Capítulo 470: A "Dica" de Gomona?

O nome da Deusa da Tempestade, Gomona, aparecia no passe de acesso — e Duncan achou a caligrafia familiar.

Porque ele já a tinha visto antes, na época em que estava em Pland. A entidade, que se suspeitava ser a Deusa da Tempestade, deixara-lhe uma mensagem de agradecimento — ele ainda tinha uma impressão da caligrafia daquela “divindade”.

No entanto, Vanna disse que o passe de acesso foi assinado pela Papisa Helena.

Ela não cometeria um erro tão óbvio, nem precisaria contar uma mentira tão sem sentido. Portanto, havia apenas uma explicação: aos olhos dela, o nome no passe de acesso era de fato Helena.

‘Quem está vendo a verdade? O que significa essa “apresentação” completamente diferente aos olhos dos dois? Aquela Deusa da Tempestade… está tentando me transmitir alguma informação dessa maneira? Ou… qual é o propósito dela ao fazer isso?’

Duncan controlou a expressão em seu rosto, contendo o choque em seu coração. Ele não sentiu nenhuma aura de incongruência óbvia vinda daqueles papéis, então só podia tentar obter algumas informações de Vanna.

Ele ergueu a cabeça e olhou para a Inquisidora à sua frente: “O que Helena disse quando lhe entregou o passe de acesso?”

“A Papisa não disse muito, apenas que o que o senhor queria estava pronto”, Vanna, ainda um pouco preocupada com a atitude estranha de Duncan, respondeu imediatamente. Em seguida, ela relatou todo o processo de sua conversa com a Papisa sobre o passe de acesso no Local da Assembleia, para explicar por que o certificado foi assinado por Helena. Depois de terminar, ela perguntou, observando cuidadosamente a reação de Duncan: “Essas coisas… há algum problema com elas?”

Duncan ficou em silêncio por dois segundos e de repente falou: “…Não, não há problema. Estão ótimas.”

A reação de Vanna não parecia falsa; ela obviamente não sabia de nada. E o que era mais intrigante… se os detalhes que Vanna descreveu estivessem corretos, então a “Papisa Helena”… parecia não saber da mudança na assinatura do passe de acesso.

‘A menos que a Papisa estivesse atuando — mas por que ela faria isso?’

Vanna, por sua vez, observava atentamente a reação de Duncan. Embora tivesse muitas dúvidas, no final, não insistiu no assunto e, em vez disso, mencionou outra questão muito importante:

“Além disso, desta vez fui eu novamente que entrei naquela tumba como ouvinte. O pergaminho que eu trouxe continha informações sobre novos fenômenos…”

“Novos fenômenos?”, Duncan ergueu as sobrancelhas ao ouvir, um pouco surpreso. “Isso não é um segredo da sua assembleia interna? Contar-me diretamente assim não tem problema?”

“A mudança na lista de fenômenos será anunciada ao mundo mais cedo ou mais tarde. Dizer a você agora é apenas um adiantamento. Além disso… os novos fenômenos estão relacionados a você.”

“Oh?”

Vanna se acalmou: “Fenômeno—Geada, Fenômeno—Banido, Fenômeno—Frota do Banido. Assim como em Pland, todos sem numeração.”

O convés vazio ficou em silêncio por um momento, apenas o som do vento passando pelas orelhas e das pequenas ondas batendo no casco do navio. Depois de um longo tempo, Duncan quebrou o silêncio: “…Oh, são muitos.”

“Sim, de fato… são muitos”, Vanna hesitou um pouco ao falar. “Normalmente, o surgimento de um único novo fenômeno já seria um grande evento que atrairia a atenção das igrejas dos Quatro Deuses. Desta vez, foram atualizados três fenômenos de uma vez, e um deles era o Banido, originalmente o número 005…”

“Então, as várias igrejas e organizações de pesquisa estarão bastante ocupadas?”

“Provavelmente, inúmeros estudiosos perderão inúmeros cabelos, e os vários Papas dificilmente dormirão em paz por um bom tempo… Mesmo que os novos fenômenos não mostrem perigo, os rituais de adivinhação subsequentes e a organização de dados serão um grande projeto.”

Duncan pensou por um momento: “…Oh, boa sorte para eles.”

Até mesmo Vanna, sempre calma e contida, mal conseguiu controlar a expressão que quase se desfez. Uma estranha emoção indescritível se espalhou em seu coração. Ela se segurou por um longo tempo antes de finalmente dizer: “O senhor, como o ‘envolvido’… não tem nenhuma opinião?”

Duncan pensou seriamente por um momento e olhou para Vanna com uma expressão séria: “Da próxima vez, eu tento fazer menos barulho? Ou você volta e convence aquela sua Papisa a não se preocupar tanto…”

Vanna: “…”

A Inquisidora pareceu ter entrado em um estado de confusão por um momento. Duncan, no entanto, não se importou com a reação dela. Ele ergueu a cabeça e olhou pensativamente para o convés familiar, os mastros e as velas espirituais transparentes e pulsantes no ar.

O Banido navegava como sempre, silencioso e confiável, neste Mar Infinito. Como mestre do navio, Duncan não sentiu nenhuma mudança nele — mas na lista do Fenômeno 004, “Tumba do Rei Sem Nome”, este navio não era mais o “Fenômeno 005”.

Ele havia perdido sua numeração.

‘O que essa mudança significa exatamente?’

Duncan baixou a cabeça, olhando pensativamente para a palma da mão, e depois seu olhar caiu sobre o passe de acesso. O nome “Gomona” exalava uma forte sensação de presença, atraindo seu olhar.

Ele pensou na breve conexão estabelecida entre Cão e o deus da sabedoria, depois pensou naquele estranho espaço escuro e no registro de uma chat que parecia ser entre os deuses que ele vira no espaço escuro.

“Vanna”, ele virou a cabeça de repente, olhando seriamente nos olhos dela. “Como se pode estabelecer comunicação com os deuses?”

Vanna despertou de seu torpor instantaneamente, assustada com as palavras de Duncan, parecendo um pouco perdida: “Ah?! O senhor disse… estabelecer comunicação com os deuses?!”

“Isso mesmo”, Duncan assentiu. “Estabelecer comunicação com os deuses.”

Ele acabara de pensar em algo: se aquele estranho espaço escuro realmente escondia uma espécie de “plataforma de comunicação” entre os deuses, e o “Livro da Blasfêmia” queimado anteriormente era apenas uma “chave” para abrir aquele espaço escuro, então era muito provável que essa “chave” não estivesse apenas nas mãos de alguns cultos malignos. Ou, em outras palavras—

‘Se até mesmo os “artefatos blasfemos” nas mãos dos cultistas podem abrir a “plataforma de comunicação” dos deuses, então as igrejas ortodoxas que já têm uma conexão próxima com os Quatro Deuses? As coisas ou tecnologias que eles possuem não seriam, ao contrário, mais eficazes? Isso é muito lógico.’

Duncan não havia pensado nessa direção antes. Por um lado, foi influenciado pela inércia do pensamento; afinal, a máscara dourada anterior e o Livro da Blasfêmia desta vez foram obtidos de cultistas, então ele instintivamente teve a ideia simples de encontrar cultistas para “matar no local”. Por outro lado… ele estava subconscientemente evitando essa direção.

Porque ele de fato viu o papel das igrejas dos Quatro Deuses nas cidades-estado e, portanto, tinha uma certa simpatia natural pelas forças por trás de Vanna e Morris. Espiar aquele espaço escuro era arriscado. A máscara dourada e o Livro da Blasfêmia destruídos provaram isso. O poder da verdade não pode ser suportado por objetos comuns. Uma operação inadequada poderia, na melhor das hipóteses, destruir o “artefato sagrado” que servia de intermediário e, na pior, colocar em risco a vida das pessoas que auxiliavam. Esse risco… era mais apropriado que os cultistas o suportassem.

Mas agora Duncan teve uma nova ideia.

Essa ideia surgiu da assinatura da Deusa da Tempestade no passe de acesso.

Isso poderia ser um sinal de boa vontade, ou talvez um tipo de lembrete.

Claro, ele não podia explicar isso em detalhes para Vanna — afinal, ela ainda era uma Santa devota. Se ele dissesse diretamente a ela “acho que os artefatos sagrados dos cultistas são muito difíceis de encontrar, então quero tentar usar os artefatos sagrados da sua Igreja do Mar Profundo”, certamente não seria apropriado. Era bem capaz de ela saltar e atacá-lo…

Vanna, no entanto, não pensou na razão por trás da pergunta casual de Duncan. Ela ficou apenas surpresa que o capitão de repente tivesse se interessado pelos deuses, mas logo se lembrou que ele parecia ter insights e pesquisas únicas no campo da teologia. Então, ela pensou seriamente por um momento e respondeu: “Isso depende de que tipo de comunicação o senhor se refere. Geralmente, chamamos todos os atos de adoração de ‘comunicação com os deuses’. Mesmo a oração noturna de um crente comum é um diálogo com deus.”

“Acima disso, estão os sacerdotes oficiais que, através de anos de treinamento e prática, auxiliados por rituais e itens específicos, compreendem o ‘conhecimento’ dos deuses e extraem poder desse conhecimento e verdade, ou ouvem as revelações divinas. Esta é uma ‘comunicação’ mais avançada.”

“E um nível ainda mais alto é o de Santos como eu. Santos não precisam de preparações rituais complexas; apenas com a ressonância de sua própria espiritualidade, eles podem comunicar a vontade divina com relativa facilidade, porque nossa espiritualidade está em sintonia com a espiritualidade de deus…”

Quando Vanna falou sobre a última parte, havia um traço de orgulho em sua voz, mas ela notou que Duncan franziu levemente a testa — essas respostas claramente não eram o que o capitão queria.

“Não esse tipo de comunicação”, Duncan balançou a cabeça, organizando lentamente suas palavras para que Vanna pudesse entender sua intenção. “Estou falando de… uma conexão mais direta, mais próxima, mais eficiente… você entende? Não receber algumas revelações vagas em oração, mas ser capaz de falar diretamente com os Quatro Deuses.”

Vanna lentamente abriu a boca, demorando muito para se recuperar.

Então Duncan soube que provavelmente não conseguiria uma resposta dela — uma situação esperada.

“Esqueça, isso é um pouco irrealista”, ele acenou com a mão, suspirando levemente. “As técnicas cerimoniais que vocês usam não funcionam para mim. Talvez seja mais eficaz eu ler diretamente alguns textos sagrados das igrejas dos Quatro Deuses.”

Vanna piscou. Como de costume, ela mais uma vez sentiu que não conseguia acompanhar o raciocínio do capitão. Mas, felizmente, o capitão não insistiu muito nesse tópico estranho.

“Mais tarde, vá até o Carvalho Branco e entregue o passe de acesso a Lawrence. Eu não vou”, ordenou Duncan. “Se ele perguntar sobre os arranjos futuros, diga a ele para seguir temporariamente com o Banido. Esperaremos até que os assuntos em Geada estejam completamente resolvidos para decidirmos o que fazer a longo prazo.”

Vanna abaixou a cabeça: “Sim, capitão.”

Duncan assentiu, mas logo em seguida, pareceu ouvir algo e franziu levemente a testa: “Hmm?”

Vanna perguntou curiosa: “O que aconteceu?”

“…Agatha está me procurando”, Duncan disse lentamente, sua expressão tornando-se gradualmente séria. “Ela disse que encontrou uma maneira de mergulhar no mar profundo.”