Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Porto Brisa, uma das cidades mais próximas da fronteira da civilização, desde o dia de sua fundação, sempre foi o reduto mais importante da Academia da Verdade e da Associação de Exploradores.

    Mil anos atrás, uma frota de exploração liderada por um estudioso elfo se perdeu perto da fronteira devido a uma tempestade e, ao procurar uma rota, descobriu esta grande ilha que não constava em nenhum registro.

    De acordo com os registros, a frota foi perseguida pela tempestade por sete dias inteiros. Na manhã do oitavo dia, quando todos estavam exaustos, a terra apareceu de repente na luz do sol entre as brechas da tempestade. Os exploradores ficaram exultantes e, com suas últimas forças, aproximaram o navio da costa. E, assim que se aproximaram desta ilha desconhecida, a força da tempestade diminuiu abruptamente. Quando os membros da frota puderam ver claramente a vegetação exuberante da ilha, a tempestade já havia se dissipado completamente, e apenas uma brisa suave restava nas águas costeiras. Assim, os exploradores nomearam a grande ilha de “Brisa” e, mais tarde, a transformaram no nome da nova colônia.

    Muitas cidades-estado foram descobertas por exploradores enquanto vagavam pelo mar, e esses processos de descoberta eram sempre acompanhados por histórias mais ou menos emocionantes ou lendárias. As lendas eram uma mistura de verdade e falsidade, difíceis de discernir. Mas a descoberta e a construção de Porto Brisa sempre foram consideradas “detalhadas e confiáveis” — a razão era simples: porque era uma cidade-estado fundada por elfos.

    O capitão explorador que descobriu a ilha naquela época ainda era o Governador da cidade-estado — e também o presidente da Associação de Exploradores.

    Salar Maier estava no terraço de sua residência oficial, observando as ruas banhadas pela “luz do sol” à distância, observando esta cidade-estado que ele e seus colegas construíram pouco a pouco e que prosperou até hoje. Caminhantes a Vapor de patrulha passavam em formação pelas ruas, o som das campainhas das bicicletas era nítido, e os cidadãos se preparavam para começar o dia de trabalho. Na “torre” não muito longe, a cúpula de estilo élfico se abria lentamente, impulsionada por um mecanismo, e o pesado conjunto de lentes de filtro de luz subia do topo da torre, ajustando lentamente seu ângulo para rastrear o sol que subia gradualmente no céu.

    O Governador elfo semicerrou os olhos, e rugas se acumularam nos cantos de seus olhos.

    Mesmo com a longevidade dos elfos, Salar Maier não era mais jovem. As rugas começaram a aparecer em sua testa trezentos anos atrás, e seus cabelos loiros, característicos dos elfos, agora estavam tingidos de branco. Ele passou de um capitão explorador enérgico para um velho calmo, mas fraco. Mas uma coisa nunca mudou: ele ainda estava cheio de curiosidade sobre este mundo.

    “Seu pai, naquela época, era um explorador digno de respeito. Mesmo pelos padrões rigorosos dos elfos, ele poderia ser descrito como ‘extraordinário’. Um alerta de um explorador como ele certamente merece atenção, mas espero que você entenda — nossas dúvidas também são normais.”

    Salar Maier se virou e disse à senhora de cabelos pretos que estava sentada elegantemente à mesa de chá no terraço.

    “É claro que entendo, mas minha tarefa é apenas transmitir a mensagem. Como lidar com isso é problema de vocês”, disse Lucretia com indiferença. “Meu pai também pensou em suas possíveis reações, e a atitude dele é a mesma: dar o alerta, e não se importar com o resto.”

    “… Quanto à Associação de Exploradores, eu me encarregarei disso. De qualquer forma, a notícia do Capitão Duncan é uma informação valiosa e deve fazer com que os capitães nas rotas fiquem mais alertas”, disse o Governador Salar, e em seguida franziu a testa. “Mas estou realmente curioso… com um submersível esférico, é realmente possível mergulhar nas profundezas do mar e ver o ‘Projeto Original’ do nosso mundo?”

    “O risco é alto, mas o povo de Geada conseguiu”, Lucretia assentiu. “Claro, os pioneiros de meio século atrás pagaram um preço alto por isso. A mente mortal é, afinal, muito frágil e não pode evitar completamente a influência daquelas ‘verdades’ das profundezas do mar. Meu pai… ele é um tanto especial. Não sugiro que você o imite.”

    “…Se eu fosse setecentos ou oitocentos anos mais jovem, provavelmente já estaria planejando meu próprio mergulho”, Salar ficou em silêncio por alguns segundos, balançando a cabeça com um pouco de arrependimento. “Se eu pudesse testemunhar essas cenas com meus próprios olhos, certamente teria mais confiança para persuadir os outros na associação.”

    Lucretia sorriu: “Não se preocupe, em breve mais pessoas receberão o alerta. Meu pai já providenciou para que um alerta seja enviado às quatro igrejas divinas e a todas as cidades-estado. Isso deve ser suficiente para mostrar a gravidade da situação.”

    Salar Maier assentiu, depois hesitou por um momento e não pôde deixar de dizer: “Ainda estou muito curioso… Senhora Lucretia, seu pai realmente recuperou completamente sua humanidade? Eu vivi por mais de dois mil anos, mas nunca ouvi falar de alguém que pudesse retornar do Subespaço, e ainda por cima recuperar a humanidade após o retorno… como ele conseguiu?”

    “Quem sabe?” Lucretia balançou a cabeça. “Se você está realmente curioso, pode perguntar a ele pessoalmente quando ele chegar. De qualquer forma, ele virá em breve.”

    O rosto calmo e sereno de Salar Maier se contraiu visivelmente.

    “Senhora, você não precisa enfatizar essa notícia novamente…” disse o Governador elfo com um tom estranho. “Não faz bem ao coração. Por favor, seja mais gentil com os idosos.”

    Lucretia riu, parecendo bastante satisfeita — ela sentiu que estava experimentando a alegria de Tyrian. Então, levantou-se, satisfeita, e acenou para o Governador Salar.

    No segundo seguinte, a figura da “Bruxa do Mar” se transformou subitamente em pedaços de papel colorido que se espalharam, girando no ar e desaparecendo do terraço.

    “Esta ‘bruxa’ realmente vai e vem como quer…” Salar Maier não pôde deixar de resmungar, virando-se para voltar para o quarto. Agora, ele precisava pensar em como contatar as associações de exploradores de outras cidades-estado e como transmitir aquele terrível “alerta”.

    No entanto, no momento em que se virou, os movimentos do Governador da cidade-estado pararam de repente.

    Como se um vento de pavor soprasse subitamente da fronteira da consciência, um sentimento de terror e desespero indescritível inundou seu coração. Salar Maier sentiu que essa “emoção” parecia ter sido injetada diretamente em sua mente, agarrando seu intelecto em um instante, fazendo seu sangue gelar e seus músculos se contraírem!

    Ele ergueu a cabeça com dificuldade, olhando em uma direção que parecia profundamente gravada em sua mente, de onde vinha uma forte atração. Ele olhou para o centro da cidade-estado, para os edifícios altos.

    No entanto, ele não viu a cidade-estado que conhecia, nem qualquer outra paisagem familiar.

    Apenas uma luz ofuscante de fogo, e uma árvore gigante, tão imensa que era indescritível, que já não se podia ver seus limites, como uma enorme cordilheira, queimando em chamas no fim de seu campo de visão!

    A árvore gigante era como a árvore do mundo “Silantis” das antigas lendas élficas, mas muito mais magnífica e impressionante do que os poetas e estudiosos poderiam descrever com sua imaginação. Ela parecia cobrir toda a cordilheira e a planície, e abrigava um reino em sua sombra. Era maior do que qualquer cidade-estado, qualquer ilha que Salar Maier já tivesse visto, e a terra sob a árvore gigante era vasta a um ponto que ele não conseguia imaginar.

    No entanto, tudo isso estava envolto em chamas apocalípticas.

    Chamas vermelhas devoravam tudo, reduzindo a árvore gigante e a floresta ao redor a cinzas. E algum tipo de flash enorme, como uma liberação de energia, irrompia constantemente da borda das chamas, incendiando o ar e rasgando o céu.

    Seguindo os estranhos e enormes flashes, Salar Maier ergueu o olhar com dificuldade.

    Ele finalmente encontrou a fonte das chamas que devoravam tudo.

    Era o céu — todo o céu brilhava com uma luz terrivelmente quente, como um reator de núcleo a vapor prestes a perder o controle e derreter, inchando e brilhando. E no meio da luz que se expandia constantemente, podia-se ver uma cor sinistra, vermelho-escura, se infiltrando gradualmente.

    Em seguida, o vermelho-escuro começou a se espalhar rapidamente, até devorar completamente a luz quente do céu, envolvendo o mundo inteiro em um crepúsculo terrível e vermelho-escuro. O calor do céu diminuiu, mas tudo na terra já havia sido queimado até as cinzas. A floresta se transformou em terra arrasada, e a árvore gigante, como um milagre divino, desabou nas brasas, com um estrondo que abalou o céu e a terra.

    O céu vermelho-escuro ficou mais sombrio e, pouco a pouco, listras pretas começaram a aparecer. O tempo pareceu passar por muito, muito tempo, ou talvez apenas por um instante. Salar Maier viu a noite cair. Um céu noturno bizarro, preto misturado com vermelho-escuro, cobria o mundo que se tornara terra arrasada. Nesta “tranquilidade” extremamente breve, ele pareceu ouvir alguém falando em seu ouvido.

    Eram várias vozes estranhas—

    “…Eu ainda me lembro deles, lembro de suas aparências…”

    “A memória pode ser útil… temos um plano…”

    “Um abrigo, ou uma jaula para uma existência precária. O futuro não é otimista.”

    “Mas pelo menos ainda há um futuro…”

    Salar Maier olhou ao redor, assustado, tentando encontrar a fonte da voz, mas só viu o mundo queimado, tudo aniquilado. E então, o céu noturno vermelho-escuro e sinistro começou a se despedaçar. Luz e sombra caóticas “jorraram” das fendas no céu. As cinzas e os destroços na terra foram instantaneamente assimilados e decompostos por essa luz e sombra. Todas as coisas estavam desaparecendo rapidamente. Um pensamento forte e de origem desconhecida rugia em sua mente, como se centenas de milhões de pensamentos estivessem falando ao mesmo tempo, em ressonância:

    O apocalipse dilacerado.

    O corpo de Salar Maier balançou.

    Algo estava recuando como uma maré. As emoções violentas e as impressões aterrorizantes que restavam em sua mente se dissolveram rapidamente como flocos de neve sob o sol. No segundo anterior, ele sentiu que parecia ter visto algo, e até se lembrava vividamente de algo. No segundo seguinte, ele sentiu que apenas havia se distraído por um momento, um instante de transe.

    Essas coisas desapareceram, como um sonho que se dissipa ao amanhecer.

    Salar Maier ficou ali, franzindo a testa inconscientemente, e olhou para trás, na direção em que a “Bruxa do Mar” havia desaparecido.

    “Esta ‘bruxa’ realmente vai e vem como quer…”

    Salar Maier não pôde deixar de resmungar, virando-se para voltar para o quarto.

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