esfera cessou a absorção de sua aura e começou a fundir-se com a esfera contida em si.
Ao perceber a mudança, um pensamento alarmante cruzou-lhe a mente:
Minha aura… está acabando…
Logo após, Izumi fixou o olhar nos destemidos e aproximou-se com rapidez, parou diante dos dois. Com uma expressão séria, fez a pergunta:
— Como faço para tirar isso?
Léo o olhou, sem hesitar.
— Após receber as leis, terás que esperar um ano, ou então… passar por um ritual de remoção.
O mestiço não titubeou. A impaciência clamava em suas palavras:
— Um ano? Isso é demais. Como faço esse ritual?
O destemido hesitou, claramente incomodado com a falta de respostas. Sua voz se arrastou, cheia de relutância:
— Não sabemos…
Ao ouvir a resposta deles, apertou as mãos com força, ponderando se deveria eliminar aqueles dois naquele instante. No entanto, uma voz ressoou na sua mente.
Lhialhialhia! Não perca o seu tempo!
Izumi logo se exaltou diante da voz que ecoava em sua mente.
Droga, ele está voltando…
Ele olhou os destemidos com repúdio e perguntou:
— Tem certeza?
Eles se encararam, e Loi, hesitante, respondeu:
— Acho que tem uma forma…
Os aliados de Izumi se mostraram curiosos.
— Que forma? Fale agora — ordenou.
— Conhecemos um destemido que talvez saiba como fazer o ritual.
Max, até então em silêncio, se aproximou e questionou:
— Outro destemido? Ele não seria um de vocês?
— Não sabemos, mas acho que ele é um destemido.
— Por que acham isso? — perguntou Max.
— Porque ele não parece ser nosso aliado.
— Aliado? Explique isso direito — avisou enquanto apontava a espada no rosto da destemida.
Léo, vendo sua irmã que tremia, colocou a mão em seu ombro e falou:
— Deixa comigo.
— Sim — respondeu Loi.
— Como minha irmã disse, ele nos ordenou para ficar na fortaleza e nunca sair, apenas andar por essa área. Não sabemos o motivo, mas se quiserem, podemos levá-los até ele.
— Nos levar? — perguntou Izumi, curioso.
— Sim, eu tinha esquecido dessa ordem, mas ele havia nos dito para levar até ele quem conseguisse nos vencer.
— Hum? Isso soa como uma armadilha — duvidou Max.
— Se é ou não, isso depende de vocês.
Max olhou para seu irmão, e ele o encarou de volta.
— Tudo bem, nos leve até ele. Mas antes, uma pergunta. Esse destemido é forte?
— Pelo menos, tão forte quanto você, ou mais — respondeu Léo.
Izumi ouviu a voz e sorriu, os dentes serrilhados à mostra, revelando toda a emoção. Contudo, de repente, sua expressão se normalizou ao perceber a gravidade de sua situação.
Droga, nesse estado é difícil!
Izumi estava mais forte do que nunca, mas sua instabilidade era evidente. Desde o início dessa nova jornada, ele sabia que, caso perdesse a aura conquistada, aquela coisa dentro dele tomaria controle do seu corpo.
Enquanto isso, Loi, que tremia intensamente, começou a emitir gemidos estranhos, contorcendo-se. A aura em seu corpo se intensificava e superava a energia negativa. Sua barreira de vento, então, foi ativada.
— Durma sua idiota! — gritou a destemida.
Léo, ao compreender a situação de sua irmã, prontamente se posicionou e começou a liberar energia negativa de seu corpo, direcionando-a para Loi. No entanto, Izumi não permitiu. Com um golpe rápido, o chutou para longe.
— O que está acontecendo? — perguntou Max.
— Não sei, mas acho que o corpo real está tomando domínio — respondeu o mestiço.
Léo, se aproximou rapidamente e gritou:
— Seus idiotas! Não deixem aquela coisa acontecer!
Izumi apareceu novamente na frente dele e, com um olhar desafiador, disse:
— Isso é estranho. Estás tão preocupado com isso. Será que tem medo de que sua irmã morra?
O destemido, tomado pela raiva, atacou. Porém, antes mesmo de perceber, seu corpo foi lançado ao ar e colidiu com a parede. Tentou diversas vezes, mas não conseguia romper a barreira que se impunha diante dele.
Enquanto isso, Loi gritava cada vez mais, pronunciando palavras como: “Me deixe em paz”, “Você não vai conseguir”, “Morra logo”. Contudo, seus tormentos continuavam sem cessar. Logo, uma energia negativa começou a escapar de seu corpo como fumaça, vazando gradualmente.
Léo parou de se debater. Com um olhar preocupado, disse:
— Não pode ser…
Loi, que naquele momento lutava contra a dor, parou abruptamente de gritar e se levantou. Sua aparência continuava inalterada. No entanto, enquanto observava ao redor e examinava seu corpo, um pensamento cruzou sua mente:
Eu voltei?
Ela, então, começou a fitar o rosto de todos que a observavam, aguardando alguma reação. Primeiro, olhou para Max e Idalme, mas não reconheceu nenhum dos rostos. Em seguida, fixou o olhar em Ui, e mais uma vez, não era alguém que conhecia.
— Quem são vocês?
Ela voltou a olhar para Idalme e, desta vez, sentiu que a jovem possuía características semelhantes às suas.
Um membro do clã Zura?
Em seguida, seu olhar se dirigiu para o canto mais profundo, onde viu um homem segurando outro pelo pescoço. No entanto, não conseguiu enxergar seus rostos.
Estou na fortaleza, certo?
Ela continuou a observar ao redor, até que seus olhos encontraram a pessoa que a encarava com um olhar mortal, pronto para matá-la. Surpresa, ela o fixou por um momento. Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Dam, por sua vez, ficou surpreso ao ver seu inimigo chorando enquanto o encarava.
— É você, Ham?
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