Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Nemo sentiu uma súbita palpitação no coração.

    Naquele momento, ele sentiu como se a promessa feita por aquele temível “capitão fantasma” não fosse um simples compromisso, mas sim a declaração de um… “fato consumado” que já se concretizou em algum dia futuro.

    Ele não sabia de onde vinha essa sensação, apenas que, naquele instante, ele instintivamente baixou a cabeça e falou com um temor que nem ele mesmo conseguia descrever: “Como o senhor diz.”

    Duncan assentiu, depois moveu seu olhar como que sem intenção, pousando-o no Velho Fantasma, que estava encostado na parede não muito longe, parecendo estar em transe.

    Naquele momento, o velho não estava mais murmurando sobre a Rainha de Geada, nem resmungando sobre a Segunda Via Fluvial ou os rebeldes. Ele apenas estava ali, parado, como se seu espírito estivesse vagando por um tempo e espaço quase esquecidos.

    ‘Nas memórias caóticas do velho… a Rainha de Geada ainda governa este lugar?’

    Duncan desviou o olhar, chamou Alice, que também estava com a cabeça nas nuvens ao seu lado, e, junto com Vanna e Morris, caminhou em direção à saída da passagem secreta.

    Não muito tempo depois, eles retornaram à superfície e, após deixarem a taverna “Flauta Dourada”, chegaram às ruas movimentadas da cidade-estado de Geada.

    O sol poente se aproximava gradualmente dos telhados dos edifícios distantes, e o magnífico e misterioso anel duplo de runas tocava exatamente as bordas de algumas torres do Distrito Superior. Visualmente, era como se as torres forjadas pelos mortais sustentassem as correntes que prendiam o sol, fazendo o astro pairar sobre a cidade.

    O crepúsculo se aproximava, e a hora do toque de recolher estava chegando. Devido à ordem mais rigorosa, todos voltavam apressadamente para casa ou para o “abrigo noturno” mais próximo. Em meio à multidão apressada, o grupo de Duncan, que ainda caminhava tranquilamente, parecia bastante deslocado.

    Mas poucos olhares se fixaram neles; todos estavam muito ocupados.

    “O que o senhor acha deste assunto?”, Vanna se aproximou de Duncan, falando em voz baixa. Devido à altura semelhante, ela podia chegar bem perto.

    Duncan, impassível: “Você está falando da origem daquela ‘cópia’?”

    “Ela apareceu como que do nada. Meus métodos de investigação e os de Morris não conseguiram encontrar nenhum rastro correspondente, nem mesmo o senhor encontrou pistas”, Vanna assentiu levemente. “E nós sempre pensamos que, mesmo essas ‘cópias’ bizarras, elas precisariam se mover de uma maneira mais ‘normal’, ter uma origem e um processo de movimento…”

    Duncan diminuiu o passo, virando a cabeça ligeiramente: “Você quer dizer que as cópias talvez tenham algum tipo de ‘poder’ de natureza espacial, que lhes permite ignorar as barreiras da dimensão real e aparecer diretamente em lugares específicos?”

    “É a minha suspeita.”

    Duncan não se comprometeu. Após alguns segundos, ele disse de repente: “Eu já te contei sobre a primeira vez que a Alice chegou ao navio?”

    “Não”, Vanna piscou. “Aconteceu alguma coisa quando ela chegou ao navio pela primeira vez?”

    “O Caixão de Boneca voltava continuamente para o Banido. Joguei-a no mar três vezes, e ela e sua caixa de madeira voltaram ao navio três vezes”, disse Duncan sem pressa. “Adivinha como ela voltou?”

    Vanna pensou um pouco e disse, incerta: “Contando com… o poder da maldição? Algum tipo de ‘habilidade de retorno’ da Anomalia 099? Também é um poder de natureza espacial?”

    “Não, ela voltou remando na tampa do caixão, e remava muito rápido”, disse Duncan com a voz calma. “Depois, subiu com muita força diretamente pelo casco da popa. Como ela remava muito rápido, nas duas primeiras vezes não consegui pegá-la. Só na terceira vez que a agarrei.”

    Vanna: “…”

    A jovem inquisidora e Morris ao seu lado viraram a cabeça simultaneamente, olhando para a senhorita boneca que estava observando tudo ao redor com um olhar que era difícil de descrever. Esta, notando os olhares, virou a cabeça e deu um sorriso inofensivo.

    “Eu não descarto que as ‘cópias’ possam aparecer diretamente na cidade-estado por algum meio semelhante a um teletransporte espacial, mas, logicamente, se elas realmente pudessem se teletransportar diretamente para a cidade, por que o ‘Andorinha do Mar’ teve que vir navegando desde o mar aberto em vez de simplesmente aparecer no porto?”, disse Duncan com indiferença. “Prefiro acreditar que as cópias ainda precisam de um meio de transporte normal, e a razão pela qual aquela no esgoto parecia ter ‘aparecido do nada’ é provavelmente porque ignoramos alguma coisa, assim como uma pessoa normal nunca pensaria que a verdadeira razão para uma boneca amaldiçoada ‘retornar’ repetidamente é porque ela rema muito rápido e tem muita força.”

    Ele fez uma pausa e continuou, pensativo: “…É mais provável que o lugar em que o Corvo ‘entrou por engano’ também se deva a essa ‘negligência’.”

    Morris, que estivera em silêncio ao lado, reagiu de repente: “Um ‘canal’ que existe, mas não pode ser observado? Ou uma ‘fenda’ que se abre irregularmente?”

    “Difícil dizer, mas este assunto definitivamente tem a ver com aqueles cultistas”, disse Duncan. “O que estava registrado no papel que o Corvo trouxe de volta me intriga muito. Não parece ser apenas ‘pensamento herege’ sem sentido, mas sim uma descrição de fatos que ocorreram, usando uma linguagem que as pessoas modernas não conseguem entender. E esse tipo de ‘registro’… sempre agradou muito a esses cultistas.

    “Talvez seja mesmo hora de trazer o Cão e a Shirley para cá. Os olhos de um demônio das Profundezas talvez possam descobrir algo em uma dimensão além da realidade.”


    Um vento cinzento soprou pela porta do escritório da defesa do porto, e a figura da Guardiã do Portão Agatha emergiu do vento.

    O Coronel Liszt, atrás de sua mesa, ergueu a cabeça e olhou para a senhorita guardiã que aparecera em seu escritório: “Desta vez, a senhora nem se anunciou.”

    “Desculpe, afinal, é um momento de emergência”, disse Agatha, notando de repente as duas olheiras escuras no rosto de Liszt. “…O senhor não dormiu ontem à noite?”

    “Não fui o único que não dormiu”, Liszt balançou a cabeça com um sorriso amargo. “Passamos a noite inteira tentando decifrar os sinais misteriosos enviados pela Frota do Névoa do Mar. Vários criptógrafos e matemáticos quase chegaram a se agredir com cadeiras. Foi a primeira vez que soube que eruditos refinados também ofendem os parentes dos outros quando discutem.”

    Agatha ficou em silêncio por um momento, seu olhar parecendo um tanto estranho. Após um instante, ela disse: “A Grande Catedral talvez ‘pegue emprestado’ alguns de seus eruditos, justamente das áreas de criptografia e matemática.”

    Liszt ficou surpreso: “Por quê?”

    Agatha, com uma expressão impassível (metade dela coberta por bandagens): “…Para decifrar um segredo de mau gosto deixado por outra existência de mau gosto.”

    “Bem, parece que os seus problemas não são menores que os meus”, Liszt suspirou e, em seguida, recompôs-se. “Vamos ao que interessa. O que a senhora veio saber com sua visita repentina?”

    “Sobre a situação do bloqueio da cidade-estado”, disse Agatha. “Normalmente, a Grande Catedral não deveria se intrometer nos assuntos de defesa da cidade, mas a situação agora é especial, e eu realmente não consigo ficar tranquila.”

    “Eu entendo”, Liszt assentiu. “Por favor, fique tranquila, toda Geada está agora completamente bloqueada. Mesmo que haja algum lugar que não tenha sido bloqueado adequadamente, com uma frota tão grande como a do Névoa do Mar reunida na costa, ninguém se atreveria a entrar ou sair casualmente. Já congelamos temporariamente todas as licenças de partida e informamos as cidades-estado vizinhas e os navios em alto-mar para se manterem longe de Geada. Todos os pedidos de entrada no porto recebidos até agora também foram rejeitados.”

    “Ótimo, isso pelo menos não agravará o problema”, Agatha soltou um leve suspiro. “E a Ilha Adaga?”

    “Ainda em estado de bloqueio, até que a Grande Catedral forneça um ‘conselho profissional’ mais aprofundado”, disse Liszt, com a expressão um tanto séria. “Até ontem, a ilha continuava a enviar relatórios periódicos de ‘tudo normal’. Mesmo com a cidade-estado tendo interrompido o fornecimento de suprimentos para a ilha e cortado todas as respostas de comunicação, não houve nenhuma outra reação de lá.”

    “Não baixe a guarda. O incidente do Andorinha do Mar provou que a contaminação naquela ilha tem uma tendência de se transferir ativamente para a cidade-estado… Aquela ‘coisa’ não ficará quieta assim”, disse Agatha seriamente. “A Grande Catedral já está preparando uma força composta por juramentados da morte e monges ascetas, mas a ativação de relíquias sagradas poderosas ainda levará algum tempo.”

    Liszt assentiu e parecia querer dizer mais alguma coisa, mas antes que pudesse abrir a boca, o som de passos veio de repente do corredor, interrompendo-o.

    Um soldado do distrito portuário apareceu na porta do escritório.

    Liszt ergueu a cabeça, olhando para o soldado com uma expressão um tanto apressada: “O que aconteceu?”

    O soldado endireitou-se e relatou rapidamente: “Senhor, um navio programado para atracar em Geada não apareceu na hora certa.”

    “Não apareceu na hora certa? Sem pé nem cabeça”, Liszt franziu a testa. “Todas as rotas ao redor da cidade-estado estão bloqueadas agora, é claro que nenhum navio vai atracar.”

    “Senhor, não é que não atracou, é que simplesmente não apareceu!”, o soldado explicou apressadamente. “Aquele navio deveria ter chegado hoje. Já estávamos preparados para enviar o aviso de bloqueio da cidade, mas ele demorou a entrar em contato. Acabamos de contatar Porto Frio, e Porto Frio confirmou que o navio completou normalmente sua verificação de suprimentos lá. Mas depois de se aproximar das águas costeiras de Geada, não houve mais notícias dele!”

    Ao ouvir isso, a expressão de Liszt finalmente tornou-se séria. Ele respirou fundo e levantou-se de trás da mesa: “Qual o nome desse navio?”

    “Carvalho Branco!”

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