Capítulo 81 de 15 - GGGGGGGGGGGGGRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR!!!!!

Reda Zura, desde os seus dois anos, já havia manifestado suas chamas, algo que os membros do seu clã só conseguiam após o ritual do fogo. As expectativas em torno dela eram sempre elevadas, e aos 17 anos, ela alcançou seu auge e demonstrava um talento sem precedentes. Contudo, apesar de sua maestria, ela não estava satisfeita e queria elevar ainda mais o poder de suas chamas.

Aos 20 anos, assumiu o posto de líder da linhagem primária. Já em sua nova posição, decidiu implementar um plano que vinha cultivando por três anos. Ela acreditava que não havia ninguém mais forte do que ela e, como líder, começou a circular pela cidade, derrotando diversos oponentes. No entanto, essas vitórias não lhe traziam satisfação, pois não encontrava adversários que lhe causassem a sensação de perigo.

Quando conheceu Patiel, um jovem que agradou pela sua habilidade em combate. Ele era superior em todos os atributos, e ela sentiu, pela primeira vez, a derrota se aproximar. 

Fascinada por suas artes, ela foi tragada pela admiração que sentia por ele. Patiel, conhecido por seu poder sobre as mulheres, a convenceu a ter um filho com ele, sob a promessa de criar uma criança ainda mais forte.

Durante dois anos, ela tentou gerar esse herdeiro, mas falhou. Frustrado, Patiel a abandonou e descartou-a sem qualquer consideração. Devastada, tentou matá-lo, mas foi incapaz de superar a influência que ele exercia na cidade. Desde então, ela se retirou para o seu clã e saía apenas em situações urgentes.

Aos 25 anos, Reda iniciou um projeto ambicioso: criar um guerreiro capaz de enfrentar a família de Patiel. Ela desenvolveu a habilidade “Brasas do Poder”, uma técnica que, em vez de queimar, intensificava as capacidades de seus alvos. 

Após inúmeros experimentos fracassados com membros da linhagem primária, ela encontrou sucesso ao testar a técnica na linhagem secundária e descobriu que aqueles cujas chamas necessitavam de um catalisador externo eram mais receptivos.

Mesmo assim, muitas cobaias morreram, e ela quase desistiu, até encontrar uma criança bestial de sete anos que suportava as chamas, mas não conseguia utilizá-las. Desanimada, considerou todo seu esforço em vão. No entanto, pouco tempo depois, uma explosão na linhagem secundária revelou que a menina, incapaz de articular palavras, havia desencadeado um poder devastador.

A criança, chamada Kena, liberou um ataque de chamas quando segurou uma espada durante um treinamento que feriu várias outras crianças, mas deixou-a ilesa. Reda, observando o potencial da garota, compreendeu como funcionava sua habilidade. Mesmo assim, durante os dez anos seguintes, o poder dela permaneceu adormecido.

Aos 18 anos, ela tornou-se guarda-costas da chefe da linhagem primaria, e aos 20, finalmente despertou seu verdadeiro poder, marcando sua espada com cicatrizes flamejantes. A líder, satisfeita, acreditava que seu investimento havia finalmente dado frutos.

Agora, atualmente, ela se encontrava caída, à beira da morte, enquanto Camion, impassível, a observava com um sorriso.

— Porque sorris, Reda?

— Pirralho… você não entenderia.

Aos olhos de Reda, uma visão se cristalizou: sua maior obra-prima havia finalmente alcançado o auge. Todo o poder que ela havia nutrido e aprimorado ao longo dos anos se manifestava diante dela. Mesmo o seu mais poderoso ataque, aquele que outrora teria devastado qualquer oponente, foi completamente absorvido por sua criação.

— Kena, a melhor!

— Quê?

Ele virou-se lentamente, seus olhos capturando a cena atrás de si. Uma mulher ardia intensamente em chamas, seu corpo agora completamente consumido pelo fogo, enquanto sua espada reluzia como uma lâmina feita do mesmo elemento. Kena, tomada por uma fúria incontrolável, se posicionou, seus olhos fixos no inimigo. 

O calor ao seu redor crescia à medida que suas chamas se intensificavam. Sem hesitar, ela correu em sua direção com toda a força, e seu grito ecoou como um rugido primitivo, carregando consigo a fúria e a determinação de alguém que havia atingido o auge do seu poder.

— GGGGGRRRRRRRRR!!!!!!!!!!

O chão por onde passava ficou totalmente consumido pelas chamas intensas. Em um instante, ela estava diante do alvo. O demônio, confiante em sua força, ergueu o braço esquerdo embutido em sombras negras para bloquear o corte. 

Porém, ao contrário do que ele esperava, a espada flamejante dela atravessou sua carne como se fosse nada e cortou o braço com facilidade, como se fosse uma simples bananeira. O choque estampou-se em seu rosto enquanto o membro caía ao chão e queimava sob o calor das chamas.

— Arrggghhh!!

A besta, implacável, atacou novamente com sua espada flamejante. No entanto, Camion, percebeu o perigo iminente, conseguiu se esquivar e começou a correr, buscando escapar da fúria incandescente que o perseguia. Ele evitava um confronto direto, ágil e alerta, enquanto Kena o seguia, determinada e veloz.

Ele atacou-a com um soco poderoso, mas o golpe atravessou o corpo de fogo sem causar dano. As chamas que a envolviam pareciam protegê-la, tornando-a invulnerável.

Que Poder é esse?

Reda, observou aquela cena com um sorriso satisfeito nos lábios, pensou:

Adeus minha obra-prima!

Os olhos da ex chefe do clã se fecharam enquanto a luta prosseguia, imersa em uma mistura de emoções. A intensidade da perseguição aumentava a cada segundo, uma dança mortal entre fogo e sombras. Lágrimas escorriam pelo rosto de Kena, mas eram rapidamente consumidas pelas chamas que a cercavam e evaporou-se em um instante.

Não aceitando ser subjugado, gritou em frenesi: — Não se engane, criatura ridícula!

Com um movimento ágil, ele lançou fios de sombras de sua habilidade, tentando prendê-la e interromper sua fúria descontrolada. No entanto, ao tocar a pele ardente da jovem, as sombras foram imediatamente incineradas e dissipava-se em uma nuvem de fumaça negra.

— Impossível!

— GGGGRRRRRRRRR!

Com um grito de guerra, ela lançou-se sobre ele e aproveitou a brecha que encontrou em sua defesa. A espada flamejante penetrou seu corpo com precisão.

Ao perceber a oportunidade, conjurou mais sombras negras e formou um casulo que a prendeu como se fosse um caixão e começou a apertá-la até quase sufocá-la.

Pereça mulher insistente cujo desconheço o nome!

— GRRRRRRRRR…

— Quê? Não é possível! — disse com os olhos arregalados.

— GGGGGGGGGGGGGRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR!!!!!

Em um movimento rápido, levantava a lâmina para cima enquanto cortava o demônio, rompendo o casulo e libertando-se da pressão.

Enquanto caía, ele a avistou a espada erguida, prestes a desferir mais um golpe. Apesar da situação, ele sorriu, e em seu último pensamento, refletiu:

Perder para uma mulher é?… Excelente, o seu shape é digno!

Com um balançar poderoso da espada para baixo, Kena cortou o demônio ao meio, seguindo o rastro do corte que havia feito antes. Seu corpo foi cortado em dois e desabou no chão com um sorriso final estampado no rosto.

Ainda consumida pela fúria, segurou sua espada com força, suas mãos firmes no cabo flamejante. Ela apontou a lâmina em direção ao corpo caído no chão e, com um grunhido profundo e ameaçador, deixou claro que sua ira ainda não havia se dissipado.

Sem perdão? Faça o que quiser, besta!

 — GGGGGGGGGGGGGRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR!!!!!

Em um frenesi de raiva e determinação, começou a apunhalá-lo repetidamente, suas chamas consumindo não apenas o demônio, mas também sua própria energia. Com um último grunhido de esforço, ela caiu ao chão, exausta e agonizada, suas chamas se dissipava lentamente enquanto o corpo do destemido permanecia imóvel ao seu lado.