Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Depois que a noite caiu, uma leve neve começou a flutuar novamente. No cenário de uma noite nebulosa, o brilho frio da Criação do Mundo era em grande parte bloqueado pelas nuvens; apenas alguns feixes de luz caótica se espalhavam pelas frestas das nuvens. As luzes a gás nas ruas e becos acenderam uma após a outra, iluminando os flocos de neve que dançavam no ar, criando uma atmosfera serena, diferente da de Pland.

    Vanna ficou em frente à janela estreita, olhando a paisagem noturna por um tempo, e suspirou: “Acho que eles definitivamente não fizeram o pagamento. E a esta hora, já devem ter reunido um grupo de especialistas para decifrar o ‘número secreto’ que o senhor deixou na carta.”

    Duncan se virou: “É para tanto?”

    Vanna virou a cabeça e olhou seriamente para seu chefe temporário: “…O senhor especificou na carta para que servia aquela sequência de números?”

    “Não escrevi, mas não é esse o formato padrão de uma carta-denúncia?”, Duncan disse, cheio de razão. “Basta anexar a conta no final da denúncia. A prefeitura fará o pagamento. É assim em Pland. E ouvi dizer que em muitos lugares eles evitam deliberadamente escrever qualquer observação antes da conta, para mostrar sutileza e tato. Acho que eu deveria ser um pouco mais sutil.”

    Vanna olhou fixamente para Duncan por um longo tempo e não pôde deixar de suspirar novamente: “Aih…”

    Duncan pensou um pouco, e a essa altura já tinha uma ideia do que estava acontecendo, então um toque de constrangimento apareceu em sua voz: “Parece que não foi muito fácil para eles entenderem, não é?”

    Vanna respondeu com uma voz cansada: “Que bom que o senhor percebeu.”

    Duncan abaixou a cabeça e pensou cuidadosamente: “…Seria ruim escrever uma segunda carta agora?”

    “O senhor… é melhor ter esperança de que eles entendam a intenção da primeira carta o mais rápido possível.” Vanna não pôde deixar de massagear a testa. Sentiu que havia descoberto mais uma vez um lado inesperado do Capitão Duncan. Este capitão poderoso e assustador… também tinha uma personalidade tão vívida e interessante?

    Duncan, no entanto, não se importou com o que Vanna estava pensando e perguntou casualmente: “Você levou a Anne para casa hoje. Como está a família dela?”

    Vanna assentiu imediatamente: “A casa de Anne está em ordem, sem vestígios de corrosão por fenômenos sobrenaturais. Nenhum vestígio de Aniquiladores foi encontrado nas proximidades, e não há pessoas suspeitas entre os moradores. A Sra. Beroni… que é a nossa senhoria agora, também parece ser uma…”

    “Pare, pare, pare”, Duncan gesticulou com a mão antes que ela pudesse terminar. “Eu perguntei sobre a situação da família dela, o estado de vida, não pedi para você relatar seguindo o procedimento de investigação de hereges. Controle essa sua doença profissional.”

    Vanna parou, percebendo imediatamente, e tossiu duas vezes: “Tosse, desculpe, eu tenho um pouco de… hábito profissional. Está tudo bem por lá. Embora eu tenha ficado apenas por um momento e conversado um pouco com a Sra. Beroni, pude ter uma boa ideia. Afinal, já se passaram seis anos, e mãe e filha já superaram a sombra do passado.

    “Agora Anne estuda na escola pública da cidade-estado. A Sra. Beroni, além de alugar a casa para obter renda, também tem alguns trabalhos de escritório que são suficientes para sustentar a família. E, afinal, elas são a família de um capitão, e as autoridades de Geada também cuidam desses dependentes, assim como em outras cidades-estado. No geral… não precisa se preocupar com a situação delas.”

    Duncan ouviu em silêncio e assentiu.

    Vanna hesitou por um momento e finalmente não pôde deixar de perguntar: “O senhor não se importa que a Anne conte sobre o que acontece aqui… isso é mesmo uma boa ideia? Talvez não demore muito para que aquele guarda do cemitério saiba que o senhor está morando na cidade tão abertamente, e então o assunto será imediatamente reportado à Grande Catedral, e a Guardiã do Portão e o bispo serão alertados.”

    “E então?”, Duncan se virou, sua voz calma.

    “E então… haverá algum problema?”, disse Vanna, mas sob o olhar de Duncan, seu tom de repente perdeu a confiança. “A intervenção das autoridades da cidade-estado talvez possa…”

    “Como eles vão intervir? Vão enviar uma equipe de guardas para nos prender?”, Duncan riu. “Ou a Guardiã do Portão virá pessoalmente falar comigo? E eu, com o que me importaria? Preocupado com meu paradeiro ser exposto? Ou com as ações hostis das autoridades?”

    Duncan disse, abrindo as mãos.

    “Eu não trouxe o Banido para cá.”

    Vanna abriu a boca. Ela sentia que havia algo de errado nisso, mas não conseguia pensar em como responder à longa e tranquila declaração do capitão. Depois de um tempo, só conseguiu dizer: “Por que eu sinto que o senhor na verdade só acha que isso pode ser divertido?”

    “Exato.”

    Vanna: “…”

    Duncan sorriu e voltou seu olhar para a noite lá fora. Ele não se importou com a expressão subitamente colorida no rosto da senhorita inquisidora ao seu lado. Apenas depois de admirar a paisagem noturna por alguns minutos, ele disse de repente: “Vanna, por que de repente sinto que você está cada vez menos parecida com uma inquisidora? Normalmente, ao mencionar a igreja e as autoridades de uma cidade-estado, sua primeira reação não deveria ser ‘aliados confiáveis’?”

    O canto da boca de Vanna tremeu visivelmente, como se mil palavras quisessem sair, mas no final, nenhuma escapou.

    Ao mesmo tempo, fora da cidade-estado de Geada, no vasto e escuro Mar Infinito, uma enorme frota desacelerava lentamente, mantendo uma velocidade de cruzeiro baixa entre a névoa gelada e o gelo flutuante que a cercava.

    A majestosa proa de aço do Névoa do Mar erguia-se na escuridão, a luz da baliza lateral iluminando um de seus cantos. Perto dali, a luz vinda de um dos lados do casco iluminava o mar escuro, e no brilho cintilante da superfície da água, podiam-se ver vagamente reflexos fracos subindo e descendo.

    Eram finos pedaços de gelo flutuante.

    Neste Mar Gélido, todos os capitães já ouviram esta frase:

    ‘Quando a névoa fina aparece de repente, e o gelo flutuante surge da névoa, aprisionando seu navio como grilhões, então prepare-se, o Névoa do Mar chegou.’

    O Névoa do Mar chegou agora, e toda a Frota do Névoa do Mar chegou.

    Tyrian estava na ponte alta, olhando para longe através da ampla janela.

    Na distância atual, era impossível ver diretamente a cidade-estado de Geada, mas no fundo escuro, ele ainda podia ver um leve brilho flutuando ali. Aquela era a direção da cidade-estado.

    A Frota do Névoa do Mar estava, na verdade, indo para a Ilha Adaga, e o próprio Tyrian não tinha a menor intenção de desembarcar na ilha principal de Geada. Mas para o povo de Geada, que estava tenso há meio século, não havia diferença. Apenas a bandeira do “Almirante de Ferro” aparecer nas águas próximas era suficiente para lhes tirar o sono.

    Ele quase podia imaginar a cena de caos e confusão entre as tropas de defesa daquela cidade-estado.

    Passos soaram ao lado. O primeiro-imediato Aiden aproximou-se de Tyrian. O homem forte, careca e de aparência rude parecia bastante feliz: “Capitão, o Corvo-do-mar e o Fiorde já deixaram a frota com suas respectivas fragatas de escolta. A previsão é que cheguem à posição designada em doze horas e bloqueiem a rota. O Névoa do Mar já suspendeu o blecaute de luzes. Aquela gente de Geada não vai conseguir dormir bem esta noite.”

    Tyrian assentiu, com um leve sorriso no rosto, e seu olhar varreu a superfície do mar ao redor do Névoa do Mar.

    Na escuridão, todo o Mar Infinito permanecia em silêncio. Apenas o Névoa do Mar, com o blecaute suspenso, flutuava ali, tão chamativo quanto uma lamparina a gás na noite escura.

    Normalmente, navios de guerra em missão militar noturna devem manter o blecaute de luzes. A iluminação desnecessária exporia sua posição e poderia causar confusão na identificação de sinais luminosos por parte de aliados. Mas o Névoa do Mar se exibia abertamente, como se estivesse provocando Geada, ostentando sua presença.

    Tyrian não estava nem um pouco preocupado que isso irritasse a marinha da cidade-estado de Geada, muito menos com um possível incidente de “fogo amigo”.

    Neste mundo, além do Banido, ninguém poderia derrotar o Névoa do Mar, este “navio vivo”, em uma batalha noturna. E, por outro lado… se a marinha de Geada fosse tola o suficiente para atacar hoje, os outros seis navios de guerra escondidos nas águas ao redor do Névoa do Mar imediatamente lhes ensinariam uma lição.

    Claro, a atitude ostensiva de Tyrian aqui não era apenas para provocar Geada como uma forma de desabafo. Seu objetivo mais importante era cumprir a tarefa que seu pai lhe dera:

    Deixar a cidade-estado de Geada nervosa, quanto mais nervosa, melhor. O ideal seria que eles bloqueassem diretamente toda a ilha principal de Geada, proibindo a entrada e saída de todas as rotas de navegação.

    A julgar pela situação observada até agora, esse objetivo já deveria ter sido alcançado. A marinha de guarnição da cidade-estado de Geada já havia bloqueado o porto e enviado sinais para as cidades-estado vizinhas para suspender a navegação.

    Tudo estava se desenrolando conforme o plano de seu pai.

    Nesse momento, uma voz veio de repente de um tubo de cobre próximo. Aiden foi imediatamente até lá e conversou com alguém do outro lado por alguns instantes. Em seguida, ele voltou para Tyrian, com um sorriso no rosto: “Capitão, o pessoal de Geada parece estar ficando impaciente. Um pequeno barco apareceu nas águas próximas.”

    Tyrian ergueu as sobrancelhas: “Um pequeno barco?”

    “Sim, parece não estar armado e está mostrando ativamente um sinal luminoso de três luzes amarelas e uma branca. Parece que tem medo de causar algum mal-entendido”, disse Aiden. “O barco parou cuidadosamente fora do alcance dos holofotes, como se quisesse realizar uma missão de observação sem negociação e sem hostilidade.”

    “Observação… tudo bem, pelo menos eles têm alguma compostura”, Tyrian deu de ombros. “Deixe-os observar. Se chegarem muito perto, dispare um tiro de aviso.”

    “Sim, senhor”, Aiden aceitou a ordem imediatamente. Mas antes que ele se virasse, Tyrian o chamou de volta: “Espere.”

    “Tem mais alguma ordem, capitão?”

    “Envie-lhes um sinal luminoso”, disse Tyrian.

    “Sinal luminoso?”, Aiden ficou um pouco surpreso. “Com que conteúdo?”

    Os cantos da boca de Tyrian se curvaram. O famoso pirata do Mar Gélido exibia um sorriso travesso: “Conteúdo? Para que conteúdo? Pisque aleatoriamente.”

    Aiden: “…Hã?”

    “Diga ao sinaleiro para piscar à vontade”, Tyrian coçou o queixo e disse com alegria. “Dê aos especialistas e consultores de Geada um pequeno quebra-cabeça do século.”

    Um sorriso visível a olho nu apareceu no rosto de Aiden, e até mesmo sua careca pareceu brilhar.

    “Sim, capitão!”

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