Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Depois de sair da sala do capitão, Duncan não foi a nenhum outro lugar, mas se virou e novamente agarrou a maçaneta da “Porta do Banido”, empurrando-a—

    Zhou Ming retornou ao seu quarto.

    Olhando ao redor, a cena familiar entrou em seus olhos. Tudo no quarto estava exatamente como ele havia deixado da última vez, e parecia que ele não voltava aqui há muito tempo.

    Atravessando lentamente a porta, pisando no chão um tanto manchado e desgastado, Zhou Ming, como de costume, foi primeiro até a janela bem fechada. Ele verificou as marcas no parapeito da janela e confirmou o estado da fechadura. Embora soubesse que fazer isso era inútil, ele completou todas as verificações com cuidado e, solenemente, pegou o diário pendurado ao lado da janela e escreveu o resultado da inspeção de hoje na parte em branco:

    Não houve alterações nas portas e janelas; durante sua ausência, este quarto nunca foi aberto.

    Depois de deixar este novo registro, ele soltou um suspiro e só então se aproximou lentamente da escrivaninha.

    Sobre a escrivaninha, pequenas faíscas verdes estalavam e saltavam, e as chamas que se espalhavam gradualmente delineavam o contorno de um objeto. O processo de delineamento estava quase no fim.

    Era um navio, um navio a vapor de aparência bastante avançada, com um belo casco branco e uma chaminé alta.

    Zhou Ming observou a cena com uma expressão calma, sem a menor surpresa em seu rosto.

    O “modelo” do Carvalho Branco apareceu neste quarto, mas… por quê? Por que ele apareceu aqui de repente? Que mudança ocorreu neste navio?

    Zhou Ming levantou a cabeça e olhou para a estante não muito longe. Nas prateleiras, os “modelos” do Banido e de Pland ainda estavam quietos em seus nichos.

    “Itens” completamente queimados pelo fogo espiritual e totalmente sob seu controle apareceriam na forma de modelos precisos na escrivaninha deste apartamento. Essa era uma regra já estabelecida; o Banido e Pland foram exemplos disso, e o Carvalho Branco…

    Zhou Ming relembrou sua primeira experiência de encontro com aquele navio.

    O Carvalho Branco de fato foi queimado uma vez pelo seu fogo espiritual, e até mesmo o navio inteiro foi “engolido” pelo Banido. Mas talvez naquela época seu controle sobre o fogo espiritual não fosse proficiente o suficiente. Após aquela “queima”, o Carvalho Branco não se tornou uma “peça de coleção” em sua escrivaninha, mas apenas deixou uma marca, um estado que persistiu até hoje.

    Zhou Ming sentou-se à escrivaninha, observando silenciosamente as faíscas verdes fantasmagóricas saltarem sobre a mesa e completarem o último traço do contorno do Carvalho Branco, com uma expressão pensativa.

    Ele tinha certeza de que não havia prestado atenção aos movimentos do Carvalho Branco durante este período, muito menos “acionado” ativamente a marca de fogo naquele navio. Portanto, essa mudança não foi causada por ele. Foi o Carvalho Branco. Aquele navio obviamente encontrou algo que fez com que a marca a bordo fosse ativada, e até mesmo “ativada” a ponto de o navio inteiro se tornar uma das “peças de coleção” aqui.

    Zhou Ming estreitou ligeiramente os olhos, tentando novamente localizar a posição do Carvalho Branco e sentir seu estado atual.

    Momentos depois, ele abriu os olhos, com uma expressão um tanto séria.

    Mesmo neste quarto, ele ainda não conseguia confirmar com precisão onde o Carvalho Branco estava. A percepção vaga apenas apontava grosseiramente para a direção da cidade-estado de Geada no mundo do outro lado da porta. E ao tentar confirmar o estado do Carvalho Branco, ele recebeu um feedback um tanto estranho.

    Ele sentiu que o navio inteiro estava envolto em água do mar.

    Sobre a escrivaninha, o salto das faíscas verdes fantasmagóricas parou. O modelo preciso do Carvalho Branco jazia silenciosamente diante de Zhou Ming, cada detalhe vividamente representado.

    Após uma breve hesitação, Zhou Ming estendeu a mão, pegou o modelo do Carvalho Branco e o examinou de perto.

    Mas ele não viu nada de incongruente.

    Depois de manuseá-lo por um tempo, Zhou Ming balançou a cabeça, percebendo que também não conseguiria confirmar o estado do navio aqui. Ele ainda precisava ir até Geada para verificar a situação.

    Ele se levantou da escrivaninha, segurando o Carvalho Branco, preparando-se para colocar esta nova “peça de coleção” na estante. Mas, depois de dar alguns passos, ele parou de repente ao lado de um espelho.

    Ele olhou para o espelho. No espelho, o que ele segurava não era o Carvalho Branco, mas um navio estranho, envolto em uma névoa negra espessa e grandes áreas de sombra!

    O contorno do navio era vagamente semelhante ao do Carvalho Branco, como se fossem do mesmo tipo de navio, mas apresentava uma textura irreal, como uma miragem. O casco também mostrava traços de dano e destruição por toda parte, como se tivesse dormido no fundo do mar por muitos anos. Zhou Ming encarou o navio no espelho, depois baixou a cabeça e viu que em suas mãos estava de fato apenas o modelo do Carvalho Branco.

    Após um breve momento de espanto e reflexão, Zhou Ming de repente colocou o modelo do Carvalho Branco de lado. Ele caminhou rapidamente até a estante, pegou os modelos do Banido e da cidade-estado de Pland e os testou um por um na frente do espelho.

    Eles não mostraram nenhuma mudança no espelho.

    Apenas o Carvalho Branco, no espelho, apresentava uma estranha “outra aparência”.

    Zhou Ming pegou novamente o modelo do Carvalho Branco e o levou para a frente do espelho, olhando pensativamente para a silhueta negra do navio refletida nele.

    Parecia o “reflexo” do Carvalho Branco em outra dimensão.

    Enquanto pensava, ele lentamente estendeu a mão em direção à miragem no espelho.

    Ele apenas tocou a superfície fria e dura do espelho.


    Pilotando o pequeno barco sozinho, Lawrence observava o casco alto e imponente do Carvalho Negro aumentar gradualmente em seu campo de visão. A névoa densa, que parecia cheia de sombras, também o envolveu gradualmente. Uma lanterna pendurada na proa do pequeno barco lutava para dissipar a escuridão circundante, mas só conseguia delinear um caminho nebuloso para ele.

    Ele virou a cabeça e viu que o Carvalho Branco já havia se tornado uma silhueta vaga e indistinta na névoa. Embora as duas embarcações parecessem tão próximas quando vistas da ponte do Carvalho Branco, ele agora sentia que havia um abismo entre elas. Esse abismo não era uma barreira de distância física, mas sim uma espécie… de barreira entre o virtual1 e o real.

    E ele estava agora gradualmente cruzando essa barreira.

    Seu humor se acalmou. O ambiente ao redor se tornava cada vez mais bizarro, cada vez mais escuro, mas seu humor se tornava cada vez mais calmo, como se todos os caminhos já estivessem claros, e o destino já lhe tivesse mostrado todas as escolhas — ele tinha que ir para o Carvalho Negro, não importava o que o esperasse lá.

    Mas parecia que apenas ele havia se acalmado. Havia outro passageiro no pequeno barco que não parecia tão calmo.

    “Por favor, me deixe voltar! Coloque uma corda em mim, pode me pendurar no mastro, o que quiser!”, a Anomalia 077 resmungava. A múmia feia tagarelava sem parar desde o início. “Contanto que possa me deixar voltar a dormir, eu obedecerei a tudo… mesmo que me peça para me converter à Deusa da Tempestade… ou ao deus da morte! Eu não quero mais ficar de olhos abertos!”

    Lawrence finalmente virou a cabeça, respondendo à múmia pela primeira vez desde que partiram: “Você ainda pode se converter a uma divindade?”

    A múmia hesitou por um momento, depois assentiu imediatamente: “Contanto que me deixe voltar a dormir, posso me converter a qualquer deus em meus sonhos!”

    Lawrence pensou por um momento, lembrando-se de uma piada popular entre os marinheiros, e um sorriso apareceu em seu rosto: “Então, que tal tentar se converter ao deus da sabedoria?”

    A Anomalia 077 enrijeceu completamente, e só depois de um tempo desconhecido se moveu ligeiramente, algumas palavras saindo de sua garganta seca: “Posso começar tentando com geometria plana…”

    “Até mesmo o deus da sabedoria você ousa tentar, parece que você está realmente desesperado”, Lawrence balançou a cabeça, sentindo uma ponta de curiosidade. “Mas por que você está com tanto medo? Eu li nos registros que você pertence ao tipo de anomalia com tendência a perder o controle, mas agora você está desesperadamente tentando voltar a dormir?”

    A Anomalia 077 não respondeu, apenas se encolheu em um canto do pequeno barco, encarando com um olhar nervoso as chamas verdes que queimavam silenciosamente no corpo de Lawrence.

    Lawrence olhou para seu próprio corpo, que ainda não havia recuperado sua forma original, e levantou a cabeça: “É por causa dessas chamas? Ou por causa do poder que essas chamas simbolizam?”

    A Anomalia 077 resmungou: “O senhor não entende isso perfeitamente?”

    “Eu não esperava que até mesmo uma ‘anomalia’ como você conhecesse a fama do Banido”, disse Lawrence com certa emoção. “Eu vi sua descrição nos registros, dizia que você tem senciência após perder o controle e pode conversar com as pessoas, mas não esperava que sua senciência atingisse tal nível… Se você não fosse uma múmia, eu quase pensaria que você é um ser humano.”

    A Anomalia 077 baixou a cabeça, parecendo ter se resignado, e não disse mais nada.

    Lawrence, no entanto, não se importou com a reação do “marinheiro”. Ele tinha inúmeros mistérios para resolver, e uma anomalia fora de controle, estranha e que se desviava dos registros, era insignificante em comparação com esses mistérios.

    Tantos desconhecidos, tantos segredos.

    Há quantos anos ele não sentia isso?

    Era como se, após a despedida do Carvalho Negro, o aventureiro Lawrence tivesse desaparecido deste mundo. O desconhecido e o distante se tornaram palavras em sua memória, até agora—

    No momento em que viu o Carvalho Negro novamente, o aventureiro Lawrence despertou mais uma vez das profundezas da alma de um velho capitão.

    Ele levantou a cabeça e viu que o casco alto do Carvalho Negro estava a menos de alguns metros do pequeno barco. Ele manobrou o pequeno barco para se aproximar lentamente e, no lugar familiar em sua memória, ele parou e bateu no casco com o remo.

    Uma escada de corda foi jogada de cima, caindo na proa do pequeno barco.

    Lawrence virou a cabeça e olhou para a Anomalia 077 encolhida no canto.

    “Suba a bordo, marinheiro.”

    A Anomalia 077 levantou-se com relutância, de cabeça baixa: “Sim, capitão.”

    1. A palavra original aqui é 虚 (Xū), que pode significar irreal, ilusório, falso ou virtual. As primeiras opções até fazem sentido neste contexto, mas no arco geral da história, elas não capturam o significado completo. A palavra que realmente se encaixa é virtual, por seu significado original: algo que é “real em essência ou efeito, mas não de fato ou em nome”. Inicialmente, eu não queria usar “virtual” por sua associação com a modernidade, mas todas as outras opções sempre tinham aquele “quê” de que falta algo. No fim, “virtual” foi a única que restou por ser a mais completa e precisa para a trama.[]
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