Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Morris usou toda a sua habilidade de conversação para confirmar sutilmente muitas questões com Galoni.

    Durante a conversa, ele e Duncan gradualmente confirmaram o estado da jovem aluna.

    Todas as memórias relacionadas ao naufrágio de Brown Scott há seis anos e à morte de seu mentor depois disso haviam desaparecido completamente da mente de Galoni.

    Não, não foram apenas as memórias que desapareceram, mas todo o sistema cognitivo associado.

    A morte de uma pessoa desencadeia uma reação em cadeia, que inclui ondulações no círculo social, o tratamento dos assuntos póstumos, um longo período de lembranças e flutuações emocionais, e as várias mudanças de detalhes que permaneceram nesta casa ao longo dos seis anos. Isso não era algo que pudesse ser resolvido simplesmente apagando e substituindo uma memória.

    No entanto, na cognição de Galoni, o fato de “Brown Scott ter morrido em um naufrágio há seis anos” nunca aconteceu. A série de reações subsequentes desencadeadas por este evento também não deixou vestígios. Ela apenas sentia que era perfeitamente natural ter morado nesta casa por seis anos, esperando calmamente o retorno de seu professor — e agora, seu professor havia retornado e estava descansando no quarto do andar de cima.

    O apito agudo da chaleira soou de repente, interrompendo a conversa na sala de estar. Galoni se levantou imediatamente e foi para a cozinha: “Desculpem, vou desligar o fogo.”

    Aproveitando o breve momento em que a senhora Sen’jin estava fora, Duncan olhou para Morris no sofá oposto: “A cognição dela foi interferida.”

    “Deveríamos inspecionar todo o edifício”, disse Morris em voz baixa. “Se Brown está realmente aqui, ele certamente teria deixado algo para trás enquanto ainda estava lúcido. Ele me escreveu uma segunda carta não faz muito tempo, e naquela época ele obviamente já havia percebido algumas verdades.”

    “…Vamos deixar Galoni descansar um pouco”, disse Duncan em voz baixa.

    Morris assentiu. Enquanto conversavam, Galoni já havia retornado da cozinha. Ela carregava uma grande bandeja com chá de gengibre quente e alguns biscoitos. A senhora de pele cinza-esbranquiçada como pedra colocou as coisas na mesa de centro e olhou para os dois convidados: “Desculpem a demora. Bebam um pouco de chá de gengibre para se aquecer.”

    “Obrigado”, disse Morris, apontando para o sofá ao lado. “Galoni, sente-se aqui primeiro, sente-se bem. Preciso lhe dizer uma coisa.”

    “Ah… tudo bem, senhor Morris”, embora Galoni achasse estranho, diante do melhor amigo de seu mentor, ela obedeceu imediatamente e se sentou. “O que o senhor quer dizer?”

    Morris olhou nos olhos de Galoni: “O conjunto de desigualdades de Lomonosov.”

    Os olhos de Galoni se arregalaram por um instante. Uma enorme quantidade de conhecimento, memórias e quebra-cabeças lógicos inundou instantaneamente todos os seus pensamentos. E antes que ela pudesse entender o contorno geral dessa “tempestade de informações”, um forte cansaço autoprotetor já havia surgido em sua mente.

    Ela desmaiou silenciosamente, roncando pacificamente, em uma posição de sono tranquila.

    Duncan observou a cena sem expressão, ficou em silêncio por dois segundos e depois perguntou: “Quanto tempo ela vai dormir?”

    “Depende do QI. Heidi dormiu doze horas. Galoni deve demorar um pouco mais”, Morris deu de ombros. “Folcloristas geralmente não são muito bons em matemática.”

    Duncan, por um momento, não soube o que dizer. Depois de um longo tempo, ele soltou: “Por que você usou esse truque na sua própria filha?”

    A expressão de Morris era um tanto peculiar: “Heidi insistia que suas habilidades de hipnose já haviam superado as minhas. E um pai, ocasionalmente, tem um estranho desejo de vencer.”

    Duncan pensou um pouco, decidiu que não precisava continuar com o assunto, levantou-se e olhou para a escada que levava ao segundo andar.

    “Agora podemos inspecionar direito. Se Galoni não mentiu, seu professor deve estar no quarto do andar de cima agora.”

    A velha escada rangeu. A luz brilhante da lâmpada elétrica iluminou o corredor do segundo andar. Morris e Duncan subiram e começaram a procurar pelo folclorista “retornado”.

    A estrutura do segundo andar da casa não era complexa. Um corredor reto conectava todos os quartos, e a maioria das portas não estava trancada. Duncan e Morris rapidamente verificaram a situação da maioria dos quartos e pararam em frente à última porta do lado esquerdo do corredor.

    Era o único lugar trancado em todo o segundo andar.

    Morris se adiantou e puxou a maçaneta, franzindo ligeiramente a testa: “Está trancada. Por dentro.”

    “Trancada por dentro?”, Duncan sentiu uma vaga sensação de incongruência e imediatamente se lembrou de algo. “Galoni disse agora há pouco que leva comida para o quarto do professor todos os dias…”

    “Impossível, esta porta não é aberta há muitos dias. Uma semana ou mais”, disse Morris imediatamente, seus olhos passando lentamente pela porta à sua frente, enquanto um brilho tênue parecia fluir no fundo de seus olhos. “A fechadura também não tem sinais de ter sido arrombada.”

    “…Então, Galoni apenas ‘pensa’ que leva comida para o quarto do professor todos os dias, mas na verdade o professor não abre esta porta há muitos dias”, disse Duncan, olhando brevemente para a escada que levava ao primeiro andar. “A interferência cognitiva tem sido contínua.”

    Morris não falou, apenas ergueu a mão e bateu levemente na porta amarelo-clara.

    Não houve resposta do quarto.

    “Brown, sou eu”, disse Morris. “Se você está aí dentro, abra a porta. Não importa em que estado você esteja, não precisa se preocupar, podemos resolver o problema que você encontrou.”

    Ainda não houve resposta do quarto.

    Duncan observou a porta em silêncio, sentindo que a situação… não era surpreendente.

    Finalmente, ele suspirou levemente: “Deixe comigo, Morris. Receio que chegamos tarde demais.”

    A expressão de Morris enrijeceu. Ele parecia querer dizer algo, mas seus lábios tremeram duas vezes e ele não disse nada, apenas se afastou em silêncio.

    Duncan não usou nenhum método extravagante. Ele simplesmente se chocou contra a porta, e a fechadura da porta de madeira, que não era muito resistente, quebrou com um estrondo, escancarando-a.

    Um quarto quase completamente envolto em escuridão se revelou diante dos dois.

    A luz do quarto estava apagada, e a janela voltada para a rua parecia estar bloqueada por algo, de modo que nem a luz dos postes de iluminação conseguia entrar. Apenas a luz do corredor iluminava uma pequena área perto da porta. E onde a luz não alcançava, podia-se ver vagamente algo sombrio cobrindo o teto e o chão.

    Duncan foi o primeiro a entrar no quarto. Ele ergueu a mão direita, segurando uma chama espiritual verde-espectral na palma, enquanto a outra mão tateava o interruptor de luz ao lado da porta.

    Quando a luz se acendeu, tudo no quarto finalmente ficou claro.

    “Isso é…”, Morris, que entrou logo atrás, viu a cena no quarto e exclamou em voz baixa, chocado.

    Uma substância cinza-escura, semelhante a uma lama, estava espalhada por todo o quarto, cobrindo o chão, contaminando as paredes e até mesmo aderindo firmemente ao teto. “Lama” meio derretida pingava da sujeira no teto, suspensa no ar, parecendo vasos sanguíneos tortos e inchados, ou algum tipo de estalactite de formato bizarro.

    Em um instante, Duncan se lembrou da cena que viu no porão do Obsidiana.

    Essa “lama” estranha e assustadora… parecia exatamente com a situação no porão do Obsidiana!

    Os músculos do rosto de Morris se contraíram.

    Francamente, desde o início, ele não acreditava que seu “velho amigo” havia realmente retornado ao mundo dos vivos. Ele sabia que por trás disso devia haver algum tipo de fenômeno sobrenatural fora de controle, talvez até relacionado à maldição do mar profundo. Mas… mesmo que tivesse uma vaga premonição antes de abrir a porta, ver essa cena ainda o chocou profundamente.

    “As réplicas do mar profundo… parece que todas acabam assim”, a voz de Duncan interrompeu o torpor de Morris. “Afinal, chegamos tarde demais. É uma pena.”

    Morris piscou, depois balançou a cabeça com força, como se quisesse expulsar os pensamentos confusos de sua mente. Ele caminhou para o fundo do quarto, contornando cuidadosamente as poças de “lama” no chão, e parou ao lado de uma mesa.

    Esta mesa também estava coberta de lama, e a maior poça de lama estava acumulada entre a mesa e a cama.

    “…Ele escreveu duas cartas. Pelo menos naquela época, ele ainda tinha alguma sanidade”, disse Morris em voz baixa. “Ele deve ter percebido sua anormalidade…”

    “Sua sanidade durou pelo menos até o momento em que ele trancou este quarto. Depois disso, ele não pôde mais controlar a situação”, Duncan também se aproximou da escrivaninha, observando a lama solidificada ao redor enquanto dizia, pensativo. “Essas réplicas do mar profundo parecem… ser todas diferentes. Algumas não têm sanidade alguma, outras retêm suas memórias originais e podem viver como pessoas normais por um tempo, e outras… como o capitão do Obsidiana, se transformam completamente em monstros, mas mantêm suas almas do início ao fim.”

    “Como algum tipo de produto experimental instável?”

    Morris disse casualmente. E, naquele momento, algo de repente entrou em sua visão.

    Havia um pedaço de papel, pressionado sob a borda de uma massa de lama solidificada que vagamente tinha o contorno de um braço.

    “Isso é…”, o velho erudito arregalou os olhos e, enquanto exclamava em voz baixa, puxou cuidadosamente o papel. “Senhor Duncan, olhe para isto!”

    Duncan se aproximou imediatamente. No papel sujo, algumas palavras já pouco nítidas saltaram aos seus olhos:

    “Aos investigadores, a seguir estão as mudanças que ocorreram na fase final do meu corpo:”

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