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    A comoção na arena pelo combate entre Suzano e Any havia dado lugar à expectativa — o verdadeiro motivo de a primeira das três arenas de Ossuia estar tão cheia desde o início.

    — SENHORAS E SENHORES!! — Hermes anunciava com a voz mais entusiasmada de todo o dia. — Agora, a batalha que todos esperavam! Aquela que lidera nosso império com mãos de ferro e sabedoria moldada pela própria Mãe Terra: Rhyssara BloodRose!

    A Imperatriz se apresentou na arena. Seus movimentos eram serenos e imponentes como sempre. Seu cetro resplandecendo mesmo com a escuridão do céu.

    Todas as pessoas nas arquibancadas se levantaram e colocaram a mão sobre o peito esquerdo, fazendo uma reverência silenciosa.

    — E a guerreira honrada que pode sair daqui como a nossa mais nova imperatriz: Nilse!

    Uma mulher de cerca de quarenta anos entrou na arena. Tinha cabelos curtos e grisalhos, e um rosto duro, talhado por cicatrizes de guerra. Em sua mão esquerda, carregava um escudo largo platinado. Sua armadura escura exibia manchas vermelhas, lembrando pinceladas selvagens de sangue seco.

    — Imperatriz BloodRose, me sinto honrada em ser desafiada por vossa excelência — declarou Nilse, fazendo o mesmo sinal de respeito que a plateia havia feito. — Saiba que irei com tudo e, a partir de amanhã, serei a nova imperatriz de Ossuia, se assim a Coroa de Edgar permitir!

    Na sala onde os vencedores dos combates anteriores desfrutavam de comida e bebida em assentos confortáveis e elegantes, os príncipes e os demais observavam com atenção.

    — Que história é essa de “nova imperatriz”? — questionou Cassian, enquanto mordiscava um pedaço de pernil retirado da grande mesa central, que jamais ficava vazia, mesmo com os lutadores se alimentando vorazmente.

    Morgan se serviu de uma taça de vinho e levou outra até Tály, que repousava ao seu lado, ainda se recuperando da batalha.

    — Ao contrário da monarquia de Lyberion, onde a liderança é herdada de pai para filho, no imperialismo ossuiano, o mais forte guerreiro é coroado imperador — respondeu o ossuiano.

    Helick assentiu, como se confirmasse algo que já havia lido em um dos raros livros sobre o exterior existentes em Lyberion.

    — Pelo que li, essa foi a vontade de Edgar. Segundo sua ideologia, isso criaria uma sociedade que sempre almejaria poder e força, fazendo com que todos se tornassem guerreiros, mesmo sem perceberem.

    — Exatamente. E de acordo com as leis ossuianas, se você acredita ser mais poderoso que o imperador atual, pode desafiá-lo. Se vencer e colocar a Coroa de Edgar na cabeça, ela testará sua alma. Se reconhecer em você a vontade de Edgar, então não há dúvidas, você se torna o novo imperador — concluiu Morgan.

    Helick cruzou os braços, pensativo, e fez uma última pergunta:

    — E o que seria, afinal, a vontade de Edgar?

    — Bom, isso ninguém sabe ao certo. Mas especulamos há séculos que seja o desejo de manter o povo no seu auge militar, preparados para enfrentar as raças que vivem além da barreira de Helisyx.

    Com isso, o assunto se encerrou, e os olhos de todos voltaram, como que magnetizados, para o centro da arena, onde mais uma batalha se iniciaria.

    O som do congo que dava início ao combate ressoou as duas mulheres no centro da arena se puseram em posição de combate.

    — LUUUUTEEM!! — Urrou Hermes.

    Mas nenhuma das duas deu o primeiro movimento.

    Ambas estavam lá, paradas, analisando uma a outra.

    Rhyssara segurava seu cetro a frente do corpo e não dava sinais de atacar primeiro. Enquanto isso, Nilse mantinha seu escudo largo a frente do corpo.

    — Não quer ter as honras de dar o primeiro golpe? — Perguntou Rhyssara.

    Nilse se manteve firme, o semblante sério, focado.

    — Meu ARGUEM é um escudo como pode ver. Prefiro ficar na defensiva.

    Rhyssara deu de ombros e mudou de postura. Ela iria atacar.

    — Vamos ver se seu escudo é dos bons.

    Rhyssara fez um gesto rápido com seu cetro, apontando o rubi vermelho de sua ponta para a adversária.

    — Feixe de Luz. — murmurou a soberana.

    Uma rajada quase invisível de luz dourada rasgou a distância entre as duas combatentes e Nilse se viu com sorte de já ter deixado seu escudo preparado.

    Ela mal viu o ataque se aproximando, apenas sentiu o impacto em seu escudo. O que parecia ser apenas uma fagulha de luz arremessou Nilse para traz com uma força brutal.

    Com um giro no ar, ela caiu rolando sobre o escudo e se recompôs.

    Ao olhar novamente para onde Rhyssara estava, ela percebeu que a imperatriz já havia se movido para fora de seu campo de visão.

    — Aqui. — Uma voz chamou pelas costas de Nilse.

    O escudo platinado dela se moveu sozinho a forçando a virar o corpo para trás velozmente e recebendo mais um ataque de luz, mas dessa vez, ela segurou sua posição.

    — Não se partiu com dois ataques diretos seguidos. É dos bons mesmo. — Cumprimentou Rhyssara. — E parece que ele te protegeu sozinho detectando minha presença antes mesmo de você.

    — E não é só isso que ele faz.

    No topo do escudo três canos cilíndricos se projetaram na direção de Rhyssara.

    — Oh! — falou Rhyssara surpresa, mas não intimidada. — São canhões desenvolvidos pelo Departamento de Pesquisa e Estratégia da muralha de ferro. Quando sai estava em protótipo, já aperfeiçoaram e ainda por cima acoplaram em um ARGUEM? Interessantíssimo.

    A detentora dos canhões não perdeu tempo com conversa e atacou.

    — Fogo! — Gritou Nilse fortemente.

    Um brilho rápido e um som estrondoso veio dos canhões que dispararam.

    Rhyssara bateu seu cetro no chão e um domo prismático a cercou e protegeu.

    As balas esféricas dos canhões colidiram contra o domo, mas n foram capazes de penetra-los.

    — Não tem nenhuma influência mágica nisso. Decepcionada. — Comentou Rhyssara parecendo estar falando mais consigo do que com a oponente em sua frente. — Bom, é hora de acabarmos com isso.

    Em um clarão dourado de luz que ofuscou Nilse e todos da arena foi gerado da ponta de rubi do centro de Rhyssara. Os que os olhos não viam, os ouvidos captavam.

    Um estrondo de impacto foi sentido e ouvido pela arena e quando a ofuscação passou Rhyssara estava de pé e Nilse no chão. A mulher não dava indícios que se levantaria e Hermes anunciou:

    — SENHORAS E SENHORES! Parece que não será hoje que Rhyssara BloodRose deixará de usar a Coroa de Edgar. Com isso todos os combates do dia foram concluídos! Espero que esses confrontos tenham servido de inspiração para que cada um nessas cadeiras almejam ascender e provar seu valor para com o império! Vejo vocês daqui duas semanas! Lembrem-se ossuianos! Para defender nossa raça daqueles que espreitam no além mar!

    Todo o público se pôs de pé e refizeram a referência que haviam feito para Rhyssara, mas dessa vez os cumprimentos não eram para a imperatriz, mas sim para aquele juramento velado que todos faziam entre si.

    Rhyssara também fez o gesto, mas reverenciando a oponente caída a sua frente.

    — Respeito que tenha lutado sem medo, Nilse.

    E assim ela se encaminhou para se encontrar com o restante de seu grupo na Cidade dos Corajosos.

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