Capítulo 475: Dando o Passo da Exploração

Taran-El, um notável erudito elfo, especialista nos campos da matemática, mecânica e história natural, e ganhador de quatro honrarias vitalícias concedidas pela Academia da Verdade.

Um homem dedicado ao estudo, um homem trabalhador, um homem que podia passar dias e noites no laboratório sem dormir, um homem que fazia Lucretia se preocupar constantemente se ele não morreria de exaustão no local da pesquisa.

Agora, este erudito altamente instruído declarou, na frente de todos, que estava de mãos atadas em relação ao corpo geométrico de luz que caíra do céu.

Lucretia ergueu a cabeça, seu olhar passando pela esfera de cristal à sua frente e pousando na janela oposta. Um brilho magnífico emanava daquela direção. Mesmo à meia-noite, toda a área do mar parecia banhada pela “luz do sol”. E em meio ao brilho, o corpo geométrico luminoso, semelhante a uma pequena montanha, ainda flutuava silenciosamente sobre a superfície do mar. Suas paredes de luz lisas, como penhascos íngremes, estendiam-se entre o céu e o mar.

Outro pequeno barco cruzou a superfície do mar banhada de luz, dirigindo-se para o interior do corpo geométrico luminoso, preparando-se para encontrar a equipe de pesquisa que havia completado seu turno de trabalho perto da “esfera de pedra”.

Lucretia suspirou, desviou o olhar da janela e olhou para a mesa ao seu lado — uma esfera cinzenta de aparência estranha estava em um suporte sobre a mesa.

A superfície da esfera tinha uma textura áspera como rocha, com padrões estranhos e irregulares cobrindo sua superfície. Era de aparência simples, mas cheia de um mistério indescritível.

No centro do enorme corpo geométrico de luz flutuando no mar, havia uma estranha “esfera de pedra” com dez metros de diâmetro. E o que Lucretia tinha diante de si… era uma réplica exata e em menor escala da esfera de pedra.

Era praticamente o único “resultado” após tanto tempo de pesquisa por um grande grupo de especialistas e estudiosos.

“O Mestre Taran-El já retornou a Porto Brisa para descansar. Estritamente falando, ele foi ‘amarrado’ e levado de volta por seus alunos”, Lucretia balançou a cabeça e disse ao irmão do outro lado da esfera de cristal. “Se ele não descansasse, provavelmente morreria de exaustão lá fora. Como um elfo, morrer de exaustão aos quinhentos anos seria realmente uma morte prematura.”

“Ao partir, ele parecia muito desanimado, porque esta ‘coisa caída do céu’ realmente excedia nossa compreensão. Seja a área luminosa ao seu redor ou a natureza da esfera no centro, tudo é um mistério para nós.”

“Os pesquisadores rasparam algumas amostras daquela ‘esfera de pedra’, mas os resultados da análise mostraram que parecem ser apenas pó de pedra fino. A investigação do interior da esfera de pedra não teve nenhum progresso — todos os métodos falharam, incluindo poderes transcendentes. A coisa parece estar envolta em uma ‘casca’ densa, escondendo todos os seus segredos. E, pelo menos até agora, ainda não decidimos realizar… ‘testes’ destrutivos nela.”

“Depois de tanto trabalho, só chegamos a um consenso: este enorme corpo geométrico de luz deve ser de fato algo que se desprendeu do anel rúnico ao redor do Fenômeno 001. Esta conclusão veio da ‘Torre’ de Porto Brisa. Eles observaram cuidadosamente a lacuna na borda do Fenômeno 001 e descobriram que a parte ausente corresponde ao ‘corpo geométrico de luz’.”

Lucretia falou muito de uma só vez, obviamente acumulando muita frustração durante esse tempo. Tyrian foi um bom ouvinte, não a interrompendo em nenhum momento durante sua narrativa. Somente quando Lucretia terminou de falar, ele disse lentamente: “Já foi confirmado que é uma parte que se desprendeu do Fenômeno 001… Lucy, o pai já havia alertado as igrejas dos Quatro Deuses sobre isso antes. Ele disse que o ‘Sol’ pode estar em declínio.”

“Eu ouvi sobre isso”, Lucretia assentiu levemente. “Um aviso do ‘Capitão Duncan’. Ninguém se atreve a não levar a sério, embora a primeira reação da maioria das pessoas ao ouvir este aviso seja de nervosismo e medo do Banido…”

Tyrian torceu o canto da boca. Como alguém que se encontrava frequentemente com “Duncan Abnomar” ultimamente e testemunhara pessoalmente os novos métodos de seu pai, ele não estava em posição de comentar. Ele só pôde mudar de assunto: “Então, vocês têm algum plano de acompanhamento? Em relação ao problema do ‘Sol’…”

“Que plano poderíamos ter? Jogar esta grande bola de pedra de volta para o céu? Encaixá-la de volta no anel rúnico do sol?”, Lucretia deu de ombros. “Receio que apenas o antigo reino de Creta saberia como consertar o sol no céu.”

Tyrian não falou mais.

Lucretia, após um momento de silêncio, de repente perguntou novamente: “O pai sabe da minha ‘pesquisa’ aqui?”

“Eu não contei a ele”, Tyrian balançou a cabeça. “Sem pedir sua opinião, eu não seria indiscreto… Por quê? Você quer pedir ajuda a ele?”

Lucretia hesitou visivelmente, parecendo um pouco tentada, mas logo balançou a cabeça: “Vou pensar mais um pouco. Nesse tipo de coisa, o pai pode não ser capaz de ajudar, e… bem, eu tenho um pouco de medo dele.”

“Na verdade, ele está muito fácil de conversar agora”, Tyrian riu. “Mas já que você não quer, eu não vou me intrometer. Mas vou avisando, mesmo que eu não diga, a notícia pode chegar aos ouvidos dele a qualquer momento. Afinal, ele agora tem contato com a Igreja e as cidades-estado. Se ele realmente se interessar, eu não ousaria impedi-lo.”

Lucretia acenou com a mão, irritada. Esta “Bruxa do Mar”, que era envolta em uma aura de mistério aos olhos dos outros, nunca escondia muito suas emoções na frente da família: “Eu sei, eu sei! Não fale mais sobre isso. E a Lente do Plano Espiritual que falamos antes, quando você vai me dar?”

Tyrian: “…”

Dois segundos depois, o grito insatisfeito de Lucretia soou agudamente da esfera de cristal: “Você esqueceu de novo?!?!”

“Tyrian, você não parece muito bem.”

Bem cedo pela manhã, Duncan chegou ao Porto Sul e não pôde deixar de comentar ao ver o leve cansaço na expressão de Tyrian.

Tyrian esfregou a testa e suspirou, impotente: “Tenho tido muitas coisas com que me preocupar ultimamente.”

Isso não era uma desculpa. Havia de fato muitas coisas com que se preocupar. O esforço necessário para administrar uma cidade-estado era obviamente muito maior do que para administrar uma frota. Mas, por outro lado… o impacto em sua aparência de ser bombardeado por duas horas de reclamações de alta intensidade de sua irmã era um fator que não podia ser ignorado.

No entanto, Tyrian rapidamente contornou este tópico um tanto embaraçoso. Ele não mencionou Lucretia, mas sim compôs sua expressão: “Chamei o senhor aqui tão cedo hoje para lhe dizer que o submersível está pronto.”

Duncan ergueu as sobrancelhas ao ouvir: “Tão rápido?”

“Considerando que o ocupante não precisa respirar, muitos preparativos puderam ser acelerados”, Tyrian assentiu. “Além disso, este submersível, construído secretamente pelo governo anterior de Geada, foi baseado nas plantas da era da Rainha. Embora tenha muitas melhorias, os princípios básicos não mudaram muito. Se o objetivo é apenas entender seu método de operação, na verdade é uma tarefa muito simples.”

Duncan olhou para Tyrian por um tempo, depois desviou o olhar e assentiu com satisfação: “Muito bem, leve-me até lá.”

“O senhor quer começar imediatamente?”, Tyrian ficou um pouco surpreso. “Podemos fazer mais alguns testes. Eu o convidei hoje apenas para que o senhor visse com seus próprios olhos…”

Duncan interrompeu: “Vocês já devem ter feito alguns testes, certo?”

“…Um pouco”, Tyrian hesitou. “Depois de completar a verificação do sistema, eu organizei dois marinheiros Mortos-Vivos para um mergulho curto de algumas dezenas de metros ontem à noite, principalmente para confirmar os procedimentos de operação e o estado de funcionamento do submersível. Não houve problemas…”

“É o suficiente”, Duncan assentiu e se virou para caminhar em direção ao armazém que levava à instalação subterrânea. “Considere que eu mesmo completarei os procedimentos de teste subsequentes. De qualquer forma, a operação de mergulho profundo oficial ainda precisa ser realizada por mim.”

Tyrian ficou surpreso por um momento e só pôde seguir apressadamente os passos de Duncan. E no caminho apressado para a instalação, ele não pôde deixar de sentir uma ponta de dúvida.

Não sabia se era impressão sua… mas ele sentia que o pai de hoje parecia um pouco preocupado, e essa urgência também era diferente do habitual.

Era como se ele tivesse subitamente percebido alguma pista ou tocado em algum grande segredo, e uma ânsia de desvendar o quebra-cabeça e explorar a verdade o estivesse impulsionando.

E essa pressa… dava a Tyrian uma vaga sensação de familiaridade.

A figura imponente vestida com o casaco preto caminhava apressadamente na frente. Tyrian também andava rápido, tentando desesperadamente acompanhar. Olhando para as costas do primeiro, neste acompanhamento passo a passo, ele de repente percebeu a origem dessa sensação de familiaridade—

Essa sensação, era como há muitos anos.

Quando encontrava pistas de algumas ruínas antigas, quando uma nova rota de navegação aparecia no mapa náutico, quando notícias sobre as regiões fronteiriças e fenômenos misteriosos chegavam de repente ao mundo civilizado, seu pai ficava assim.

Era assim que ele ficava quando se preparava para iniciar uma longa viagem.

Memórias amareladas e distantes emergiram incontrolavelmente das profundezas de sua mente. A cena de seguir seu pai para zarpar no passado apareceu diante de seus olhos. Nas imagens sobrepostas, os passos de Tyrian diminuíram instintivamente.

Duncan parou e se virou para olhá-lo com desconfiança.

“Tyrian, no que você está sonhando acordado? Venha logo.”

Tyrian ficou surpreso e, enquanto se apressava, respondeu apressadamente: “Ah… oh, certo, pai!”

Duncan se virou e continuou a andar para a frente, sem prestar muita atenção à reação de Tyrian.

Porque uma urgência de explorar este mundo surgiu novamente, impulsionando-o constantemente.

Essa urgência originou-se de sua descoberta ao explorar a chave de latão no dia anterior, originou-se de um canto do véu misterioso deste mundo que foi subitamente levantado—

A enorme nave espacial que caiu neste mundo em alguma era perdida, os antigos artefatos de uma civilização de uma história secreta, chamados de “Protótipos Blasfemos”, os mistérios profundos que nem mesmo um grande estudioso como Morris havia tocado.

Havia muitas coisas desconhecidas. As pistas que apareciam por acaso, ao contrário, faziam com que se percebesse ainda mais que os segredos deste mundo eram complexos e entrelaçados, como camadas de cortinas.

Portanto, qualquer oportunidade de dar um passo em direção à verdade do mundo parecia extremamente preciosa.

Um explorador deveria ser assim.