Índice de Capítulo

    O sol da tarde inundava o suntuoso escritório do Palácio das Duas Torres, em Areia Branca, capital da Capitania de Pernambuco. A luz quente refletia nos pesados móveis de jacarandá e iluminava a poeira que dançava no ar. O governador Bento Vidal, um homem de cabelos longos e negros com uma cruz de prata brilhando no peito, lia uma carta. Seus dedos apertavam o papel com força, e sua expressão era uma máscara de raiva pura. Ao seu lado, uma escrava chamada Márcia permanecia imóvel, segurando uma bandeja de prata com um copo de suco de caju que gelava sua mão.

    Ao terminar a leitura, Bento se ergueu de um salto. Seu movimento foi tão brusco que a cadeira raspou no assoalho de madeira polida com um rangido agressivo. Ele arrancou o copo da bandeja e o atirou com força contra o chão. O vidro estilhaçou-se num clarão úmido, respingando suco pegajoso nas paredes e formando uma poça âmbar no chão.

    — Limpe essa bagunça agora mesmo! — gritou ele, sua voz ecoando na sala ampla.

    Márcia, tremendo visivelmente, baixou os olhos para os cacos de vidro que brilhavam como lágrimas no chão.

    — Sim, Senhor Governador Bento Vidal — sussurrou, a voz quase sumida.

    Ela saiu da sala com passos rápidos e leves, fechando a porta de madeira maciça com um baque surdo ao sair. Sozinho, Bento começou a andar de um lado para o outro, sua ira fervilhando.

    — Como esses vermes ousam nos forçar a pagar essas dívidas absurdas aos holandeses?! — rosnou para as paredes. — Quem foi que lutou e sangrou para recuperar Pernambuco? Não recebemos um único soldado da Espanha, nenhum recurso de Portugal! Fomos nós, sozinhos! Eu, pessoalmente, liderei a captura deste palácio! E agora, essa coroa ingrata quer que paguemos os invasores?!

    A porta abriu-se novamente e Márcia entrou, carregando um balde de água e um pano. Ela se ajoelhou imediatamente, começando a limpar o líquido doce e os fragmentos cortantes, tentando fazer o menor ruído possível. Bento a observou por um momento, sua respiração pesada. Ele se sentou novamente, tentando se acalmar, mas a tensão permanecia em seus ombros.

    “Se obrigar os senhores de engenho, que lutaram ao meu lado, a pagar os holandeses pelos maquinários que usamos… é um convite à revolta. Podem querer minha cabeça! Mas desobedecer às ordens reais… isso me taxaria de conspirador, e a coroa não hesitaria em me decapitar. A família real já está receosa com nosso poder, com o fato de termos expulsado os holandeses sozinhos… Merda. Preciso de algo, qualquer coisa, para acalmar os senhores e fazê-los pagar sem reclamar…”

    Enquanto ele ruminava, Márcia terminou sua tarefa. Ao vê-la se erguer, Bento teve um impulso. Ele se levantou, agarrou seu braço com força, sentou-se de volta na cadeira e puxou-a para seu colo. Ele começou a acariciar seus seios com uma posse brutais, seus dedos ásperos contra o tecido fino de seu uniforme. Márcia cerrou os maxilares, seu corpo ficou rígido, e ela desviou o olhar para uma pintura na parede, tentando ao máximo esconder o nojo e a humilhação que fervilhavam em seu interior.

    — Tornei-me governador para apreciar os luxos e ter gracinhas como você me servindo — sussurrou ele, seu hálito quente e um tanto azedo contra seu rosto. — Não para ficar sendo um intermediário nessas disputas políticas mesquinhas. Mas você tem sorte, Márcia. Uma beldade como você… se não estivesse aqui, certamente teria sido capturada por aqueles quilombolas imundos e forçada a servir a vários homens.

    Márcia forçou as palavras para fora, mantendo a voz o mais plana possível.

    — Sim, Governador. Sou muito sortuda por ter sido encontrada por Vossa Senhoria.

    Enquanto ele desabotoava seu vestido, uma ideia repentina acendeu-se em seus olhos.

    “Espere… é isso! Os senhores de engenho não param de reclamar dos ataques dos quilombos. Se eu entregar a cabeça de um daqueles reis negros… se eu der todos os quilombolas como escravos para eles… então poderei cobrar as dívidas! Eles aceitarão o custo em troca da recompensa. Ainda bem que tenho tempo, as negociações entre Portugal e Holanda vão se arrastar. Bom, isso fica para amanhã. Agora… vou apreciar a recompensa que tenho à minha frente.”

    ───────◇───────◇───────

    Na manhã seguinte, a atmosfera no escritório ainda carregava o eco da ira do governador. Bento Vidal recebeu o Capitão-Mor Domingos Vieira, um homem de porte militar e expressão severa. Márcia servia cachaça, o aroma encobrindo levemente o cheiro residual de cera e poder. Ela se movia como uma sombra, aparentemente focada em sua tarefa, mas seus ouvidos capturavam cada palavra da discussão sobre estratégias, mapas e a localização do “Quilombo da Jabuticaba”.

    Quando a reunião acabou e os homens saíram, Márcia ficou para limpar os copos e reorganizar a sala. Mal havia terminado e se dirigia para seu quarto, buscando um momento de paz, quando uma voz áspera a chamou. Era uma escrava mais velha, de rosto marcado por anos de trabalho duro, os braços cruzados com desdém.

    — Márcia! Venha cá! Preciso que você vá comprar mais sal na cidade. E não demore, vamos precisar dele para o jantar.

    — Mas, senhora… — Márcia começou, tentando manter a compostura. — Esse costuma ser o trabalho das outras moças. Eu sirvo diretamente o governador…

    A mulher mais velha a interrompeu com um riso cortante.

    — Calada! Todos sabemos muito bem que tipo de serviço você presta a ele. Só conseguiu essa regalia por causa da sua carinha bonita. Se não fosse por isso, eu é que estaria lá dentro!

    Márcia engoliu em seco, sentindo o rosto queimar de raiva e vergonha.

    — Sim, senhora — respondeu, a voz contida.

    De forma relutante, pegou as moedas que a mulher estendia e saiu do palácio. Assim que transpôs os portões, longe daquelas paredes opressivas, um suspiro profundo escapou de seus lábios. Ela soltou o coque apertado, deixando seus cabelos cacheados caírem sobre seus ombros, sentindo uma pequena liberdade.

    “Finalmente, saí daquele lugar sufocante. Aquela velha amargurada… se quisesse tanto a minha posição, que a levasse! Eu não pedi para ficar à mercê daquele homem nojento. Mas… pelo menos isso me dá uma desculpa. Uma oportunidade para relatar essa informação ao Quilombo.”

    Ela caminhou pelas ruas de terra batida de Areia Branca. Homens brancos bem vestidos passavam por ela, seguidos por escravos carregando suas compras. Mulheres com vestidos coloridos e joias reluzentes riam em grupos. O cheiro de lixo, suor e comida de rua se misturava no ar. Ao longe, a igreja matriz impunha sua silhueta, e perto dela, o pelourinho se erguia como um aviso sinistro. Márcia desviou os olhos do local, onde um escravo desafortunado apanhava sob o sol implacável, seus gemidos abafados pelo burburinho da cidade.

    Ela seguiu até um ambulante específico, cuja barraca estava cheia de sacos de grãos, farinha e temperos. O vendedor, um homem de meia-idade com um sorriso desdentado, a cumprimentou.

    — Boa tarde, moça. O que vai ser hoje?

    — Boa tarde. Gostaria de vinte arréis de sal, por favor.

    — Claro, para a linda moça, só sete mil réis.

    Márcia entregou um saquinho de moedas com um sorriso discreto. O homem olhou para o dinheiro, depois para ela, com um brilho esperto nos olhos.

    — Se a moça aceitar sair comigo um dia, posso fazer por cinco mil, hein?

    — O senhor sabe que não posso — respondeu ela, mantendo o tom leve. — Mas… se pudesse, talvez considerasse sair num ‘futuro próximo’.

    O vendedor arqueou uma sobrancelha.

    — ‘Futuro próximo’, é? Nesse caso, vou ter que cobrar o preço cheio. Só um instante que vou pegar seu troco.

    Ele se abaixou atrás do balcão, escondido da vista. Com movimentos rápidos e praticados, ele retirou um pequeno rolo de papel de dentro do saquinho de moedas e o enfiou dentro de um saco de farinha que já estava preparado. Levantou-se novamente, entregando a Márcia o troco e o saco de sal.

    — Aqui está, bela moça. Seu troco e seu sal.

    Sem levantar suspeitas, Márcia pegou os objetos. Seus dedos tocaram brevemente os seus, um sinal de reconhecimento silencioso. Ela fez uma pequena reverência.

    — Obrigada. Até a próxima.

    Ela se virou e começou a caminhar de volta ao palácio, o peso do sal em uma mão e o peso do segredo, muito mais crucial, escondido em sua mente.

    ───────◇───────◇───────

    No coração do Quilombo da Jabuticaba, dentro de um grande barracão de pau-a-pique com o cheiro terroso da argila seca, uma reunião crucial acontecia. Uma mesa retangular de madeira rústica dominava o centro do espaço, iluminada por Gemas da Luz fixadas nas paredes, que emitiam um brilho branco e constante, banhando todos em uma luz clara e sem sombras. Nove cadeiras cercavam a mesa. Oito eram simples, de madeira. A nona, na cabeceira, era uma poltrona mais elaborada, quase um trono. Nela, sentava-se Ganga Zala, seu olhar percorrendo os líderes dos mocambos sentados à sua volta — incluindo Espectro e Aqua.

    — Chefe Espectro — começou Ganga Zala, sua voz grave ecoando no ambiente silencioso. — Por que chamou esta reunião especial? Tenho muitos afazeres como rei para perder tempo com reuniões inúteis.

    Um olhar rápido foi trocado entre alguns presentes. Todos conheciam bem a natureza dos “afazeres” de Ganga, que muitas vezes envolviam seu harém, mas ninguém ousou comentar.

    — Ganga Zala — respondeu Espectro, inclinando a cabeça respeitosamente, mas mantendo a postura ereta. — Nossa informante na capital enviou um aviso. O governador Bento Vidal está planejando um ataque em grande escala ao nosso quilombo. Agora que os holandeses foram expulsos, eles vão voltar toda sua atenção para nós. Pela força que estão reunindo, será uma luta difícil.

    Um lampejo de medo cruzou o rosto de Ganga Zala, rapidamente suprimido.

    — Talvez… talvez devêssemos tentar negociar. Eles também estão enfraquecidos pelos anos de guerra.

    Espectro, que era tanto general quanto chefe do mocambo onde o próprio Ganga residia, falou novamente, sua voz firme:

    — De acordo com a informação, negociar é impossível. Eles querem uma erradicação completa. Mas não se preocupe, lutaremos e venceremos a qualquer custo. E, graças à pólvora que o mocambo de Aqua está produzindo e às armas de fogo que Carlos está desenvolvendo, temos uma chance real. Se prepararmos uma emboscada com antecedência, podemos surpreendê-los. Ganga, também lhe peço que envie todo o ferro que tivermos sobrando para a produção dessas armas. Ainda não as vimos em ação, mas se forem metade do que Carlos promete, serão superiores aos nossos arcos atuais.

    Ouvindo isso, o Chefe Malik, um homem cético de olhos penetrantes, não pôde conter-se.

    — Com todo respeito, Chefe Espectro, acho que você está se precipitando. Sem dúvida, as armas de fogo dos europeus são potentes. Mas todas as nossas tentativas de imitar artefatos mágicos ou tecnológicos deles resultaram em fracasso e desperdício de recursos preciosos. Por que seria diferente agora? Esse Carlos, com suas histórias de outro mundo… como podemos confiar que suas ideias funcionarão aqui?

    Aqua, sentando-se com serenidade, interveio antes que Espectro respondesse.

    — Chefe Malik, compreendo seu ceticismo. Mas saiba que eu mesma quase morri do coração quando vi a pólvora explodir pela primeira vez, é uma arma poderosa. Porém você tem razão, o próprio Carlos admite que suas primeiras armas serão inferiores às dos europeus. Mas ele garante que um grupo de pessoas comuns, armadas com elas, pode derrotar cavaleiros veteranos. E essa é apenas a primeira de muitas ideias que ele tem. Ele precisa do ferro para transformá-las em realidade. Mesmo que a primeira arma não seja perfeita, o caminho que ele está abrindo pode ser a nossa salvação.

    Outro chefe, Fernando, um homem pragmático, falou a seguir:

    — Concordo com a cautela do Malik, mas também vejo o potencial que a Aqua descreve. Estou disposto a enviar todo o ferro do meu mocambo… mas com uma condição. Quero ver essa tal arma de fogo em ação primeiro. Quando estiver pronta e funcionando, o ferro é seu. — Ele então se virou para Ganga Zala, num gesto de deferência. — Mas claro, se Ganga ordenar, enviarei todo o meu ferro imediatamente.

    Ganga Zala ponderou por um momento, seus dedos batendo levemente na mesa.

    — Não há necessidade de uma ordem assim. Também tenho interesse em ver essas armas em ação. Farei como o Fernando sugere.

    Fernando assentiu, mas depois olhou diretamente para Espectro.

    — No entanto, ainda tenho minhas dúvidas. Essas invenções vêm dos livros que o forasteiro trouxe… livros que alguns chamam de ‘diabólicos’. Por que não tomamos esses livros dele e deixamos que nossos próprios estudiosos os analisem? Temos pessoas instruídas no meu mocambo.

    Espectro suspirou, como se já tivesse tido essa discussão antes.

    — Já fizemos isso, Fernando. O Carlos nos emprestou os livros sem hesitar. O problema não é a leitura, é a compreensão e a aplicação. Para fazer a pólvora, por exemplo, ele usou um livro para identificar os minerais, outro de química para refiná-los e um terceiro sobre armas para combiná-los. Nossos estudiosos olharam e não sabiam por onde começar. É um conhecimento encadeado, um edifício que temos que construir do zero.

    Aqua aproveitou para acrescentar, seu olhar percorrendo todos os presentes:

    — E não são só as armas. Ele já planeja o futuro. Além dos barracões da pólvora, ele pediu espaço para construir ‘fábricas’ — oficinas que produzem em grande escala. Ele já planeja uma fábrica de roupas, para que possamos negociar com nossos vizinhos e obter mais ferro.

    O Chefe Melik, que até então permanecera calado, não pôde conter uma risada abafada.

    — Roupas? Em troca de ferro? — ele disse, incrédulo. — Aqua, você sabe quanto tempo leva para tecer uma única túnica? Fazer o suficiente para valer uma barra de ferro… os comerciantes já nos cobram dez vezes mais pelo simples ‘risco’ de negociar conosco. Isso é um sonho.

    Aqua manteve a calma, mas sua voz ganhou uma firmeza profunda.

    — Por isso eu disse que uma fábrica é diferente de uma oficina. Ela produz muito, muito mais. 

    Ela então olhou para cada rosto ao redor da mesa, sua expressão séria. 

    — O Quilombo da Palmeira caiu este ano. Nós somos o último grande quilombo do Nordeste. Eles virão com tudo. Décadas atrás, eu tive que fazer uma escolha difícil para manter este quilombo vivo. Hoje, a escolha é de vocês. Podemos continuar como sempre fizemos, esperando o golpe final… ou podemos mudar. Podemos apostar no novo. Eu já fiz a minha escolha. Chegou a hora de vocês fazerem a de vocês!

    O respeito por Aqua era palpável na sala. Ela já fora rainha antes de Ganga Zala, e havia abdicado voluntariamente por acreditar no potencial dele. Sua lealdade era ao coletivo, não a si mesma. Ninguém via suas palavras como insolência, mas como um aviso urgente de uma veterana.

    Ganga Zala ficou em silêncio por um longo momento, absorvendo tudo. Finalmente, ele falou, sua decisão ecoando na sala silenciosa.

    — Já ouvi o suficiente. Iremos seguir a sugestão de Fernando. Veremos o resultado das armas antes de comprometermos todo o nosso ferro. Se conseguirmos vencer esta primeira expedição, ganharemos tempo e poder de barganha. — Ele então olhou para Espectro. — E preparem a emboscada com a pólvora. Um exército grande se move devagar e é fácil de detectar. Teremos tempo para nos prepararmos.

    Espectro bateu o punho cerrado no peito, em sinal de aceitação e determinação.

    — Será feito, Ganga!

    Por fim, Ganga Zala voltou seu olhar para Aqua, sua curiosidade evidente.

    — E sobre essa ideia das roupas… ainda estou interessado em saber como esse Carlos planeja ganhar dinheiro suficiente para comprar ferro vendendo tecidos. Se puder me explicar melhor…

    Aqua esboçou um sorriso cansado.

    — Infelizmente, Ganga, muito do que ele explica eu também não compreendo plenamente… palavras sobre ‘eficiência’, ‘produção em massa’, ‘teares mecânicos’… — Ela fez uma pausa dramática, seu olhar ficando sério novamente. — Mas é por isso que estou aqui para fazer um pedido mais ousado. Ganga Zala, peço sua permissão para passar meu cargo de chefe do Mocambo do Tatu para Carlos.

    A declaração caiu como uma bomba no barracão. Um murmúrio de choque e incredulidade varreu a mesa.

    — O quê?! — exclamou Espectro, erguendo-se parcialmente da cadeira. — Aqua, você perdeu o juízo? Eu entendo o valor da pólvora, mas isso não é motivo para entregar a liderança de um mocambo inteiro a um forasteiro talvez ele seja um espião!

    — Não é só a pólvora, Espectro! — Aqua retrucou, sua voz carregada de uma convicção profunda. — É a visão! É olhar para ele e saber que ele está vendo muito além do nosso mundo, e também além do mundo de onde veio. Ele vê um futuro. E a verdade é que nenhum de nós aqui entende completamente os planos que ele traça. Como podemos liderar se não enxergamos o caminho? Quanto a ser um espião… — ela fez uma pausa, olhando para os outros chefes. — Algum de vocês já viu um português usar pólvora? Acha que eles entregariam uma arma tão poderosa a um simples espião? Não se preocupem, pensei muito nisso. Já estou velha, cansada de andar de um mocambo a outro para estas reuniões. E prometo que ficarei ao lado de Carlos, auxiliando-o em tudo.

    Apesar de suas palavras, a sala irrompeu em vozes discordantes.

    — Isto é um absurdo! Ele é um forasteiro!

    — Vocês devem ter sido enfeitiçados por ele!

    — Aqua, e a tradição? E a segurança?

    Ganga Zala bateu com a palma da mão na mesa com força. O baque ecoou como um trovão, silenciando instantaneamente todos.

    — Silêncio!

    Todos se calaram, olhando para Ganga. Ele fitou Aqua por um longo momento, seus olhos analisando a determinação no rosto da antiga ganga.

    — Não concordo com sua decisão, Chefe Aqua — disse ele, finalmente, sua voz grave e controlada. — É um risco enorme. Mas… por respeito à sua história e a tudo que você fez por este quilombo, eu permitirei que você passe seu cargo. — Ele ergueu um dedo em advertência. — Mas somente depois que eu vir essas tais armas de fogo funcionarem com meus próprios olhos. Ele precisará provar seu valor não apenas como inventor, mas como líder em potencial.

    Aqua inclinou a cabeça, um peso saindo de seus ombros. Havia uma longa batalha pela frente, mas ela conseguira a abertura que precisava.

    — Sim, Ganga Zala. Ele provará.

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