Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)
Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)
Capítulo 243: Retorno
Zhou Ming estava parado em frente ao espelho, observando silenciosamente seu reflexo.
Uma imagem tão clara, tão real — se não tivesse tocado uma superfície fria e dura, ele até duvidaria se a pessoa à sua frente não era realmente “outro eu”.
Depois de um longo tempo, ele finalmente desviou o olhar do espelho e olhou para a vasta escuridão ao seu redor.
Qual era o tamanho deste espaço? Se continuasse andando, poderia chegar ao infinito? E qual era a essência deste espaço escuro? Por que ele apareceu aqui, atrás da Porta do Banido? E qual era a conexão entre a Porta do Banido no subespaço e a Porta do Banido no mundo real? E o mais importante…
O que eram aquelas palavras que surgiam na escuridão?
Zhou Ming se afastou do espelho, que desapareceu silenciosamente com sua partida, e seu reflexo sumiu na escuridão. E, com seus passos, mais palavras pálidas surgiram na escuridão — descrevendo tudo relacionado a ele.
Como um arquivo pessoal extremamente detalhado… registrado em algum banco de dados de suma importância, um arquivo pessoal que poderia ser útil para algo desconhecido.
Zhou Ming sentiu que sua capacidade de associação estava no limite. Ele tentou encontrar um conjunto de razões lógicas para explicar tudo o que estava vendo, mas descobriu que, não importava o raciocínio, no final tudo parecia um monte de fantasias mirabolantes.
Ele até começou a pensar que existia um “plano de abrigo para o fim do mundo”, e que ele era uma das pessoas que se refugiaram no abrigo, mas sem saber. Aquele apartamento era sua fortaleza, e as palavras que surgiam neste espaço escuro eram seus documentos de registro antes de entrar no abrigo…
Na escuridão, seus pensamentos fluíam sem controle. Mas, depois de um tempo desconhecido, ele de repente conteve todas as suas divagações.
“…Já perdi tempo demais.”
Ele murmurou para si mesmo.
Não havia mais pistas aqui, apenas fantasmas capazes de abalar sua mente. Independentemente de este espaço escuro esconder ou não um grande segredo, ou se era apenas mais uma conspiração e tentação do subespaço, ele não deveria perder tempo aqui, remoendo pensamentos.
Zhou Ming respirou fundo, acalmando gradualmente seu espírito. Em seguida, decidiu fazer um último teste e exploração deste espaço escuro antes de partir.
Ele caminhou para longe, afastando-se da porta com cautela.
Mais palavras surgiam sob seus pés — o conteúdo era semelhante ao de antes, mas mais detalhado, mais formal, cada vez mais parecido com um documento de registro para uso em ocasiões oficiais.
Zhou Ming memorizava silenciosamente essas palavras enquanto olhava para trás de vez em quando, para confirmar a distância da porta e se não havia se perdido na escuridão.
Ele andava com cada vez mais cautela, até que cada passo avançava apenas alguns centímetros.
De repente, ele notou que as palavras que surgiam sob seus pés mudaram:
“Situação de ¥#%… &…% se @#?” “¥@* aproximadamente entre 355 e *&, pode existir &…% de %&…”
As palavras começaram a ficar confusas, as frases estranhas e incompreensíveis. O registro, que antes era claro e fluente, tornou-se algo ilegível.
O coração de Zhou Ming se moveu, mas ele não parou de avançar, apenas caminhou com mais cuidado. E, à medida que continuava em direção à fronteira da escuridão, mais palavras surgiam.
Cada vez mais estranhas, cada vez mais confusas, e a frequência da confusão aumentava exponencialmente. No início, ele ainda conseguia ver algumas palavras com significado em cada frase, mas logo chegou a um ponto em que não havia uma única palavra em várias frases. E, mais adiante, ele nem mesmo conseguia ver os “caracteres corrompidos”.
O que surgia da escuridão não eram mais palavras e símbolos, mas uma série de linhas distorcidas e saltitantes, pontos de luz caóticos e agitados, e até mesmo projeções trêmulas que quase violavam as leis da geometria.
Ele avançou, e na escuridão surgiram luzes e sombras confusas, incompreensíveis para a mente mortal, como reflexos de algo inominável na borda do universo, que se transformaram em um caminho que se estendia à sua frente.
Finalmente, até mesmo as linhas e pontos de luz confusos e saltitantes desapareceram. Nada de novo apareceu.
Zhou Ming parou imediatamente.
Ele ainda não havia perdido a razão, não se deixara levar pela exploração contínua do desconhecido.
Ele se virou. A porta de onde viera era quase apenas um ponto de luz nebuloso, mas ainda estava ali, silenciosa, na escuridão.
Zhou Ming virou-se decisivamente e começou a voltar. Não importava o que mais houvesse nas profundezas da escuridão, no momento em que a informação que surgia sob seus pés chegou ao fim, ele soube que não podia continuar.
A volta foi mais rápida do que a ida. Ele não demorou muito para cruzar este vazio escuro e retornar à “Porta do Banido” que levava ao navio.
Colocando a mão na porta, a sensação de solidez que ela transmitia trouxe um inexplicável sentimento de segurança a Zhou Ming, que vagara pela escuridão por tanto tempo. Em seguida, ele respirou fundo e atravessou a porta.
Uma brisa marinha fresca soprou em seu rosto. A luz brilhante do céu que apareceu subitamente em sua visão o deixou um pouco desacostumado. O leve balanço sob seus pés e o som das ondas batendo que soou em seus ouvidos chegaram à sua percepção com um atraso de alguns décimos de segundo. Talvez por ter ficado em um lugar silencioso por tanto tempo, o som das ondas, ao aparecer subitamente, pareceu um trovão.
Duncan ficou subitamente perplexo.
Ele verificou os arredores e viu o familiar Banido, o familiar Mar Infinito e o sol suspenso no céu, contido por runas duplas.
Ele havia retornado à dimensão da realidade.
Esta situação inesperada o deixou um pouco confuso. Porque, um segundo antes de atravessar a porta naquela escuridão, ele ainda estava pensando em como continuar explorando o “Banido decrépito” para encontrar uma maneira de voltar. Mas não esperava que, ao atravessar a porta, ele voltasse diretamente à realidade… Qual era a lógica por trás disso?
Para retornar do “Banido decrépito”, que supostamente estava no subespaço, bastava usar a Porta do Banido como um ponto de trânsito?
Ele se virou, pensativo, e viu que estava em frente à cabine do capitão. A Porta do Banido estava ali, silenciosa, sob a luz do sol, e as palavras em seu batente brilhavam sob a luz do dia.
O pensamento de Duncan se ativou instantaneamente.
Havia muitas portas no Banido, mas apenas três delas eram especiais. A primeira era a “Porta do Banido”. A segunda era a porta de madeira escura nas profundezas do porão, que levava ao fundo do casco, com a marcação “a última porta”. A terceira era a grande porta que se erguia do nada no centro do fundo do casco, que conectava o subespaço e a dimensão da realidade, e que talvez pudesse ser chamada de “Porta do Subespaço”.
E, no “Banido decrépito”, tanto a “última porta” que levava ao fundo do casco quanto a “Porta do Subespaço” tiveram suas marcações apagadas. Apenas a “Porta do Banido”, em frente à cabine do capitão, mantinha a mesma aparência, tanto na dimensão da realidade quanto no subespaço.
Agora, parecia que essa “consistência” talvez indicasse a verdadeira “saída” desde o início!
Com uma resposta se formando em sua mente, Duncan soltou um suspiro de alívio e empurrou a porta da cabine do capitão.
Ao atravessar a porta, ele confirmou que do outro lado não havia escuridão, mas sim seu apartamento — tudo no quarto estava normal.
Em seguida, ele voltou ao navio e, desta vez, puxou a porta da cabine do capitão.
A familiar sala de mapas, a familiar mobília refinada, a familiar mesa e, sobre a mesa, o familiar Cabeça de Bode.
Pela primeira vez em sua vida, ele sentiu uma sensação de segurança ao ver o Cabeça de Bode ainda em seu lugar na mesa.
O Cabeça de Bode, ao ouvir o som vindo da porta, virou a cabeça imediatamente, e seu pescoço emitiu um rangido de madeira: “Nome?”
“Duncan Abnomar. Sou eu, eu voltei”, disse Duncan imediatamente. Ele já imaginava que o outro o confirmaria. Este Cabeça de Bode podia sentir se ele havia deixado o Banido e talvez até, em certa medida, sentir alguma “mudança” nele. Essa “confirmação de nome”, embora parecesse um tanto aleatória, parecia seguir uma lógica sutil. “Eu fui a um lugar muito distante.”
“Ah, Capitão! O senhor finalmente voltou!”, o Cabeça de Bode imediatamente soltou uma voz exagerada e obsequiosa, tagarela como sempre. “O senhor de repente deixou o navio por completo, eu levei um susto! Normalmente, quando o senhor passeia pelo mundo espiritual, pelo menos deixa sua carcaça aqui! Mas agora há pouco, toda a sua aura desapareceu… E agora o senhor volta pelo convés? Onde o senhor esteve?”
Toda a sua aura desapareceu? Deixou o navio por completo?
O olhar de Duncan mudou ligeiramente por um instante.
Ele de fato fora para aquele lugar, que suspeitava ser o subespaço, com seu corpo principal, e não com uma “projeção de consciência”, como pensara inicialmente!
Ele ergueu a cabeça, olhando para os olhos escuros e vazios do Cabeça de Bode, e hesitou por um momento antes de falar: “Não se assuste com o que vou dizer.”
“Ah, pode ficar tranquilo. Seu primeiro imediato não é apenas leal e corajoso, mas também corajoso e le…”
“Eu dei uma passada no subespaço.”
Cabeça de Bode: “…?!”
Depois de meio minuto, o sujeito soltou um estalo, como se seu pescoço fosse quebrar: “Ca… Ca… Capitão?! O senhor disse que…”
“Eu dei uma passada no subespaço, se não me enganei no caminho”, disse Duncan enquanto entrava na cabine do capitão e pegava a lanterna que estava na prateleira ao lado. “Espere um pouco.”
Dito isso, sem esperar que o Cabeça de Bode falasse, ele saiu da cabine com a lanterna e, quase correndo, atravessou o convés e as camadas do porão, indo direto para o nível mais baixo do Banido.
Ele atravessou a “última porta” e chegou ao fundo do casco quebrado.
Nas frestas do casco, a paisagem ainda era a mesma, sombria e caótica. No campo de visão limitado, não se viam muitos detalhes, apenas fluxos de luz caóticos e clarões ocasionais que saltavam e fluíam na escuridão.
E a “Porta do Subespaço”, a mais perigosa de todas, estava silenciosamente no centro do porão.
A porta estava firmemente fechada, sem a menor fresta.
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