Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    O “portão negro” nas profundezas da caverna foi fechado, no entanto, cada vez mais demônios abissais continuavam a surgir por toda a Ilha do Santuário. A pequena ilha, formada por parte dos membros do Senhor das Profundezas, tremia. Um zumbido baixo e um murmúrio bizarro, como o ronco no estômago de uma besta gigante, ecoavam nas profundezas da névoa. Inúmeras figuras estranhas apareciam e desapareciam no nevoeiro, e a cada minuto, a cada segundo, sombras se materializavam, atacando indiscriminadamente os intrusos que haviam pisado na ilha.

    Duncan e seu grupo saíram da caverna e, após se reunirem com Vanna, Amber e os outros que haviam ficado de guarda no vale, começaram a recuar em direção à costa.

    A terra tremia. Das profundezas do vale, vinham os estalos crepitantes de rochas se partindo. Rugidos e murmúrios caóticos ecoavam por toda parte como um pesadelo. Sombras indescritíveis se condensavam na névoa, e uma malícia onipresente, envolta em correntes de ar frio, assobiava através das rochas irregulares e ferozes nos penhascos de ambos os lados. Na névoa, as pedras nos penhascos também pareciam ganhar vida gradualmente. Membros enormes desciam lentamente das altas montanhas. Aqueles membros, semelhantes a videiras, se curvavam e tremiam, emitindo sons estranhos de deglutição e mastigação. Uma lama impura escorria por sua superfície e, ao tocar o chão, sibilava e liberava nuvens de fumaça preta.

    Mesmo os guerreiros da igreja, acostumados a operar nas águas da fronteira, não puderam deixar de ficar tensos. Os fuzileiros navais, empunhando espadas de aço encantadas, lanternas e amuletos, avançavam enquanto vigiavam as sombras agitadas na beira da estrada. Amber, com sua espada longa em punho, caminhava ao lado de Vanna, recitando em voz baixa as preces da Deusa da Tempestade. O som suave das ondas do mar protegia a mente dos guerreiros, evitando que fossem seduzidos e corroídos pelos sussurros dos demônios. O sacerdote da morte, com o corpo coberto por inúmeras tatuagens, segurava o relicário de ossos sagrados e liderava a equipe. Ao seu lado, a névoa se dissipava brevemente, e as figuras dos demônios também pareciam se enfraquecer, abrindo um caminho de volta temporariamente tranquilo.

    Ao perceber que esses guerreiros da igreja de fato tinham a capacidade de lidar com os problemas no caminho e retornar em segurança, Duncan se tranquilizou. Ele caminhou calmamente na retaguarda da equipe, dedicando mais energia a seus pensamentos.

    Depois de um tempo, eles atravessaram com sucesso a área selvagem no interior da ilha e finalmente pisaram na estrada que levava ao cais. A linha da costa já estava muito próxima.

    O som de canhões e explosões vinha das profundezas da névoa à frente. De vez em quando, podia-se ver enormes chamas subindo aos céus, como um nascer do sol, iluminando e avermelhando grandes áreas do céu, uma visão impressionante.

    “Já começaram a aparecer ‘cópias’ com formas de navios e grandes demônios errantes no mar próximo. Nossa frota está em combate com esses monstros”, Amber se aproximou. A jovem sacerdotisa segurava uma espada longa em uma mão e uma lanterna com o símbolo da tempestade na outra, sua expressão parecia bastante séria. “Eles relataram que um lado da Ilha do Santuário está lentamente… se deformando. Parte dos penhascos marinhos parece estar amolecendo e desmoronando gradualmente. Embora ainda não tenha afetado este lado, toda a ilha está claramente ‘ganhando vida’ de alguma forma.”

    Duncan ergueu a cabeça e olhou para as rochas gigantes nas montanhas, que ganhavam vida na névoa, e para os tentáculos negros que cresciam das encostas próximas, curvando-se e se espalhando em direção às áreas mais baixas, e assentiu levemente.

    “A situação desta ilha é como Shirley disse, é de fato um ‘pedaço de carne’ do Senhor das Profundezas. A ilha inteira é parte de um de seus tentáculos que perfurou o mundo real. E agora, ele parece ter começado a consertar este ‘erro’.”

    “… É uma pena por todas as verdades enterradas aqui”, Amber franziu os lábios. “Se tivéssemos mais tempo, poderíamos ter explorado a ilha adequadamente. Aqueles Aniquiladores se estabeleceram aqui por pelo menos alguns séculos, e deve haver inúmeros segredos sombrios e pecaminosos escondidos aqui… talvez até esconderijos secretos e listas de pessoal que eles têm nas cidades-estado…”

    Ouvindo o resmungo um tanto ressentido de Amber, Duncan não respondeu, apenas observou a ilha em constante colapso e deformação, e não pôde deixar de se lembrar da “cordilheira” imponente, grandiosa, mas envolta em desolação e escuridão, que viu no fundo do abismo.

    Dez mil anos se passaram… O “Líder do Horizonte Um”, que uma vez foi usado para remodelar o ecossistema, transformou-se em um gigante disforme e bizarro em seu crescimento descontrolado. Seus membros perfuraram as Profundezas Abissais, o Subespaço e o mundo real, mas ainda não pararam de crescer.

    Isso fez Duncan pensar que, mesmo que este Mar Infinito não tivesse encontrado uma “falha”, mesmo que o Fenômeno 001 – Sol pudesse continuar a existir, o próprio corpo em constante crescimento do Líder do Horizonte Um provavelmente já seria suficiente para se tornar outro apocalipse.

    E este “apocalipse” claramente não estava muito longe. Talvez em algum dia nos próximos cem anos, o corpo principal do Líder do Horizonte Um, crescendo exponencialmente, encheria todas as Profundezas Abissais e, em seguida, se espalharia a uma velocidade louca por todas as dimensões. Seus tentáculos perfurariam cada cidade-estado, serpenteariam por todo o mar, envolveriam todos os navios que navegassem no mar, até que todas as entidades do mundo mortal fossem novamente devoradas por seu “criador”, tornando-se parte daquela lama negra e dos tentáculos contorcidos.

    … Seria esta a cena que aqueles Aniquiladores viram em suas visões enlouquecidas? Assim como eles proclamavam: um dia no futuro, o Senhor das Profundezas retornaria a este mundo miserável, o “Primal” jorraria das profundezas do mundo, e transformaria novamente o mundo inteiro em sua forma pura e original…

    De certa forma, aqueles cultistas fanáticos e enlouquecidos realmente vislumbraram uma parte da “verdade” deste mundo, talvez em uma breve conexão com o Senhor das Profundezas, talvez no processo de se transformarem em demônios e tocarem o “Primal” indiscriminadamente… Eles vislumbraram o futuro e interpretaram aquele futuro terrível da maneira que estavam dispostos a entender.

    Duncan respirou fundo e balançou a cabeça lentamente.

    O Líder do Horizonte Um o convidou para “assumir o controle” deste Abrigo e esperava que, neste processo, ele queimasse seu corpo enorme e completamente descontrolado… A este respeito, o Líder do Horizonte Um admitiu francamente que era uma “libertação”, uma libertação de uma longa missão.

    Parece que sustentar este Abrigo era de fato uma missão longa e difícil, suficiente para fazer até mesmo uma antiga “máquina” se sentir exausta e desesperada.

    O pensamento de encontrar outra saída se firmou novamente no coração de Duncan.

    Manter este Abrigo definitivamente não era uma boa escolha — pelo menos não a melhor.

    Após uma jornada emocionante, mas sem perigos, a equipe de desembarque finalmente retornou ao cais secreto, protegido pela baía interna e pelos penhascos. Os poucos barcos que usaram para chegar ainda estavam parados na margem, balançando nas águas turbulentas.

    O barco de desembarque que veio do Banido balançava de forma mais conspícua — ele balançava na vertical.

    Em suma, a proa do barco estava apontada para o céu, como um capim-rabo-de-gato, balançando e pulando na água rasa. Somente quando Duncan e seu grupo apareceram é que ele caiu na água com um “baque”, e então, balançando os remos, correu para a margem, balançando animadamente enquanto batia em seu próprio casco com os remos.

    Duncan: “…”

    Lucretia olhou para o barco em silêncio por um momento e sussurrou para Duncan: “Pai, eu meio que não quero mais entrar neste barco…”

    “É um pouco embaraçoso”, Duncan ficou em silêncio por alguns segundos e suspirou suavemente. “Mas vamos subir. Já chegamos até aqui. Se formos embora de pombo na frente dele, este sujeito provavelmente vai afundar na hora. Já há navios fantasmas suficientes neste mundo, e se adicionarmos um barco de desembarque cheio de ressentimento, será difícil explicar para o mundo…”

    Lucretia suspirou e, com sentimentos complexos, seguiu seu pai para dentro do pequeno barco.

    Três barcos rápidos deixaram o cais, acelerando em direção à saída da pequena baía, em direção à névoa onde brilhos e estrondos constantes surgiam.

    E assim que eles deixaram a saída da baía, e já podiam ver alguns dos principais navios de guerra parados no mar próximo, Shirley pareceu sentir algo de repente. Ela se virou abruptamente no pequeno barco e olhou na direção da pequena ilha.

    Ela arregalou lentamente seus olhos cheios de luz sanguínea—

    “A ilha está começando a afundar!”

    Em uma série de estrondos abafados como um trovão, toda a Ilha do Santuário estava desmoronando e se inclinando como uma substância macia sem suporte. Seus penhascos marinhos fluíam para baixo como se estivessem derretendo, e uma lama negra escorria de cada centímetro de solo e rocha. Enormes tentáculos e membros irregulares perfuravam os penhascos e a costa amolecidos, contorcendo-se e agitando-se loucamente na água que subia, e inúmeros demônios frenéticos corriam e rugiam entre as rochas e penhascos em colapso, parecendo querer escapar, mas sendo puxados por uma força invisível, incapazes de deixar o alcance da Ilha do Santuário, e só podiam “afundar” com a ilha…

    Duncan notou que a Ilha do Santuário não estava realmente afundando na água, mas sim “dissolvendo-se” na superfície do mar, como se estivesse derretendo.

    O Líder do Horizonte Um estava lentamente “retraindo” este membro que se estendeu erroneamente para a dimensão real.

    Mesmo com o colapso do Abrigo iminente, mesmo com sua própria perda de controle sendo irreversível, ele ainda estava, dentro de suas capacidades, consertando os erros do sistema, adiando o ponto crítico do colapso final.

    Só que… quantas vezes mais este “adiamento” poderia funcionar?

    Duncan e Alice sentaram-se na popa do pequeno barco, olhando para a Ilha do Santuário que estava quase completamente “dissolvida” na água. Seu último contorno balançava na névoa cada vez mais espessa, como um sonho que se distanciava.

    E antes que o contorno desaparecesse completamente, Duncan ouviu vagamente uma voz — era uma vibração baixa, trazida pela brisa.

    “Não se esqueça do nosso acordo, Usurpador do Fogo…”

    Duncan sentiu alguém agarrar seu braço. Ele se virou. Na névoa, o mais nítido eram os olhos roxo-escuros de Alice.

    “Eu o ouvi falar, capitão.”

    “Eu também ouvi, Alice. Você ainda consegue encontrar o lugar onde ele está?”

    “Sim”, Alice assentiu, mas logo em seguida coçou a cabeça. “Mas eu também não sei exatamente como faço, só sinto que… se o senhor precisar, eu ainda consigo levá-lo até ele, porque eu me lembro… do ‘caminho’.”

    Duncan assentiu levemente. “Isso é o suficiente.”

    Alice hesitou por um momento e perguntou com cautela: “Então… nós vamos voltar para encontrá-lo?”

    “Acho… que sim.”

    “E quando, mais ou menos?”

    “… Pelo menos antes do fim do mundo.”

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