Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Agora, sobre aquela luz vermelha, Duncan já dominava duas informações:

    Primeiro, antes da Grande Aniquilação, antes que o apocalipse descesse sobre aqueles “velhos mundos”, um rubor profundo como sangue escuro apareceu primeiro no céu — seu “corpo principal” se refletia nas profundezas do espaço cósmico, mas seu método de propagação não seguia as leis da ótica. Em qualquer ponto do planeta, podia-se vê-lo aparecer em uma posição específica no céu, e essa posição não mudaria com a rotação do planeta, como se fosse diretamente projetada na visão ou na mente do observador.

    Segundo, aquela luz vermelha não parecia exibir nenhuma “destrutividade” direta. Era mais como um “fenômeno” ou “característica” que o próprio universo produziu durante a fase do apocalipse, uma manifestação do colapso, em vez do colapso em si.

    Terceiro, o apocalipse não acontecia e terminava instantaneamente. Todo o processo de destruição duraria um certo tempo, e o progresso do fim do mundo era acompanhado pelo aumento de vários fenômenos bizarros e pela contínua distorção e mutação das “regras”, até que as leis fundamentais do mundo não pudessem mais suportar essa distorção. Portanto, o guerreiro e seus companheiros tiveram um último tempo para iniciar uma jornada, e aquela nave espacial chamada Nova Esperança teve um último tempo para decolar.

    Para Duncan, este terceiro ponto era particularmente crucial.

    O apocalipse não acontecia instantaneamente, o que também significava que as pessoas antes do fim do mundo tinham tempo suficiente para observar o aparecimento daquela “luz vermelha” — mas, em sua memória, ele nunca vira aquele rubor profundo.

    Ele ficou preso naquele “apartamento” da noite para o dia. Antes disso, ele não vira nenhuma luz vermelha bizarra ou fenômeno sobrenatural. Depois disso, ele também não viu do lado de fora da janela…

    Apartamento?

    A memória de Duncan travou de repente. Momentos depois, suas sobrancelhas se franziram pouco a pouco.

    Seu “apartamento”… o que era exatamente?

    Desde sempre, ele acreditara que do outro lado da Porta do Banido estava sua terra natal. Fora de seu apartamento, nas profundezas daquela névoa espessa, ainda estavam as multidões movimentadas da Terra, a vida cotidiana comum e pacífica. Ele estava apenas preso em um quarto, separado de sua terra natal por uma parede — mas, com o aparecimento da “Lua” e a verificação gradual da “Teoria da Agregação de Mundos”, essa possibilidade já se aproximara infinitamente de zero.

    Se ele já tivera essa premonição antes, agora essa premonição obviamente fora confirmada — ele sabia que não poderia mais voltar.

    Mas só agora ele pensou em outra questão: se do outro lado da Porta do Banido não era sua terra natal, então o que era essencialmente seu “apartamento” remanescente?

    Toda vez que ele “voltava”… para onde exatamente ele “voltava”?

    Duncan franziu a testa com força. Em meio à leve “luz solar” que se espalhava do lado de fora da janela, a imagem daquela longa espada e daquela massa de metal vivo que um dia fora um “humano” surgiu de repente em sua mente…

    “Outra parte do fragmento do mundo…”, ele percebeu, mas sua expressão se tornou ainda mais complexa. “A essência do fragmento do mundo… o que é exatamente?”

    Pensamentos tumultuados em sua mente, memórias e suposições como ondas contínuas de fragmentos subindo e descendo em seu coração. Duncan caminhava lentamente pelo quarto, usando esse método para acalmar e organizar seus pensamentos. Em seguida, ele voltou para a mesa, pegou um pedaço de papel ao lado e começou a desenhar padrões nele distraidamente — ele não pensara em escrever ou desenhar nada, apenas desenhava linhas e rabiscava padrões repetidamente.

    Então, ele parou de repente.

    Ele olhou para o que havia desenhado inconscientemente no papel… uma lua delineada por linhas desordenadas.

    Como se estivesse olhando para uma terra natal próxima, mas para a qual nunca poderia voltar.

    Alice dissera que, se o símbolo da terra natal aparecesse em um lugar, então aquele lugar era a terra natal… ela, não muito inteligente, às vezes conseguia chegar ao cerne do problema com o pensamento mais simples e puro. De certa forma, o que ela disse estava certo.

    A terra natal estava aqui, mas não era inteira, nem tinha a aparência familiar para Duncan. Era apenas um pequeno fragmento, e assim como o “guerreiro” que se transformara em metal vivo — já se tornara algo difícil de entender.

    Duncan estendeu o dedo inconscientemente e tocou a “lua” no papel, como se perguntasse a alguém, sussurrando para si mesmo: “Sim, o que mais poderia sobrar…”

    O som de asas batendo veio de repente do lado, interrompendo a distração de Duncan. A pomba branco e gorda desceu do topo do guarda-roupa próximo. Ela caminhou cambaleando até Duncan, inclinou a cabeça e, em seguida, abaixou-a, bicando a lua desenhada no papel com o bico.

    Ela bicou um buraco na “lua”, levantou a cabeça e grasnou: “Levanto a cabeça e olho a lua brilhante, levanto a cabeça e olho a lua brilhante, levanto a cabeça…”

    Ele parou de repente e continuou a inclinar a cabeça, olhando para Duncan.

    Duncan também a olhava aturdido, olhando para esta pomba que, por algum motivo, havia “se transformado” de uma bússola, olhando para este pássaro bobo que o seguia inexplicavelmente e era extraordinariamente obediente e afetuoso.

    “Ai, Ai, Ai—” A pomba começou a bater as asas, emitindo um som alto e estranho. “Ai—”

    Duncan de repente arregalou os olhos, agarrou o corpo de Ai, mas logo em seguida relaxou um pouco, como se com medo de esmagar acidentalmente esta pequena “criatura”. Ele sentiu sua respiração acelerar, seu coração bater descontroladamente. A pomba em sua mão inclinou a cabeça e olhou para ele com uma expressão que parecia muito vazia.

    Duncan finalmente abriu a boca: “… Ai?”

    A pomba assentiu: “Pruu.”

    Duncan hesitou por um momento e mudou para uma pronúncia mais precisa: “… IE?1

    A pomba assentiu rapidamente: “Pruu.”

    Duncan respirou fundo: “Internet Explorer…?2 3

    A pomba abriu as asas com força e começou a batê-las com ainda mais vigor. Naquele momento, parecia mais excitada do que nunca, e parecia ter inúmeras palavras mais emocionadas para dizer.

    No entanto, depois de bater as asas por um longo tempo, ela só conseguiu emitir um sonoro e sem sentido “pruu”.

    Duncan soltou a mão suavemente, observando a pomba gorda andar alegremente pela mesa, parando de vez em quando para inclinar a cabeça e observar curiosamente seu “mestre”. Seus olhos de feijão pareciam brilhar eternamente com a luz de uma conexão de internet interrompida e um processo que não respondia — por um longo tempo, ele finalmente suspirou suavemente, um sorriso complexo aparecendo em seu rosto.

    Acontece que a resposta estava escrita na própria pergunta desde o início.

    Este pássaro bobo era o outro pequeno fragmento remanescente de sua terra natal que se extinguiu subitamente.

    Não podia mais voltar. Realmente não podia mais voltar.

    Duncan sentou-se em silêncio na cadeira, como uma estátua de pedra, sem se mover, sem expressão e sem emitir um som por um longo tempo.

    Depois de um tempo desconhecido, ele pareceu “voltar à vida” de repente, piscando os olhos e, em seguida, começou a pensar — ou melhor, forçou-se a continuar a pensar:

    Se Ai era realmente o Internet Explorer, então qual deveria ser sua “fonte” correspondente? Seriam os códigos? Seriam os enormes dados acumulados? Seriam os inúmeros hardwares que um dia sustentaram a operação do Internet Explorer? Ou a descrição abstrata por trás desta palavra?

    Ou… simbolizaria uma breve centelha no processo de desenvolvimento de uma certa civilização.

    Talvez um fragmento de mundo não correspondesse necessariamente a uma “entidade”. Poderia até ser um conceito vasto — um conceito abstraído da existência real.

    Então, essa suposição também seria válida ao contrário?

    As entidades que realmente existiram naqueles “velhos mundos” poderiam ter sobrevivido na Era do Mar Profundo na forma de “conceitos abstratos”? As inúmeras anomalias e fenômenos do Mar Infinito de hoje, bem como os inúmeros objetos intangíveis e conhecimentos proibidos nascidos em torno das anomalias e fenômenos, o que… eles foram um dia?

    E, o mais crucial — qual era exatamente o princípio por trás dessas mudanças? Qual era a essência da Grande Aniquilação e daquela luz vermelha?

    Novas respostas trouxeram novas perguntas. As perguntas vinham uma após a outra, parecendo nunca chegar ao fim da verdade. Duncan sentiu que seu pensamento havia entrado em um beco sem saída. Antes que mais pistas aparecessem, ele já não conseguia encontrar uma direção para se aprofundar.

    E, neste momento, uma batida suave na porta veio de repente de trás, interrompendo seu pensamento cada vez mais profundo e difícil.

    Duncan rapidamente voltou a si. Ele sentiu a presença do lado de fora da porta e soltou um leve suspiro, deixando seu humor se acalmar pouco a pouco: “Entre, Alice.”

    A porta do quarto se abriu e a senhorita boneca entrou. Ela segurava um grande prato com o jantar que Duncan havia perdido.

    “Capitão”, o tom de Alice era um pouco preocupado. “Você não jantou.”

    Por alguma razão, apenas por ver a expressão de Alice, que parecia nunca ter impurezas, Duncan sentiu que seu humor caótico se acalmou muito.

    Ele deu um leve sorriso: “Obrigado, coloque na mesa.”

    “Oh”, Alice colocou o prato de lado e acrescentou rapidamente. “Fique tranquilo, esta é comida muito normal, de acordo com o gosto das pessoas comuns — Nina disse que a ‘comida tradicional’ deste lugar não é para consumo humano…”

    Dizendo isso, ela levantou a cabeça e observou a expressão de Duncan: “Você está bem?”

    “Estou muito bem agora”, Duncan soltou um longo suspiro. Ele organizou as questões que acabara de entender, e um sorriso gradualmente apareceu em seu rosto. “De fato, com tantas descobertas… eu deveria estar feliz.”

    “Oh”, Alice ouviu, meio sem entender, mas sentiu que o humor do Capitão realmente parecia ter melhorado muito, então ficou aliviada. “Eles estavam um pouco preocupados com você, então me pediram para subir e ver. Que bom que você está bem.”

    Duncan assentiu levemente, mas seu coração de repente se encheu de emoção.

    Nesta grande casa, de fato havia muitas pessoas sempre preocupadas com seu “estado”, e essas preocupações eram variadas. Talvez apenas a boneca ingênua à sua frente… sua preocupação com ele nunca tivesse nenhuma impureza.

    Se fosse para dizer, Nina talvez fosse a outra.

    Com emoção no coração, Duncan sorriu e balançou a cabeça. Em seguida, de repente, pensou em outra coisa.

    “Alice”, ele voltou seu olhar e olhou nos olhos da boneca gótica. “Preciso da sua ajuda com uma coisa.”

    Alice nem pensou: “Ah? Claro!”

    Duncan assentiu, enfiou a mão no bolso e tirou a chave de latão que sempre carregava consigo.

    “Alice, preciso usar esta chave novamente.”

    “Claro!”

    1. No original é usado as duas letras mesmo, e não caracteres chineses.[]
    2. No original é usado as duas palavras em inglês mesmo, e não caracteres chineses.[]
    3. A lógica para chegar nessa conclusão se perde muito na tradução, mas resumindo muito: o nome original da Ai em chinês, 艾伊 (Ài Yī), soa idêntico a forma como se pronuncia IE de Internet Explorer em inglês. Você pode experimentar jogando “艾伊 I.E” em inglês ou chinês no google tradutor e ouvindo como é pronunciado.[]
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