Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Comece a rezar — para o seu senhor.

    O cérebro dentro da coroa de ossos de repente teve uma convulsão. O “Santo”, a partir dessa frase, sentiu um perigo e um terror imensos. Ele não sabia qual era a natureza desse medo, mas o aviso vindo de um destino sombrio pressionava seu subconsciente como uma montanha!

    Ele começou a se debater violentamente. Sua força de vontade foi tão poderosa que, por um breve momento, rompeu as múltiplas camadas de restrições que a Bruxa havia colocado dentro dele. Os espinhos na borda da gaiola de ossos começaram a estalar, e com esse breve afrouxamento da restrição, sua percepção finalmente se recuperou ainda mais. Ele finalmente percebeu o ambiente ao redor — percebeu a atmosfera familiar da Ilha do Santuário.

    Ele se deu conta de para onde tinha sido levado e, naquele instante, um desespero profundo, como um manto noturno, envolveu sua mente já enlouquecida e mutante!

    “O Santuário!”, o cérebro horripilante se expandia e contraía violentamente, o ar ao redor tremia, emitindo rugidos sobrepostos e frenéticos. “O Santuário! Vocês profanaram o Santuário! Seus hereges… O senhor irá puni-los, nenhum de vocês escapará!”

    Duncan e Lucretia, no entanto, apenas observavam este “Santo” enfurecido com expressões impassíveis. Após um momento, Duncan levantou a mão direita. Na palma de sua mão, ele segurava uma bola de fogo. As bordas da chama dançavam, e fios de fogo caíam para o chão. Uma parte se espalhou em direção ao portão de pedra escura, enquanto a outra parte se arrastou silenciosamente até os pés do Santo, começando a queimá-lo lentamente.

    Somente quando as chamas começaram a se espalhar é que Duncan quebrou o silêncio: “Duas coisas. Primeiro, o ‘Santuário’ de vocês não precisa que outros o profanem. Seus tolos compatriotas perfuraram a superfície e despertaram a carne de um deus antigo. Agora, eles ‘retornaram suas almas ao Senhor’, como desejavam, em todos os sentidos da palavra.”

    “Segundo, não me importa o que seu senhor pensa sobre isso, mas eu de fato tenho alguns assuntos para discutir com ele. Então, comece a rezar. Esta é provavelmente a única vez em sua vida que você realmente terá a chance de aliviar as preocupações do ‘Senhor das Profundezas’. E, de um ponto de vista pessoal… isso tornará as coisas um pouco mais suportáveis para você a seguir.”

    As chamas se espalharam. O fogo espiritual esverdeado subiu gradualmente pelo enorme portão de pedra escura. As correntes de fogo, como água, se infiltraram nas fendas do portão, queimando em sua superfície, fazendo com que toda a porta parecesse ganhar vida, tremendo e balançando em uma ilusão. Outra corrente de fogo acendeu os membros de osso do “Santo”, começando a se espalhar por todo o seu corpo!

    Um terror que queimava até a alma varreu a mente do monstro. Este último se debateu com todas as forças, mas as restrições da Bruxa suprimiram toda a sua resistência em um piscar de olhos. Ele só pôde assistir, impotente, às chamas se espalharem. Mas, comparado à dor sentida em seu corpo, outro “toque” mais aterrorizante e sombrio o levou ao desespero—

    Ele sentiu que estava estabelecendo uma conexão com o portão de pedra escura. Um tipo de “conexão” mais profunda e incompreensível do que o contato físico estava se formando. Ele sentiu que estava gradualmente se tornando parte daquele portão, parte do mundo por trás dele. Sua consciência, suas memórias, toda a sua razão e tudo o que podia ser usado para manter seu “eu” estavam se tornando… dados… daquela porta…

    Em transe, uma voz oca ecoava, um zumbido estranho e baixo. Na beira de sua consciência vacilante, o Santo sentiu sua personalidade se reerguer daquele corpo disforme e distorcido. Ele sentiu novamente suas mãos e pés, a textura da respiração, o som vibrando em seus tímpanos — aquelas partes de si mesmo como humano, que ele havia abandonado voluntariamente, pareciam ter retornado a este mundo em uma ilusão.

    “Reze para o seu senhor…”

    Uma voz ressoou em sua consciência, fazendo-o erguer a cabeça em meio ao transe e à confusão. No entanto, a resistência em seu subconsciente ainda estava lá, fazendo-o cerrar os dentes, tentando se livrar da influência daquela voz. Mas a voz continuava a chegar, vibrando de todas as direções, e até mesmo em seu próprio subconsciente—

    “Reze para o seu senhor…”

    Ele ergueu os olhos na escuridão e viu o imponente portão negro à sua frente, como o início e o fim de todas as coisas. A superfície do portão ondulou e se agitou, como a superfície de um lago enrugando. E entre as ondulações de luz, ele viu inúmeras imagens borradas e fragmentadas—

    Ele já tinha estudado em uma cidade-estado, já tinha se movimentado apressadamente pelas ruas como uma pessoa comum. Ele desejou muitas coisas, e no instante em que as obteve, foi engolido por um vazio ainda maior. Em uma indulgência desenfreada, ele percebeu a falsidade de sua carcaça, e no batismo de sangue, obteve uma breve iluminação. Ele viu sua primeira vítima, um corpo pequeno deitado silenciosamente em uma calha de sangria, tendo sua última convulsão. Ele viu sua última vítima, nos restos que não tinham mais forma humana, restava apenas um par de olhos cheios de terror e desespero, e nos olhos se refletia uma carcaça poderosa, que já havia transcendido o corpo mortal…

    E tudo isso estava sendo gradualmente engolido pelo portão negro — tudo o que ele foi como humano, como não-humano, tudo o que ele viveu, tudo do que ele fugiu… estava sendo gradualmente enviado para a fonte…

    “Reze para o seu senhor.”

    Ao lado do portão negro, um gigante cheio de luz estelar olhava de cima. O gigante não tinha feições, e inúmeras galáxias brilhantes fluíam dentro de seu corpo. Aglomerados de estrelas ofuscantes e nuvens escuras delineavam seu rosto indescritível. Ele se inclinou ligeiramente, e uma galáxia em forma de tentáculo se estendeu e fluiu até os olhos do Santo. A ponta do tentáculo de luz estelar se abriu silenciosamente, e inúmeros olhos piscaram na luz das estrelas, examinando a alma do Santo.

    Ao lado do gigante de luz estelar, o portão negro se abriu lentamente. Um ser com um corpo principal tão majestoso quanto uma torre alta, cercado por inúmeros tentáculos gigantes, lançou um olhar para o mundo mortal.

    Por que se recusar a rezar? O senhor está ali… Ele lançou bilhões de olhares misericordiosos.

    Uma emoção imensa abriu a mente do Santo. Ele finalmente esqueceu de onde veio, esqueceu o que deveria fazer. Diante daquela existência imponente, ele se curvou, e depois se prostrou no chão, sussurrando suavemente: “Senhor…”

    Chamas esverdeadas subiram aos céus, e o portão de pedra escura se transformou instantaneamente em uma superfície de espelho negro que ondulava suavemente. Nas ondulações do espelho, podia-se ver vagamente um vasto mundo em suas profundezas.

    Duncan se virou e viu a pilha de resíduos pretos encolhidos queimando silenciosamente no chão em frente ao portão negro. Sua vitalidade já havia se dissipado, mas as partes restantes dos destroços… pareciam que queimariam por um longo tempo.

    “Um Santo realmente é mais resistente ao fogo.”

    Ele comentou casualmente, e seu olhar se voltou para o “portão negro” que ondulava como um espelho. Do outro lado do portão, as presenças de Shirley e Cão ainda estavam ativas, e se tornavam cada vez mais claras.

    Ele deu um passo à frente e tocou a superfície do espelho negro com o dedo. Este último ondulou, mas nenhuma sensação tátil foi transmitida à ponta de seu dedo.

    Era como uma ilusão.

    “Este é o portão para as Profundezas Abissais?”, Morris não pôde deixar de se aproximar, franzindo a testa enquanto observava atentamente o portão negro. “Parece… um pouco com as ‘fendas’ abertas pelos demônios abissais, mas é claramente mais estável…”

    “Em essência, esta é uma fenda aberta por um Demônio Abissal. Aquele Santo já era um Demônio Abissal, então é claro que ele tinha a capacidade de abrir uma passagem para as Profundezas Abissais”, disse Duncan casualmente. “O que eu fiz foi apenas fixar à força esta fenda depois que ele abriu a porta e, usando a natureza do ‘ponto de conexão’ nesta caverna, posicionar o portão o mais próximo possível de Shirley e Cão. Agora posso sentir que os dois estão em algum lugar do outro lado.”

    Enquanto falava, ele olhou para Alice ao seu lado, e para Morris e Lucretia do outro lado, já com um plano em mente.

    “Alice, você atravessará o portão comigo. Morris e Lucretia, vocês ficarão de guarda do lado de fora.”

    “Não precisa que eu entre com o senhor?” Lucretia disse imediatamente, um pouco preocupada.

    “Não”, Duncan balançou a cabeça. “Eu não vou para lutar, apenas para encontrar pessoas e conversar com o Senhor das Profundezas. Levar uma pessoa a mais ou a menos não fará muita diferença. Mas este lado do portão precisa de alguém para vigiar.”

    Ele fez uma pausa e, enquanto pensava, acrescentou: “Esta fenda ficará aberta por um bom tempo. Antes de voltarmos, certamente haverá demônios abissais que perceberão esta passagem, e coisas sairão do portão. Por isso, preciso que você e Morris fiquem de guarda aqui. E não apenas este portão, toda a Ilha do Santuário pode sofrer algumas mudanças por causa desta fenda. Então, vocês precisam avisar Vanna e as pessoas das igrejas do Mar Profundo e da Morte. A partir de agora, até que o portão se feche, muitos ‘convidados’ podem aparecer por aqui.”

    Ouvindo as instruções de seu pai, a expressão de Lucretia gradualmente ficou séria, e ela assentiu levemente: “Entendido. O senhor Morris e eu vamos proteger bem este lugar.”

    Duncan assentiu e não disse mais nada, apenas se virou e acenou para Alice.

    “Segure-se em mim, não solte no meio do caminho”, ele disse em voz baixa para a boneca que se aproximava.

    Alice assentiu imediatamente e agarrou com força o braço de Duncan. Um sorriso apareceu em seu rosto — um sorriso sem nenhum nervosismo, pelo contrário, parecia muito feliz, como se… ela não estivesse indo para um lugar aterrorizante para uma pessoa comum, mas sim para um passeio com o capitão.

    “Não está com medo?”, em frente ao espelho negro que ondulava e se contorcia, Duncan notou o sorriso no rosto de Alice e não pôde deixar de perguntar em voz baixa.

    Alice sorriu alegremente: “Não tenho medo!”

    “Bom.”

    Duncan assentiu e, sem hesitar, atravessou o portão negro com a boneca.

    Uma sensação maravilhosa o envolveu.

    Foi como atravessar uma névoa ilusória, sem qualquer obstáculo, sem qualquer desconforto, apenas uma leve sensação de frieza que apareceu rapidamente e desapareceu instantaneamente. Durou apenas um breve instante, mas pareceu atravessar um túnel infinitamente longo em um piscar de olhos—

    Alice arregalou os olhos, surpresa. Ela segurava firmemente o braço do capitão e viu muitos feixes de luz piscando à sua frente. Mas, mais surpreendente do que aqueles feixes de luz maravilhosos, foi que ela pareceu “ouvir” um som.

    Ao atravessar o “túnel”, a caminho do outro lado, um som entrou diretamente em sua mente—

    “Verificando identidade, ¥#@¥&%&… aprovado;

    “Verificando identidade, LH-03, Líder do Horizonte Três, aprovado.”

    Caso queira me apoiar de alguma forma, considere fazer uma doação

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (1 votos)

    Nota